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Crítica | Piratas do Caribe: No Fim do Mundo

Lucas Nascimento Lucas Nascimento
In Catálogo, Cinema, Críticas•20 de maio de 2017•12 Minutes

Em um intervalo de meros 4 anos, Piratas do Caribe havia se tornado uma das maiores franquias de Hollywood, e poucos poderiam ser capazes de prever que seu mais recente capítulo até então atrairia tanta antecipação e expectativa. Com o bilhão de dólares conquistado por Piratas do Caribe: O Baú da Morte e o gancho letal que sua conclusão em aberto deixava, Piratas do Caribe: No Fim do Mundo definitivamente não tinha o melhor leque de cartas para sua estreia no verão de 2007, dada toda a pressão do público e do estúdio.

Assim, visando entregar algo digno da promessa do antecessor e ainda superar a escala grandiosa e época do mesmo com algo ainda mais esmagador, não é de se espantar que o terceiro Piratas tenha tido um resultado irregular se comparado aos primeiros. Porém, ainda é um filme cheio de qualidades e ideias ousadas, as quais o tempo ainda custa a lhes oferecer justiça.

Com o Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) e o Pérola Negra engolidos pelo Kraken e levados ao mítico Domínio de Davy Jones, a tripulação liderada por Will (Orlando Bloom), Elizabeth (Keira Knightley), um ressuscitado Barbossa (Geoffrey Rush) e a enigmática Tia Dalma (Naomie Harris) armam uma expedição para ir além dos confins da Terra e encontrar o plano astral onde Jack encontra-se preso, em uma forma de literalmente trazê-lo de volta do mundo dos mortos. Paralelamente, o implacável Cuttler Beckett (Tom Hollander) agora está de posse do coração de Davy Jones (Bill Nighy) e usa de sua influência e poder para seguir a cruzada da Companhia das Índias Orientais contra todos os piratas, visando erradicá-los de uma vez por todas.

É uma plot muito mais densa e complexa, cortesia dos roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio, que retornam novamente para encerrar a – primeira – trilogia de Piratas. Dada sua densidade e longa duração (o filme encosta nas 3 horas de projeção), é bem possível separar os acontecimentos de No Fim do Mundo em blocos separados, com o resgate de Jack assumindo o primeiro ato, a batalha final entre os piratas e a Cia. das Índias Orientais no clímax e toda a bagunça redundante que toma conta do inchado segundo ato. O grande problema é essa necessidade de grandiloquência, algo que certamente é atingido pela escala visual do projeto, mas que é prejudicado no texto e progressão da história.

Homens Mortos Não Contam Histórias

A missão para resgatar Jack talvez seja o ponto alto de toda a projeção, onde vemos a espantosa imaginação da dupla de roteiristas e a criatividade de Verbinski e toda sua impecável equipe em executá-las, sempre procurando trazer elementos e ideias inovadoras à franquia. Isso já é visto na excelente cena de abertura, onde um grupo de piratas prestes a ser enforcado começa a cantar uma cantiga melancólica, em uma espécie de ode à Os Miseráveis – só que muito mais interessante, diga-se de passagem – e oferecer a atmosfera perfeita para o perigo de extinção dos piratas, que tem seus sapatos e chapéus removidos de seus cadáveres e empilhados e montes similares aos do Holocausto.

Então, somos apresentados ao núcleo de Cingapura, onde os protagonistas precisam encontrar um antigo conhecido de Jack, o Capitão Sao Feng (Chow Yun-Fat) e recuperar um mapa que os levará até os Domínios de Jones. São elementos inéditos e que expandem o universo da franquia de forma empolgante, seja no design de produção que incorpora a arquitetura chinesa à estética suja e misteriosa dos Piratas quanto pela caracterização sempre certeira. E só a introdução de Sao Feng, em uma virada de braços abertos enquanto sua silhueta é engolida pela névoa de uma sauna, já é o bastante para que seu personagem pareça mais interessante e fascinante do que de fato se revela. É aquela famosa ponta de luxo, e Yun-Fat claramente se diverte ao encarnar essa figura amendrotadora de rosto cortado e unhas animalescas.

Então, temos um literal mergulho no sobrenatural quando os piratas conseguem um navio para levá-los nessa jornada ao além. Vamos de belíssimas imagens que captam oceanos congelantes na Islândia até uma aparentemente infinita catarata, onde os personagens literalmente “morrem” para chegar a essa espécie de purgatório do pirata molusco, e  a antecipação criada pela tensão de Verbinski e a trilha de Hans Zimmer são fascinantes. Tudo fica mais louco quando enfim encontramos Jack Sparrow, preso em um delírio quase perturbador onde o vemos interagindo com múltiplas versões de si mesmo, chegando até mesmo a sugerir zoofilia com uma cabra. São imagens dignas de um Inferno, mas tocadas para um funcional alívio cômico, e Verbinski merece créditos por experimentar algo tão estranho e surrealista em um blockbuster dessa escala, assim como a divertida entrega de Depp ao criar diferentes facetas de Sparrow e pelo diretor de fotografia Dariusz Wolski por seu uso de uma luz ensolarada e castigadora para o solitário deserto dos Domínios.

Com Jack de volta ao mundo dos vivos, No Fim do Mundo enfrenta sua porção mais penosa e desagradável: praticamente tudo até a batalha final. Na tentativa de oferecer uma trama imprevisível e complexa, Elliott e Rossio passam a brincar com a lealdade e o jogo de traições de seus personagens, particularmente com a figura de Will Turner. Obcecado em libertar seu pai Bootstrap (Stellan Skarsgard) do Holandês Voador de Davy Jones, Will mais de uma vez faz acordos e propostas com Beckett, e diversas vezes trai o grupo de Jack e até coloca suas reais intenções em uma séria dúvida diante do espectador. Fica ainda mais maçante quando somos apresentados à Ordem dos Lordes Piratas, uma espécie de “código” que supostamente coloca ladrões e trapaceiros sob uma hierarquia incompreensível, ainda que seja mais uma desculpa para apresentar mais figuras excêntricas e diferentes deste universo.

Porém, a pior coisa que este terceiro capítulo faz é enfiar uma deusa mitológica goela abaixo: Calipso. Ainda que os roteiristas tenham acertado em introduzir pistas e sugestões com a personagem de Tia Dalma no anterior, inclusive de sua relação com Davy Jones, todo o conceito de seus poderes e habilidades é algo simplesmente incoerente e ruim, fugindo demais do tipo de sobrenaturalidade que a saga vinha apresentando até então – e juro que ver uma Naomie Harris ficando gigante enquanto os piratas tentam amarrá-la com cordas é uma das cenas mais ridículas e vergonhosas que já vi numa tela de cinema. Sem falar que Calipso é praticamente irrelevante no quadro geral, servindo apenas para enrolar a plot descartável dos lordes piratas, além de preparar o palco para o clímax.

Fúria de Titãs

Finalmente, chegamos a uma das melhores cenas de toda a saga, e também a responsável por impedir o espectador de literalmente cair do sono após o decepcionante miolo da produção. Graças a um fantástico trabalho de direção, fotografia e efeitos visuais que permanecem tão perfeitos quanto há uma década atrás, temos um milagre de cena com a batalha no redemoinho, quando o Pérola Negra enfrenta o Holandês Voador em meio a uma sombria tempestade, com chuva, ondas e – obviamente – um redemoinho que faz ambos os navios girarem constantemente, enquanto seus tripulantes piratas, soldados e criaturas marinhas se enfrentam em duelos isolados. Há espaço para Will e Elizabeth se casarem em meio à carnificina, alívios cômicos com personagens menores e um embate dinâmico entre Jack e Davy Jones no Ninho do Corvo dos navios. Fica um pouco exagerado devido ao overacting cartunesco de Bill Nighy e pelo fato de Sparrow transformar-se no Homem-Aranha ao balançar-se pelos cipós de ambos os navios, mas não tira o brilho dessa fantástica sequência.

O senso de conclusão da batalha também é algo muito satisfatório, especialmente pela forma como Elliott e Rossio evoluem os elementos de O Baú da Morte, oferecendo a cruel ironia de que o responsável por apunhalar o coração de Jones também estaria fadado a assumir seu posto e cuidar das almas penadas largadas pelos Sete Mares. Isso oferece uma saída plausível e até poética para alguns dos personagens, e o texto ao menos tem o cuidado de amarrar todas as pontas soltas ao mesmo tempo em que deixa as portas abertas a fim de possibilitar continuações – como pudemos observar com os dois novos filmes, obviamente.

Perdido em sua própria ambição, Piratas do Caribe: No Fim do Mundo é uma despedida marcante de Gore Verbinski da franquia, que beneficia-se de um visual espetacular e uma escala épica que poucas franquias dos anos 2000 foram capazes de almejar, assim como sua coragem em experimentar conceitos e ideias que não encontramos hoje com muita facilidade. Porém, em sua trama que varia do confuso e cansativa para o tedioso e brega, este que deveria ter sido o encerramento das aventuras de Jack Sparrow sofre um golpe pesado.

Mas confesso que é melhor do que eu lembrava.

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean: At World’s End, EUA – 2007)

Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott e Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Geoffrey Rush, Chow Yun-Fat, Bill Nighy, Naomie Harris, Jonathan Pryce, Stellan Skarsgard, Tom Hollander, Jack Davenport, Keith Richards, Kevin McNally, Lee Arenberg, Mackenzie Crook
Gênero: Aventura
Duração: 169 min

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Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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