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Crítica | Pedro Osmar, Prá Liberdade que se Conquista

Redação Bastidores Redação Bastidores
In Catálogo, Cinema, Críticas•17 de março de 2017•5 Minutes

A arte não trata do exclusivamente imaginário, mas do real através da imaginação. Cabe ao saber pessoal suplantar essa insuficiência crônica da criatividade. Abordando arte e política de maneira semelhante, o documentário encontra ressonância adequada na figura de Pedro Osmar, mas, apesar da curta duração, se depara com a redundância e certa acriticidade no senso artístico comum. Primeiramente, porque Pedro Osmar não produz um discurso de massa, suas produções multimídia seguem vieses experimentais, preparando bem o terreno para a proposta de análise do filme. Em compensação, o filme trabalha com algumas concessões – mínimas se comparadas com um primo de gênero como Cinema Novo, de Eryk Rocha.

Pedro Osmar emprega um olhar poético e analítico para suas imagens, na nostalgia colorida dos 8mm, no vídeo, no digital, aproveitando bem a materialidade de cada meio. Os arquivos pessoais são seguidos entrevistas, shows, ensaios-performances. O documentário chega a incluir material filmado pelo próprio Pedro Osmar, gravado recentemente, confidenciando para a câmera seus desejos artísticos. Se os materiais mais antigos são capazes de evidenciar uma eficiente geografia do artista Pedro Osmar – muitas vezes recontextualizando algumas cenas (protestos do movimento Diretas Já!, especialmente) e permitindo uma revisão contemporâneo –, os mais recentes parecem, porém, deslocados. Visto que é a música de Osmar que o define, que monta o Corpo do artista, pouco vale, para além de uma quebra de fruição, atentar para os grossos e grisalhos pelos da barba do cantor paraibano. Uma confirmação da sua atualidade ou os discursos engessados são uma concessão à parte?

Em contraponto, o foco não-convencional, pouco histórico, no sentido de traçar a carreira do artista, é levado até o fim. Quando surge uma entrevista, por exemplo, uma fala mais objetiva, todo o material anterior é enriquecido. E os diretores Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques foram sábios em confiar nas imagens raras que conseguiram, mesmo danificadas. A poesia do paraibano aparece transcrita na tela enquanto o áudio está picotado e incompreensível. Momentos depois, comparamos a letra de Osmar enquanto ele redige uma de suas letras.

A música tem efeito fundamental e complementar, porque coloca as imagens em perspectiva. Sejam filmagens, fotos ou animações feitas com colagens, quem dita a montagem é a música. Nesse sentido, aliada a edição precisa, o ritmo constante do filme é um dos seus maiores méritos. Entretanto, se espera por uma excrescência nessa análise do relevo artístico de Pedro Osmar. Entretanto, não há um momento em que o espectador encontra um pico, o resultado de uma curva climática, apenas um calor final, movido pela própria energia do artista e pela reafirmação dos seus ideais.

Ao menos, como um todo, o documentário não se ocupa de bajular o músico desnecessariamente. Cinema Novo, por exemplo, não conhecia o seu público, nem era crítico ou apresentava inovações suficientes para se justificar fora de um quadro onde a cinefilia restrita. Eryk Rocha optou por repetir a exaustão o nome de todos os cineastas que apareciam na tela, era didático demais para encontrar criatividade na colagem dos filmes da época. Pedro Osmar, ao contrário, relega as referências para os créditos, não se preocupa em identificar os faltantes imediatamente, nem inserir elementos extra-fílmicos de suporte. Importa, durante todos os seus setenta minutos de duração, a Palavra do artista. Tanto que o maior contato que há no campo de inspirações, intenções, afirmação política se dá numa entrevista, em que são citados nomes como Hermeto Pascoal, Phillip Glass, Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos.

Em linhas gerais, Pedro Osmar, Prá Liberdade que se Conquista é consciente de que não vai atingir um público grande, nem um muito diferente daquele que já povoou os shows do artista. Logo, faz com suas limitações uma homenagem, tropeçando no sentido mais volátil que a expressão pode assumir, mas chegando ao fim com a impressão de uma criação espontânea.

Pedro Osmar, Prá Liberdade que se Conquista (idem, Brasil)
Direção: Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques
Gênero: Documentário
Duração: 76 min.

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