Review | Donut County - Encantadoramente Bizarro

Review | Donut County - Encantadoramente Bizarro

Você já teve vontade de simplesmente varrer tudo do mapa e deixar tudo absolutamente limpo? Pois é exatamente essa a proposta de Donut County, um game indie desse ano que fez bastante sucesso pela sua ideia absolutamente bizarra.

O game encanta pela sua história simples. Nele, conhecemos BK e Mira, dois amigos que vivem em Donut County. Trabalhando na loja local de donuts, o guaxinim BK realiza entregas esporádicas para todos os cidadãos da cidadezinha, porém, toda vez que entrega as deliciosas rosquinhas, acaba criando buracos que passam a engolir tudo o que há por perto.

Obviamente que essa história bizarra chega a ter alguma lógica envolvendo uma conspiração surreal, mas como o game é extremamente curto, dar qualquer detalhe sobre isso estragaria a experiência, já que o roteiro é bastante divertido.

Em termos de gameplay, tudo é muito simples. Através de flashbacks, acompanhamos as entregas de BK aos moradores de Donut County. Nelas, controlamos um buraco móvel que passa a aumentar de tamanho toda vez que um objeto acaba caindo dentro dele.

Dessa forma, em puzzles muito simples, o jogador vai “limpando” todo o cenário até remover tudo o que estava na superfície – até mesmo montanhas, prédios e casas. Em algum momento do game, o buraco ganha uma catapulta em seu interior, possibilitando “regurgitar” certos itens que são partes vitais para solucionar quebra-cabeças mais elaborados, mas nada que seja realmente desafiador.

Em uma atividade divertida e relaxante, é possível finalizar Donut County em apenas noventa minutos. Seu roteiro repleto de humor funciona muito bem para entreter, além de termos uma historinha leve e divertida. O game realmente se resume ao controle básico de mover o buraco e dar alguns cliques nas seções de diálogo.

Felizmente, o estilo artístico encantador do game consegue prender a atenção para vermos todas as fases criativamente desenhadas com diversos itens curiosos. Tanto que no final de cada fase, é possível ver o Trashpedia com as descrições de BK sobre todos os itens que caíram no buraco. Obviamente, o mesmo senso de humor único é preservado.

O mesmo pode ser dito da trilha musical do game que acompanha a qualidade do design artístico. As músicas vão de relaxantes a agitadas para diferentes fases e algumas chegam a ter homenagens aos games dos anos 1980 como Mega Man durante a fase final de luta contra o chefão.

Original e repleto de inventividade, Donut County é um game muito simples e eficiente. Ele certamente vale a sua atenção, mas somente em um preço bastante acessível devido à sua curta duração.

Donut County (2018)

Desenvolvedor: Ben Esposito
Estúdio: Annapuna Games
Gênero: Point n’ Click
Plataformas: Ios, PS4, Switch, PC, Xbox One

https://www.youtube.com/watch?v=NWt1GPkfzkM


O que eles veem? | Caixa de Pássaros (Bird Box) Explicado

O novo filme da Netflix, Caixa de Pássaros, de Susanne Bier e Sandra Bullock pode relembrar muito outro lançamento de 2018: Um Lugar Silencioso. Invertendo o barulho como a sentença de morte, uma força sobrenatural faz com que todos se suicidem no momento que alguém a olha diretamente.

Enquanto o filme constrói um primeiro ato eficiente em gerar tensão, deixa muito a dever em seu desenvolvimento e conclusão da narrativa. Oferecendo sempre exposições desnecessárias, o mistério nunca é parcialmente resolvido, apesar de algumas peças do quebra-cabeça serem oferecidas pontualmente ao longo da jornada tediosa.

Entretanto, se ficou frustrado pela completa carência que o filme oferece para seu mistério, fique tranquilo, pois tentarei explicar o que raio é o que os personagens veem quando se deparam com essa criatura disforme e onipresente.

Nas poucas explicações que o filme oferece, sabemos o funcionamento da coisa: viu, morreu. Entretanto, há outros detalhes interessantes das reações de algumas vítimas que conversam com entes queridos mortos há tempos em tom de saudade enquanto outros se deparam a um terror absoluto e desesperador.

Independentemente do que as vítimas veem, isso as motiva a se matarem. Seja pelo medo absoluto ou de uma saudade insuportável. Infelizmente, não há outros casos que saiam desse extremo.

Porém, as coisas ficam mais interessantes quando é revelado que os mentalmente instáveis não são afetados negativamente pelas criaturas, se tornando um verdadeiro perigo aos sobreviventes, já que os insanos formam um culto de adoração pelo bicho.

O que é possível entender, na base muito limitada que o filme oferece, é que os que sofrem de patologias psíquicas para de projetar as alucinações ou sentimentos negativos já que a realidade se torna o terror que eles viviam em suas próprias cabeças. Por isso que quando veem o ser, o admiram como algo belo e completamente natural. Eles encontram a normalidade de seu ser.

Em sua maioria, o filme trata de temas sobre imposição e confiança. No caso, a imposição vem através de diversas cenas de conflito entre os sobreviventes, com alguns tentando colocar suas vontades sobre a dos demais, buscando superioridade. Além disso, há a imposição do monstro que é tão poderosa a ponto de deixar qualquer um pronto para o suicídio.

Já a confiança seria justamente a força capaz de superar a imposição. Ela impera o sentimento de comunidade e de esperança, possibilitando que a protagonista aprenda com seus erros a superar o peso da maternidade indesejada e aprender a amar verdadeiramente seus filhos a levando ao extremo sacrifício da jornada até um refúgio óbvio, mas inusitado.

Em Às Cegas, em terra de espectadores, quem é cego, é rei. E isso ocasiona o refúgio ser justamente dentro de um instituto educacional para cegos que, em seu convívio diário, aprendem sempre a confiar em seus parceiros para superar uma miríade de desafios. Aqui, há essa bela inversão de papéis.

Conte para a gente o que interpretou do filme nos comentários!


Lista | Os Melhores Pokémon da 5ª Geração

Lista | Os Melhores Pokémon da 5ª Geração

Se há uma geração de Pokémon que é sempre malhada pelos fãs, certamente é a quinta. Ao lançar os games Black/White, a Nintendo optou por uma decisão bastante infeliz de apenas permitir os jogadores capturarem os monstrinhos da respectiva geração que, segundo muita gente, receberam os piores designs de toda a franquia.

Ao todo foram 156 novos Pokémon disponíveis para o jogador batalhar e capturar ao longo de um game que tem, de longe, a melhor narrativa da série, além do rival mais interessante. Na história, o herói é confrontado por uma organização que “batalha” pela liberdade dos Pokémon, no intuito de deixarem de serem instrumentos de batalha.

Entretanto, por mais que a gangue do game não deseje que os Pokémon lutem, temos aqui diversas das melhores criaturas da franquia. Confira as dez melhores.

Jellicent

Esse Pokémon um tanto fofo e bizarro possui dois tipos poderosos: água e fantasma. Mesmo que seus melhores atributos o deixem mais para o uso de tanque, aguentando diversos ataques, Jellicent é imune aos tipos normais e lutador, além de ter resistência contra seis tipos populares. Usar a tática de dano de status com esse daqui é perfeita para acabar com alguns inimigos com facilidade.

Chandelure

Outro excelente Pokémon fantasma da geração que partilha o tipo fogo. Chandelure pode parecer nada inspirado, mas é um dos melhores Pokémon para dar ataques especiais. Com defesas até que sólidas, mas um tanto lento, Chandelure pode oferecer muito dano à diversas criaturas. Com 7 resistências e partilhando da imunidade contra tipos normal e lutador, o Pokémon só precisa ter mesmo muito cuidado contra tipos terrestres e de água.

Reuniclus

Esse bizarro Pokémon que mais parece um feto é um dos mais fortes da quinta geração. Um psíquico com poder base de ataque especial de 125 pontos é verdadeiro sonho virando realidade. Com apenas três fraquezas contra Pokémon nem tão comuns, Reuniclus consegue bater muito forte nos oponentes, mas sempre por último.

Bisharp

É um Pokémon excelente de ataque com defesa sólida. Com velocidade ok, consegue arrebentar os oponentes com até mesmo um golpe se utilizar o ataque certo. Completamente imune a Pokémon que batem forte como veneno e psíquico, Bisharp é excelente, acumulando 9 resistências, mas sofre muito dano quando batalha com tipos lutadores. Um só bom golpe aplicado é possível de derrubar Bisharp.

Conkeldurr

Conkeldurr provavelmente é um dos Pokémon lutador mais fortes de toda a franquia. Com tanto ataque e defesa bastante altos, a criatura consegue detonar os oponentes com facilidade, apesar de ser lento e atacar quase sem depois. Com apenas três fraquezas, o bicho é uma fortaleza plena para aguentar ataques bastante fortes de oponentes de níveis altos.

Haxorus

O Pokémon dragão da quinta geração é um dos excelentes para ficar sempre no seu time, mesmo que seja uma dificuldade treiná-lo até o estágio final. A criatura é uma das poucas que agradou unanimemente em termos de design que realmente é muito bacana. O Pokémon dragão tem poucas fraquezas e por ser somente dragão, sem nenhuma outra tipificação, se torna ainda mais resistente. Sendo veloz e muito forte, acaba com os inimigos muitas vezes com apenas um golpe.

Ferrothorn

Esse de tipificação grama e aço, algo bastante raro na Pokédex, é um dos Pokémon tanque da geração, apesar de atacar bastante forte. Com duas defesas altíssimas e 9 resistências, além de ser imune a golpes venenosos, Ferrothorn pode não ser um dos bichos mais bacanas do mundo, mas certamente irá te ajudar durante a jornada deste game, sendo que é um dos mais difíceis da saga.

Volcarona

O inseto em chamas, Volcarona, é um grande favorito dos fãs. O Pokémon é extremamente forte com dano e defesa especiais incríveis, além de ser extremamente ágil. Fraco apenas contra três tipos, Volcarona é um dos Pokémon quase lendário que o jogador pode encontrar durante a jornada de Black/White sem muitos problemas.

Excadrill

Repleto de vitalidade, ataque físico e velocidade, Excadrill é o melhor Pokémon terrestre dessa geração. Somente com 4 fraquezas, o Pokémon bate forte e consegue sempre atacar primeiro. Em questão de poucos níveis de superioridade é capaz de devastar muitos oponentes apenas com ataques bem aplicados como Escavar e Terremoto.

Hydreigon

Há quem ache que Haxorus é o melhor dragão da quinta geração, mas na verdade se trata de Hydreigon. Também tipificado como venenoso, a criatura é a mais equilibrada do game, possuindo stats boas no geral, mas com maiores atributos em ataque. Apesar de ser muito fraco contra tipos fada, com certeza perdendo contra essas criaturas, a vantagem é que o tipo não existe nos games da quinta geração e, logo, Hydreigon reina com muita tranquilidade contra a maioria das criaturas do jogo.

Além desses 10 pokémon, outros que merecem atenção são Sarcofaggus, Gothiele e Zoroark, além dos lendários que são uns dos melhores de todos.


Review | Pokémon Let's Go Pikachu/Eevee

Review | Pokémon Let's Go Pikachu/Eevee

A história da infância de muita gente da geração de 1990 com certeza está conectada aos joguinhos eletrônicos portáteis da Nintendo. Entre eles, obviamente, a franquia de sucesso Pokémon. Embora particularmente eu tenha iniciado minha jornada Pokémon em Johto com Pokémon Crystal sendo um dos meus games favoritos até hoje, meu vício foi tanto que decidi encarar os jogos antigos para matar o tempo enquanto a 3ª geração de games não chegava.

Nisso, minha escolhia inicial foi Pokémon Yellow pela possibilidade de capturar todos os primeiros iniciais, além de interagir com Pikachu, o personagem mais popular do anime que eu acompanhava diariamente. Ainda que a 1ª geração de games Pokémon encontrasse um novo remake através dos jogos Pokémon FireRed/LeafGreen, a Nintendo achou de bom tom reintroduzir Kanto para uma nova geração de jogadores no Nintendo Switch através de Pokémon Lets’Go Pikachu/Eevee.

Assim, diretamente do Gameboy para o Switch, os 151 pokémon originais pavimentam o caminho da franquia em um dos consoles mais populares da História. Entretanto, sem suporte oficial da Nintendo aqui no Brasil, é fácil cair na tentação de comprar mídias físicas por preços exorbitantes – em lojas especializadas, é possível comprar um código do jogo por um preço mais “justo”. Então, uma análise sobre o novo título sempre vem a calhar.

Reinvenção Parcial

O primeiro Pokémon para Nintendo Switch sabe mexer os pauzinhos certos para provocar nostalgia, principalmente se tratando da versão Pikachu. Apesar de não seguir exatamente a mesmíssima narrativa de Pokémon Yellow, o game traz diversos elementos que retornam à franquia como os Ginásios Pokémon, a possibilidade de seu Pokémon te seguir durante o jogo inteiro, além de uma interação mais inteligente com seu monstrinho principal a depender da versão que escolher.

O apreço óbvio da Game Freak no jogo se concentra no visual. Mesmo não levando o console aos limites, apesar da floresta de Viridian causar quedas graves de FPS, o jogo é bastante bonito com sombras de qualidade, texturas novas e animações inéditas para os monstrinhos, embora os sprites sejam em maioria importados de Pokémon GO.

O teor de novidade realmente fica por conta da interação de Let’s Go com o game da Niantic, sendo possível transportar as criaturas que capturou no smartphone para o joguinho facilitando bastante a tarefa de completar a Pokédex a pedido do querido professor Carvalho. Apesar de termos o sistema de progressão tradicional dos games Pokémon, a Game Freak implementou um detalhe adicional bastante inteligente que incentiva o jogador a capturar diversas criaturas no mapa – que agora aparecem de corpo inteiro, permitindo a escolha do jogador em iniciar o processo de captura – para formar os chamados Combos que ocorrem quando se captura diversas vezes o mesmo Pokémon.

Além de isso te favorecer a evoluir rápido em termos de experiência graças aos multiplicadores de experiência a depender da sua precisão na captura, o jogador pode enviar todos os Pokémon repetidos ao professor Carvalho que, em troca, lhe dará doces que aumentam os atributos de Vida, Defesas, Ataques e Velocidade do seu Pokémon sem necessitar evoluí-lo antes.

É um ótimo método para tornar suas criaturas extremamente poderosas, pois o limite de pontos é bastante generoso. Aliás, mencionando a mecânica de captura, muita gente reclamou que agora os jogadores não precisam enfraquecer o Pokémon em batalha para então captura-los. Pois afirmo que esse deve ser um dos maiores acertos de Lets’s Go que espero que seja preservado para os próximos games.

Além do mini game de lançar as pokébolas através dos Joy Cons ser bastante divertido – também é possível capturar pelo simples toque de um botão, a atividade de captura se torna muito menos maçante do que era, se desenvolvendo em um ritmo muito mais sadio que preserva melhor o tempo do jogador em se concentrar em outras atividades.

Reconhecendo que muita gente iria ficar chateada, a Nintendo compensa ao trazer uma miríade de treinadores repletos de Pokémon para batalharmos ao longo da jornada que está sim um pouco mais facilitada devido tanto ao sistema rápido de progressão quanto aos Pokémon que agora aparecem antes de batalhas clássicas de ginásio que eram extremamente difíceis como a de Brock que agora pode ser derrotado facilmente com um Oddish.

Ainda que seja mais fácil, o encanto do game em oferecer novidades não cessa, pois tudo é bastante funcional e o mapa de Kanto nunca foi tão bonito e divertido de explorar. O que realmente deixa a desejar aqui em Lets’Go é a questão da narrativa que estava sendo bem elaborada pela Pokémon Company desde Pokémon Black/White. Até mesmo os games anteriores de 3DS possuíam boas narrativas.

No caso, não se trata da história ser ruim, mas sim medíocre. Apesar de trazer a Equipe Rocket e Giovanni como antagonistas, além de termos um novo rival “amigão”, praticamente não há riscos na narrativa. Você é apenas um cara que arruína os planos da Equipe Rocket em roubar equipamentos e outros Pokémon normais. Até mesmo a inserção de Jessie e James no game parece gratuita e sem sentido, pois os personagens praticamente somem sem qualquer conclusão ou propósito.

O negócio é realmente se ater à formula de conquistar as insígnias, capturar diversos Pokémon, batalhar com os treinadores, ganhar de seu rival nada expressivo, capturar os poucos lendários que o game oferece e ganhar da Liga Pokémon. O pós-game de Let’s Go facilmente é um dos mais fracos de toda a franquia, apenas permitindo a busca pelo Mewtwo, explorar o mapa em voo livre e duelar contra alguns treinadores icônicos como Red e Blue, além de lutar contra 151 treinadores mestres de um determinado Pokémon.

Também é uma verdadeira pena que o campo sonoro do game esteja constantemente duelando entre si. Enquanto a trilha musical é excelente ao reapresentar os temas clássicos do game, ainda temos que lidar com os barulhinhos ultrapassados das outras 149 criaturas. Quando se apresenta Pikachu e Eevee como personagens dublados, o mínimo que se espera é que os outros também sejam dublados e capazes de falar seus nomes, afinal no anime todos esses Pokémon já foram dublados e apresentados.

É uma sensação bizarra ver as criaturas sendo apresentadas na melhor forma gráfica até agora, além de seus ataques estarem melhores animados do que nunca, enquanto seus efeitos sonoros principais continuam dignos dos anos 1990. Além disso, é de se estranhar que o jogo não tenho os tradicionais ciclos de dia e noite, efeitos de habilidades passivas dos Pokémon e efeitos de clima nas batalhas. Simplesmente faltam alguns recursos importantíssimos que aprimoram a dinâmica das batalhas e da imersão do jogador no game aqui, embora tenham preservado, ainda bem, a incorporação mais inteligente dos HMs.

Uma entrada de luxo

Ao anunciar esse game, a Nintendo tinha a plena certeza de que se tratava de apenas uma introdução para preencher calendário, afinal Pokémon é sua franquia anual de sucesso. Um buraco justamente no segundo ano de seu novo console não seria nada agradável para ninguém. Já com o novo game que apresentará a 8ª geração de criaturas marcado para 2019, temos a promessa de um game realmente completo.

Já aqui, Pokémon Let’s Go Pikachu/Eevee é uma ótima forma de apresentar a saga para novos jogadores e de testar novas mecânicas com os veteranos. Com boas ideias e renovações positivas surpreendentes, as características negativas que o game oferece apenas removem o brilho do remake que, no fim, apresenta mesmo uma sensação de jogo incompleto, mas que, ainda assim, vale o seu tempo.

Pontos positivos: Novas animações, Pokémon dublados, gráficos de qualidade, design artístico cativante, novas alterações em mecânicas intocadas, retorno dos ginásios, interação com os Pokémon no game, trilha musical, possibilidade fácil e prática de 2º jogador entrar e sair do jogo a qualquer momento, pokémon sempre disponíveis na mochila sem a necessidade de ir a um PC, ritmo muito mais agradável pela falta de grinding forçado, elemento nostalgia.

Pontos negativos: Narrativa pouco inspirada, ausência de recursos e mecânicas presentes há tempos em outros jogos da franquia, falta de dublagem nos outros 149 pokémon, pós-jogo fraco.

Pokémon Let’s Go Pikachu/Eevee (Japão -2018)

Desenvolvedor: Game Freak
Estúdio: Nintendo
Gênero: RPG de Aventura, RPG de turnos
Plataforma: Nintendo Switch

https://www.youtube.com/watch?v=smc3aPdyaaA


Review | Darksiders III - Crise de Identidade

Review | Darksiders III - Crise de Identidade

Com o encerramento das atividades da THQ por conta de seu pedido de falência, diversas franquias repletas de potencial simplesmente pareciam que iriam morrer na praia como foi o caso de Darksiders que mesmo após dois games completos, estava longe de chegar à grandeza. Foi com grande alegria que recebi a notícia que a Nordiq iria comprar a THQ e todas as suas propriedades, realizando uma fusão de grande estilo.

Mesmo que os fãs da franquia tenham ficado órfãs de um novo título desde 2012, foi uma boa surpresa também a revelação de Darksiders III para ser lançado agora em 2018. Mesmo sem a presença do criador Joe Madureira, diversos profissionais da Vigil Games foram chamados para formar o time da Gunfire Games, responsável por produzir esse novo título que praticamente chega no final do ciclo dessa geração de consoles.

Tratado como um lançamento AAA para a THQ Nordic, é notável o esforço do time em capturar a essência dos games anteriores mesmo que o resultado seja muito diferente na prática. Darksiders III funciona como um primo muito distante dos outros games contando com os traços “originais” como os piores da franquia altamente influenciada por Zelda e Metroid.

Um Exame de Paciência

Por incrível que pareça, Darksiders III é justamente o que possui o melhor cuidado com sua narrativa. Enquanto Guerra era um protagonista insosso e Morte um personagem explorado aquém do necessário, Fúria recebe um cuidado excepcional clássico de Jornada de Herói. A história desse game ocorre como um prequel do primeiro, acontecendo entre os milênios de cárcere que Guerra ficou prisioneiro do Conselho das Cinzas, muito antes de ser libertado para voltar à Terra.

O game é totalmente focado em desenvolver a cavaleira do Apocalipse enquanto parte em sua jornada para derrotar e capturar os Sete Pecados Capitais que ameaçam corromper ainda mais um mundo já destruído pela guerra entre o Céu e o Inferno. No começo, é muito difícil se afeiçoar pela personagem extremamente arrogante, ríspida e convencida.

Fúria não tem o menor requinte de humanidade, abominando todos os que são fracos, assim como seus irmãos que considera completamente incompetentes. Essa faceta orgulhosa e muito chata da personagem é lentamente desconstruída pela jornada e constantes catarses provocadas a cada nova conversa com o Senhor do Abismo.

Particularmente, há momentos bastante fortes envolvendo o cavalo de Fúria, Destruição, em uma relação bastante inteligente entre os personagens, apesar de sacrificar bastante o uso da criatura como parte do gameplay.

Apesar de ser sim uma narrativa mais caprichada, com diversos encontros contra vilões que provocam, humilham e até mesmo seduzem Fúria, há algumas falhas de lógica bastante óbvias principalmente envolvendo a Vigia que acompanha a protagonista ao longo de todo o jogo. Felizmente, algumas pontas soltas dos outros jogos são amarradas aqui, explicando a origem de certas armas e até mesmo fazendo piada com o game design enjoativo de Darksiders II.

No geral é uma história boa, bem digna de um filme blockbusters de verão, com uma protagonista que melhora com o tempo, mas infelizmente termina em um dos cliffhangers mais toscos e desonestos para o jogador que obviamente será obrigado a comprar o próximo game para saber como encerra a jornada de Fúria ou alguma futura DLC de história.

O Problema da Identidade

Darksiders III com certeza será uma surpresa a todos os fãs da franquia que se atiraram de peito aberto ao comprar o game no lançamento, pois ele nada tem a ver com os outros dois títulos da franquia. Abandonando quase que todas as características de RPG, o novo game não faz questão de progredir as ideias implementadas anteriormente, mas sim investir em se tornar uma cópia da mecânica de DarkSouls.

Sendo um game souls like, se prepare para um desafio até mesmo mais difícil que os dos outros dois jogos da franquia. Mesmo que funcione bastante para mostrar o quanto Fúria é cheia de si mesmo sendo a mais fraca dos Cavaleiros, a mecânica obriga o jogador a se adaptar às duras penas, pois em apenas quatro golpes, a protagonista morre. E quando isso acontece, todas as almas que podem ser trocadas com Vulgrim, o mercador demoníaco, são perdidas, permanecendo no lugar de sua morte para serem resgatadas.

Outro detalhe é que todos os inimigos que você ceifou, retornam à vida novamente, embora os seus itens de melhoria de atributos não voltem às quantidades anteriores. Ou seja, é sim bastante difícil, mas não se desespere, pois se eu consegui zerar, qualquer um consegue – sou péssimo em games souls like. O combate ainda em forma de hack and slash obviamente se torna menos divertido, além da pouca variedade de combos disponíveis.

Para enfrentar os muitos inimigos, o jogador terá que ter uma precisão excelente na hora das esquivas de animação nem tão acelerada. Se fizer a esquiva perfeita, o tempo desacelera indicando a possibilidade de um contra-ataque arcano especial. Basicamente, o combate todo envolve fisgar inimigos um a um, atacar e esquivar para não sofrer danos pesados. Como a arma de Fúria é um chicote, felizmente ela é uma boa ajuda em controle de multidões, mas se você vacilar, é muito fácil morrer até mesmo com apenas dois inimigos duelando contigo.

As armas secundárias oriundas dos novos poderes elementais que o Senhor do Abismo oferece são boas, mas geralmente não inspiram o jogador a investir tempo em aprimorá-las com Ulthane já que sempre o chicote estará em um nível de dano superior. As magias dão lugar aos ataques de ira baseados no poder elemental que estiver equipado no momento – o detalhe do cabelo de Fúria trocar de cor para indicar o poder equipado é genial.

Infelizmente, também há pouco uso para esses ataques. Os fatores mágicos do game servem muito mais para driblar as seções de plataforma até que inspiradas, mas que não chegam perto do level design dos dungeons dos outros dois games. Os puzzles também são bem mais fáceis e óbvios que os de outrora. A dificuldade fica mesmo por conta do combate. Os inimigos sempre serão poderosos, independente do quanto gaste em atributos de vida.

Aliás, o sistema de progressão pode ser taxado como uma grande piada. A cada ponto de atributo conquistado a troco de muitas almas, o jogador pode escolher aprimorar o dano normal, a vida e o dano arcano. A cada nível, novos 5% são conquistados para o dano, 7% para o arcado e 20 pontos adicionais de vida. As mudanças de aprimoramento só são realmente sentidas após investir muitos, mas muitos níveis.

Design de extremos

Um dos pontos fortes do game honra a história da franquia. Os designs variados de inimigos novos e diversos antigos que retornam, continuam excelentes. Os chefes de fase, no caso os Pecados Capitais, também são bastante inspirados com grande destaque para Preguiça e Gula. De todos, apenas Luxúria realmente deixa a desejar. Também é uma pena que a violência e os temas mais adultos do jogo tenham sido muito abrandados para conseguir menor classificação etária.

As finalizações repletas de mutilações e sangue de demônios foram completamente eliminadas. O minimapa também foi excluído para um sistema de bússola o que também não prejudica devido ao escopo menor do game que agora é muito mais linear com poucas áreas grandes de exploração. A trilha musical continua boa, mas é utilizada com muita repetição de faixas em momentos chave da narrativa.

Também há o fato das cutscenes serem melhor dirigidas, ainda que o avanço não seja tão significativo. De resto, envolvendo o design do mundo, há uso excessivo de corredores sombrios que mal conseguem se distinguir um dos outros. Em geral, é sim um ponto de perda artística em relação aos outros que sempre foram bastante inspirados, mas há um setor do game que envolve diversas fases debaixo d’água. Ali, finalmente a direção artística mostra ao que veio. Uma pena que dure tão pouco.

Avanços e Retrocessos

Evidentemente, não é preciso ser nenhum gênio para saber que Darksiders III sofre com problemas claros de design e de identidade ao decidir trilhar totalmente o inesperado caminho hardcore dos games souls like. Embora o game continue forte na área de design e seja uma experiência divertida na maioria dos casos, além de ter sofrido uma melhora substancial na narrativa, é uma pena que sua mecânica continue sofrendo reformulações bizarras que só tiram a identidade dessa franquia que tanto custa encontrar sua originalidade.

Com elementos repetitivos, gráficos apenas razoáveis para a geração e diversas das outras características já listadas e exploradas no texto, não é possível recomendar Darksiders III pela faixa atual de preço. Diversos novos lançamentos de peso de final de ano já estão à venda que com certeza oferecem muito mais ao jogador pelo mesmo preço. No caso, é melhor mesmo esperar por uma promoção, embora valha sim a pena jogar esse título e apoiar a continuidade dessa boa franquia.

Pontos Positivos: Design dos personagens, puzzles na média, história muito boa que desenvolve plenamente a protagonista, combate fluído, fases submersas, chefes marcantes.
Pontos Negativos: Repetição, sistema de progressão, investida mal pensada no gênero souls like, trilha musical repetitiva, má otimização do jogo nos PCs, finalização oportunista da narrativa em cliffhanger.

Darksiders III (Suécia – 2018)

Desenvolvedora: Gunfire Games
Estúdio: THQNordic
Gênero: Hack n’ Slash, Soulslike
Plataformas: PC, PS4, Xbox One

https://www.youtube.com/watch?v=p2kj9O5VZ4s


Lista | Os Melhores Pokémon da 4ª Geração

Lista | Os Melhores Pokémon da 4ª Geração

A quarta geração de Pokémon inaugurada com Pokémon Diamond, Pearl e Platinum serviu como batismo para uma nova geração inteira de jogadores não familiarizados com a franquia por conta da mudança de console para o Nintendo DS. Nessa nova geração, foram adicionados mais 107 monstrinhos totalizando uma marca impressionante de 493 Pokémon para os jogadores colecionarem.

Apesar do design de diversas criaturas terem sido muito criticadas, a quarta geração trazia um apreço muito especial aos Pokémon das gerações anteriores, oferecendo novas evoluções bastante importantes para criaturas que até mesmo não tinha sequer uma evolução como Magmar e Electabuzz.

Além dessas adições bem-vindas, a 4ª geração fica muito marcada por trazer criaturas verdadeiramente poderosas, além de um caminhão de lendários surrealmente fortes. Nesse caso da lista, citaremos os 10 melhores sem o status de lendário, afinal é óbvio que os Pokémon especiais sempre terão atributos fora do normal, merecendo destaque em qualquer time.

Roserade

A evolução da simpática Roselia da geração anterior consegue um salto significativo de qualidade ao se tornar Roserade, se tornando o melhor Pokémon tipo Planta da geração. Com ótimas bases de ataque e defesa especial, ele se torna uma verdadeira ameaça contra qualquer Pokémon aquático do jogo, conseguindo uma vantagem substancial ao utilizar o Mega Drain que recupera sua vida, permitindo durar por vários turnos seguidos.

Togekiss

O estágio final de evolução de Togepi poderia ter sido o verdadeiro matador de dragões do game, caso o tipo Fada existisse na época, porém não é o caso. Togekiss se torna eficiente por ser um Pokémon robusto com status de defesa bastante elevados, além de contar com um bom ataque especial. O Pokémon voador é excelente para ceifar os do tipo Planta, Inseto e Lutador, se tornando bastante útil em ginásios e na liga Pokémon.

Rotom

A vantagem do Rotom obviamente conseguir dupla tipificação ao se transformar em algum utensílio doméstico, elevando subitamente seus atributos de defesa e ataque especial, conseguindo se tornar um Pokémon tanque bastante agressivo. Com uma verdadeira máquina de se transformar, é difícil encontrar um oponente que seja páreo para Rotom em níveis equivalentes.

Hippowdon

Entretanto, caso queira um verdadeiro tanque robusto e muito poderoso, uma das melhores escolhas é Hippowdon. O enorme e ameaçador Pokémon tem atributos poderosos de HP, dano físico e defesa, permitindo ataques devastadores, além de aguentar muito bem as pancadas do oponente, afinal ele é bastante lento e sempre deve atacar depois. Entretanto, sendo somente fraco aos tipos Planta, Água e Gelo, Hippowdon consegue destruir qualquer inimigo com poucos golpes, fora o fato dele ser imune a ataques elétricos.

Mamoswine

Muito se engana quem julga Mamoswine pela aparência. Apesar de parecer lento e um Pokémon defensor perfeito, ele é consideravelmente rápido com uma defesa apenas ok. A verdadeira potência dele está no ataque físico e na vitalidade, além possuir apenas cinco fraquezas, embora seja justamente com os tipos de Pokémon mais populares: Planta, Água e Fogo.

Froslass

Qualquer um que já enfrentou um Froslass sabe muito bem que com a tática correta esse Pokémon se torna um verdadeiro pesadelo para derrubar, muito por conta do movimento Destiny Bond que sempre te matará antes de derrotar o esse Pokémon tipificado como Gelo e Fantasma. Imune a danos físicos e com fraquezas nem tão imponentes, apesar de frágil, Froslass ataca rápido e com certeza vai assombrar seus oponentes por turnos a fio.

Magnezone

A verdadeira evolução que os fãs de Magnemite tanto mereciam. Esse Pokémon facilmente é o melhor do tipo elétrico da 4ª geração, apesar de Electivire ser uma escolha tão boa quanto. Mesmo um tanto lento, Magnezone tem bons atributos de defesa além de um ataque especial muito forte. Fora isso, o Pokémon é resistente a 11 tipos de criaturas! Porém, para compensar, é muito fraco contra qualquer ataque terrestre.

Lucario

Um dos Pokémon favoritos de muita gente e certamente o mais popular da 4ª geração. Lucario não precisa megaevoluir para se tornar um Pokémon poderoso, afinal o monstrinho é um dos melhores do game. Lucario é um excelente Pokémon rápido e forte, podendo derrotar inimigos em questão de segundos. Com apenas três fraquezas contra Terra, Fogo e Luta, Lucario é resistente a diversos tipos, ao menos 8, além de ser imune a golpes venenosos. Já como um Pokémon megaevoluído, ele se torna ainda mais letal. Merece sempre estar nos principais do seu time.

Infernape

O único inicial a figurar na lista é também um Pokémon de ataque rápido e forte. A mistura de tipo Fogo com Lutador sempre rende criaturas excelentes por conta do maior número de resistências, além de ser fraco apenas contra 4 tipos de ataques. De resto, Infernape consegue se manter bastante invicto por diversos turnos enquanto derrota seus inimigos.

Garchomp

Eis o melhor Pokémon dragão de todas as gerações até hoje. Garchomp é tão bom, mas tão bom que até mesmo sua forma mega evoluída é pior que sua versão normal. Acumulando 600 pontos de status base, Garchomp simplesmente é quase um lendário sem o ser. Sendo bastante equilibrado entre todos seus atributos, mas com maior predileção a golpes físicos, o Pokémon dragão é um terror para inúmeros Pokémon. Apenas as criaturas de gelo realmente conseguem detonar feio esse daqui que vale muito a pena em treinar desde quando é um pequeno Gabite.

Outros Pokémon que merece atenção são Electivire, Gliscor, Porygon-Z, Weavile e Bronzone. Além dos lendários poderosíssimos como Darkrai e Arceus, o Pokémon de todos os tipos.


Os Melhores Pokémon da 3ª Geração

A terceira geração de Pokémon foi inaugurada com os games Pokémon Ruby/Saphire/Emerald e rapidamente conquistou uma legião de fãs pela qualidade indubitável dos games, além do design das criaturas ser bastante criativo, criando algumas das mais icônicas de toda a franquia. Trazendo a região inédita de Hoenn com a inclusão de 135 novos bichinhos para capturar, o game manteve o sucesso da franquia a atualizando para a nova geração de consoles da Nintendo com gráficos aprimorados e efeitos de clima.

Obviamente que com um rol tão vasto de criaturas, tivemos novidades substanciais para figurar entre os melhores Pokémon até a época – hoje já contamos com 7 gerações nos games. Confira e se surpreenda com a lista de melhores, pois é a primeira vez que um inicial figura na seleção.

Blaziken

Já comentando em iniciais, a mistura de tipos Fogo e Lutador em Blaziken é muito valiosa, tornando ele um dos Pokémon iniciais mais fortes já oferecidos ao jogador. O Pokémon é um ótimo atacante em geral, com bases sólidas de ataque físico e especial, além de possuir velocidade razoável. Apesar da defesa não ser muito impressionante, Blaziken consegue resistir bem a diversos adversários somente entrando em apuros com os tipos Voador, Psíquico, Terra e Água.

Breloom

Um dos Pokémon mais fortes do game já pode ser capturado em questão de poucos minutos. Bom, ao menos sua forma inicial como Shroomish. É um bom Pokémon agressivo por atacar forte em dano físico, quebrando os oponentes com facilidade, mas é preciso ficar atento ao perigo dos Pokémon voadores que podem derrota-lo sem qualquer esforço já que o dano recebido é quadruplicado.

Dusclops

O nosso primeiro Pokémon tanque da lista. Dusclops é um dos Pokémon fantasma mais eficientes de Hoenn tendo a vantagem de ser imune a uma miríade de danos físicos. Com atributos de defesa e defesa especial altíssimos, o Pokémon consegue assombrar o oponente com muita persistência, aplicando dano de maldições ou de status que derrubam grandes inimigos, afinal somente golpes sombrios ou fantasmas representam perigo real.

Claydol

O segundo Pokémon tanque é o bizarro Claydol, um dos Pokémon psíquicos da terceira geração. Também contando com atributos altos de defesa e totalmente imune a danos elétricos e terrestres, é um ótimo Pokémon para ser usado como escudo enquanto ataques de status ferem o oponente ou simplesmente para recuperar seu time.

Gardevoir

Gardevoir é um Pokémon excelente para ser usado tanto na defesa quanto no ataque graças aos bons atributos especiais básicos que possui. Totalmente imune aos Pokémon do tipo Dragão, Gardevoir é uma das criaturas tipo Fada mais fortes de toda a geração. Para ser utilizada contra esse tipo específico, com certeza é muito fácil vencer o duelo. Já contra outros Pokémon, Gardevoir somente sofre com ataques Venenosos, de Aço e Fantasmas.

Flygon

Quem treinou um Trapinch até se tornar um Flygon sabe do grande esforço que é para conseguir esse dragão terrestre. Com um design cativante, Flygon não é só um dos melhores da geração, mas como entra na lista dos melhores Pokémon do tipo dragão. O subestimado bichinho é um dos mais equilibrados da geração, sendo bastante rápido, com boas stats em geral. Especializado em ataque físico e imune aos tipos Elétrico e Terrestre, esse Pokémon bate forte, mas perece facilmente aos golpes de gelo já que partilha da fraqueza original dos tipos Dragão.

Swampert

Não só um inicial está na lista dos melhores, mas dois! Swampert talvez seja o melhor inicial aquático de todas as gerações por conta do seu tipo partilhado em Água e Terrestre, se tornando imune a todos os ataques elétricos que geralmente devastam todo Pokémon aquático. Embora realmente seja ameaçado pelos tipo Planta, Swampert ataca forte e defende bem em todos os sentidos. É um dos melhores já criados no game e com sua mega evolução, se torna ainda mais completo.

Milotic

Milotic é um dos Pokémon mais difíceis de conseguir em toda a franquia. É preciso fazer Feebas se sentir muito belo ou trocar o Pokémon com uma prism scale para conseguir, mas todo o esforço é compensado com essa criatura incrível. Possuindo valores altos de ataque e defesa especiais, esse Pokémon só possui fraquezas contra os tipos Planta e Elétrico. De resto, consegue ser uma boa criatura resistente no seu time.

Metagross

Outro Pokémon chatíssimo de conseguir por conta do treinamento lento desde sua forma inicial como Beldum, mas que se torna uma poderosa máquina em sua evolução final. Metagross é potente em receber e distribuir ataques físicos, além de ser resistente a nove tipos de espécie Pokémon. Apenas Pokémon Terrestres, Fogo, Fantasma e Sombrio representam verdadeiro perigo a Metagross. Por conta disso é uma das criaturas ideais a ser mantida em seu time.

Salamence

De evolução terrivelmente lenta, Salamence é o mais difícil de treinar em Hoenn, mas também é o Pokémon mais forte da região sem contar os lendários. Sendo praticamente um dos melhores tipos Dragão em geral, Salamence foi feito para atacar letalmente de forma rápida e eficaz. Mesmo com uma defesa medíocre, o Pokémon é tão poderoso (ainda mais em sua mega evolução) que consegue limar a maioria dos oponentes em apenas um ataque, nem oferecendo a chance de turno para ser atacado.

Em geral, esses são os melhores Pokémon de Hoenn que curiosamente possui muito foco em criaturas equilibradas e de tanque, com poucas de velocidade. Além desses, outros excelentes são Sceptile, Medicham, Slaking, Armaldo e Ninjask, além de, obviamente, os lendários sempre estupidamente poderosos.

Em breve chegaremos na 4ª geração, abrindo a majestosa era de games desenvolvidos para o Nintendo DS e 3DS.


Lista | Os Melhores Pokémon da 2ª Geração

Lista | Os Melhores Pokémon da 2ª Geração

A expansão de mais cem Pokémon além dos 151 originais foi uma agradável surpresa da Nintendo que sabia que tinha acertado um pote de ouro inesgotável. A 2ª geração de jogos focada na jornada na região de Johto ainda é consagrada como a melhor de todas em termos de game, afinal possui um endgame épico no qual é possível explorar toda a região de Kanto, dos jogos anteriores.

Desse modo, a geração de Pokémon Gold/Silver/Crystal fez muita gente feliz na infância, incluindo a minha. E depois também fez a adolescência de muita gente ser especial através dos remakes para DS de Pokémon Heartgold/Soulsilver. Apesar de ter ótimos games, a 2ª geração geralmente é vista com menos apreço em relação aos bichinhos.

Ainda assim, entre os 100 novos Pokémon, há diversas criaturas poderosas que valem muito a pena investir seu tempo. Confira os 10 mais fortes, excetuando obviamente os Pokémon lendários!

 

Misdreavous

O simpático Pokémon Fantasma da 2ª geração é também um dos melhores para os jogadores que traçam boas estratégias. Com a habilidade “levitar”, o fantasma consegue se defender de todo o tipo terrestre, além de ser imune a danos físicos como característica principal de seu tipo. Com uma base total de atributos de 435 pontos, o Pokémon consegue ser um combo entre defesa e ataque especial que podem fazer a diferença em batalhas mais pesadas.

 

Heracross

O favorito de muita gente e voraz companheiro de Ash também é um dos mais fortes da 2ª geração. Com sua dupla espécie entre Inseto e Lutador, ele inquestionavelmente se torna o melhor Pokémon lutador de Johto. Além disso, por conta de ser Inseto, consegue detonar qualquer Pokémon psíquico com ataques como Megahorn. Com base de atributos em 500 pontos, Heracross é uma máquina perfeita de ataques físicos, limpando oponentes truculentos em apenas um golpe bem dado.

 

Blissey

Enquanto sua forma original como Chansey já é uma montanha de HP, Blissey consegue se tornar ainda mais forte com a vitalidade absurda que recebe. Em níveis normais, seu HP tem base 255 pontos, muito além do que diversos outros Pokémon. Servindo como tanque, a estratégia é usá-la quando usar um golpe de dano perene como um de queimadura ou venenoso e coloca-la em campo. Apesar de atacar fraco, o Pokémon adversário já terá morrido há muito tempo antes de Blissey ir ao chão.

 

Tyranitar

Substituindo um provável Pokémon dragão da 2ª geração, Tyranitar vem como um dos mais fortes e difíceis de treinar, mas todo o esforço é válido. O Pokémon Rocha/Sombrio é um bom atacante e defensor, embora apanhe muito para qualquer Pokémon lutador que consegue deitar o bicho com facilidade. O fato é que Tyranitar realmente tem um ataque poderoso e HP em certa abundância tornando-se um perigo para tipos de Fogo, Sombrio e Fantasma, além de ser imune ao tipo psíquico.

Skarmory

Esse tipo Voador/Aço também não é um dos fracotes da geração. Tendo uma defesa especial absurdamente alta, o Pokémon só chega a ser fraco contra os tipos Elétrico e Fogo. No total, Skarmory consegue ser resistente a oito tipos de espécies, recebendo dano baixo podendo durar diversas rodadas enquanto o jogador usa Fly ou outro tipo de movimento que torna o Pokémon quase invulnerável em um turno.

Steelix

Outro Pokémon do tipo Aço dando as caras no Top 10 da geração. A evolução de Onix é chata de conseguir pois envolve a troca do bicho munido de Metal Coat, mas meus amigos, vale muito a pena. O Pokémon é um tanque absoluto, tendo 200 de atributo básico de defesa, também resistente a 8 tipos de espécies e totalmente imune a ataques elétricos e de veneno por também ser um Pokémon Terrestre. Para derrubar um Steelix é preciso de muita paciência com Pokémon do tipo Gelo, Lutador, Grama e Fantasma. De resto, é um verdadeiro terror para os oponentes.

Crobat

Outra evolução chata de conseguir, mas que ataca forte e rápido. Crobat é um dos Pokémon mais rápidos da geração, contando com 130 de base de velocidade. Além de ter um ataque físico forte de 90 pontos. Com a combinação certa de ataque e velocidade, o Pokémon consegue infligir dano primeiro ou envenenar um oponente com facilidade.

Umbreon

Essa eeveelution é um verdadeiro terror para derrubar, já que possui altos atributos das duas defesas, além de uma base de HP bastante sólida. Por conta disso, recebendo menos dano, o Pokémon é ótimo para aguentar diversas rodadas até derrubar o oponente, apesar de atacar um pouco fraco. Suas desvantagens são poucas com as espécies de Inseto, Fada e Lutador.

Miltank

Todos que jogaram os games dessa geração sofreram com a maldita Miltank da Whitney, uma das líderes de ginásio do game. Logo, sua colocação na lista não devia ser surpresa para ninguém. Possuindo atributos equilibrados de Vida, Defesa e Velocidade, esse Pokémon é uma verdadeira máquina de matar e difícil de derrubar. Somente fraca aos Pokémon Lutador, uma espécie um tanto rara, a Miltank consegue usar ataques de força crescente para derrubar qualquer Pokémon.

Kingdra

Essa complicada evolução de conseguir do Seadra é extremamente poderosa por ser totalmente equilibrada. Possuindo atributos base de 95 para ataque e defesa, assim como os especiais, o Pokémon resiste bem ao dano e também ataca poderosamente. Sendo fraco somente aos tipos Fada e Dragão, Kingdra certamente é o melhor da geração inteira para ser utilizado sem o menor problema.

Obviamente que, se incluirmos os Pokémon lendários teremos Suicune, Raikou, Celebi, Ho-Oh e Lugia como os cinco mais poderosos da geração.


Lista | Os Melhores Pokémon da 1ª Geração

A primeira geração de Pokémon revolucionou o mercado de jogos e de entretenimento para sempre. Com a proposta de capturar todas as 151 criaturas originais, os jogadores descobriram um mundo vasto repleto de aventuras com uma fórmula de RPG por turno capaz de viciar qualquer um. Os games Pokémon Red/Blue/Green foram um fenômeno de vendas conseguindo ser ressuscitador em até mesmo dois remakes para consoles diferentes.

Primeiro com os já clássicos Pokémon FireRed/LeafGreen que recebiam uma bela revitalizada no GBA com os gráficos aprimorados de Pokémon Ruby/Saphire/Emerald. Mas o mais impressionante é fato de Kanto ser tão mágica a ponto de conquistar um novo remake neste ano para o Nintendo Switch com Pokémon Let’s Go Pikachu/Eevee. A magia de encontrar os bichinhos da primeira geração continua firme e forte, além de ser um momento ideal para elencar os melhores Pokémon dessa geração.

 

Dragonite

O dificílimo Dragonite evidentemente estaria nessa lista. O Pokémon Dragão de evolução lenta consegue ter atributos altos de todas as defesas e ataques, se tornando um tanque ofensivo excelente para varrer diversos inimigos de uma só vez. Sendo fraco apenas a 4 tipos como Rocha, Gelo, Fada e Dragão, é um tanto raro encontrar oponentes fortes para Dragonite na primeira geração com Lapras se tornando seu grande algoz.

 

Rhydon

Rhydon também é um ótimo Pokémon tanque ofensivo com seus atributos altos de Vida, Dano e Defesa, embora sofra bastante por ser lerdo e vulnerável demais a ataque especiais de Água e Grama, que conseguem deitá-lo facilmente. Porém, caso usado contra outros Pokémon, seu atributo alto de ataque consegue obliterar facilmente o oponente.

 

Jolteon

A única eevolution a entrar na lista. Jolteon é o melhor Pokémon elétrico da geração, sim superando até mesmo o fofo Pikachu. Por ser praticamente um raio, rápido e poderoso em ataques especiais, Jolteon sempre é o primeiro a atacar podendo exterminar o inimigo ao usar Discharge ou Thunder. Sendo fraco somente aos ataques tipo Terra, é difícil deitar esse veloz oponente.

 

Chansey

Quem diria que a simpática Chansey seria um verdadeiro demônio nas batalhas Pokémon? Pois essa é a verdade. Com bases absurdas de HP em seus atributos, o Pokémon é o tanque perfeito para envenenar oponentes e aguardar turno a turno que a morte os leve. A tática por trás de seu sorrisinho é pérfida e macabra.

 

Slowbro

Slowbro pode parecer patético, mas também é um facínora da primeira geração. Além de ser um Pokémon com bases fortes de Vida e Defesa, Slowbro também consegue dar ataques especiais pesados. Mesmo atacando sempre por último, essa máquina é capaz de te surpreender ao usar ataques psíquicos e aquáticos capazes de derrotar oponentes com um só golpe.

 

Alakazam

Alakazam pode ser frágil ao ser atacado, afinal possui bases pequenas de vida e defesa, mas em compensação, o Pokémon é extremamente rápido e poderoso. Com golpes especiais muito bem selecionados, consegue derrotar os oponentes antes mesmo deles te atacarem.  Ainda assim, caso sofra um ataque, é bom se preocupar apenas com os tipos Inseto, Fantasma e Sombrio.

 

Tauros

Tauros é outro tanque poderoso na defesa e ataque podendo eliminar facilmente inimigos com seus golpes físicos tremendos, além de ser bastante ágil. Sendo fraco apenas ao tipo Lutador, Tauros é difícil de derrubar. Para um ataque ofensivo físico rápido, não tem Pokémon melhor.

 

Snorlax

Sim, Snorlax é lento, todos sabemos disso, mas também é um dos mais poderosos da 1ª geração. O Pokémon compensa sua lentidão com atributos altos de Vida, Ataque e Defesa Especial, resistindo muito bem aos danos especiais de outros Pokémon dessa lista. Também sendo fraco somente contra Pokémon do tipo Lutador, Snorlax consegue acabar facilmente com outros inimigos com Rollout, Body Slam e Giga Impact. Um Pokémon ideal para ser usado na Liga.

 

Mew

Mew é raríssimo e praticamente só oferecido em eventos especiais. E o motivo é bastante claro: é o Pokémon mais puro e equilibrado de toda a geração. Todos seus atributos tem o mesmo valor, tornando extremamente rápido, poderoso e resistente quando trainado a níveis altos. Contando apenas com as poucas fraquezas do seu tipo psíquico, Mew é realmente uma lenda viva no game.

 

Mewtwo

Obviamente que acabaríamos com Mewtwo como o melhor Pokémon possível para capturar no game. Apesar não ser equilibrado como Mew, Mewtwo é um Pokémon formidável em todos os aspectos, contando com boa base de vida e atributos excelentes de velocidade, ataque e ataque especial. Sua presença onipotente realmente se faz valer em batalha contra outros oponentes e certamente merece estar no seu time.

Além desses Pokémon, outros bastante poderosos da geração são Persian, Starmie, Gyarados, Victribel, Golem e Gengar.


Crítica | Turandot no Theatro Municipal de SP - Uma Turandot cheia de cores e energia

O Teatro Municipal de São Paulo apresenta a sua última ópera do ano, Turandot, que Puccini morreu (em 1924) antes de terminá-la por completo. Finalizada por outros compositores, a versão que o Teatro nos mostra é a mais tradicional, realizada pelo compositor Franco Alfano.

Turandot é como as outras óperas de Puccini: música suntuosa, ambientação que flerta com o exotismo, uníssonos vocais e orquestrais, uma narrativa mais declamada e estática que dinâmica. Não muita coisa acontece em termos de entrecho. Turandot é uma princesa gélida que faz um desafio aos seus pretendentes: se eles acertarem três perguntas que ela formula, eles a ganham em casamento. Se errarem, decapitados serão, o que é a praxe de muitos anos. Mas o Príncipe Calaf, assim como outro protagonista pucciniano, Cavaradossi (da ópera Tosca), é um jovem destemido e apaixonado, e aceita o desafio, após se encantar pela estranha princesa. Contra tudo e todos Calaf move a narrativa. Pang, Ping e Pong, os três que são uma espécie de bufões nessa ópera, tentam demovê-lo a todo custo, porém inútil (os cantores que os interpretam estão muito bem nessa apresentação, diga-se de passagem). Calaf bate o gongo aceitando o desafio, acerta-os e propõe um enigma seu à relutante consorte. Ao final, desfaz a gelidez, arrogância e reticência de Turandot, que descobre afinal o que é o Amor.

teatro e palco em Leipzig.

Este texto fará, além da crítica ao espetáculo por ora encenado em S. Paulo, um paralelo com duas outras montagens que vi. A primeira, no próprio Teatro Municipal, em 1996, da qual tenho vaga lembrança. E a montagem do Oper Haus de Leipzig, em abril de 2017. Na comparação das três, em relação ao espetáculo, ouso afirmar que a encenação do TMSP atual é a melhor. Vou tentar dissecar os motivos, e espero que o leitor tenha a oportunidade de checá-los por si.

O Turandot dirigido cenicamente por André Heller-Lopes (que é provavelmente o melhor encenador contemporâneo de ópera brasileiro, no meu entender) é um espetáculo que consegue, numa ópera sem muita ação, ser bem dinâmico. Isto se deve a vários motivos, a concentração do cenário num espaço menor, a boa movimentação dos cantores e coro dentro da cena, a beleza do cenário e da luz, que se revelam bastante dinâmicos e de bom gosto. Particularmente eu também aprecio o respeito da direção cênica pela concepção original da ópera, que se passa numa Pequim atemporal, meio fantasiosa e mítica. E os cenários, figurinos e luz corroboram esta visão. O diretor cita que se inspirou, em termos visuais, no filme Amor à Flor da Pele, do Wong Kar-wai, que foi fotografado, em cores fortes, pelo diretor de fotografia Christopher Doyle, numa fotografia que o catapultou, depois de aprimorar o mesmo estilo em filmes como O Americano Tranquilo (de Philip Noyce) e 2046 – Os Segredos do Amor, do mesmo Kar-wai, a trabalhar em Hollywood com o direotr Shyamalan em A Dama na Água, em 2006. Se no cinema, que leva uma carga de realismo atávico, funcionou, nessa ópera esta mistura de cor e contraste se adequa perfeitamente.

cenários e figurinos em Leipzig.

O cenário, com um ciclorama no fundo, consegue produzir bastantes contrastes de luzes entre o fundo em relação às luzes do palco e, aliado a um desenho cênico cheio de padrões, consegue dar dinamismo e remeter a esta China imemorial. Compare pelas fotos com a encenação de Leipzig, onde o cenário, em tons de preto e branco, assim como os figurinos, acabam por salientar o caráter estático do libreto. A apresentação de 1996 era mais tradicional, mais pomposa e grandiosa, porém menos dinâmica. Tinha a Eva Marton, excelente cantora, mas como espetáculo estava aquém do atual. Em 1996 havia um tradicionalismo que acabava por sufocar a encenação. Há outro fator que acaba, sem querer, por favorecer a atual apresentação. Com a ideia do cenário desenhado para que parte do coro fique “assistindo” o desenrolar da ação, com o ciclorama logo atrás deste cenário, isto acaba por reduzir o tamanho do palco. Se por um lado faz com que solistas e coro fiquem espremidos quando em tutti, quase sem espaço para a movimentação, por outro gera um efeito musical muito forte. O Teatro Municipal, comparado com teatros modernos como o de Leipzig ou o Teatro Renault, é menor tanto em relação ao tamanho do palco quanto em relação à distância do espectador deste. Desse modo, o público fica um pouco mais próximo da cena. Este fato, junto ao coro compactado e aos uníssonos de Puccini, acaba por gera um efeito emocional muito forte. Ainda outros detalhes ajudam a fortalecer a apresentação atual. Turandot está, durante boa parte da ópera, em cima de um pedestal móvel, que é deslocado para diferentes posições do palco por seus súditos. Se o palco foi reduzido pela cenografia, a direção cria uma movimentação extra para sair deste nó górdio. A performance em São Paulo é, então, recheada de soluções criativas para as dificuldades propostas pela ópera. É como se Turandot fizesse as questões espinhosas para a direção, e esta passasse no teste e desposasse a ópera.

No Oper Haus, o teatro e o palco eram bem maiores que o dirigido por Heller-Lopes. Em relação ao primeiro item, há fatores prós e contras. É favorável o desenho do teatro, já que uma das maiores vantagens das construções modernas (vide o Teatro Renault, de musicais, por exemplo) é que, não importa onde você se senta, a visão nunca é extremamente prejudicada. Nesta sala, em especial, sempre se possui uma visão quase inteira do palco. Onde sentei, das últimas fileiras do foyer e quase totalmente à esquerda, via uns 90% do palco. Quem senta no TMSP em algum dos cantos sabe que a visão do palco fica muito prejudicada. A acústica da Oper Haus é de bom padrão, se percebe muito bem os diferentes timbres. O problema é que, em geral, o espectador senta mais longe da cena, o teatro é mais comprido. O palco grande permite mais espaço para movimentação e ousadias no desenho do cenário. Assim, na apresentação alemã, uma ponte, como se pode observar na foto, separava a corte e Turandot dos súditos. Esta jogada, com a movimentação entre a frente e o fundo do palco, o povo embaixo e a corte acima dava uma dinâmica muito boa. O que prejudicava o espetáculo não era então a planta do cenário, mas sim seu desenho e uso das cores. A opção por se utilizar figuras geométricas, no caso hexágonos, como decoração, acrescido ao fato de tanto cenário e figurinos ser em preto e branco, acaba por anular o efeito da boa mise en scène, realçando um aspecto um tanto estático da ópera. Além disso, cria-se uma dificuldade enorme em se reconhecer as personagens, visto que as cores e vestimentas serem padronizadas. Não se sabe direito quem é povo ou quem é soldado. Os figurinos compõem-se de uma série de capas pretas, monótono. O caso clássico da cenografia e figurinos que mais atrapalham que ajudam. A ópera fica parecendo um quadro do Mondrian sem cor. Claro, há efeitos visualmente bonitos, como a morte de Liú, onde o sangue vermelho (que também era a cor do figurino de Turandot) banha a cena, Mas eram raros os momentos inspirados, a impressão geral é algo entre o militar e uma gangue de motociclistas, quadrado e marcado.

Para se ter uma ideia dessa montagem, há um link disponível aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=NBRzGLH8VS0

Talvez o leitor se assuste um pouco com a minha defesa de um espetáculo nacional frente a uma casa de ópera tradicional europeia. Não é para tanto. Dentro das apresentações de uma temporada, sempre há espetáculos melhores e piores. A ópera anterior no TMSP, Pélleas et Melisandé, foi soporífera. Turandot foi a melhor da temporada, quando as coisas dão certo. Em Leipzig, provavelmente o mesmo não tenha ocorrido. Outro detalhe: a comparação, até agora, se dá em termos puramente de espetáculo, onde o aspecto cênico ganha proeminência, ao menos em minha análise.

Se a análise levasse em conta o estritamente musical, Leipzig sairia em vantagem. Quem executa as óperas lá é a Gewandhaus de Leipzig, uma das melhores orquestras do mundo, dona de uma tradição centenária. É a única grande orquestra do mundo atrelada a uma casa de ópera. A Filarmônica de Berlim, Viena, Nova Iorque e a Concertgebouw de Amsterdã tocam óperas, mas apenas em apresentações especiais. Destarte, assistir a uma ópera com uma orquestra do calibre da Gewandhaus é evento raro. As cordas nunca ficam sobrepujadas pela massa de vozes, elas sempre marcando sua presença. Fortes, calorosas, afinadas, com precisão rítmica exemplar. Um staccato é um staccato, uma colcheia é uma colcheia. uma semicolcheia, uma semicolcheia. As percussões muito precisas, exatas. A orquestra também consegue ter alto volume nos tuttis, e ser delicada nos pianos, ou seja, tocar em volume bem baixo sem perder a qualidade. Assim, a performance, em relação à orquestra, foi perfeita em Leipzig. A Sinfônica Municipal, embora tenha se apresentado muito bem, não consegue suplantar a tradição.  

Em relação aos cantores, o destaque em São Paulo fica para o Calaf de David Pomeroy. Voz volumosa, boa atuação, agudos limpos, um porte bonito faz dele um príncipe resoluto, forte, decidido, apaixonado. Surpreendente é a atuação de Gabriella Pace como Liú, com agudos longos nos pianíssimos muito bem executados e com uma interpretação pungente. Esta personagem segue a tradição das mulheres abnegadas e leais em relação ao seu amor pelo personagem principal, como a Santuzza da Cavalleria Rusticana. A Turandot de Elizabeth Blancke-Biggs é puro poder. Com um volume impressionante, nunca fica sobrepujada pelos tuttis. A sua atuação, assim como sua performance vocal, é poderosa, mas sem muitas sutilezas. Não incomoda, pois Turandot é, como dito anteriormente, uma princesa gélida, o que coaduna com o desempenho de Elizabeth. Em Leipzig, os cantores também eram muito bons, embora a atuação da Turandot, excelente cantora, fosse um pouco estática.

Deste modo, o público paulistano tem uma boa oportunidade de ver uma montagem de ópera como deve ser: cativante, calorosa e emocionante. Não é sempre que isso ocorre. Coincidência ou não, os ingresso se esgotaram rapidamente, inclusive na récita extra. E fica a dica que, quando se escolhe uma ópera conhecida e a deixa ser realizada por uma boa equipe, sem leituras extravagantes, a tendência é ter um espetáculo que enche os olhos. Que brinda a temporada enxuta, de apenas quatro óperas, com um tom promissor. Queremos mais e melhores espetáculos. E que nem sempre a crise, a falta de dinheiro, significa espetáculos ruins. Um globo de luz pode gerar um efeito muito bonito, como na atual apresentação. Falta de dinheiro não gera necessariamente espetáculos ruins. Escolhas infelizes, sim.

Texto por Adriano Barbuto. Fotos de Luciama Marchi.