Crítica | O Justiceiro - 1ª Temporada

Crítica | O Justiceiro - 1ª Temporada

Depois de cinco séries preparando o terreno para a grande reunião dos Defensores, a colaboração da Marvel com a Netflix começa a expandir seus horizontes. Com novas temporadas atualmente em desenvolvimento para Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e até mesmo a criticada Punho de Ferro, o serviço de streaming agora aposta na primeira série que não estava no planejamento oficial: O Justiceiro. Tendo sido um dos grandes destaques na segunda temporada de Demolidor, o vigilante Frank Castle ganhou uma encomenda de 13 episódios para uma aventura solo, trazendo de volta Jon Bernthal para dar vida a este personagem tão querido pelos fãs - que não protagoniza sua própria história desde as fracassadas versões para o cinema, com Dolph Lundgren em 1989, Thomas Jane em 2004 e Ray Stevenson em 2008, com Zona de Guerra. Porém, O Justiceiro acaba vítima de praticamente todos os males que afetaram as produções anteriores dessa linha da Marvel no Netflix: redundância.

A trama começa com Frank seguindo sua missão ao final da segunda temporada de Demolidor, com o vigilante usando a identidade do Justiceiro para rastrear e exterminar o restante da gangue de motoqueiros e máfia italiana responsáveis pela morte de sua família. Com a missão completa, Frank abandona a caveira no peito e se esconde por 6 meses, vivendo em Nova York sob um pseudônimo e levando todos a acreditarem em sua morte. Mas quando um ex-analista da NSA, David Lieberman (Ebon Moss-Bachrach) aparece com evidência incriminadora sobre uma missão oculta envolvendo sua antiga divisão do exército, Frank é forçado a voltar à ativa e entender a conspiração por trás da dita missão, e como isso pode ter influenciado o assassinato de sua família.

Sendo bem sincero, e falando como alguém com pouco conhecimento dos quadrinhos, nunca vi tanto potencial na figura do Justiceiro. Sua introdução na série do Demônio de Hell's Kitchen foi perfeita, justamente pelo personagem agir como codajuvante naquele universo, já que sua grande força motriz é vingar a morte de sua família e exterminar os responsáveis. Quando li a notícia de que a Netflix faria uma série inteira sobre Castle - e, ainda pior, uma de 13 episódios de 1 hora cada - temi que a trama não tivesse para onde ir. E realmente, a série cuidada por Steve Lightfoot é arrastada e parece deliberadamente enrolar para avançar os acontecimentos, que tentam construir uma trama muito mais complexa do que realmente é, jogando conspirações governamentais, equipes do exército que agem fora do protocolo e outros clichês desse subgênero; leia-se Zona Verde, de Paul Greengrass, o ótimo A Hora mais Escura, de Kathryn Bigelow e - no que diz respeito à maneira como a violência da guerra afeta a mente dos soldados - Sniper Americano, de Clint Eastwood.

São diversos temas espinhosos, que ainda exploram a questão do armamento civil nos EUA, e que a série acaba usando para construir uma grande narrativa. Funciona em alguns momentos, mas por 13 horas de duração, o ritmo definitivamente será lento, e a equipe de roteiristas infelizmente não é das mais eficazes. Por exemplo, o detestável arco da detetive Marion James (Mary Elizabeth Mastrantonio) é um festival de clichês do gênero policial (pense na série de crime mais genérica possível, é o que temos aqui) e alguns dos piores exemplos de exposição que vi recentemente, com seu caricato parceiro sempre resumindo a trama e a função de novos personagens. Isso pra não mencionar a dinâmica risível de Frank com os colegas de uma construção civil, que interagem como se fossem o grupo de bullies do colégio ao importunar Frank, chutar seu almoço e fazer constantes piadas com seu silêncio. Tudo isso no primeiro episódio, que é facilmente uma das piores coisas que a Marvel Netflix já produziu - não vou nem entrar em detalhes sobre a ridícula cena em que um personagem descobre a identidade do outro após sua carteira cair no chão e abrir de cara em seus documentos com foto...

Nunca um fator forte nas séries da Marvel Netflix (com exceção de Demolidor, claro), as cenas de ação em O Justiceiro cumprem sua função, e o time de diretores felizmente não se acovarda na hora de retratar o comportamento violento de Castle e suas consequências gráficas e sangrentas. A ausência de muitas lutas corporais também justifica a presença de uma coreografia menos elaborada, já que temos muitos tiroteios e confrontos mais brutais, e diversas vezes exibidos em locais escuros e claustrofóbicos - a cena em que vemos a operação de Castle no episódio Kandahar, por exemplo, é um ótimo atestado da brutalidade assustadora daquele universo. Porém, os problemas "vêm na pós". A montagem de algumas cenas de ação são amadoras e perdem completamente o ritmo, como quando acompanhamos Frank enfrentando um antigo contato em sua casa, e os cortes estupidamente oscilam entre o confronto direto, junto aos dois ali, e tomadas externas da casa onde seguimos assistindo a briga pelas janelas. Não há a menor lógica nessa decisão, e cada corte parece uma decisão aleatória. E, claro, temos a equivocada trilha sonora incidental, que sempre traz rock pesado ou músicas pop para quebrar a tensão ds cenas de ação.

Se há um aspecto que definitivamente merece elogios, é Jon Bernthal. O ator já havia se mostrado uma força monstruosa com toques surpreendentemente dóceis em sua participação em Demolidor, e aqui tem mais tempo (muito, como bem apontei) para explorar ainda mais suas capacidades de atuação e tornar Frank Castle uma figura extremamente complexa e multidimensional. O retrato de um homem que ainda lamenta pela perda de sua família e também todo o estresse pós-traumático da guerra e da violência é impressionante, e gosto como o ator exagera no tom de voz na hora dos gritos, e mantém as linhas de diálogos quase sempre baixas e relutantes, como se Frank estivesse sendo forçado a interagir com outras pessoas - como fica claro na embaraçosa cena em que conversa com um colega de trabalho, no arco da construção civil. E ainda que não seja um personagem excepcionalmente bem escrito, vale mencionar a presença de Ben Barnes como um dos membros do pelotão de Frank, e que vai ganhando um arco muito interessante ao longo da temporada. Um dos poucos que valem a menção.

Não tenho dúvidas de que o principal problema é a estrutura. 13 episódios são simplesmente coisa demais para um personagem como Frank Castle, e a experiência de se maratonar O Justiceiro é exatamente isso. Arrastada, inchada e com uma narrativa enrolada que simplesmente não engata, talvez fosse melhor ter deixado o vigilante como coadjuvante, ou até mesmo diminuir o número de episódios. O clássico exemplo de "menos é mais", e a Netflix já deveria ter aprendido essa lição com Os Defensores.

O Justiceiro - 1ª Temporada (Marvel's The Punisher - Season 1, EUA - 2017)

Showrunner: Steve Lightfoot
Direção: Andy Goddard, Tom Shankland, Antonio Campos, Kevin Hooks, Marc Jobst, Jim O’Hanlon, Kari Skogland, Stephen Surjik, Dearbhla Walsh, Jeremy Webb, Jet Wilkinson
Roteiro: Ross Andru, Gerry Conway, Ken Kristensen, Angela LaManna, Steve Lightfoot, Felicia D. Henderson, Dario Scardapane, Christine Boylan, Michael Jones-Morales, Bruce Marshall Romans
Elenco: Jon Bernthal, Amber Rose Revah, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barnes, Jaime Ray Newman, Kobi Frumer, Paul Schulze, Michael Nathanson,  Ripley Sobo, Daniel Webber, Jason R. Moore, Kelli Barrett, Deborah Ann Woll, Shohreh Aghdashloo, Mary Elizabeth Mastrantonio
Emissora: Netflix
Episódios: 13
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 50 min

https://www.youtube.com/watch?v=6m3DvnsSxt8

Leia mais sobre Marvel Studios


Liga da Justiça | Saiba quais as cenas dos trailers que não estão no filme

Todos sabemos que Liga da Justiça passou por complicações em sua pós-produção. O filme sofreu uma série de refilmagens após o diretor Zack Snyder se afastar do longa para cuidar de problemas familiares, deixando Joss Whedon no comando para escrever e gravar novas cenas, além de finalizar o corte final do filme.

Com isso, tendo assistido ao filme, não pudemos deixar de notar como MUITAS cenas vistas nos trailers acabaram de fora da versão final, e reunimos aqui todos os momentos cortados que conseguimos encontrar.

Confira:

Prévia Especial da Comic-Con 2016

 

 

Aquaman na água

Uma cena que Jason Momoa deve ter ficado triste de não ver no produto final... Nela, o ator foi realmente bombardeado por ondas de água, sendo uma das primeiras imagens que tivemos de sua versão badass do Aquaman. Pena.

 

Victor Stone pré-acidente

Muito material de Ray Fisher como um Victor Stone antes de sua transformação foi cortado. Aqui, vemos o jovem atleta andando com um blusão da universidade de Gotham City.

 

 

"Mais pra menos ou mais pra mais?"

Uma cena com Bruce e Diana comentando sobre o recrutamento da Liga, com a Amazona indagando sobre a resposta de Aquaman.

 

 

Reunião no Túnel

Todo esse diálogo da Liga antes de embarcar na batalha nos túneis foi cortado, com Ciborgue conversando diretamente com Batman pela primeira vez.

Trailer Oficial

 

 

 

 

Bruce na Islândia

A chegada de Bruce Wayne na Islândia, onde ele busca pelo Aquaman, ainda está no filme, mas todos estes lindos planos infelizmente acabaram de fora. Lamentável, pois teriam servido como boas tomadas de estabelecimento de cena.

 

Caixa Materna descontrolada

Um take da Caixa Materna dos humanos, escondida com as coisas de Victor Stone. Este take específico não está no filme, mas vemos as consequências desse descontrole do artefato quando o Dr. Silas Stone chega no apartamento, um pouco depois.

 

 

"Onde eles estão?"

Mais uma interação entre Bruce e Diana e cortada, com ela perguntando onde estão os novos recrutas da Liga.

 

 

 

Ciborgue em ação

Duas cenas do Ciborgue acabaram cortadas: quando ele usa sua arma de raios para salvar os cientistas no túnel, e quando salva um policial de ser atingido por um veículo em chamas.

 

 

 

 

Liga da Justiça Sem Limites

É... Essa bela tomada dos heróis que parece uma homenagem ao desenho Liga da Justiça Sem Limites (pela cor do céu), foi outra que ficou no chão da ilha de edição.

 

Aquaman vs Parademônios

Muitas cenas de luta do Aquaman acabaram ficando de fora também. A única grande cena é aquela onde o herói enfrenta os Parademônios pelos céus, incluindo o já famoso "surf" pelo prédio.

 

 

Rasteira da Mulher-Maravilha

Pequeno golpe de luta que acabou cortado da cena de introdução de Diana, durante o atentado ao museu em Londres.

Ciborgue coberto e voando

Em um take muito bacana, o Ciborgue cobre a metade humana de seu rosto, mas isso não acontece no filme. A bela tomada em que o herói biônico voa próximo da lua também acabou de fora.

 

Flash vs Parademônios

Outro ótimo momento de ação acabou de fora, com o Flash usando a força de aceleração para derrotar os Parademônios ao seu redor.

 

"Minha vez"

A frase de efeito do Batman enquanto aborda o Nightcrawler ficou de fora.

 

Victor jogando futebol

Em uma tomada mais Zack Snyder impossível, com um jogo de futebol em slow mo e no meio da neve, vemos Victor Stone como atleta da Universidade de Gotham City.

 

Lois Lane

Uma das poucas tomadas da Lois Lane de Amy Adams nos trailers... E não está no filme.

 

"Vamos lá?"

A tomada e a frase estão no filme, quando Diana prepara-se para enfrentar o Lobo da Estepe. Porém, na versão final ela está sozinha, sem a presença de Aquaman e Ciborgue no quadro.

Trailer da Comic Con 2017

 

 

Batman entrega o Tridente à Aquaman

Um take bem rápido em um dos trailers, onde o Batman entrega a arma de Atlântida à Arthur Curry.

 

 

O mundo sem o Superman

Algumas tomadas de Metrópolis após a morte do Superman, com takes da estátua destruída e manchetes de jornais pessimistas do Planeta Diário.

 

Batman sendo o Batman

Tecnicamente essa cena ainda está no filme, mas inexplicavelmente foi substituída por um enquadramento muito pior, e que não chega nem aos pés dessa belezinha.

 

Ciborgue na janela

Esse take também está no filme, mas nele o Ciborgue está usando um moletom com capuz para esconder seu corpo metálico.

 

Superman Holográfico

Muitos se perguntavam se era o Superman ou a Supergirl a figura holográfica que Bruce Wayne observava no trailer. Certamente era o Homem de Aço, mas não faz diferença agora, já que a cena foi cortada.

 

 

A Força de Aceleração

Barry Allen usando seus poderes para atravessar uma vidraça. Lindo efeito visual...

 

Lobo da Estepe e os Parademônios

Sinistra tomada do Lobo da Estepe no ninho dos Parademônios, que infelizmente acabou de fora.

 

"Faremos isso juntos"

Mais um trecho de diálogo da cena do túnel, onde a Mulher-Maravilha alerta aos outros membros do grupo para que lutem juntos.

 

Hero shot

Tomada bacana com os heróis reunidos, provavelmente em uma das instalações de Bruce Wayne.

 

 

QUEM ERA?!

Você que ficou teorizando até altas horas sobre o visitante misterioso que conversava com Alfred no final desse trailer... Era o Superman? Asa Noturna? Lanterna Verde? Conforte-se com o fato de que NUNCA saberemos quem era, pois esta cena não está no filme.

Trailer Heroes

 

 

A aliança

Essa cena entre Lois e Clark está no filme, mas não há menção sobre a aliança de casamento.

 

"Algo mais sombrio"

Junto com Diana Prince, Bruce teme que algo pior que o fim do mundo esteja chegando à Terra. Um dos melhores momentos de Ben Affleck nos trailers, e infelizmente acabou de fora.

O elenco de Liga da Justiça traz Ben Affleck, Gal Gadot, Henry Cavill, Ezra Miller, Jason Momoa e Ray Fisher como a primeira formação do supergrupo da DC nos cinemas. Temos ainda Ciarán Hinds, Amber Heard, Amy Adams, Jeremy Irons, Diane Lane e Jesse Eisenberg completando o elenco.

Zack Snyder dirige a partir do roteiro de Chris Terrio (Batman vs Superman), mas Joss Whedon finalizará o filme.

Liga da Justiça estreia em 15 de novembro no Brasil.