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Crítica | O Quarto dos Esquecidos – Um suspense fraco

Casas abandonadas sempre se mostraram um local propício para histórias de filmes de terror e já foram apresentados das mais diversas formas no cinema americano. Na produção que estréia essa semana “O Quarto dos Esquecidos” mostra que casas mal-assombradas continuam em alta no gênero de terror.

Ao assistir a esse suspense disfarçado de terror ficava pensando a todo o momento “acho que já vi isso em algum lugar”. Essa é a impressão que o telespectador terá ao assistir ao novo filme de D. J. Caruso, diretor que assinou produções como Paranóia e Controle Absoluto e com roteiro do ator Wentworth Miller o Michael Scofield de Prison Break.

Na trama Dana (Kate Beckinsale) e seu marido David (Mel Raido) junto com seu filho Lucas se mudam da cidade grande. A família passa por um processo de luto e decidem por  comprar uma mansão em um lugar mais afastado. A nova residência está abandonada, Dana é arquiteta e começa a estudar o que vai fazer para reformá-la. Ela acaba por encontrar um quarto que não está na planta original. Dana então começa a procurar maneiras de entrar no quarto, enquanto isso o diretor tenta nos pregar sustos peças a todo momento ao telespectador.

Mel Raido que faz o papel do marido de Dana não tem muito destaque no filme. Todas as câmeras estão voltadas para a personagem de Kate Beckinsale, por sinal, uma atriz mal aproveitada no cinema atual, as vezes pega bons papéis outras vezes faz filmes ruins como o caso de “Terror na Antártida”. E sua personagem nesse novo longa de D. J. Caruso é um outro caso de papel fraco. Dana é uma mulher séria, insonsa e sem brilho.

Você não sabe se o que ela está vivenciando é real ou se é algo que ela apenas imagina. É esse excesso de mistério e de tentar confundir o telespectador que deixa o filme fraco e acaba por diminuir seu suspense. Filmes com muito mistério acabam por gerar uma grande expectativa e se o que foi definido para surpreender no final não for à altura dos mistérios apresentados durante o filme acaba por deixar a história estranha. É isso o que acontece com Quarto dos Esquecidos. O final é bom, mas muito do seu suspense apresentado poderia ter sido apresentado de outra forma.

Como disse acima temos a impressão de que já assistimos a história que Caruso nos apresenta. Parece uma mescla de vários outros filmes atuais de terror. Um filme comum e que tenta te causar sustinhos com jogadas rápidas de câmera, vultos, rangidos e um mistério a ser decifrado pela personagem principal.

A casa é usada como um personagem, e poderia também ter sido mais bem aproveitada no desenrolar da história. Filmes Como “Mulher de Preto” e “Colina Escarlate” trabalharam melhor esse conceito de casa mal-assombrada.

Dois pontos positivos dessa produção é a trilha sonora que acompanha a personagem em seus momentos de suspense e o final apresentando o que realmente tem no quarto. Foi original e surpreendente, mas que tira todo o ar de suspense do filme e nisso o diretor tem culpa. O Quarto dos Esquecidos não é um filme esquecível, mas talvez dispensável em meio ao lançamento de tantas outras produções do gênero.

O Quarto dos Esquecidos (The Disappointments Room – UK, 2019)

Direção: D.J. Caruso
Roteiro: D.J. Caruso, Wentworth Miller
Elenco: Kate Beckinsale, Mel Raido, Duncan Joiner, Lucas Till, Michaela Conlin, Michael Landes
Gênero: Drama, Horror, Thriller
Duração: 95 min.

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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