Não é uma tarefa fácil seguir O Império Contra-Ataca, ainda que o filme abrisse um leque de possibilidades bem interessante para futuras continuações. Mas, mesmo que empalideça diante do capítulo superior e traga um trabalho de direção que não chega aos pés, Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi é uma conclusão que não deixa a desejar em nenhum aspecto.
A trama começa 4 anos após a vitória do Império sobre a Aliança no filme anterior, com Darth Vader (voz de James Earl Jones, corpo de David Prowse e rosto de Sebastian Shaw) e o Imperador (Ian McDiarmid) acelerando a construção de uma segunda Estrela da Morte, visando uma estação bélica ainda mais letal do que a primeira. Enquanto isso, Luke Skywalker (Mark Hamill) está cada vez mais confortável com suas habilidades Jedi, e arma um plano com os companheiros Leia (Carrie Fisher), Lando Calrissian (Billy Dee Williams), Chewbacca (Peter Mayhew) e os droides C-3PO (Anthony Daniels) e R2-D2 (Kenny Baker) para resgatar Han Solo (Harrison Ford) do asqueroso Jabba, o Hut.
Dos filmes da trilogia original, O Retorno de Jedi é certamente o mais agitado. A missão para resgatar Han Solo rende uma espetacular cena de ação no poço da planta carnívora Sarlacc, temos uma perseguição em alta velocidade com speeders pela floresta (que, de tão intensa, dispensa até mesmo a música de John Williams), batalhas florestais, duelos de sabres de luz e mais uma corrida espacial pelas trincheiras da Estrela da Morte, que novamente exige o máximo dos especialistas em miniaturas e efeitos visuais. O diretor Richard Marquand comanda bem as ditas sequências, e explora com eficiência os rumos tomados pelo roteiro de Lawrence Kasdan e George Lucas – ainda que exista o rumor de que Lucas teria dirigido muitas das cenas de ação ao testemunhar a suposta “ineficiência” de Marquand.
O grande destaque, e que sempre me chamou a atenção, desde a primeira vez que o assisti, é mesmo a relação de pai e filho entre Luke e Vader. Lembro de meu espanto e maravilhamento ao finalmente perceber quem era o Jedi que “retornava”, do título, o que rende um clímax intimista e poderoso, como se Luke lutasse para salvar a alma de seu pai do Lado Sombrio da Força, representado pelo sinistro Imperador. É aí que a trilogia dos prequels ganha mais força dentro da original, e a ordem cronológica traz seu charme (sempre achei muito melhor assistir aos episódios IV-VI antes dos I-III) ao nos oferecer um ciclo completo na jornada de Anakin Skywalker; que culmina no retorno de seu Jedi interior.
Querem saber o que não gosto no filme? Resumo em uma palavra: Ewoks. Se a trilogia dos prequels tem Jar Jar Binks, a original tem os “ursinhos carinhosos” da lua florestal de Endor.
Se dependesse de mim, não precisaríamos de um Episódio VII. Fico empolgado como qualquer fã, mas Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi da conta do recado e oferece um encerramento coeso e poético para a história de Darth Vader, impressionando pelo espetáculo, os personagens e todas as coisas únicas que só Star Wars é capaz de oferecer.
Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi (Star Wars: Episode VI – Return of the Jedi, EUA – 1983)
Direção: Irvin Kershner
Roteiro: Lawrence Kasdan e George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Anthony Daniels, Kenny Baker, Peter Mayhew, Billy Dee Williams, Frank Oz, David Prowse, James Earl Jones, Alec Guiness, Ian McDiarmid, Sebastian Shaw, Warwick Davis
Gênero: Aventura, Ficção Científica
Duração: 124 min
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