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Crítica | O Profissional - A Obra Máxima de Luc Besson

Guilherme Coral Guilherme Coral
In Capa, Catálogo, Cinema, Críticas•3 de março de 2018•6 Minutes

Nos minutos finais de Nikita – Criada para Matar, Luc Besson introduz em sua história a figura de um cleaner. Interpretado por Jean Reno, que já trabalhara com o diretor em Imensidão Azul, o homem era, em outras palavras, um assassino profissional – contratado com um único propósito, já anunciado pela sua designação, o de “limpar”. Em O Profissional, Besson decide explorar mais a fundo em indivíduo como esse, mas vai muito além disso, não caindo no velho filme de ação e nos trazendo um íntimo olhar na vida conturbada de um homem e uma menina.

Léon (Jean Reno) é uma pessoa simples e calma, muito calma. Ele acorda todos os dias em seu apartamento barato, faz seus exercícios matinais, bebe seu leite puro, rega sua planta com muito esmero e, quando necessário, compra mais duas caixas de leite. Seus gostos nada requintados, contudo, são financiados pelos seus contratos de assassinato, algo que jamais imaginaríamos, à primeira vista, que um homem como este faria. Sua rotina, porém, sofre um abalo considerável quando Mathilda (Natalie Portman), uma menina de doze ou treze anos (que diz ter dezoito), sua vizinha, bate à sua porta logo após ter sua família inteira assassinada a sangue-frio por Stansfield (Gary Oldman), um policial corrupto, chefe da divisão de narcóticos, o DEA. Léon, após certa relutância, decide abrir a porta e salvar a vida da garota.

O roteiro de Besson não demora muito a traçar uma das principais diretrizes da obra: a vingança da jovem. A trama, porém, jamais cai nos moldes do óbvio, explorando profundamente a interação entre Léon e Mathilda. Com cuidadosos diálogos e direção precisa, acompanhamos tal relação caminhar pelo paternal e amoroso. Apesar de seus meros treze anos, a personagem de Natalie Portman é retratada como uma mulher adulta, tanto em figurino quanto em personalidade, se apaixonando pelo seu salvador e jogando centenas de indiretas e flertes que completamente moldam nossa visão de Mathilda, nos confundindo, fazendo-nos indagar de que forma devemos tratar a personagem. É essa constante contestação que mantém tão instigante o longa-metragem, praticamente independente do fato de termos um assassino como protagonista.

Luc decide ir ainda mais fundo e mantém a violência em alta nessa sua obra e para isso utiliza a loucura de Stansfield para nos chocar a cada aparição sua. Gary Oldman, em um de seus melhores papéis, nos traz uma figura verdadeiramente psicótica e imprevisível, gerando um distinto temor não só nos personagens à sua volta, como na própria audiência. Através desse marcante retrato da psicose, a presença de Mathilda nesse cenário se torna ainda mais pungente, rapidamente fixando ainda mais a imersão do espectador, que pode apenas sentir pena do impacto que tudo aquilo terá na vida de uma garota já traumatizada pelos maus tratos que sofria na casa dos pais.

É justamente essa ferida aberta da menina que a torna tão dependente de Léon, que, aos poucos, demonstra um visível afeto por ela. A gradual transformação do personagem é palpável, garantida pela interpretação sólida de Jean Reno, que consegue imprimir em cada silêncio uma distinta emoção, por mais apático que possa tentar transparecer. Suas expressões, que muitas vezes colocam em cheque a inteligência do protagonista, exercem o papel de nos aproximar dele. Somos chocados, então, quando o simples homem desperta sua fera adormecida interior e entra em atividade, através de cenas de ação cruas e bem montadas, que garantem não só o entendimento como a fluidez das sequências e da obra como um todo.

Em tais momentos se torna visível a identidade da direção de Besson, aliado da fotografia de Thierry Arbogast, mais uma vez ao lado de Besson. Em nenhum ponto sofremos da velha repetitividade. O que vemos são planos bem concebidos, captados com precisão, seja para compor o close mais intimista, seja para compor o conjunto Mathilda-Léon. Solidificando o tom de cada imagem, temos a trilha atmosférica de Eric Serra, que vai do pop às mais arrepiantes notas, que tão bem imprimem não só o amor por trás dos dois protagonistas, como toda a sua controvérsia. No fim, somos definitivamente presos a essa narrativa tão bem fechada por todos os seus aspectos.

Fica fácil, portanto, enxergar que Luc Besson acertou em cheio com O Profissional, criando algo que, de imediato, podemos enxergar como sua obra-prima. Seja pela relação entre uma jovem e um assassino, seja pelos surtos psicóticos tão bem interpretados por Gary Oldman, todos (everyone!) sairão marcados por esse inesquecível filme.

O Profissional (Léon – França, 1994)

Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Jean Reno, Natalie Portman, Gary Oldman, Danny Aiello, Peter Appel, Michael Badalucco, Ellen Greene, Elizabeth Regen
Gênero: Drama
Duração: 110 min.

Guilherme Coral

Refugiado de uma galáxia muito muito distante, caí neste planeta do setor 2814 por engano. Fui levado, graças à paixão por filmes ao ramo do Cinema e Audiovisual, onde atualmente me aventuro. Mas minha louca obsessão pelo entretenimento desta Terra não se limita à tela grande - literatura, séries, games são todos partes imprescindíveis do itinerário dessa longa viagem.

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