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Review | Final Fantasy VII Rebirth expande franquia para patamares inéditos

Review | Final Fantasy VII Rebirth expande franquia para patamares inéditos
Square Enix

“Final Fantasy VII Rebirth” chega trazendo uma verdadeira apoteose ao universo já grandioso estabelecido por sua predecessora, “Final Fantasy VII Remake“. Lançado em 2020, o remake já tinha elevado as expectativas ao anunciar que a revisitação da clássica saga de Cloud Strife e seus companheiros — Barret, Tifa e Aerith — seria dividida em três partes, marcando a primeira trilogia dentro do mesmo universo desde “Final Fantasy XIII”. Menos de quatro anos após o lançamento do primeiro jogo, a Square Enix nos presenteia com “Final Fantasy VII Rebirth”, que não só honra o legado do original mas o eleva a novas alturas, garantindo uma experiência fascinante tanto para novatos quanto para veteranos da série.

“Rebirth” retoma a história exatamente de onde “Remake” parou, seguindo Cloud e sua equipe logo após a impactante batalha final do jogo anterior. Com o setor sete de Midgard em ruínas e a ameaça de Sephiroth pairando livremente pelo mundo, o grupo determina que derrotar o vilão é agora sua prioridade máxima, colocando a Shinra em segundo plano. A jornada os leva por um vasto continente, libertando-os dos confinamentos de Midgar e introduzindo os jogadores a um mundo aberto de proporções épicas, um conceito que a Square Enix já vinha flertando desde “Final Fantasy XV”.

A liberdade de exploração e a apresentação narrativa de “Rebirth” são, sem dúvida, algumas das melhores da saga, complementadas por um “filmete” no menu que serve tanto para apresentar quanto para relembrar os eventos do jogo anterior. A história é acessível e envolvente, com os personagens frequentemente contextualizando eventos passados e expandindo suas próprias histórias de forma íntima e detalhada. A narrativa é desenvolvida de maneira cadenciada, permitindo que os jogadores se aprofundem nos arcos dramáticos dos personagens, com destaque para o rico backstory de Barret.

“Rebirth” introduz a mecânica de sinergia, permitindo que Cloud execute golpes poderosos em dupla com um parceiro de equipe, alterando significativamente a dinâmica das batalhas. A relação entre Cloud e seus companheiros, rica em contrastes, proporciona momentos de comédia e drama bem dosados através de diálogos afiados.

O jogo ainda preserva o humor e as situações absurdas do original, jogando o grupo em aventuras inusitadas e divertidas. As missões secundárias são um destaque, oferecendo narrativas peculiares e personagens cativantes. A apresentação dos antagonistas, incluindo a Shinra e Sephiroth, é aprofundada, mas o foco permanece na construção de personalidades ricas para o círculo íntimo de Cloud.

Review | Final Fantasy VII Rebirth expande franquia para patamares inéditos
Square Enix

“Final Fantasy VII Rebirth” é uma obra-prima que equilibra perfeitamente ação, narrativa e exploração, garantindo seu lugar como um dos pontos altos não apenas da franquia, mas do gênero como um todo. Com uma execução quase sem falhas, o jogo prepara o cenário para uma conclusão épica da trilogia, deixando os jogadores ansiosos pelo que está por vir.

“Final Fantasy VII Rebirth” promete uma experiência de mundo aberto sem precedentes, mas não sem seus percalços. A transição para um cenário de exploração vasta e atividades diversificadas revela falhas na execução visual do jogo, que, apesar de deslumbrante em momentos de foco narrativo, padece de inconsistências gráficas em gameplay aberto. Desenvolvido na Unreal Engine 4, o título sofre com texturas de baixa qualidade, que em determinados momentos remetem até a gerações passadas de consoles, um contraste marcante com a beleza estonteante de suas cinemáticas.

Este descompasso visual se manifesta particularmente na resolução e nitidez durante a exploração, com texturas borradas que afetam desde elementos naturais até construções, possivelmente um sacrifício para manter a fluidez no PlayStation 5. A escolha entre modos de fidelidade e performance traz consigo um compromisso entre resolução e fluidez, sendo o modo de performance propenso a agravar a perda de qualidade visual.

Contudo, “Rebirth” se redime com um design de produção espetacular, apresentando cidades e cenários que exploram uma paleta de cores vibrante, distante dos tons opressivos de Midgar. A densidade e diversidade de atividades, NPCs, e a riqueza dos ambientes são pontos altos, conferindo ao jogo uma vitalidade que remete à riqueza de conteúdo encontrada em títulos como a série Yakuza.

A variedade de mini jogos e atividades secundárias enriquece a experiência, desde corridas de chocobo até lutas em arenas, oferecendo uma quantidade substancial de conteúdo paralelo à narrativa principal. A exploração do mapa é intuitiva e recompensadora, com sistemas de descoberta que incentivam a curiosidade do jogador sem sobrecarregá-lo com informações, um equilíbrio bem-vindo em contraste com a abordagem frequentemente saturada de outros títulos de mundo aberto.

Apesar desses aspectos positivos, “Rebirth” enfrenta problemas na exploração vertical e na interação com a vegetação, elementos que revelam limitações técnicas e reduzem a imersão. Essas falhas, contudo, não ofuscam completamente o brilho do jogo, que se destaca por sua ambição e pela expansão do universo de “Final Fantasy VII”.

Em resumo, “Final Fantasy VII Rebirth” é uma jornada ambiciosa que, apesar de seus defeitos visuais, captura a essência da franquia com uma riqueza de conteúdo e uma profundidade narrativa que prometem manter os jogadores engajados. Resta esperar por ajustes futuros que possam refinar a experiência, principalmente na versão de PlayStation 5, e pela versão de PC, que potencialmente explorará as capacidades de hardware mais avançadas para entregar uma execução visual à altura das expectativas.

Review | Final Fantasy VII Rebirth expande franquia para patamares inéditos
Square Enix

A Square Enix alcançou um marco significativo com o lançamento de “Final Fantasy VII Rebirth”, revitalizando o amado clássico de 1997 e introduzindo um mundo aberto que redefine a experiência da série. A transição para um ambiente de jogo vasto e explorável marca uma evolução notável, apesar dos desafios visuais que acompanham essa expansão.

No entanto, “Rebirth” compensa essas falhas visuais com um mundo riquíssimo em detalhes e atividades, evocando comparações com “Ghost of Tsushima” pela forma como incentiva a exploração através do ambiente. A diversidade de mini jogos e tarefas secundárias adiciona camadas de profundidade à experiência, tornando cada canto do mundo de “Rebirth” digno de exploração.

O sistema de combate é onde “Final Fantasy VII Rebirth” realmente brilha, aprimorando a fundação estabelecida pelo “Remake” e oferecendo uma sinergia entre ação em tempo real e estratégia táctica. As barras de BTA permanecem e a variedade nas habilidades e estilos de luta dos personagens promovem um combate que é ao mesmo tempo emocionante e cerebral. Embora a incapacidade de pular represente uma limitação, especialmente em confrontos com inimigos aéreos, o sistema de combate de “Rebirth” destaca-se pela sua inovação e pela emoção que proporciona.

Além de renovar a jogabilidade, “Final Fantasy VII Rebirth” mergulha mais fundo na narrativa e no desenvolvimento dos personagens que já eram icônicos. Expandindo significativamente suas histórias, o jogo oferece uma nova visão sobre os dilemas e as motivações de Cloud e seus companheiros, bem como dos antagonistas.

Com mais de 70 horas de conteúdo de alta qualidade, “Final Fantasy VII Rebirth” justifica seu preço, apresentando-se como uma compra essencial para fãs do gênero. A Square Enix estabeleceu um novo padrão de excelência para a série, criando uma obra que não só honra o legado do original mas também promete uma conclusão épica para a trilogia.

O desafio agora é superar as expectativas elevadas com o próximo título, previsto para 2028, e concluir a saga de Cloud de forma memorável. O sucesso de “Rebirth” é um testemunho do talento e da dedicação da equipe da Square Enix, que conseguiu revigorar “Final Fantasy VII” para uma nova geração.

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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