Review | LEGO Star Wars: O Despertar da Força

Lista | Top 10 Melhores Games LEGO

Quem nunca brincou de Lego que atire a primeira pedra. As famosas pecinhas de montar já evoluíram muito chegando ao seu auge com diversos jogos, filmes e animações muito bem produzidas. Com a vinda de Batman Lego: o filme, não podíamos de deixar de fazer um top 10 com os melhores jogos já produzidos sobre a franquia Lego, afinal de contas essas pecinhas incríveis merecem um lugar digno na poltrona dos consoles, vamos começar o top 10 Lego!

10 - Lego Pirates of Caribbean

Começando nosso top 10 temos o clássico Lego Piratas do Caribe lançado em 2011. Aqui controlamos Jack Sparrow e sua tripulação em uma grande aventura baseada nos 4 filmes já lançados. O jogo conta com 80 personagens desbloqueáveis e tem uma duração de 60 horas para obter seus fabulosos 100%. o mais interessante desse jogo é o fato de ser o primeiro jogo da franquia Lego baseado em um filme da Disney. Lego Piratas do Caribe tem uma trilha sonora ótima, porém com personagens muito repetitivos o que acaba tirando a diversidade que o jogo poderia ter.

9 - Lego The Hobbit

Em nono lugar está Lego The Hobbit lançado em 2014 para todas as plataformas. O grande diferencial de The Hobbit com outros jogos da franquia na época era o fato do jogo inovar trazendo um tipo de inventário e tesouros para fazer craft. também não podemos esquecer que o jogo é totalmente legendado e dublado em português, The Hobbit conta com 100 personagens jogáveis e se passa apenas nos dois filmes da série Hobbit. O maior problema é que o jogo não contém um episódio de finalização já que a DLC do terceiro episódio da série Hobbit nunca foi lançada, deixando assim o jogo incompleto.

8 - Lego Jurassic World

Uma das franquias mais queridas da história do cinema estava faltando na coleção de games LEGO. Quando enfim surgiu Lego Jurassic World, foi difícil não ficar entusiasmado. O jogo conta com a história dos quatro filmes em grandes fases abertas que permitem a exploração. Entretanto, melhor do que jogar os momentos mais icônicos dos filmes, é controlar os diferentes dinossauros, seja “pilotando” ou encarnando os carnívoros mais temíveis.

7 - Lego Indiana Jones

Lançado Novembro de 2009 para Playstation 3, Xbox 360, Nintendo Wii e PC, podemos fazer as 4 aventuras de Indy e seus amigos tendo um total de 78 personagens desbloqueáveis. A grande novidade desse jogo é o fato do jogador poder moldar sua fase do zero podendo adicionar terreno, objetos, inimigos e tudo que o jogo fornece para despertar a imaginação do jogador. Porém, como de praxe, rapidamente se torna repetitivo e fraco já que muitos dos personagens são totalmente iguais aos outros com poucas variedades de uso.

6 - Lego Harry Potter

Em sexto lugar temos o bruxinho mais famoso do mundo em seus dois jogos, Lego Harry Potter Year 1-4 e 5-7. Graças ao licenciamento com a série Lego, Hogwarts se torna um lugar divertido para se explorar e desvendar segredos nos cenários. O jogo contém mais de 112 personagens jogáveis onde cada personagem será útil em momentos diferentes com suas magias. Fazer 100% do jogo não é nada fácil e o desafio é o grande forte da série Lego Harry Potter.

5 - Lego Lord of the Rings

Em quinto lugar entra Lego Lord Of the Rings, lançado em outubro de 2013 para Playstation 3,Xbox 360,Nintendo Wii, PC e Nintendo 3DS.O grande diferencial desse título é o fato que a ação é muito maior do que o humor e os combates são sempre bem frequentes, o jogo contém um total de 84 personagens e uma boa quantidade de horas de jogo. Igual Piratas do Caribe, se torna um pouco enjoativo e acaba cansando o jogador, porém a beleza e a história parodiada da saga mais famosa do cinema justificam uma visita.

4 - Lego City Undercover

Em quarto lugar chegamos a Lego City Undercover que merece estar entre os melhores jogos da série Lego. Lançado em 2013 inicialmente e também para as plataformas atuais nesse ano, Undercover é praticamente um GTA em sua versão Lego com uma história totalmente original, a grande graça do jogo é a caça por coletáveis e conquistas que a vasta cidade de Lego City oferece, seu único e grande problema é o fato de não haver um modo coop sendo o primeiro jogo focado totalmente no single play.

3- Lego Batman 2: DC Super Heroes

No triunfado terceiro lugar está Lego Batman 2, lançado junho de 2012 para todas as plataformas. O mais divertido desse jogo é o fato de não estar preso apenas ao Batman já que personagens como Superman, Mulher-maravilha e o próprio Flash estão presentes para ajudar o morcegão a combater o coringa e seus aliados do crime. O jogo contém um total de 45 personagens desbloqueáveis, o menor em comparação com outros jogos da Lego, porém sua diversão e criatividade vai além do que muitos jogos pode oferecer, além de ser uma das primeiras empreitadas da Lego em jogos de mundo aberto.

2 - Star Wars The Complete Saga e Lego Star Wars: The Force Awakens

Levando a medalha de prata temos Star Wars Lego The Complete Saga lançado em novembro de 2007 para Playstation 3, Xbox 360, PC, Nintendo Wii e Nintendo DS.A mistura de um universo incrível com a criatividade e humor dessas pecinhas acaba criando algo espetacular para os apreciadores de videogame, tendo um total de 126 personagens desbloqueados e implementando os 6 episódios lançados, Star Wars Lego é de se respeitar até hoje como uma das grandes maravilhas que o mundo dos videogames pode ter.

“Primeiro grande lançamento da série de games LEGO para a nova geração, a adaptação de Star Wars: O Despertar da Força é uma gigantesca a agradável surpresa. Ainda que mantenha diversos padrões conhecidos de seus títulos anteriores, este jogo LEGO muda praticamente tudo e oferece uma imersão mais complexa e uma jogabilidade mais interessante, que mistura a arte de construir bloquinhos com elementos de shooter, puzzles e até um mundo aberto explorável que oferece diferentes missões e conquistas. Todos os personagens do filme estão aqui, ganhando animações divertidas e contando com o luxo de terem o elenco original completo fazendo a dublagem. Talvez seja o melhor jogo LEGO lançado até então. ” Lucas Nascimento

1 -Lego Marvel Super Heroes

E levando a medalha de Ouro temos Lego Marvel Super Heores lançado em outubro de 2013 para todas as plataformas. Sem dúvidas Lego e Marvel acabam formando um belo casal, usar os poderes de seu herói favorito para explorar a cidade de Nova York é incrível, os gráficos são belos e bem polidos e o jogo contém uma história criativa e empolgante para todos os apreciadores da série Lego. O jogo contém mais de 150 personagens desbloqueáveis e um total de 50 a 60 horas de gameplay para zerar em seus 100%. Existem também duas DLCs que trazem mais personagens ao jogo tentando fazer um jogo com toda a família Marvel presente, a e claro você pode jogar com o rei dos cameos, Stan Lee.


Crítica | A Sangue Frio

O jornalismo enquanto atividade é algo tão mutável, efêmero e volátil como a sociedade. Pela História, encontram-se diversas e diversas maneiras de exercê-lo, de maneira mais elitista, mais popular, muito texto, pouco texto, preocupando-se com o factual ou encarnando um comportamento oblomoviano. E, se faz parte da História, e é, também, uma criação artística (de grau discutível) corre o inevitável risco da ciclicidade, no bom sentido. Acompanhando os movimentos contra produtos fast, ou seja, as frentes que privilegiam o cuidado à rapidez (slow food, slow travel, slow home…) temos na área jornalística, hoje, a ascensão do slow journalism, que tem como uma de suas diretrizes o interesse maior em ver como as histórias decorrem e terminam do que simplesmente constatar os fatos que as iniciaram. Neste decorrer da segunda década do século XXI é quase impossível não encontrar no passado influências ou referências que sustentam nosso pós-modernismo. No caso, a Delayed Gratification, uma das revistas mais famosas do movimento hoje, tem várias influências óbvias tiradas da The New Yorker, a mesma que possibilitou a formação do New Journalism na década de 60 do século passado.

Dos escritores mais notáveis e fundadores dessa supracitada geração, destaca-se Truman Capote (1924-1984), contista, dramaturgo, roteirista e autor de A Sangue Frio, visto por muitos como sua obra-prima. Publicado originalmente em quatro partes na própria The New Yorker, o grande sucesso da história levou os textos a serem compilados poucos meses depois do seu fim pela editora Random House em 1966. A edição analisada foi a mais recente, publicada no Brasil pela Companhia das Letras, 432 p., com prefácio de Ivan Lessa e posfácio de Matinas Suzuki Jr. Para quem só leu a capa e seu subtítulo mais do que revelador, esses textos são de integral importância para contextualização do livro. O excêntrico autor é uma das figuras mais polêmicas da área em sua época, tanto pela sua personalidade como por sua escrita – criticada ferozmente inclusive por colegas e também pelos escritores da geração beat (Burroughs, principalmente). A apresentação de Ivan Lessa mostra uma fala do escritor que dá o tom perfeito de como era seu caráter: “(…) a verdade é que eu escrevi uma obra-prima”.

Mais do que apenas revelar o final da narrativa, a capa, hoje, gera expectativas, o que pode ser tanto bom quanto ruim. Bom porque o leitor curioso e que não tem problemas com essa atitude vai ficar ainda mais instigado. E àquele que tem problemas levará um soco no estômago, vai (ou ao menos, deveria) amadurecer intelectualmente. Ruim porque pode trazer à tona uma impressão errada: os EUA guardam uma fama macabra pelos casos de serial killers, cada uma mais psicótico que o outro. Com obras como Helter Skelter, de 1974, e o impecável O Massacre da Serra Elétrica, do mesmo ano, fundou-se todo um imaginário de estereótipos. E A Sangue Frio nada tem a ver com isso.

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Capote leu uma notinha no jornal sobre um crime em que uma família (o pai, a mãe, o filho e a filha adolescentes) foi brutalmente assassinada na própria casa, em uma pequena cidade do Kansas. Depois de digerir e refletir sobre o conteúdo, o escritor viu nessa pequena e desastrosa notícia algo muito interessante de ser investigado. Então, o autor viaja para a cidade e passa a acompanhar as investigações e a fazer muitas entrevistas com as mais diversas pessoas da cidade. Vale notar que é uma cidade pequena, com menos de 300 habitantes, que mal tinham o hábito de trancar as portas de suas casas durante a noite. Não é surpresa que o choque de encontrar de repente uma família brutalmente assassinada foi avassalador. Capote, entretanto, utilizou uma técnica muito inteligente, porém muito perigosa: as conversas não eram registradas na hora. Não havia anotações em papel ou gravadores. Dizia que tinha uma memória muito boa e era capaz de reproduzir com aproximadamente 95% de fidelidade o que via e ouvia. A proposta era tentar intimidar o menos possível os entrevistados, pensando que um caderno ou um gravador poderia fazer com que as pessoas alterassem seus discursos, não tivessem tanta confiança ou omitissem certos detalhes. Poderia, logo, estabelecer um contato muito mais próximo com o seu interlocutor e, diferentemente de um jornalista clássico, que se atém à fidelidade dos fatos e falas, traçar e penetrar a “alma” dos entrevistados. Justifica o que Capote chamaria da escrita do “romance de não-ficção”, gênero que se gaba de ter inaugurado com esse livro. E, ao mesmo tempo em que produz algo deveras interessante e aproveitável, cria também conflitos literários e éticos.

É dito que o material bruto da investigação é de aproximadamente oito mil páginas de manuscritos. Algo, no mínimo, ilegível. Não há como negar que condensar essa história não é trabalho para um fulano qualquer. Truman Capote já havia publicado quatro romances, e diversos contos e ensaios, ou seja, já possuia um bom (ou mal) reconhecimento no meio literário. O fato é que se somou à massiva quantidade de dados relações muito mais profundas do que a “simples” relação fonte-entrevistador. Capote teve de entrar em contato com os próprios assassinos para poder concluir seu romance e, segundo boatos, teria estabelecido uma relação homoafetiva com um deles, Perry Smith, que é muito humanizado na obra. É notável a diferença de tratamento entre ele e seu parceiro, Dick Hickock, descrito como muito mais brutal, perverso e traiçoeiro. E talvez realmente tenha sido. E reside aí esse grande mistério, essa grande ameaça à credibilidade. E mesmo que Truman Capote sempre tenha se declarado muito mais escritor do que jornalista, a atitude tomada por ele é muito perigosa. E isso sem falar da polêmica que essa perspectiva causou para os outros membros da família Clutter que leram o livro.

Como se já não bastassem essas polêmicas, o produto final, enquanto peça literária, é também complexo e, por vezes, defeituoso. Como um psicopata que executa seu plano torturante, milimetricamente planejado e à sangue frio (diferentemente dos facínoras da história real, que, no final das contas, levaram poucos dólares depois das execuções brutais e impensadas), Capote inicia uma narrativa congelada, truncada. Na primeira da quatro partes do livro, intitulada “Os últimos a vê-los com vida”, Capote usa de quase uma centena de páginas apresentando e descrevendo detalhadamente não só a família Clutter como também outras residências e personagens da pequena cidade. A escrita afiada dilui-se em um detalhismo inepto, assemelhando-se à mediocridade do descritivismo dos piores escritos de Eça de Queirós, por exemplo. Essa ferramenta não serve nem como tempo para respiração, nem como analogia (os usos mais comuns). Teoricamente, seria a parte do romance que mais se aproxima do modelo jornalístico. Porém a abundância de detalhes confronta, novamente, a credibilidade. A não ser sob um olhar virgem, ingênuo que se é possível não torcer o nariz para certas passagens. Seria mais coerente intitular essa passagem de “A Sangue Coagulado”. Imagina-se, talvez, que essas figuras apresentadas tomem suma importância no decorrer da narrativa. E realmente algumas servem como plano secundário para explicação de certas consequências. Destaca-se a equipe policial, principalmente o xerife. Mas nada perto de uma sensação de algo como feito em Watchmen, por exemplo. A cidade, Holcomb, não entra para a lista de personagens.

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Por sorte, as próximas partes são menos empelotadas. Capote prefere injetar um anticoagulante eficaz durante a metade da segunda parte, “Pessoas desconhecidas”, ao invés de administrá-lo por via oral desde o início da narrativa. As pedras da leitura se desmancham gradativamente e o fluído pode, finalmente, circular entre o livro e o leitor. A rima entre a forma e conteúdo se torna mais clara, ágil, e o conhecimento invejável do escritor na construção de seus parágrafos fica agradável e, pontualmente, surge um humor sutil, até mesmo em passagens mais absurdas – o que acaba sendo um tanto involuntário, diga-se de passagem. Mistura-se raiva e familiaridade com os dois lados, tanto dos assassinos quanto do lado da família e conterrâneos. Fica bem claro que houve uma desestabilização comercial e social da cidade, mas, repito, soa deslocado e secundário na movimentação da narrativa. Uma movimentação composta de picos e vales. Analogicamente, mais parecido com oscilações barrocas do que com a excitação e os impulsos de jazz. Também, como não ser carregado por essa “síndrome barroca” dentro do redemoinho em que o escritor se arriscou a adentrar? Como não se empolgar e costurar William Steffe e seu Battle Hymn of the Republic, cantado por Perry e Dick no final da segunda parte (“Glory! Glory! Hallelujah!”), com o clássico Hallelujah de Messias de Händel? Ou ainda comparar, já na terceira parte, “Resposta”, ao “Inverno” de Vivaldi, oscilando freneticamente entre núcleos narrativos, colocando a história em um desenrolar de alta velocidade? Sob essa perspectiva, a narração de Capote personifica um caráter cinematográfico: muitas imagens, muito precisas, acompanhadas de trilha e ritmo.

Essa cadência alucinante tem uma freada, não brusca, na quarta parte, onde os assassinos são pegos pela polícia, interrogados, julgados e executados. A marcha diminui gradativamente. É um capítulo do livro muito interessante, pois aborda questões sobre pena de morte, as prisões da época, os tratamentos, o famigerado corredor da morte… Um detalhe soturno fica muito explícito: Capote preferiu a injeção direta do anticoagulante do decorrer da narrativa, mas fica claro que ele adicionara, desavisadamente, pela via oral certas abordagens em relação aos criminosos (em relação à Perry, principalmente) para colocar o leitor em uma situação complicada, de indecisão, raiva ou pena. Trágico, o final também pesa como uma última sequência de um longa, com a imagem de um pôr-de-sol em fade-out e a música em fade-in.

Vale também um comentário sobre a tradução. Sergio Flaksman, que já traduzira seu primeiro Capote aos 18 anos (Breakfeast at Tiffany’s ou Bonequinha de Luxo), retorna em mais um trabalho impecável. Sem subestimar o escritor de A Sangue Frio, mas para quem já traduziu Shakespeare, Philip Roth e Henry Miller, esse caso é só mais uma tarefa. Curiosa, a língua proporcionou para o português o mérito de uma ambiguidade involuntária para o título da quarta parte: em inglês “The Corner”, chegou para nós como “O Canto”. É o canto, o ângulo reentrante formado pelo encontro de duas superfícies, posto a um canto, afastado, desprezado. É o canto, o derradeiro canto, que se calará com o encerramento das gargantas pela oposição do peso do corpo e da tração da forca. Mesmo se as histórias são verdadeiras, A Sangue Frio não é uma obra-prima, mas, para Capote, é, ao menos, “a morte do cisne” do carnaval de seus demônios.

A Sangue Frio (In Cold Blood, 1966)
Autor: Truman Capote
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 440


Review | Resident Evil 4

Lista | Os 10 Melhores Resident Evil

Após mais um “grande” lançamento de adaptação de um game para as telonas, com o último filme da franquia dirigido por Paul W. S. Anderson e estrelado por Milla Jovovich e  além da nova sequência numerada da franquia com Resident Evil VII: biohazard, nós da equipe do Bastidores decidimos listar os melhores títulos da franquia nos games. Com 20 anos e dezenas de spin-offs e versões dos mesmos títulos, foi uma tarefa árdua. Além de extensa, Resident Evil sempre foi uma constante metamorfose no seu estilo de gameplay e no seu clima, variando de terror e ação constantemente. Quais os títulos da série que realmente herdaram o DNA de um dos pilares do gênero Survival Horror? Vamos conferir agora com o nosso Top 10!

10-Resident Evil Revelations

Começando nossa lista com um título que para muitos na época voltou à antiga forma da série. Resident Evil Revelations foi originalmente lançado para 3DS e depois portado para PS3, Xbox 360, WiiU e PC. A grande sacada do game foi retornar ao ritmo e clima claustrofóbico de jogos como Resident Evil 1 reunindo o gameplay consagrado em terceira pessoa com câmera no ombro de Resident Evil 4. Para isso, nada melhor que um cruzeiro abandonado como pano de fundo da história, o Queen Zenobia, onde Jill Valentine e o agente Parker da BSAA vão para investigar o desaparecimento de Chris Redfield. Apresentando novos inimigos e um ritmo que combinou perfeitamente o terror e ação que a série é conhecida, o jogo foi um sucesso de crítica e público e recebeu até uma sequência episódica na forma de Resident Evil Revelations 2.

9-Resident Evil Zero

Resident Evil Zero foi originalmente lançado para GameCube em Novembro de 2002 (e em 2016 para o PS4/PS3 e Xbox One/360), poucos meses depois do elogiado remake do primeiro jogo. Aproveitando-se  da mesma engine do antecessor, o game conta as origens da personagem Rebecca Chambers antes de a  encontrarmos  na mansão Spencer do primeiro título. Investigando uma série de assassinatos nas montanhas Arklay, há alguns quilômetros de distância de Raccon City, Rebecca acaba se deparando com uma situação muito mais complexa do que imaginava, envolvendo zumbis, nojentas criaturas chamadas de Leech, uma conspiração envolvendo o T-Virus e um condenado a morte, o ex-tentente Billy Coen. Com a mecânica clássica e movimentação de tanque, a grande novidade do game foi a constante alternância entre os dois personagens, que precisavam ser utilizados para resolverem puzzles e enfrentar chefes. O jogo não é tão lembrado quanto seus companheiros numerados, mas definitivamente é uma experiência que os fãs de longa data da série não podem deixar de experimentar.

8-Resident Evil  5

O quinto título da série tinha a difícil tarefa de herdar o DNA consagrado de Resident Evil 4 e apresentá-lo para uma nova geração, com os consoles PS3 e Xbox 360. Porém, sem a direção de Shinji Mikami, o pai e mentor da franquia, RE 5 foi para muitos o ponto que dividiu os fãs da franquia. De um lado, a ótima mecânica de tiro em terceira pessoa do título anterior continuou fluída e perfeita para se jogar, além dos incríveis gráficos para a época e uma ambientação completamente nova na África, com o retorno de um dos mais queridos personagens da franquia, Chris Redfield. Por outro lado, a falta de sustos e do clima voltado para a ação, junto com a mecânica co-op, que funcionava bem quando se tinha um amigo mas era terrível para o singleplayer, que se apoiava na preguiçosa IA de Sheva Alomar, foi extremamente criticado e alvo da ideia de que a franquia já não vivia seus tempos de glória. Apesar de ser um título com qualidade discutida entre os fãs até hoje, não há como negar o seu sucesso, sendo o game mais vendido da série e um dos mais rentáveis da história da Capcom. Querendo ou não, RE 5 é um dos títulos mais reconhecidos (e jogados) da franquia.

7-Resident Evil: Outbreak

Ao contrário da posição anterior, Resident Evil Outbreak é um clássico cult da série, especialmente aqui no Brasil, onde pouquíssimas pessoas podiam jogar online na época do PS2. Outbreak trouxe alguns elementos novos que o tornou único na franquia. Reunindo a mecânica clássica da série com um sistema de multiplayer online, o jogador participava de times com outras 3 pessoas para sobreviver aos 5 diferentes cenários em Raccon City, em pleno caos zumbi. Cada personagem tinha uma habilidade diferente e vantagens e desvantagens para o time. A dinâmica co-op e o trabalho em equipe - que seria algo recorrente em títulos principais da série logo depois - era essencial para a sobrevivência. Apesar de não ter uma trama envolvendo nenhum dos personagens da série principal, RE Outbreak chamou a atenção dos fãs pelos elementos inovadores para a época, recebendo até uma continuação, na forma de Resident Evil: Outbreak File #2.

6-Resident Evil VII: biohazard

O mais novo título da série também se torna um dos mais elogiados e polêmicos da franquia. Mesmo com a drástica mudança do gameplay para primeira pessoa, o jogo foi elogiado pela critica como uma sequência que retorna alguns elementos da série que foram perdidos nas últimas sequências, como o clima mais de terror, os locais fechados, os puzzles e escassez de munição. Inspirado em títulos como P.T. e Outlast, é a forma como a Capcom pensou para que a franquia pudesse se manter relevante em tempos de jogos indie de terror e realidade virtual. Será que deu certo? Só o tempo dirá.

5-Resident Evil Code: Veronica

Começando nosso top 5 com mais um clássico pouco conhecido da franquia, Code: Veronica foi  desenvolvido para se tornar a verdadeira sequência de Resident Evil 2, por decisões da Capcom em torná-lo um título spin-off para o Sega Dreamcast, a empresa tirou o número e colocou um subtítulo diferente, mas até hoje Code: Veronica é conhecido por ser um dos melhores títulos da franquia e um dos melhores usos das mecânicas clássicas dos primeiros jogos, com os controles de tanque e a câmera estática em terceira pessoa. A história se divide em duas partes: A primeira, controlada por Claire Redfield, acompanha a história da personagem na Ilha Rockfort, enquanto tenta desesperadamente buscar uma forma de escapar do local pertencente à Umbrella, ela acaba desvendando o mistério por trás da família fundadora da corporação e o trágico passado dos irmãos Alfred e Alexia Ashford. E na segunda parte temos o controle do irmão de Claire, Chris Redfield, buscando a irmã desaparecida, que encontra um antigo companheiro e traidor da equipe S.T.A.R.S., Albert Wesker. O gameplay e visual foram sem dúvidas um dos mais refinados do seu tempo, com cenários totalmente em 3D (ao contrário dos pré-renderizados dos títulos anteriores) e movimentos mais precisos dos personagens. A aventura de Claire e Chris é uma montanha-russa de reviravoltas e de cenários muito interessantes que até hoje impressionam.

4-Resident Evil 3: Nemesis

“S.T.A.R.S.!!!!”

Resident Evil tem muitos inimigos icônicos, passando pelos clássicos zumbis, até os lickers, cachorros e hunters que nos atormentaram em diversos momentos e títulos da franquia. Mas nenhum é tão inesquecível e temido quanto o letal Nemesis, que dá nome ao terceiro jogo.  Cada encontro com esta criatura rápida e mortífera é um momento de desespero para o jogador. Na pele de Jill Valentine, uma das últimas sobreviventes no meio de uma Raccon City infestada por zumbis, a despedida da série no Playstation 1 foi também a mais orientada para a ação, com mais inimigos por tela e um arsenal potente que o jogador precisava utilizar se quisesse avançar pelas ruas e prédios da cidade.

Atualmente diversos jogos de terror são conhecidos por terem um inimigo principal capaz de te matar instantaneamente. Alien: Isolation, Amnesia, e os já mencionados Outlast e P.T., mas foi em Nemesis que muitos jogadores experimentaram pela primeira vez a sensação de ficar paralisado de medo ao ver uma criatura gigantesca aparecer subitamente na sua frente, sendo que uma das únicas opções era  fugir ou tentar a sorte e gastar toda a sua munição para, não eliminá-lo, mas detê-lo por um tempo, até que o próximo encontro com Nemesis fosse agendado com o sangue dos agentes S.T.A.R.S.

3-Resident Evil 2

Muitos criticam os jogos mais recentes da franquia por terem se voltado mais para a ação e esquecido de suas raízes survival horror, mas o que poucos lembram é que desde a sequência do clássico original, lançado em Janeiro de 1998, a série já tinha um pé em sequências mais explosivas e situações grandiosas. Com Resident Evil 2, capitaneado por Hideki Kamiya, que logo depois deixaria sua marca na história dos games com títulos como Devil May Cry,  Okami e Bayonetta, o game elevou todas as mecânicas e elementos que consagraram o primeiro jogo e jogaram para um próximo nível na série.

Estrelado por Leon S. Kennedy e Claire Redfield, dois grandes favoritos dos fãs, e se passando em um dos cenários mais famosos da história dos videogames, a “pacata” cidade de Raccon City. A história foca na fuga dos dois protagonistas no meio da infestação zumbi pela cidade, fazendo com que os dois descubram a origem do vírus produzido pela Umbrella Corporation e se deparando com criaturas e experimentos feitos com o vírus que vão muito além de suas imaginações. A possibilidade de iniciar a história com um dos dois protagonistas (que no PS1 era dividido em 2 CD’s) mudava o final da campanha, o que incentivava o replay. Um dos jogos mais consagrados da franquia, atualmente é esperado um remake, que pode ser o retorno triunfal das mecânicas clássicas da série.

2-Resident Evil 1 (original ou REmake)

A primeira tela: Uma porta de uma antiga mansão se abrindo. Procurando os companheiros do Time Bravo S.T.A.R.S. perdidos no imenso casarão, você se depara com uma pálida figura encolhida no chão, ao lado de um desfigurado corpo com a roupa da equipe. Ao virar a cabeça para a sua direção, você percebe o que é aquela criatura: um zumbi. E o que ela deseja? Sua carne.

Abrindo portas para o gênero survival horror e se tornando um dos jogos mais icônicos e importantes da história dos videogames, Resident Evil é um trabalho de gênio do início ao fim. Do tenso gameplay, onde o jogador se vê preso tanto pelos ângulos pré-determinados pela câmera, quanto a movimentação travada (e que aqui funciona perfeitamente para a ambientação do jogo), quanto pelo incrível game design de um dos locais mais icônicos do mundo dos games. A mansão se torna um personagem, fazendo do jogador decorar cada local dela para que não gaste suas balas nos zumbis indo e voltando nos cenários.

Tudo está contra o jogador, a munição escassa, os saves limitados, os inimigos que, apesar de lentos são extremamente mortais quando se está em um estreito corredor com um deles. E apesar de ser também um dos jogos mais relançados, com dezenas de ports e versões para portáteis e consoles, o remake para GameCube(e depois levado em HD para o PS4/PS3/Xbox One/360/PC) é de longe a melhor versão, com gráficos totalmente refeitos que trazem ainda mais terror ao clima do jogo, além de um gameplay aperfeiçoado e novos elementos que só dificultam a vida do jogador, incluindo zumbis que além de retornarem após o jogador eliminá-los, se tornam mais rápidos e letais, com enormes garras prontas para decepar qualquer humano que apareça na sua frente.

Podem se passar décadas, mas o primeiro título ainda é um dos jogos mais bem construídos da série e a definição de um game atemporal.

1-Resident Evil 4

“Mas afinal, o que faz de um jogo ser um Resident Evil?” Essa pergunta é feita toda vez que um novo título da franquia é lançado. É pelo gameplay? É pelo clima do jogo? Zumbis? Puzzles? A questão foi realmente levantada após o lançamento do quarto título numerado, em Janeiro de 2005, e um dos jogos que redefiniriam o jogo de ação em terceira pessoa.

RE 4 representava uma mudança da franquia para uma nova geração de consoles e público. De acordo com seu criador e diretor do primeiro e quarto título, Shinji Mikami, a série não poderia ficar estagnada e deveria se adaptar aos novos tempos. Isso causou diversos experimentos com o título (inclusive sendo que um deles virou o protótipo do primeiro Devil May Cry) até ele se tornar o jogo que conhecemos. Mas ele não seria nada se não fossem por seus momentos icônicos: A busca de Leon pela filha do presidente dos Estados Unidos leva o jogador para momentos como a primeira vez que se ouve o som da estridente motosserra de Dr. Salvador, na vila espanhola habitada por Ganados, os zumbis ágeis e inteligentes do jogo. Atravessando a mansão recheada de armadilhas e surpresas de Ramon Salazar até chegar a ilha militar de Saddler, com o derradeiro confronto com o ex-companheiro de Leon, Krauser. E como não mencionar o inesquecível “Welcome” do misterioso vendedor!

Muitos chamam de um ponto de ruptura da série, onde foi adotado um sistema de ação (e quem leu até aqui sabe que a série sempre teve a tendência), que acabou levando para títulos criticados como Resident Evil 5 e 6. Mas não se pode tirar o impacto e a qualidade do jogo.

Resident Evil 4 é além de atemporal, como o título anterior da lista, um game que mostrou que a série não precisava ter o mesmo gameplay de seus antecessores para se chamar de Resident Evil. Com a mudança da câmera estática e dos controles de tanque para a câmera no ombro e um gameplay mais orientado para o tiroteio e movimentos ágeis do jogador, influenciou e ainda influencia dezenas de jogos que se inspiraram em sua atmosfera e gameplay para replicar o sucesso alcançado pela franquia da Capcom. Além de um dos jogos mais importantes da série, um dos games mais importantes de todos os tempos.