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O que o final de Multiverso da Loucura já promete para o futuro da Marvel?

Spoilers de Multiverso da Loucura abaixo.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura já estreou nos cinemas brasileiros e, felizmente, se trata de um grande retorno de Sam Raimi à direção cinematográfica após anos longe da cadeira de cineasta.

Mesmo se tratando mais como um filme para resolver todo o longo arco dramático de Wanda Maximoff estabelecido desde o final de Guerra Infinita, Multiverso da Loucura já estabelece o novo grande plano de Kevin Feige para mais uma década de filmes da Marvel. 

Se Vingadores trazia a revelação de Thanos como o grande vilão da Saga do Infinito, estamos testemunhando o mesmíssimo evento que vai culminar na Saga das Guerras Secretas.

Mas vamos por partes. O que raios significa a cena pós-créditos do filme? Pouco antes dela começar, o longa termina com Strange andando na rua e tendo seu “terceiro olho” revelado enquanto fica em choque, em pleno momento de horror. 

O terceiro olho é um “presente” do Darkhold, o livro maligno de feitiçaria que Wanda usa no filme inteiro e Strange também, no clímax.

A cena pós-créditos de Multiverso da Loucura

A única cena que realmente importa para a narrativa seguinte do MCU é a primeira. Nela, vemos o Strange habitual do universo 616, o principal do MCU do qual vimos todos os eventos acontecendo até agora, a variante que é a protagonista do filme.

Presume-se que passou um tempo significativo entre o final do filme para os eventos da cena pós-créditos. Com ela, Strange está normal, vivendo a sua vida tranquilamente enquanto passeia por Nova Iorque usando a sua capa como cachecol – primeira vez que isso é visto na franquia.

Então ele logo é abordado por Clea (Charlize Theron) que, em primeiro momento, parece ser uma ameaça. Mas ela logo avisa que as ações de Strange no conflito com Wanda acabou criando uma Incursão – o choque de dois universos que se eliminam mutuamente. 

Ela rasga a realidade com uma adaga e mostra um portal para a Dimensão Negra, residência de Dormammu, o inimigo de Strange no filme original de 2016. Determinado e dizendo não estar com medo, Strange abre o terceiro olho e demonstra que tem tudo sob controle, partindo com Cléa para prevenir essa Incursão das Terras 616 com a 868 (a que ele visita por um longo tempo com America Chavez). 

Quem é Clea?

Agora que Clea foi introduzida no MCU, temos mais um arco significativo à frente de Strange para o futuro. A personagem criada em 1964 é uma feiticeira e parte poderosa da Dimensão Negra por ser sobrinha de Dormammu.

Com o tempo, Clea se torna discípula, interesse amoroso, então esposa e, recentemente, a sucessora do Mago Supremo nos quadrinhos – Strange está oficialmente “morto” desde 2021. Então é bem possível que nas próximas aventuras, os personagens se aproximem e se apaixonem, completando o arco iniciado em Multiverso da Loucura com Strange se indagando “onde está a felicidade”. 

Obviamente, é bem provável que a felicidade dure pouco e ele acabe morrendo também, assim como nas HQs. 

O futuro do MCU após Multiverso da Loucura

No tapete vermelho da premiére do filme, o produtor chefe da Marvel Studios, Kevin Feige, afirmou que o filme ocorre logo após o final de Loki. Assim, sem o One Above All e a TVA sob controle para corrigir todos os desvios naturais entre o multiverso, as Incursões vão ocorrer à rodo, mas a que realmente interessa ao MCU é a que o filme aborda.

Como Wanda mata os Illuminati e muda significativamente toda a esfera de equilíbrio da Terra 868 e Strange usa o cadáver do Strange Defensor para deter a Feiticeira Escarlate estando em um outro universo que já é consumido por uma Incursão própria, a Terra 616 também entra em processo de ser destruída. 

O choque entre esses universos é a premissa para criar o arco das Guerras Secretas. Criada em 2015 por Jonathan Hickman, o evento megalomaníaco da Marvel surge para unificar os universos Ultimate com o Clássico em uma guerra enorme entre heróis e vilões lutando contra suas variantes para tentar salvar seus mundos – o que culmina no chamado Battleworld. 

Sabendo da aquisição da Fox, é nada menos que genial Feige aproveitar para resolver questões importantes sobre o universo dos Mutantes e do Quarteto Fantástico dentro do MCU ao mesmo tempo que aproveita para adaptar o maior evento dos quadrinhos da Marvel até hoje. 

Logo, o que vem por aí? Durante o desvio narrativo no qual Strange e America conhecem a Terra 868, diversas questões são lançadas, mas é possível presumir alguns detalhes pela presença chave de Charles Xavier. Ele não se trata do mesmo personagem visto no filme de 2000, mas sim do Xavier das animações de 1992. 

Assim, apesar do sumiço do personagem viajar pelo espaço no final da série clássica, podemos presumir que o universo animado de 1992 é onde a narrativa da Terra 868 se situa. Como a Marvel já confirmou a continuação da animação em uma nova temporada, veremos como Feige fará para explicar essa história e definir diversos personagens – incluindo todos os X-Men e seus parceiros, até mesmo o Homem-Aranha desse universo.

É bem possível que a Wanda desse universo, possuída pela Feiticeira Escarlate, seja realmente filha do Magneto, assim como nas HQs. Igualmente possível, pela presença do Raio Negro como integrante dos Illuminati, que a Marvel faça um retcon e jogue o universo da fracassada série como parte do universo 868.

Nas aventuras que vão definir o futuro do MCU, é importante se atentar a somente três das anunciadas até agora: a 2ª temporada de Loki, a continuação da série animada dos X-Men e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Após essas três obras, o caminho para Guerras Secretas fica mais claro, enquanto Kang é estabelecido como uma ameaça mais iminente do que a Incursão – afinal Clea e Strange devem atrasar essa colisão o máximo possível.

E os outros filmes e séries?

Pelo tom que estamos vendo ao longo das estreias dos seriados e, agora, possivelmente dos filmes, é perfeitamente plausível que se trata do começo de um adeus. Em Thor: Amor e Trovão, não será surpresa se vermos Chris Hemsworth se aposentando do personagem definitivamente ou por bons anos até o próximo filme dos Vingadores, estabelecendo a nova geração de personagens que acompanharão o público por mais uma década.

O mesmo deve acontecer com Guardiões da Galáxia Vol. 3 que trará o desfecho da formação original da equipe intergaláctica de James Gunn. Já com She-Hulk, é esperado o adeus de Mark Ruffalo como Hulk. Pouco a pouco, os atores mais caros do MCU começam a se despedir da plateia e eles merecem obras próprias, mais contidas para isso acontecer. 

Já em Multiverso da Loucura vemos o final trágico da Wanda que conhecemos em 2014 com A Era de Ultron. Pantera Negra: Wakanda Para Sempre também deve seguir o mesmo caminho, mas possivelmente traçando maior aprofundamento sobre os “Illuminati” da Terra 616.

Com The Marvels, se eu fosse apostar, o longa traria conexões iminentes com Invasão Secreta, minissérie ainda sem data de estreia para a Disney+ que trará um evento filler enquanto a Incursão não ocorre.

Dentro disso, há também outras problemáticas: resolver o universo dos X-Men de 2000 no qual Deadpool se encontra. Então, Deadpool 3 deve resolver essa questão, jogando os personagens já estabelecidos para a Terra 616, principal da Marvel, afinal podemos presumir que os X-Men do desenho de 92 vivam dentro do universo 868.

Por fim, há toda a questão do Quarteto Fantástico, afinal Reed Richards aparece em Multiverso da Loucura e acaba morto pela Feiticeira Escarlate. Agora, sem essa contraparte, o Quarteto Fantástico 868 está incompleto – inclusive é assumido que Sue Storm e os filhos Franklin e Valeria existem nesse universo. 

Então agora é preciso que a Marvel indique qual será a abordagem para realizar um Quarteto Fantástico também dentro do mundo 616 enquanto estabelece suas contrapartes do mundo paralelo. Além disso, veremos onde que esse universo do Homem-Aranha da Sony vai acabar dentro dessa história.

Há muito trabalho a ser feito e muitas boas histórias a serem contadas, pois sem a presença do Quarteto, é muito difícil fazer as Guerras Secretas acontecerem, principalmente pela presença de um dos maiores vilões do panteão da Marvel: o Dr. Destino.

Agora é preciso ter muita paciência. Não há mais dúvidas que Kevin Feige sabe muito bem o que está fazendo e que já tem boa parte do caminho planejado. Nessa guerra de multiversos, quem sairá vencedor são mesmo os fãs.

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Publicado por Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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