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Análise | Alien: Isolation

Em 2014 é lançado Alien: Isolation, jogo situado em uma das maiores e mais influentes franquias cinematográficas de ficção cientifica e terror de todos os tempos, Alien. Pouco antes de seu lançamento houve um enorme buzz em torno do jogo, pois ele prometia bastante em trailers, como um jogo estilo survival horror tradicional, com elementos retirados diretamente do primeiro filme dirigido por Ridley Scott, outros acreditavam que o experimento seria um desastre, afinal pouquíssimos jogos baseados em filmes consagrados davam certo – vide o fracasso colossal de Aliens: Colonial Marines. Mas afinal, qual foi o resultado dessa nova empreitada?

A História

A história acontece 15 anos depois do primeiro filme, a protagonista da vez é a filha da Ellen Ripley, Amanda, que recebe uma noticia do androide sintético Samuels de que a caixa preta da nave Nostromo em que sua mãe estava quando desapareceu foi encontrada e está na estação espacial Sevastapol e a convida para participar da missão para recuperá-la. Relutante no inicio, ela aceita assim que recebe a informação de que possivelmente ela irá descobrir algo do paradeiro da sua mãe.

A primeira hora do jogo é bem parada. Conhecemos a tripulação da nave que a corporação Weyland-Yutani mandou para Sevastapol, tentando abordar a estação um acidente acontece e Ripley fica presa sozinha no local, sem poder contatar a nave, ficando assim “isolada” como sugere o titulo do jogo. Nota-se logo no inicio que há algo muito errado no lugar e vamos descobrindo isso aos poucos, há pessoas atirando em Amanda só por avistá-la e depois ela finalmente se encontra com “O organismo perfeito”.

O suspense no jogo é construído magistralmente, é notável que a equipe encarregada de produzir o jogo se inspirou no filme de 1979 para criar a atmosfera do jogo, claustrofóbica e agoniante, é o game da franquia mais fiel ao filme original nesse aspecto, a ação demora para começar, assim podemos conhecer bem o cenário e as mecânicas de jogo antes do verdadeiro desafio começar e que desafio! O jogo é bem difícil pros padrões atuais dos videogames e ele recebeu várias criticas negativas por causa disso, o que eu acho absurdo, pois a dificuldade é um dos atrativos do jogo.

O Desafio

Muito da dificuldade vem do inimigo principal do jogo, o nosso querido xenomorfo. Em grande parte da aventura, o jogador se encontrará sendo perseguido pelo Alien, tendo que confiar em um sensor de movimento para saber a localização da criatura; caso ela a encontre, é game over na hora, ele mata no primeiro hit, com variadas animações para as mortes. A criatura possui uma ótima inteligência artificial, podendo encontrar o jogador de diversas maneiras, uma curta corrida e até mesmo o barulho do sensor podem denunciar a sua posição. Ele pode acha-lo mesmo se estiver escondido, muitas vezes ele checa armários e os espaços embaixo das camas e mesas, ele pode se locomover pelos dutos de ar e surpreender o jogador pelo teto, descendo de um deles e ele memoriza as táticas usadas pelo jogador para livrar-se de le por um momento, tornando-o mais assustador. A experiência com o alien muitas vezes é muito frustrante, pois o jogo só pode ser salvo em pontos específicos, seguindo as tradições do survival horror tradicionais, com somente alguns checkpoints após uma importante cutscene, por isso é sempre bom salvar assim que tiver uma oportunidade, perde-se muito progresso caso você vacile com o xenomorfo.

E o xenomorfo não é a única ameaça na estação, vários humanos vão atirar em você caso te avistem, os tiros podem atrair o alien, caso isso aconteça afaste-se do humano que deu o tiro, a criatura virá pegá-lo primeiro, assim situações podem ser criadas, ele estará interessado nas outras pessoas e conflitos podem ser criados. Caso queira eliminar os humanos na sala, você pode jogar um noisemaker próximo deles e o alien faz o serviço, agora ele é sua única preocupação. Nem todos os humanos na estação são inimigos, por isso é recomendável ouvir as conversas antes de agir.

Outros inimigos que encontraremos na jornada são os androides working joes, que foram infectados por algum vírus e não obedecem mais as leis da robótica, perseguindo e matando os humanos que encontram. Nem todo robô é infectado, os infectados tem os olhos vermelhos enquanto os que não são tem olhos brancos, podendo ficar agressivos dependendo de suas ações na presença deles. Quando o alien te persegue enquanto os sintéticos infectados estão por perto é onde o jogo fica mais tenso, os joes não se interessam pela criatura e vice versa, assim situações não poderão ser criadas como no caso dos humanos, dessa maneira o jogador tem que ficar mais alerta nesses trechos.

O Jogo

Os jogadores vão encontrar documentos e audiologs durante o gameplay que servem somente para a maior imersão no universo do game, mas de toda a franquia Alien, além disso alguns arquivos de áudio são dublados pelos atores do primeiro filme, é um belo fanservice bem feito.

A trilha sonora é excelente, se encaixando perfeitamente em momentos precisos, complementando a atmosfera que já era boa por si só, algumas musicas lembram as do primeiro filme. A dublagem é boa, porém a qualidade  do lip syncing não é das melhores, em alguns momentos é notável quando o personagem está falando algo que  não se encaixa em seu movimento labial.

Um dos maiores problemas do jogo é que ele é muito longo, muitas pessoas reclamam de jogos que são curtos, mas nesse caso a impressão é que algumas horas a menos fariam bem ao produto final. Chega um momento em que o jogo começa a ficar muito repetitivo, por exemplo, quase o tempo todo estamos procurando um gerador para ligar o sistema, muitas e muitas vezes isso se repete, prejudicando a experiência de gameplay e algumas coisas que acontecem não possuem relevância para a história, são fillers que poderiam muito bem ser retirados.

As DLCs que joguei são fanservices perfeitos. O primeiro deles é o Crew Expendable, em que você pode escolher entre três membros da tripulação da Nostromo, sendo eles Ripley, Parker e Dallas. A história dessa DLC é praticamente um “E se o plano de Dallas no primeiro filme desse certo?”. Ainda há outro DLC chamado Last Survivor que conta os últimos momentos de Ripley depois que Parker e Lambert são mortos pelo xenomorfo e só ela permanece viva, entre outras DLCs. Todas desafiadoras e divertidas de se jogar.

Bugs podem acontecer, comigo aconteceu logo no começo do meu gameplay, depois de falar com a Taylor, o objetivo era falar com o Samuels, mas quando cheguei na sala em que o NPC se encontrava, ele simplesmente ficou parado, nenhuma animação foi ativada, entrei e saí da sala algumas vezes para ver se o jogo normalizaria e nada, só reiniciar resolveu o problema, atrapalhando um pouco meu gameplay. Outros bugs menores acontecem como glitches em que o cenário é trocado pelo espaço sideral.

Alien: Isolation não é um jogo perfeito, ele tem problemas quanto a sua duração, ficando repetitivo e alguns bugs, mas ele diverte e é obrigatório para todos os fãs de Alien, Survival Horror e Stealth, eu diria que é um dos melhores games baseados em filmes e com certeza é de longe o melhor jogo do Alien.

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Publicado por Daniel Tanan

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