Bruce Willis ligou para ex-ator mirim por um ano após lançamento de O Sexto Sentido

Lista | Curiosidades sobre os Bastidores de O Sexto Sentido

M. Night Shyamalan obteve uma oportunidade dourada com O Sexto Sentido, um dos suspenses mais festejados da História do Cinema, além, na época, ter gerado tanto alvoroço que alguns jornalistas acreditavam que o cineasta seria o grande próximo Alfred Hitchcock – o que, obviamente, acabou não acontecendo.

Sendo um dos filmes favoritos de muito gente, escolhemos alguns detalhes muito curiosos e outras informações sobre os bastidores O Sexto Sentido que, muito provavelmente, muita gente não conhecia.

Bruce Willis foi forçado a participar

Bruce Willis tem uma fama péssima como profissional, mesmo sendo um ator competente. Durante os anos de seu ápice, Willis podia mandar e desmandar a ponto de encerrar produções inteiras como aconteceu com The Broadway Brawler.

Destruindo a produção, Willis teve um mau tempo com a Disney, sob a distribuidora Buena Vista. Por obrigações contratuais, o ator teve que entrar nessa produção de orçamento modesto, com um diretor pouco conhecido e recebendo apenas a metade de seu salário. Felizmente, Shyamalan e Willis se deram bem rendendo esse sucesso e o retorno da parceria em Corpo Fechado.

Michael Cera tentou o papel de Cole

O papel que consagrou Haley Joel Osment quase foi para Michael Cera na época, já que o ator estava na lista de casting como modelo de jovem introvertido/esquisito – sim, Hollywood rotula absolutamente tudo para aprimorar a máquina desde sempre. Porém, obviamente a escolha final não favoreceu Cera que poderia ter tido um futuro bastante diferente na indústria se tivesse conquistado o papel.

Osment ganhou o papel por três razões: ele era o melhor, foi vestido com uma gravata e afirmou para Shyamalan que já havia lido o roteiro inteiro três vezes antes do ensaio final.

Uma das cenas foi considerada assustadora demais para a versão final do roteiro

Por si, O sexto Sentido já é um filme bastante impressionante, mas Shyamalan desejou forçar um pouco mais a censura com uma cena envolvendo Cole testemunhando diversos mortos e mutilados em um hospital. Obviamente, como o estúdio desejava a censura PG-13 (12 a 14 anos no Brasil), a cena foi cortada para não atrapalhar os planos de um lançamento mais abrangente.

A Trilha Musical estraga a reviravolta final

Hoje é muito comum que as trilhas musicais sejam lançadas em serviços de streaming de música ou tenham suas faixas reveladas antes das estreias dos filmes. Por ocorrência do destino, em 1999 a internet não era tão popular quanto em 2018. Se fosse, muitos espectadores perderiam a melhor das reviravoltas que chocaram muita gente.

Por isso, atenção ao spoiler a seguir. Uma das faixas escritas por James Newton Howard simplesmente se chamava Malcolm is Dead, estragando a maior surpresa do filme.

Houve resistência com um dos momentos icônicos do filme

Eu vejo gente morta. Pelo menos a grande maioria dos leitores já ouviu a frase em uma piada ou já reconhece direto a referência na origem: O Sexto Sentido.

Na cena, Shyamalan corta para Willis justamente quando a palavra morta é dita por Osment, indicando que o personagem Malcolm está morto todo esse tempo.

Alguns produtores não gostaram da indicação de Shyamalan para a reviravolta final do filme antes dela acontecer em tela e ofereceram resistência para esse corte em específico estar na versão final.

Somente depois de algumas exibições-teste nas quais ninguém havia percebido a dica que Shyamalan conseguiu manter sua preciosa dica no filme.

Bruce Willis usa a mesma peça de figurino durante o filme inteiro

Outra dica de Shyamalan para o público perceber que Willis está morto durante o filme inteiro é o fato do personagem praticamente nunca trocar suas vestimentas. Um sinal de que os mortos não trocam de roupa, mas também pode ser interpretado que Malcolm simplesmente não tem muita imaginação para seu vestuário.

Foi o VHS mais alugados dos anos 2000

VHS? Sim, caro leitor, essas fitas eram a melhor maneira de assistir a seus filmes favoritos. Na época, grandes locadoras como a 2001 e a Blockbuster competiam para conquistar diversos consumidores. Somente no ano 2000, o filme foi alugado por oitenta milhões de pessoas. Felizmente, hoje não é mais preciso sair de casa para assistir a esse ótimo filme de M. Night Shyamalan.


Lista | As Melhores Histórias em Quadrinhos com Venom

Venom sempre foi um personagem intrigante para mim. Não somente pelo seu design e interessante história de origem, mas por notar que o vilão nunca atingia seu completo potencial dentro das histórias que aparecia. Uma repetição infindável de situações e a exploração dos músculos e pouco cérebro do brucutu alienígena simplesmente apagavam quem Venom realmente é.

Ainda assim, mesmo sendo um personagem recente da Marvel, conquistando seus 30 anos agora, há algumas boas histórias que valem a pena de conferir. Além disso, inevitavelmente já vamos abordar a fase muito interessante que Donny Cates está dedicando na mensal do personagem – até mesmo a Marvel acordou e percebeu que Venom pode ser sim um grande carro-chefe da editora.

O Nascimento de Venom

Sim, sei que é uma história de origem bem atabalhoada, mas é preciso reconhecer os diversos méritos para todo o desenvolvimento da criação do vilão desde a origem com o uniforme negro do Homem-Aranha até toda a junção de rancores e remorsos do simbionte com Eddie Brock. Há elementos ótimos, mas muito espalhados em besteiras típicas das revistas antigas do Aranha.

Agente Venom, de Rick Remender

Flash Thompson não é um maníaco como Eddie Brock e conseguiu conquistar o simbionte a ponto de controla-lo livremente. Nessa versão, Thompson se torna um agente especial do governo conhecido como Agente Venom. Nessa fase, vemos o herói lidando com missões ao redor do globo, muito antes de entrar para os Guardiões da Galáxia.

Carnificina Máxima

No ápice da popularidade do personagem em 1990, a Marvel decidiu montar um evento mostrando uma pancadaria perfeita entre Homem-Aranha, Venom e Carnificina. Porém, não obstante, a editora teve a ideia de forçar o Teioso a trabalhar com Venom como aliado para deter Carnificina e seu grupo de vilões que estavam dizimando Nova Iorque. Diversão pura.

Venom: Protetor Letal

Esse arco será adaptado para as telonas em Venom que estreia em outubro e certamente é um dos melhores do personagem até agora. Nessa minissérie de seis edições, Venom se transforma em anti-herói defendendo algumas pessoas, mas sem a sutileza e benevolência do Homem-Aranha. O arco fica mais desenvolvido quando o personagem é obrigado a duelar com outras criaturas similares ao simbionte que ele usa: Scream, Phage, Riot, Agony e Lasher.

Venom (2018), de Donny Cates

Donny Cates já havia feito um milagre com Thanos em sua fase divertidíssima na condução da mensal do Titã Louco. Agora, assumindo a mensal de Venom há alguns meses, já podemos ver que teremos uma das melhores histórias envolvendo Eddie Brock e o simbionte. Cates fornece alto detalhamento da relação simbiótica entre os dois, além de fazer um retcom espetacular e muito cuidadoso sobre a história do simbionte e sua origem. Vale muito a pena acompanhar.

Nessa onda crescente de popularidade do personagem, aconselhemos sempre ao leitor dar uma chance e explorar esse incrível mundo de histórias realmente boas sobre o personagem. No final, qual é a sua favorita? Conte nos comentários.


Crítica | O Espetacular Homem-Aranha: O Nascimento de Venom

Venom é, sem sombra de dúvidas, um dos vilões favoritos e mais icônicos do Homem-Aranha até hoje. Nascido na montanha de músculos em meados de 1990, o vilão tem a sorte de ter recebido um tratamento bastante generoso para trazer seu passado e toda sua relação com o herói.

Ao longo de quatro anos, a Marvel investiu no mistério do uniforme negro do Cabeça-de-Teia até oferecer a resolução surpreendente de que a roupa se tratava de um simbionte alienígena que estava prestes a consumir Peter Parker e toda sua força de vontade. Obviamente que o compilado que analisaremos aqui não traz boa parte de grandes histórias que marcaram essa época, afinal são mais de quarenta edições.

Embora levando a culminação da narrativa somente nas páginas finais, a Salvat trouxe esse encadernado que deve reacender a curiosidade dos fãs com a proximidade do lançamento de Venom nas telonas. Portanto, vale a pena descobrir a origem do vilão em O Nascimento de Venom.

O Amigão Nem Tão Amigo

Homem-Aranha 3 recebeu críticas duríssimas e várias delas atingiram o personagem Venom. Porém, verdade seja dita após a leitura do material original, é preciso reconhecer que fizeram um bom trabalho ao condensar toda a traumática origem do personagem.

Como disse, existe muita enrolação no compilado, oferecendo a primeira aparição pública de Peter Parker com o uniforme negro ao retornar dos eventos de Guerras Secretas. Trazendo diversas histórias dos anos 1980, é bastante interessante notar o trabalho de gírias e dos diálogos totalmente caricatos que atingiam as histórias do Espetacular Homem-Aranha.

Focando em eventos nem tão sumariamente importantes para a origem do vilão, o encadernado perde força ao apostar no arco envolvendo o Puma e seus ataques ao Homem-Aranha, apesar de trazer o impactante momento no qual Mary Jane afirma saber que Peter Parker é o vigilante mascarado.

Nota-se que o arco foi introduzido aí somente por conta desse evento, já que a narrativa é interrompida no meio para então o leitor ser apresentado a busca de Peter Parker em compreender o que há com seu uniforme graças a ajuda do Quarteto Fantástico. A edição conta com o pior e melhor dos quadrinhos da época, trazendo um monte de exposição, resoluções simples para problemas maiores e um momento bizarro fantástico envolvendo um uniforme provisório do herói.

Pela velocidade dos acontecimentos e também por conta de uma interrupção de outra edição trazendo histórias sobre a Mary Jane, novamente há um “soluço” no encadernado. Óbvio que é fácil compreender a leitura, mas esse compilado de edições quase não encaixa. Simplesmente falta material para dar organicidade para a história.

Do jeito que tudo é contado, parece que nenhum dos eventos tem peso na vida do Aranha. Ao menos, o leitor consegue ver passagens importantes como a possessão do simbionte durante a noite, controlando o corpo de Parker, apesar de nunca vermos o que o personagem faz enquanto está sob o domínio do alienígena.

A passagem simbólica da igreja, depois de uma grande luta genérica, também é um dos pontos altos da história, trazendo Parker se livrando do simbionte quase as custas da própria vida como se exorcizasse a si próprio. Há até mesmo um detalhe curioso sobre a maledicência do simbionte em deixar Peter vivo depois de ter sido expurgado.

Uma pena que a narrativa de apresentação para Venom sofra com uma falta de linearidade por escolha duvidosa do roteirista David Michelinie. Amarrando com muita burocracia, entendemos a motivação do simbionte se unir à Eddie Brock e se tornar o inimigo perfeito contra o Homem-Aranha.

O desafio que Venom propõe, por outro lado, é inconsistente. O personagem poderia ser um vilão letal já em sua apresentação, mas a Marvel joga com segurança em certo ponto. Apesar de ser uma montanha de músculos, assustador e capaz de driblar o sentido aranha, Venom é derrotado com certa facilidade depois de contar toda sua história para o protagonista.

Mal da Idade

Venom se tornou um personagem muito querido e icônico, mas certamente sua história de origem poderia ter sido melhor trabalhada tanto editorialmente na época com a Marvel que inundou a narrativa de fillers até na reunião dos fascículos que compõem esse encadernado da Salvat. Faltam pedaços da história, apesar do grosso estar aqui. E pelo o que apresenta, simplesmente não há nada demais. Retrabalhada em outras mídias, a história de origem do Venom se tornou melhor ao ser lapidada como se deve.

O Espetacular Homem-Aranha: O Nascimento de Venom (The Birth of Venom, EUA – 1988)

Autor: David Michelinie
Arte: Todd McFarlane
Editora: Marvel
Edições Reunidas pela Salvat: 252, 256 a 259, 300


Crítica | Y: O Último Homem - Volume 5 - A Queda das Promessas

A nossa jornada com Yorick Brown finalmente chega ao fim. Depois de sessenta fascículos, Brian K. Vaughn conclui seu projeto mais autoral até aquele ponto de sua carreira em 2008 quando Saga ainda era apenas um projeto de sonhos. Em uma aventura editorial que durou seis anos até o término completo de Y: O Último Homem, foi possível ver todo o potencial que o autor demonstrava a cada novo capítulo em sua fascinante história na Vertigo.

Nesse último e quinto volume que, detalhe, ainda não foi publicado pela Panini no Brasil, acompanhamos a culminação final da jornada sacrificante de Yorick para encontrar Beth e descobrir as origens da praga que devastou todas as criaturas que portavam o cromossomo Y da face da Terra. E os prognósticos de um mundo que pode encarar a extinção da raça humana.

Quanto Maior é a Promessa

Existe um certo senso comum bastante sábio que atormenta a mente criativa de qualquer realizador de entretenimento. Criar um pontapé inicial para uma narrativa é o menor dos desafios, afinal em Y: O Último Homem tudo que Brian K. Vaughn teve que fazer era explorar aquela frase muito comum envolvendo “ser o último homem da Terra”.

Quando levado na literalidade como é no caso dessa narrativa, é evidente que temos um cenário apocalíptico bastante forte e que foge muito bem do clichê tema dos zumbis, permitindo mostrar as mais diversas consequências de um mundo sem homens. Entretanto, para que isso seja crível, é preciso alguma explicação, no mínimo, lógica para um acontecimento de magnitude gigantesca.

Vaughn, no caso, optou pelo caminho mais difícil ao mostrar todos os homens morrendo ao redor do globo no mesmo segundo. Ou seja, para responder essa questão de suma importância, é preciso que haja uma resposta tão convincente quanto. Infelizmente, não é isso o que ocorre.

O leitor rapidamente é agraciado com respostas bastante absurdas para um evento absurdo que, em primeiro momento, até cumprem o papel narrativo, jogando toda a simultaneidade do evento como uma vontade súbita da natureza decorrente de certo acontecimento biológico. Há muito foco na dra. Allison Mann e em sua história, trazendo os momentos mais íntimos de seu passado que realmente elevam a qualidade do trabalho dúbio que Vaughn havia apresentado no volume anterior.

A personagem cresce e seu núcleo se torna interessante a ponto de Yorick, inexplicavelmente, regredir seu desenvolvimento e se tornar um cara imaturo e irritante. Vaughn, pelo menos, consegue tornar esse primeiro clímax narrativo em algo elaborado juntando os pontos de completa provação para Mann e 355 que são obrigadas a superar o maior dos desafios enquanto esgotadas por toda a carnificina da jornada.

Funcionando muito bem como uma despedida das personagens, o arco termina satisfatoriamente e talvez seja o melhor da HQ até sua conclusão. Infelizmente, apesar de ainda manter alta qualidade em seu trabalho para os capítulos finais da saga, o roteirista apela tremendamente para juntar todos os personagens secundários importantes no mesmo local para oferecer a conclusão.

Embora haja alguns capítulos de enrolação focando novamente no núcleo das soldados israelenses e do grupo de Hero, Vaughn entrega momentos valiosíssimos entre 355 e Yorick, contrastando depois quando o rapaz finalmente encontra Beth no final da jornada. A diferença do tratamento, por mais sutil que seja, são créditos completos das sacadas visuais de Pia Guerra, dominando a arte em mostrar desolação, carinho, decepção e tensão sexual.

Toda essa junção de núcleos oferece sim o senso de urgência e perigo iminente que conseguem transformar a vida de Yorick ao ponto de ruptura na qual o herói precisa começar a traçar o próprio destino e lidar com as consequências terríveis do segundo clímax da obra, novamente desenhado com perfeição. No final, outra explicação é oferecida para os eventos que deram a origem à toda a jornada de Yorick, mas são tão impossíveis de acontecer quando à explicação anterior.

Vaughn sai pela tangente ao afirmar que em um mundo já afetado mentalmente por toda a guerra e caos, nada mais faria sentido, pois o equilíbrio foi completamente arruinado. Não explicação lúcida em mundo insano. Insanidade essa que acaba por dar o tom agridoce do epílogo da obra que, apesar de belo, possui formato incômodo com o autor decidindo pelo desfecho aberto e pouco digno para todo o desenvolvimento repleto de catarses para Yorick.

O Último Homem

Vaughn brilha ao manter o foco da narrativa com os momentos fortíssimos e emocionantes que atingem Yorick, Beth e 355 no final da história, mas essas pérolas são momentos mais seletos, pois o autor faz muita questão de focar em núcleos menos interessantes liderados por Hero e sua turma lidando com um lado antagonista totalmente exaustivo e esgotado.

Desse modo, Y: O Último Homem é uma ótima história, repleta de defeitinhos comuns que não chegam a incomodar, mas certamente era uma aventura com potencial maior. Analisando pelo o que o quadrinho é, se trata de uma ótima experiência para Vaughn que novamente brilharia no futuro com o maior acerto de sua carreira.

Y sempre será lembrada como uma ótima história, mas repleta de desenvolvimentos joviais e erros comuns que a impedem de ser absolutamente inesquecível. Um grande exemplo para provar como as histórias mais simples e básicas do “e se?” acabam por render verdadeiros momentos maravilhosos, mesmo que poluídos por más escolhas nutridas seja pela editoria ou por um autor ainda jovem demais. Assim como seu protagonista.

Y: O Último Homem – Volume 5 (Y: The Last Man – Book 5, EUA)

Roteiro: Brian K. Vaughn
Arte: Pia Guerra
Editora: Vertigo


Crítica | Y: O Último Homem - Volume 4 - A Penúltima Aventura

Possivelmente, esse talvez seja o volume mais fraco de Y: O Último Homem até agora. Surpreendentemente, conseguindo atar diversas pontas no volume 3 e desenvolver vastamente os personagens, Brian K. Vaughn enrola ao máximo enquanto une alguns personagens secundários e continua a apostar em elementos pouco interessantes.

Yorick, agora a bordo de um submarino australiano, finalmente chega até a Austrália, um país desolado pelo vício em heroína. Convicto que encontrará Beth, sua noiva, nessa terra perigosa, o protagonista conta a ajuda de 355 enquanto a dra. Allison Mann desenvolve um novo relacionamento com uma misteriosa tripulante do submarino.

Busca implacável

Esse é, de longe, o volume menos preocupado com Yorick. Enquanto o teor original da narrativa é sustentado pelo foco no que o protagonista sente e faz, muito disso se perde com os diversos capítulos dedicados a exibir o passado traumático e particularmente clichê de 355 e Mann. Os dois são bastante decepcionantes, embora o de 355 seja melhor estruturado e pensado do que o de Mann que continua a ser uma personagem complicada em conquistar a empatia do leitor.

Tudo nesse volume envolve a jornada do grupo na Austrália e depois no Japão tentando reaver Ampersand, o macaco capuchinho sequestrado de Yorick. Para sustentar o volume inteiro, muitas reviravoltas e traições acontecem. Todas bastante óbvias e pouco relevantes para adicionar mais insumo criativo na ficção. Simplesmente é uma tentativa de expandir a mitologia desse novo mundo com personagens irrelevantes em aventuras pouco excitantes.

É particularmente bizarro como Yorick se comporta nos dois casos, na busca de Beth e na de Ampersand.

O protagonista está extremamente relaxado ao contrário de Ampersand que ganha um capítulo inteiro, um dos melhores aliás, contando a história dos primeiros momentos de Yorick com ele, revelando o amor que o macaquinho sente pelo amigo.

Hero, irmã de Yorick, também ganha um próprio capítulo, também um dos mais interessantes, mostrando sua relação com Beth, a garota que Yorick teve relações no meio da jornada no volume anterior. Com toques criativos aliando mistério, ação e doçura, tudo funciona bem.

O que não funciona bem são as figuras paternas espalhadas em toda a HQ. Seja o acontecimento jogado com a mãe de Yorick ou com a relação de Mann tanto com sua mãe e com seu pai. Além de ser clichê em grande parte, adicionam um humor constrangedor que raramente surgia no quadrinho.

Vaughn traz seu pior momento com as coisas que acontecem no Japão, em sua tentativa de expandir a mitologia do universo. Ainda há o investimento sempre sem graça com a ninja que persegue o grupo, mas o autor vai além ao adicionar uma linha narrativa envolvendo a Yakuza bem no meio da busca por Ampersand. É uma escolha bizarra repleta de apelações para injetar ação e violência.

Essas mudanças tonais entre galhofa de ação oitentista e um drama denso e sério acabam cansando o leitor que, já nesse ponto, não vê a hora da história terminar. A jornada até aqui realmente é exaustiva pela falta de criatividade ou escolhas editoriais que abateram Vaughn nessa penúltima edição de Y: O Último Homem.

Um Adeus Muito Próximo

Mesmo que seja o pior volume da coleção até aqui, ainda há qualidade no trabalho de Vaughn e dos desenhos de Pia Guerra. Mesmo que seja uma aventura inchada e que simplesmente anda em círculos com essas buscas intermináveis e traições óbvias, a leitura é sempre agradável e divertida, embora essas edições tragam muito pouco o que tornava Y excepcional até então. O bom de tudo é que temos um cliffhanger bastante curioso envolvendo o núcleo que eu julgava o pior até agora: o das soldados israelenses

Y: O Último Homem - Volume 4 (Y: The Last Man - Book 4, EUA)

Roteiro: Brian K. Vaughn
Arte: Pia Guerra
Editora: Vertigo


Crítica | Y: O Último Homem - Volume 3 - O Sofrimento de Yorick Brown

A jornada de Yorick Brown chega na metade com Y: O Último Homem – Volume 3. Com o grupo ainda partindo em busca do laboratório de Alisson Mann em São Francisco para encontrar a causa da praga, além de uma razão cientifica pela qual Yorick sobreviveu à doença que exterminou todos os portadores do cromossomo Y da face da Terra.

Enquanto isso, Hero, irmã de Yorick ainda continua sua busca para reencontrar o irmão, embora suas intenções sejam totalmente desconhecidas. Nesse pontapé inicial para o terceiro volume, é fácil crer que o leitor comece a perder o interesse em uma jornada que andou em diversos círculos no livro anterior.

A urgência por novidades e soluções para longos mistérios da HQ era uma tarefa básica que Brian K. Vaughn precisava atender para seus leitores. Felizmente, isso acontece. E através de arcos muito criativos, esse volume se torna o melhor até agora.

Jornada Interrompida

Apesar da metade do volume se concentrar em resolver pontas soltas deixadas anteriormente, há mais vislumbres sobre Yorick e suas tentações carnais em mundo repleto de mulheres – curiosamente, ele só esbarra em mulheres atraentes. No primeiro capítulo, já muito divertido, temos Yorick se encantando ao encontrar uma jovem chamada Beth.

Vaughn brilha em fornecer diálogos jovens e cheios de referências para mostrar como os dois se dão bem, embora o roteirista aborde temas mais densos envolvendo religião já que todo o arco se desenrola dentro de uma igreja. Logo questões existenciais e de propósito surgem na cabeça do protagonista.

Infelizmente, após atingir um clímax previsível, temos novamente a incursão de um ataque de feministas radicais querendo queimar a igreja por ser um símbolo patriarcal. É preciso admitir que, embora essas viradas sejam repetitivas, Vaughn praticamente se torna um profeta com suas sátiras aos elementos mais radicais desta terceira onda feministas, já que muitas das situações e frases que ele cria para apresentar como argumento dessas personagens, hoje são escutadas e lidas em diversos posts e vídeos nas redes sociais.

Curto e agradável, o primeiro arco funciona como mais uma falha de Yorick diante das provações carnais que passa, afinal o jovem ainda se considera noivo de sua namorada Beth. O segundo arco é bem mais intenso e finalmente entrega respostas relevantes sobre diversos mistérios, além de estruturar por si só alguns truques de narrativa que certamente deixam o leitor apreensivo.

Focando a ação com 355 e sua querela pessoal com as ex-agentes que trabalhava, é possível descobrir um pouco mais, mas não muito sobre sua missão original com o talismã e de sua vida. Já com dra. Mann as respostas criativas e, até mesmo convenientes, surgem para explicar como Yorick sobreviveu à praga.

Uma pena que, para dilatar a história, uma nova oponente surja no jogo, colocando toda a narrativa em uma deslocada situação de espionagem envolvendo Ampersand como alvo. Obviamente que a ação que o arco gera empolga pela arte sempre surpreendente de Pia Guerra, mas trata-se de uma saída bem barata para dilatar uma história que claramente já se encontra próxima do limite, já que Vaughn insere apenas alguns conceitos bobos para Yorick nesse momento para tentar vender os próximos fascículos – isso, na época da publicação original.

O terceiro arco e também o último do volume, já envolve uma narrativa de transição. É legal ver os momentos finais da interação entre Hero e Yorick, além do roteirista oferecer um insight dedicado no ponto de vista da irmã do personagem, a mostrando lutar contra as paranoias esquizofrênicas que a perseguem.

De restante, a narrativa sofre uma interessante reviravolta que joga os personagens para uma aventura fora do continente a bordo de um navio de carga. Novamente, o Vaughn aproveita para criar um clima tenso para ser descontraído com diversas piadas lotadas de referências sobre cultura popular que Yorick dispara a todo momento.

Aqui sim, com viradas imprevisíveis e uma troca de papeis raramente experimentada antes da narrativa, Vaughn cria um dos melhores arcos da HQ até agora, colocando o protagonista em lugares muito desconfortáveis sobre as decisões que precisa tomar, além de toda a motivação da vilã ser bem fundamentada conquistando uma relação pessoal importante com o protagonista.

O arco, infelizmente, dura pouco e dá pistas da reinserção da péssima ideia das agentes israelenses que já haviam tido suas horas decisivas no volume anterior. Uma jogada simplesmente desnecessária que, torço, renda alguma coisa positiva no próximo volume, já que até agora as personagens são bastante vazias e mais aborrecem do que agregam qualquer coisa sobre a temática do quadrinho.

Dois Amores em Perigo

O Volume 3 de Y: O Último Homem claramente é o superior até agora. As relações entre os personagens evoluem substancialmente, Yorick amadurece e toca questões muito profundas sobre fé e seu papel social no mundo, além dos devaneios com Beth revelando mais do passado desses dois simpáticos personagens. Os arcos são mais criativos e oferecem boas respostas. O que apenas tira um pouco do brilho dessa história é a insistência de Yorick e cia. Sempre caírem em tramoias de conspiração mundial envolvendo espionagem e ações de outros países.

Y: O Último Homem – Volume 3 (Y: The Last Man – Book 3, EUA)

Roteiro: Brian K. Vaughn
Arte: Pia Guerra
Cores: José Marzán Jr
Editora: Vertigo


Crítica | Y: O Último Homem - Volume 2 - Ciclos Sem Fim

A saga de Yorick Brown está longe de terminar depois do encerramento do volume 1 de Y: O Último Homem. Brian K. Vaughn eleva o jogo no roteiro das outras doze edições que constituem o segundo volume da saga de quadrinhos.

A reviravolta final do 1º volume é o suficiente para impulsionar o leitor a comprar o 2º. Com a revelação de termos dois astronautas homens na ISS, Yorick poderia ficar mais calmo e não sentir tanto o fardo de ser o último homem na face da Terra. Mas como o leitor já sabe, não há saídas fáceis na HQ.

Homens do Espaço

O primeiro arco é bastante interessante por Vaughn finalmente desenvolver Yorick com mais atenção. O personagem já bastante mudado desde o início da jornada agora é mais maduro, apesar de ainda carregar tendências suicidas. Já suas acompanhantes de viagem, a agente 355 e a cientista Allison Mann, também recebem mais atenção em seus arcos individuais que só acontecem no final do volume, quando o roteirista apresenta novamente outro confronto com um grupo de milicianas feministas radicais.

Apesar desse repeteco de situações envolvendo emboscadas e grupos milicianos agressivos, Vaughn traz novidades sobre o desenvolvimento de Mann e 355 que passam a ficar mais próximas e revelar verdades íntimas que Yorick desconhece. Aliás, durante esse segundo arco, a arte de Pia Guerra é aprimorada, apresentando sequência de ação muito mais violentas indicando que as mulheres, depois de um ano do marco-zero, estão agressivas ao máximo.

O primeiro arco é o mais criativo, envolvendo toda a problemática do grupo conhecer uma agente russa disposta a receber os astronautas na Terra. Apesar da personagem ser carismática, ela não recebe muito tratamento, servindo apenas como mais uma aliada ao grupo de Yorick.

Enquanto Vaughn traz reviravoltas e características interessantes sobre o medo acerca do destino dos astronautas, o grosso do conteúdo nesse volume fica definido ao modo que Yorick lida com a problemática envolvendo o exército israelense – que também é uma repetição dos núcleos de emboscada tão presentes em Y: O Último Homem.

Até esse ponto, o protagonista ainda age impulsivamente como se o próprio quisesse dar cabo da própria vida. Essa questão, felizmente, é abordada com o arco mais interessante da obra até então, quando Yorick fica hospedado na casa de uma das agentes amiga de 355. Sob um tratamento de choque muito bizarro, o protagonista finalmente aprende a assumir sua responsabilidade social diante da própria civilização.

Vaughn cria passagens fortes envolvendo sequências de flashbacks, sonhos e alucinações para causar a catarse no jovem que realmente sofre muito para crescer. Por isso que Yorick continua sendo tão interessante. Mesmo sendo o alívio cômico da narrativa, fica claro para o leitor que o protagonista é basicamente um palhaço suicida para esconder a enorme dor que carrega consigo.

Sacrifício da Repetição

Sustentando a narrativa com pontos abertos para a sequência da história, o segundo volume de Y: O Último Homem mantém a qualidade do anterior trazendo mais expansões do universo, apesar de Vaughn insistir exaustivamente em ciclos envolvendo emboscadas e conflitos que, já nesse ponto da narrativa, arrastam o ritmo da obra e a deixam redundante em sua jornada.

Agora com Yorick transformado, fica a expectativa para ver como o rapaz lidará com os desafios familiares nada simpáticos que estarão a sua frente, além de ver como a relação entre 533 e Mann irá funcionar.

Y: O Último Homem – Volume 2 (Y: The Last Man – Book 2)

Roteiro: Brian K. Vaughn
Arte: Pia Guerra
Cores: José Marzán Jr.
Editora: Vertigo


Crítica | Y: O Último Homem - Volume 1 - Homens em Extinção

Brian K. Vaughn já não era mais um zé-ninguém quando lançou o primeiro fascículo de Y: O Último Homem em 2002. O roteirista já havia ganhado certa expressividade na Marvel fazendo boas fases com os personagens da Casa das Ideias, mas alcançou grande prestígio com a minissérie do Doutor Estranho contando a origem do personagem em O Juramento.

Isso catapultou sua carreira a ponto de conseguir convencer a Vertigo a investir em uma história de sessenta publicações que traria o clima de um apocalipse zumbi, apesar de nada ter a ver com zumbis. Com Y: O Último Homem, Vaughn traria uma incrível história envolvendo uma hipótese arrasadora: e se, de uma hora para outra, todos os portadores do cromossomo Y morressem na Terra?

Um Mundo de Mulheres

Com uma ideia tão interessante como essa, não é difícil acreditar que Y: O Último Homem seja uma obra, no mínimo, interessante. O leitor é convidado a acompanhar a história de Yorick Brown e seu macaco capuchinho Ampersand. Yorick, um artista de fuga amador, é desempregado e depende dos pais para sobreviver, mas já planeja seu futuro com a namorada a qual pretende pedir em casamento.

Vindo de uma família de destaque, ele é o único que ainda não encontrou seu propósito na vida. Mas o destino reserva um propósito muito além do que ele seria capaz de imaginar. Em uma tarde mundana, num horário qualquer, absolutamente todos homens morrem na Terra. Apenas Yorick e seu macaco sobrevivem.

Dois meses depois do acontecimento que devastou o mundo com grandes tragédias de infra-estrutura e falta de mão de obra para operar diversas áreas vitais da sociedade, a civilização está na beira do colapso. Yorick finalmente consegue chegar até Washington onde sua mãe trabalha como parlamentar democrata.

Com a reunião improvável dos dois, o resto que sobrou do governo e da civilidade, decidem mandar Yorick junto com uma agente especial para resgatarem a única geneticista que pode garantir a salvação da raça humana e criar uma vacina de uma possível mutação do vírus que matou os homens instantaneamente.

Em uma história cujo universo abre inúmeras possibilidades para criação de mitologia, Vaughn não faz feio. Através do Volume 1 que reúne as dez primeiras edições da publicação, o roteirista estabelece de modo satisfatório as regras do mundo que o leitor será imerso. Ao contrário do que muitos pensariam na felicidade de ser o último homem da face da terra, Vaughn apresenta uma visão mais realista envolvendo o perigo de ser um espécime valioso para diversos grupos radicais.

Mesmo que mantenha sempre o bom humor da história com as tiradas repletas de referências de Yorick, o rapaz ainda imaturo sofre diversos choques de realidade no caminho tendo que sobreviver a tentativas de sequestro e assassinato. A morte é uma companhia constante em Y: O Último Homem desde a primeira página. Vaughn é particularmente bem-sucedido em mostrar as diferentes feminilidades entre um grupo de mulheres e outros.

Muito disso vem através da forma que ele cria as situações de violência. Com descuidos e diversas vezes movidas pela paixão, as mulheres agem e depois reagem ao próprio feito com tremendo choque. O dom pela matança e carnificina só é nutrido e apreciado pelo grupo antagonista da obra, as feministas radicais intituladas de Amazonas. O autor demonstra a histeria coletiva sob a tutela de uma figura ditatorial misândrica que, a partir do momento que descobre a existência de Yorick, passa a caçá-lo por um longo caminho.

O interessante da história é que Vaughn raramente se vale dos momentos menos acelerados para expandir personagens que ele não pretende investir por muitas edições. Logo, há toques de maniqueísmo simplista no lado antagonista, mas isso é uma boa desculpa para introduzir uma reviravolta bastante impactante na experiência da leitura dessa primeira edição que certamente tiraria o prazer do leitor caso eu revelasse. Apenas aponto que os dois lados da balança entre o bem e o mal são equilibrados por uma sacada digna das narrativas trágicas gregas.

Como apontei, ler Y: O Último Homem é uma aventura apressada, pois as reviravoltas acontecem e mudam as regras do jogo a todo momento – Robert Kirkman se vale dessa estrutura em The Walking Dead do mesmo modo que Vaughn utiliza aqui. O protagonista é moldado por esses fatos até se tornar um novo personagem ao fim do volume. A jornada de transformação é clara.

O que realmente pesa contra a obra, apesar de ser divertida e muito interessante com diálogos bem escritos, são as personagens coadjuvantes. Tanto a agente especial como a cientista trazem arcos individuais que parecem dignos da atenção do leitor em primeiro momento, mas muito é jogado em cima disso com sequências de ação que visam explicar como as Amazonas sempre estão no encalço de Yorick.

Como as personagens são constantemente interrompidas, logo se tornam enfadonhas e com pontos estacionados em suas narrativas individuais. O mesmo acontece com um arco paralelo envolvendo agentes israelenses que procuram Yorick por um motivo nunca revelado. Simplesmente não há substância ou humanidade o suficiente para o leitor se importar com o desfecho desses arcos já tão rudimentares em seu estabelecimento.

Vaughn falha somente nesse aspecto, conseguindo manter o protagonista uma figura interessante e bastante conflituosa. Já na arte de Pia Guerra, há um grande show de traços fortes e contornos bem delineados mostrando perfeitamente a ação entre quadros, muito embora a desenhista não aposte muito no suspense, já que a diagramação do layout dos quadrinhos raramente foge do básico.

Onde Guerra está mais inspirada certamente é no primeiro fascículo, repleto de transições inteligentes e mudanças de linhas temporais claras para o leitor. A artista também merece crédito pelo trabalho árduo com sequências noturnas muito bem detalhadas com multidões reunidas capturando o caos e insegurança desse novo mundo.

Em geral, a arte é fascinante e pouco confusa já que a desenhista também dedica detalhes minuciosos na criação de seus personagens com diferentes cortes de cabelo, postura e figurino. É tudo realmente muito bem desenvolvido.

 

Uma Jornada longe de terminar

Y: O Último Homem já vai virar série de televisão com lançamento para um futuro próximo. A história é riquíssima e pelas exigências da narrativa, há pouco custo envolvido com locações nem tão complexas. Novamente, a força da história de uma outra mídia que deve agitar o mercado da televisão. Mas nem mesmo por isso que o leitor deveria adiar a leitura da HQ.

Com publicação recente no Brasil, Y: O Último Homem pode ser encontrado com pouco esforço. Certamente a história de Yorick, já em seu comecinho, é capaz de levar a diversas reflexões importantes sobre a realidade do mundo que nos cerca. E de como tudo pode ir pelos ares na mais improvável das mudanças.

Y: O Último Homem – Volume 1 (Y: The Last Man – Book One)

Autor: Brian K. Vaughn
Arte: Pia Guerra
Cores: José Marzán Jr.
Editora: Vertigo


Lista | Ranking da franquia Indiana Jones

Os filmes Indiana Jones são facilmente elencados como as melhores coisas que Hollywood já produziu. Vindo de uma ideia milionária de George Lucas em parceria com Steven Spielberg, o mundo teve contato com o charme do arqueólogo historiador Indiana Jones.

Em uma mistura perfeita do exótico com um clima de conspiração ao melhor estilo de filmes de espionagem como 007, Indiana Jones conseguiu conquistar uma legião de fãs ao redor do mundo. Com apenas quatro filmes feitos até hoje, a franquia se consolida como uma das melhores da carreira de Harrison Ford e também do diretor Steven Spielberg.

Entre pequenos deslizes e grandes acertos, não é uma tarefa difícil listar a ordem de qualidade desses filmes. Veja se concorda com nossa seleção:

4. Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Mesmo que divirta, é inegável que o quarto filme, um falho revival da franquia, seja o mais fraco. Trazendo um Harrison Ford menos inspirado e apostando fichas no então astro em ascensão Shia LaBeauf, o longa tem falhas gritantes de narrativa além de fracassar em capturar o senso exótico e de aventura dos anteriores. O que realmente é interessante, a relação de Jones com seu filho, é explorado com pouco afinco. Rende apenas um entretenimento razoável.

3. Indiana Jones e o Templo da Perdição

Sei que existem muitos defensores das loucuras cometidas por Steven Spielberg e George Lucas na sequência de Caçadores da Arca Perdida, mas embora haja sequências de ação e uma comédia memoráveis, Templo da Perdição é um filme “a mais” em muitos momentos.

Quase insuportável de assistir por conta da atuação histriônica de Kate Capshaw interpretando Willie, o interesse romântico de Indy no longa, a obra não dose bem seu próprio tom, misturando galhofa irritante com segmentos sombrios em excesso conferindo uma personalidade bipolar para a obra que só consegue irritar do que entreter.

2. Os Caçadores da Arca Perdida

Um clássico é um clássico. E certamente Os Caçadores da Arca Perdida é um deles. O começo da franquia embala momentos inesquecíveis na própria História do Cinema dos quais foram repetidos em exaustão por diversos outros longas. Aqui, Spielberg e Lucas conseguiram mudar completamente a forma de fazer cinema de ação com sequências de perseguição fantásticas e muito divertidas, além de apresentarem nosso querido Indy, um personagem absolutamente inesquecível.

O longa só não é o melhor da franquia, apesar de chegar muito próximo de sê-lo, por conta da existência fantástica de Indiana Jones e a Última Cruzada.

1. Indiana Jones e a Última Cruzada

Muitos podem discordar, mas não há longa que mais me divirta nessa franquia do que a terceira iteração apresentada nessa conclusão cheia de charme de trilogia. Cientes dos excessos cometidos em O Templo da Perdição, Spielbrg e Lucas conseguem dosar uma aventura divertida cheia de riscos ao inserir Indy em uma inusitada perseguição contra diversos nazistas para descobrir a localidade secreta do Cálice Sagrado que garante vida eterna.

Fora a narrativa ser muito interessante por si, há uma energia deliciosa em ver Harrison Ford contracenar com Sean Connery nessa relação de pai e filho muito engraçada e emocionante retratada no longa. É simplesmente uma experiência ótima que expande a mitologia do personagem e de sua própria história.

Embora nós gostemos mais de A Última Cruzada, tanto ele quando Os Caçadores da Arca Perdida merecem figurar em primeiro lugar. Mas e para você? Qual é o melhor filme Indiana Jones?