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Crítica | O Monstro da Lagoa Negra (1954)

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•11 de junho de 2017•7 Minutes

Sempre que se comenta sobre os filmes de monstros da Universal, as décadas costumeiramente mencionadas são as de 1930 e 1940, período em que os principais clássicos como Drácula, Frankenstein, A Múmia, O Homem Invisível, A Noiva de Frankestein, O Lobisomem e O Fantasma da Ópera foram produzidos e lançados. No entanto, mesmo ignorando o fato de que a maioria dos filmes feitos nos anos seguintes não se igualam aos mencionados, não podemos deixar de também louvar a década de 1950. Afinal, se, por um lado, ela não teve a opulência das duas anteriores, por outro, foi nela em que o ótimo O Monstro da Lagoa Negra ganhou vida.

Escrito por Harry Essex e Arthur Ross (a partir de um argumento desenvolvido por Maurice Zimm, o qual, por sua vez, se baseou numa história concebida por William Alland), o roteiro tem início quando o arqueólogo Carl Maia (Antonio Moreno) encontra um fóssil misterioso no meio da floresta amazônica. Depois de levar o achado para o biólogo marinho David Reed (Richard Carlson), uma expedição formada também por outros cientistas é enviada ao local para realizar investigações científicas. No entanto, eles nem imaginam que na região habita uma estranha criatura (na água, o monstro é interpretado por Ricou Browning, e na terra, por Ben Chapman).

Assistindo a O Monstro da Lagoa Negra, um dos elementos que mais chama atenção são as  várias similaridades existentes entre a obra e outras lançadas nas décadas anteriores e posteriores. No caso dos filmes produzidos antes de 1954, ano de produção do longa, é impossível não enxergar no amor que a criatura passa a sentir pela cientista Kay (Julie Adams) ecos de filmes como King Kong, de 1933, e A Bela e a Fera, realizado em 1946, oito anos antes. Já em relação aos longas feitos nos anos seguintes, é evidente que coisas como a caracterização dos cientistas que participam da expedição, a existência de criaturas monstruosas na floresta amazônica e a concepção plástica e sonora de algumas cenas influenciaram os filmes Alien, O Oitavo Passageiro, Anaconda e Tubarão, respectivamente.

No entanto, mesmo levando em conta o fato de que tanto o espectador atual quanto aquele que viu o longa no ano de seu lançamento sente que a história não é uma das mais originais, o longa, ainda assim, consegue manter um frescor irresistível. Não importa o momento em que o espectador assista ao filme, este sempre resultará numa experiência prazerosa. E isso se deve a vários fatores, que vão desde o trabalho realizados pelos roteiristas, até as opções feitas pelo diretor e a sua equipe , passando, é claro, pelo charme da própria criatura.

No que diz respeito ao roteiro, é preciso ressaltar a maneira com que Essex e Ross (dois roteiristas acostumados aos filmes de horror e fantasia) definem os personagens por uma única característica. Hoje em dia, isso se tornou convencional, mas, na época em que o longa foi lançado, não existia esse costume. Nas histórias em que há um número grande de personagens, esse recurso, se for tão bem empregado quanto é aqui, se transforma numa poderosa ferramenta, já que possibilita ao roteirista discutir diferentes temas a partir das diversas características que delineiam os personagens.

Em O Monstro da Lagoa Negra, os temas sobressalentes são a ambição humana e a curiosidade científica, cuja representação se dá através dos personagens David e Mark (Richard Denning). Enquanto o primeiro se contenta com o simples fato de uma criatura como aquela existir, o segundo sonha com a glória que gozará em razão de sua descoberta. Aliás, vale lembrar que a maior parte dos filmes de monstros da Universal abordam essas duas questões e as consequências desastrosas que delas provêm. Sendo assim, é natural que, na obra de Jack Arnold, elas ressurjam.

Do ponto de vista técnico, o destaque vai para as cenas aquáticas. Filmar debaixo d’água é um desafio que existe até hoje. Se lembrarmos que, em 1954, não existia metade das tecnologias disponíveis atualmente e que 50% da narrativa de O Monstro da Lagoa Negra se passa abaixo da superfície das águas, esse desafio se torna ainda mais assustador. É por isso que a coragem dos realizadores e a qualidade das cenas submarinas, cuja lucidez e claridade (méritos do soberbo William Snyder) são embasbacantes, merecem ser louvadas para sempre (inclusive, o longa foi filmado em 3D e usava o método de luz polarizada em suas projeções). Por fim, não podemos nos esquecer de mencionar o quão inteligente foi a decisão dos responsáveis de justificar a figura parcialmente humana da criatura através de sua própria concepção, uma vez que ela é a mistura de um Homem com anfíbio.

Último grande filme de monstro da Universal, O Monstro da Lagoa Negra influenciou diversos cineastas e filmes futuros, além de ser  divertido na medida exata, como todo filme dessa natureza deve ser. Retornar a ele nunca é uma experiência maçante ou desinteressante. É uma pena que o estúdio nunca mais tenha feito um filme de monstro tão bom quando este ótimo longa de Jack Arnold.

O Monstro da Lagoa Negra (Creature From The Black Lagoon, EUA – 1954)

Direção: Jack Arnold
Roteiro: Harry Essex e Arthur Ross
Elenco: Richard Carlson, Julie Adams, Richard Denning, Antonio Moreno, Nestor Paiva, Whit Bissell, Bernie Gozier, Ricou Browning, Ben Chapman
Gênero: Terror 
Duração: 79 min 

Redação Bastidores

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