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Crítica | Star Wars Battlefront

Aviso: Este game foi testado no console PS4

Star Wars Battlefront é um game de tiro em primeira ou terceira pessoa, que se passa no popular universo da saga originada por George Lucas em 1977. As duas primeiras entradas na série Battlefront foram lançadas para computador, Xbox 360 e PS2, sendo que a terceira entrada da franquia, mesmo com certo progresso no desenvolvimento, foi cancelada quando ainda estava em desenvolvimento.

No entanto, alguns anos depois, mais precisamente em 2013 durante a E3, é anunciado o reboot da série de games para os consoles da nova geração. Com desenvolvimento pela DICE e Eletronic Arts os fãs tiveram sua esperança reavivada.

E com bons motivos. DICE e EA são as mesmas desenvolvedoras dos recentes jogos da franquia Battlefield incluindo o excelente Battlefield 4. Sua mecânica aplicada ao universo fantástico de Star Wars era a combinação perfeita, afinal, quem não quer controlar um AT ST pelo meio da neve ou voar uma nave de combate numa guerra fora do planeta?

Gráficos

A primeira coisa que notamos ao jogar é a proeza digital. Os cenários de combate, as naves, o céu e os personagens são belamente criados e modelados. Os reflexos na arma e no capacete, as luzes entrando pelas folhas das árvores e a textura de modo geral é excelente. Percebe-se o investimento do estúdio na construção deste universo, que agrega bastante à experiência do game. Os poucos planetas que nos são oferecidos estão, pelo menos, altamente caprichados. A EA não mediu esforços para colocar seu produto com os melhores gráficos desta geração, entregando um visual soberbo.

Gameplay

O gameplay é animador o suficiente para uma tarde divertida no modo multiplayer, no entanto, existem retrocessos no que diz respeito às outras entradas na franquia. Comparando ao seu antecessor, por exemplo, tínhamos a opção de buscar veículos estacionados para os pilotar em meio ao combate. E isso é importante, pois como se trata de Star Wars, a maior empolgação se encontra justamente em utilizar os veículos do cinema e ver os mesmos se comportando no jogo como vimos nas telas. É uma pena que a DICE tenha decidido restringir essas possibilidades à motos, deixando o acesso aos veículos interessantes somente por meio de pontuação, como um bônus, ou um ícone escondido no mapa. Se você morrer dentro de um desses equipamento, por exemplo, você volta ao seu local de origem e precisa novamente atingir a quantidade de pontos necessária para desbloquear o item. Esqueça, portanto, a estratégia de se infiltrar em uma base inimiga para roubar um maquinário específico e alterar as balanças do embate. Aqui, o foco é no combate de tiro, mais como um Destiny do que Battlefield.

Em compensação, os comandos são bem responsivos e as armas que seu personagem carrega são facilmente manuseadas. Com pouco treino você não terá dificuldades em realizar diversos movimentos e trocas de armas.

Multiplayer

O modo multiplayer é o grande enfoque deste game, com diversas opções para jogo online e local (o famoso splitscreen). Os combates funcionam bem e não tive dificuldade para achar salas. Existem ainda diversas modalidade de jogo, como a inédita batalha entre naves em plano terrestre e não no espaço. Outra novidade são os objetivos fluídos, que surgem durante o jogo e garantem pontuação extra para a equipe caso você ganhe (ou pontos para a equipe adversária caso você perca). De um modo geral, os embates são rápidos e de alta energia, priorizando velocidade e agilidade. O único problema deste modo é a baixa diversidade de planetas jogáveis.

Singleplayer

E chegamos ao ponto onde o jogo sofreu maiores críticas; remoção do modo história. Uma das grandes diversões de Battlefront 2 e 1, era escolher um lado na guerra intergaláctica e acompanhar os principais eventos do cinema pela perspectiva de um soldado. Existiam cutscenes, participações de personagens dos filmes, menções a eventos e uma conclusão com um final alternativo dos filmes caso você optasse por jogar pelo Império. Havia também, para os jogadores que finalizassem a campanha, o modo de Conquista Galáctica, onde você escolhia um período da história espacial, um lado da guerra e ia conquistando planetas. Em Star Wars: Battlefront, todas estas opções foram removidas, focando pesadamente no modo Multiplayer. Como um fã dessa série de games, eu considero uma grande perda para a experiência do jogo. O modo história nos insere mais ainda dentro do lore do game, nos permitindo testar tipos de jogo e itens que no modo multiplayer acabamos não tendo oportunidade. A não existência dessa opção é um grande desapontamento. Para jogos solo, portanto, sobram cinco missões de tutorial e dois mapas para jogar com inteligência artificial. Uma pena.

Conclusão

Star Wars: Battlefront é um jogo cercado por grandes expectativas mas que infelizmente não consegue entregar a principal delas: uma experiência cinemática no universo de Star Wars. Com gráficos exuberantes, um multiplayer divertido e jogabilidade acessível, Battlefront peca no modo história. Onde a expectativa era uma evolução, o entregue foi um retrocesso. A EA e a DICE possuem em mãos uma grande oportunidade caso decidam recolocar estes elementos na sequência que deve ser lançada em 2017. Vamos torcer para que façam uso desta oportunidade.

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Publicado por Lucas Voltolini

Eu escrevo sobre filmes, jogos e dou uns pitacos sobre a indústria do entretenimento sempre que posso

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