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Crítica | Parasita - Um filme profundo em suas reflexões

Gabriel Danius Gabriel Danius
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•30 de outubro de 2019•6 Minutes

Bong Joon-ho é um dos grandes expoentes do cinema sul-coreano. É dele longas premiados e que se tornaram sucesso de público e crítica, como Mother – A Busca Pela Verdade (2009) e o terror O Hospedeiro (2006). Seus filmes têm sua marca pessoal, em que trabalha várias questões sociais no enredo e geralmente com reviravoltas fantásticas e impactantes que deixam o telespectador embasbacado com o que é mostrado.

Em Parasita não poderia ser diferente e o cineasta faz uma de suas mais belas obras. Com eficácia e grande aprofundamento apresenta um lado da Coréia do Sul pouco mostrado em produções audiovisuais. O diretor começa nos mostrando a família Kim, que vive na pobreza, sem emprego e fazem bico organizando caixas de pizza para conseguir alguns trocados, e depois o filme nos mostra os Park, uma família rica na qual Ki-woo (Woo-sik Choi), da família dos Kim, vai dar aulas de inglês para a filha da família rica Da-hye (Ji-so Jung).

O roteiro apresenta em seu tempo o cotidiano de cada família, seus costumes, suas rotinas, e o principal: o modo de vida de cada uma. É aí que vem o principal embate do longa, em expor a Coréia do Sul que os turistas não conhecem, com uma questão de divisão de classes sociais focando nos dois lados. Os Kim vivem em uma pequena casa, amontoados, como se fossem insetos, ou parasitas, o mesmo não pode se dizer dos Park, que vivem bem e com uma casa tão grande que nem sabem que nela reside um compartimento secreto. A ideia é bem clara, a de apresentar como existem pessoas muito ricas e outras muito pobres no país.

Mas o filme vai além, questiona, de maneira simbólica, quem de fato é o parasita da história. Por um lado os Kim acabam por pegar os empregos de funcionários que viviam na casa rica, se tornando eles parasitas da família de classe alta e assim os sugando, não apenas financeiramente, mas de maneira de os enganar para ter uma vida bem sucedida. Os Parks pode se dizer o mesmo, já que ambos são apresentados também como parasitas sociais, mas no sentido econômico. O próprio pai da família Park é uma pessoa que tem aversão a pobres e se mostra uma pessoa, em alguns momentos, que não se importa muito com os empregados.

Obviamente que a ideia é discutir as relações sociais de patrão com empregados, e também de querer dialogar com a questão de se viver sem expectativa de um futuro, tendo que ser obrigado a trabalhar por qualquer serviço que apareça. Os dois lados são debatidos, e há uma crítica por parte do diretor em apresentar estas duas vias de relações humanas e tentar refletir esse sentimento de pertencimento e de desejo por parte dos Kim.

Mesmo com toda essa questão apresentada no filme, de forma simbólica, Bong Joon-ho não esquece que está fazendo um thriller e vai colocando elementos que vão encaminhando para um final trágico e arrasador, típico do cinema sul-coreano. Os thrilers de sucesso do país asiático, geralmente, conseguem dar reviravoltas surpreendentes e por vezes chocantes, e em Parasita não é diferente ao colocar um fator extremamente impactante e que faz girar a história até o seu final espetacular e cruel.

Algumas pessoas irão dizer que o filme é parado, mas isso não é verdade. Seu ritmo é lento e isso é proposital, para trabalhar todas as questões tratadas e as desenvolver, e ainda mais para tratar das relações entre pobres e ricos e os desejos de querer pertencer a uma classe social por parte dos Kim. Aquela cena final, do garoto imaginando um futuro melhor, aquilo define o filme e é uma cena atraente por mostrar o ponto de vista de uma criança em imaginar como seria sua vida se fosse rico. Aquilo resume a produção e sua mensagem. É uma explicação que não é necessária já que aquilo era bastante implícito, mas que serve para dar uma boa finalizada para a trama.

Parasita é um filme poderoso em que muitos ficarão pregados em acompanhar sua narrativa. É uma das grandes obras sociais já produzidas pelo cinema sul-coreano, e um grande thriller que empolga com seu desfecho. Bong Joon-ho já havia feito algo parecido em Expresso do Amanhã em que trabalhou várias questões pertinentes para a sociedade. Parasita é uma ficção que beira a realidade, e isso é que o torna mais assustador, saber que isso é algo muito parecido com o que ocorre em algumas famílias.

Esse filme foi assistido na 43ª Mostra Internacional de São Paulo

Parasita (Gisaengchung, Coreia do Sul, 2019)

Direção: Joon-ho Bong
Roteiro: Joon-ho Bong, Jin Won Han
Elenco: Kang-ho Song, Yeo-jeong Jo, So-dam Park,Woo-sik Choi, Sun-kyun Lee, Seo-joon Park, Ji-so Jung, Hye-jin Jang
Gênero: Comédia, Drama, Thriller
Duração: 132 min.

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Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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2 Comments
Eripyle
24 de fevereiro de 2020

Filme Parasita:No final do filme o rapaz da família pobre desce ao porão(banker)com a pedra na mão com qual objetivo?Qual era o plano dele?.Outra dúvida,a família pobre não temia o rapaz rico(que deu a pedra no inicio do filme)revelar que todos eram da mesma família?

Lista de melhores de 2019 de Barack Obama tem Watchmen e O Irlandês – CineArte
30 de dezembro de 2019

[…] Twitter tem produções das mais diversas e que são muito queridas entre público e crítica, como Parasita, História de um Casamento, O Irlandês e Ford Vs […]

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