Crítica | Star Wars: Marcas da Guerra, de Chuck Wendig

Admito que consumir entretenimento e cultura é uma tarefa fácil para mim. É com prazer que vejo, leio e ouço tantos materiais que edificam o nosso intelecto. Viver diversas vidas, discutir com a própria obra, amadurecer com visões diferentes, crescer. De tantas coisas que já consumi apenas duas obras me deixaram possesso: Skyline e O Mistério da Rua 7. Esses são os piores filmes que já vi em minha vida. Porém, nunca tinha encontrado uma obra tão ruim quanto no campo da literatura. Bom, parece que finalmente encontrei. Marcas da Guerra é a apresentação do que o campo de marketing e storytelling da Disney pretende fazer com o novo cânone de Star Wars em seu projeto diversificado de transmídia.

Propagandeado incessantemente como o primeiro livro de uma trilogia (céus) que tem o propósito de conectar O Retorno de Jedi com O Despertar da Força, Marcas da Guerra é uma obra literária que testa a sua paciência a cada capítulo ao longo de intermináveis quatrocentas páginas.

O autor Chuck Wendig – e sei lá mais quantos escritores fantasmas, estabelece a história seis meses após a Batalha de Endor e a destruição da segunda estrela da morte. Nisso, acompanhamos as aventuras de ao menos sete personagens que protagonizam a narrativa dentre os milhares que surgem a cada capítulo. Para justificar a proposta de conexão temos os conhecidos Wedge Antilles desbravando a Orla Exterior e o Almirante Ackbar sem nos avisar que este livro é uma baita armadilha.

Wendig não perde muito tempo para se livrar Antilles e se concentrar logo no núcleo original que ele quer de fato trabalhar: a rebelde indecisa Norra, seu filho mala sem alça Temmin, o ex-imperial bêbado Sinjir, a caçadora de recompensas okay Surat Nuat e a melhor personagem, a imperial Almirante Sloane. Em questão de poucas páginas, Antilles é capturado por Sloane enquanto Norra acaba perdida no planeta de Akiva onde ocorre a maioria da ação do livro. Lá ela encontra Temmin e forma uma aliança com os outros personagens visando destruir o restante dos imperiais que farão uma reunião de emergência naquela mesma semana no palácio do ditador local.

O contraste entre as características entre o que há de bom e ruim no livro é tão nítido como preto e branco. Já aviso que quem espera alguma conexão boa ou alguma informação que agregue alguma informação para suplementar os diversos buracos no roteiro de O Despertar da Força, é melhor tirar o cavalo da chuva. Aliás, nem recomendo a compra do livro pois a decepção será tremenda. Durante a penosa experiência, apenas três informações podem ser consideradas relevantes: é dado a entender que a Nova República será desarmamentista – o que contradiz a fala de C-3PO no sétimo episódio, Han e Chewie partem para salvar Kashyyk e há uma pincelada indicando que o Imperador ainda possa estar vivo – algo completamente deplorável se for comprovado no próximo livro que infelizmente eu terei de ler.

Pronto, é isso aí que o livro oferece para agregar algum conteúdo ao Episódio VII. Então, será que se trata mesmo de um caça-níquel descarado? Bom, não seria caso a narrativa original fosse algo muito, mas muito legal, incrível e surpreendente. Pena que não é o caso.

Wendig tem manias constantes de fazer graça ao resolver conflitos com os piores deus ex machina que já tive o desprazer de ler, além de “matar” seus personagens afim de criar os cliffhangers entre capítulos mais preguiçosos que já vi. Só Norra deve “morrer” umas quatro ou cinco vezes durante o livro inteiro. Na segunda vez que ela “morre” já me deu náuseas. Na terceira, torci para que ela sumisse de vez, pois a personagem é um porre entre tantas e tantas ladainhas.

Isso tem uma razão muito objetiva: é muito, mas muito difícil gostar de algum desses personagens novos. Veja, eu não ligo se querem enfiar ou inventar trocentos indivíduos inéditos para que os fãs comprem milhares de bonequinhos em alguma futura adaptação cinematográfica ou televisiva. Porém, o mínimo que peço é que façam o serviço direito, já que perderam a vergonha na cara.

Dentre o sexteto protagonista, a menos pior ou superficial é a Almirante Sloane. Apesar do núcleo dela ser tão repetitivo quanto a de todos os outros, ao menos o conflito é interessante: como reerguer o Império após a destruição de seu alicerce e mestre? Nisso, temos a oportunidade de conhecer bem Sloane, uma mulher repleta de paciência que tenta superar os comandantes restantes da pequena cúpula do Império dentro da disputa de poder. Todos os outros vilões são caricatos, propositalmente, para contrastar com o “grande” intelecto de Sloane. Com Sloane, o autor pincela características interessantes como a nudez e a possível homossexualidade da moça. Também ela ganha mais peso na história sobre suas próprias dúvidas sobre o Império e o seu futuro.

Contrastante com a boa figura feminina, temos a dupla insossa Norra e Temmin. O conflito dos dois é sim relevante já que se trata de uma reconciliação entre mãe e filho. Após o pai de Temmin ser capturado pelo Império, Norra abandona o filho e parte para o resgate se filiando à Aliança Rebelde. Logo, Temmin tem profundas magoas com sua mãe por tê-lo abandonado em um planeta inóspito.

O conflito é clichê e razoável, porém, Wendig atrasa a narrativa dedicando diversas passagens para resolver esse problema da reconciliação que só é finalizado no último (!) capítulo do livro. Temos que aguentar muita novela mexicana até a conclusão da história. Fora a repetitividade, há o problema de contar com reviravoltas pouco ou nada significativas. Típico de uma trama de múltiplos protagonistas, os encontros e desencontros entre eles são constantes o que também atrasa bastante o ritmo do livro. Apesar disso, como os personagens ficam estacionados nesse dramalhão, eles não são satisfatoriamente desenvolvidos. Ficam reféns do próprio drama e, ironicamente, tornam-se superficiais. Uma escrita preguiçosa que acaba com o potencial dos ditos principais protagonistas.

Temmin não sofre tanto quanto Norra nas mãos de Wendig já que o autor apresenta bem o personagem. Nos primeiros capítulos, a independência e a fala esperta do menino nos cativa, mas tudo isso logo fica estacionado transformando o garoto em alguém tão chato quanto sua mãe. Ao menos ele protagoniza uma reviravolta excelente no fim abarrotado de ação do livro.

Já com a caçadora de recompensas Surat Nuat é tudo medíocre. É uma personagem função: serve apenas para catalisar a ação do livro. Os conflitos dela são básicos tratando sempre da esfera monetária, uma personagem completamente impessoal a respeito da guerra interestelar. Faz sentido ela ser uma tábua, já que é uma caçadora de recompensas, mas é decepcionante não vê-la passar por uma boa transformação. Com o ex-imperial Sinjir, Wendig quase realiza um excelente trabalho, mas aparentemente ele gosta de se sabotar.

Sinjir é bem apresentado, apesar da introdução ser muito semelhante ao primeiro capítulo de Kenobi, o ótimo western espacial escrito por John Jackson Miller. Ali é pincelado algum backstory intrigante que nunca é propriamente revelado. Há um mistério sobre o passado do personagem durante a Batalha de Endor carregada de violência. Ficar provocando o leitor durante o livro inteiro para não entregar nada é bastante complicado. Sinjir e Surat, previsivelmente, passam por uma tensão romântica resolvida aos tropeços. Praticamente, o trabalho inteiro é insatisfatório.

Além de termos uma história sem graça sobre personagens medíocres e nada marcantes, Wendig insere “interlúdios” entre alguns capítulos que terminam com a falha sensação de urgência que o autor permeia durante todo o livro – já que não nos importamos com nada, não há tensão. Esses interlúdios são a síntese da típica “encheção de linguiça”. Muitos contam historinhas completamente inúteis e sem graça. Pior que são desconexas abordando ocasiões ocorridas em outros lados das galáxias. A senso de união também é prejudicado pois não há sequência dentro um interlúdio e outro. De tantos desses pequenos capítulos, acredito que apenas três são interessantes: um que acompanhamos Han, outro que há uma negociação pelo suposto sabre vermelho de Darth Vader e um que aborda o processo de recrutamento de stormtroopers na Academia Imperial. Porém, o pior disso tudo, é que esses interlúdios prejudicam ainda mais o ritmo inconstante da história que Wendig tenta contar. Se não fosse a crítica, eu admito que teria me encontrado pulando diversos pequenos capítulos para acabar logo com o livro.

Até na técnica de escrita Wendig falha. Não se trata de figuras de linguagem ou na descrição visual da ação ou dos cenários – algo que ele faz relativamente bem, por mais brega que seja, justiça seja feita. Mas sim na constante e insuportável construção de parágrafos com sentenças pequenas – algo que foi bastante criticado na versão original. Infelizmente não ficamos livres disso na adaptação para o português.

Ilustrando: toda vez que nosso cérebro lê uma sentença e a finaliza com um ponto final, nós temos uma breve pausa na leitura mental. Sim, essa voz mesmo que você escuta enquanto lê diversas besteiras na internet. Ela. Se. Cala. Quando. Há. Pontos. Tornando a frase segmentada. Percebe? É muito chato. Pois isso. Incomoda. E quebra. O ritmo. Da leitura. ARGH!

Existem tantas sentenças pequenas. Algumas tão pequenas. Como essa. E irrisórias que te dá vontade de jogar o livro na parede pela falsa sensação de convulsão mental. Segue um exemplo dos milhares tirados de um trecho do livro: “Foi o que ela recebeu. Sloane fez muitos inimigos no início. Sempre foi de falar o que pensava. Não sabia seu lugar. E aquilo a prejudicou.”. Além disso, há erros de digitação no livro – ao menos quatro que eu tenha notado, mas claro que isso não é culpa do autor (se livrou dessa, Wendig!).

Me decepciona muito a Disney trabalhar de forma tão preguiçosa o material transmídia que é considerado como o principal elo entre o cânone George Lucas para o novo universo. Não há praticamente nada nesse livro que justifique essa posição importantíssima que ele recebeu. Oferecer meia página de informação útil não compensa a fanfic ruim do restante da obra. No fim, o livro falha em trazer novidades importantes, falha com O Despertar da Força, pois não responde as questões deixadas pelos buracos do roteiro, falha com ele mesmo em não conquistar novos leitores ao abordar uma boa história e falha, principalmente, com os fãs por não respeitar o dinheiro investido.

Marcas da Guerra é a tristeza infinita. Lhes juro que torci para que a cada capítulo o livro melhorasse, mas simplesmente isso não aconteceu. No final, fiquei tão frustrado quanto alguém que é decepcionado pela quebra da promessa de alguém que queremos confiar. Em meio a uma ação irregular de ritmo pecaminoso com muitos personagens insossos, mal uso de clichês, insistência em conflitos prolongados além do necessário, falhas assustadoras em gerar empatia com personagens, desenvolvê-los de modo apropriado, oferecer um backstory interessante, muitos interlúdios inúteis, infinitas sentenças curtas irritantes, prometer novas aventuras com esses personagens nada afáveis e ser uma propaganda enganosa da pior espécie, eu simplesmente não recomendo esse livro nem para o meu pior inimigo. É uma tortura chinesa.

Lenta. Irritante. E pausada. 

Star Wars: Marcas da Guerra (Jornada para Star Wars: O Despertar da Força)
Título original: 
Afterfmath: Star Wars: Journey to Star Wars: The Force Awakens
Lançamento no Brasil: 2015
Autor: Chuck Wendig
Páginas: 464 Páginas 
Editora: Editora Aleph


Crítica | O Regresso, de Michael Punke

Como muita gente já deve saber, a história de O Regresso, filme de Inãrritu que estrei nesta quinta, é inspirado na história real de um desafortunado chamado Hugh Glass. Porém, o que talvez passe despercebido é que o roteiro do longa é baseado no trabalho literário de Michael Punke.

Assim como o filme, Punke explora o episódio que tornou Hugh Glass uma verdadeira lenda. A abordagem do autor é similar com a de Truman Capote em A Sangue Frio. Ou seja, é uma romantização dos fatos ocorridos na realidade – claro que o trabalho de Punke não chega perto do brilhantismo de estilo e narrativa de Capote. Então, não se engane. Essa não é a história 100% verdadeira dos fatos ocorridos com Glass, mas trata-se de uma boa obra de entretenimento com algum valor histórico.

Hugh Glass faz parte de uma expedição da Companhia de Peles Montanhas Rochosas. Durante uma das longas viagens da companhia, Glass é atacado por uma gigante ursa parda. O combate é esmagador. Glass é comido vido, dilacerado, rasgado, esmagado, quebrado. Porém, por um milagre, ele sobrevive ao ataque. Seus colegas de expedição, diante da descrença na sobrevivência de Glass, decidem deixá-lo aos cuidados, com a recompensa de setenta dólares para cada um, de outros dois homens: o ingênuo Jim Bridger e o cínico Fitzgerald.

Diante da impaciência em tratar dos ferimentos de Glass e do medo de iminente ataque indígena ou de até mesmo ficarem perdidos, Fitzgerald e Bridger abandonam Glass no meio da floresta congelada e do ermo selvagem. Também roubam suas armas e pertences antes de deixa-lo congelar até a morte. Porém, o ódio de Glass é poderoso. Novamente, Glass dribla a morte enquanto se recupera gradativamente do ataque da ursa. Em sua jornada de sobrevivência, o homem jura vingança contra os dois traidores.

O livro é dividido em duas partes. A distinção entre as duas é clara. A primeira parte é mais dinâmica, mesmo centrada apenas no solilóquio de Glass. O autor não enrola para mostrar o ataque da ursa. Em poucos capítulos, Glass já apanha bastante, porém o ponto principal da narrativa, a vingança, ainda leva algum tempo para engrenar. Essa primeira parte é a mais conectada com o filme. Tanto pela atmosfera mais solitária quanto pelos acontecimentos adaptados.

Punke acerta ao transcorrer todos os episódios de terror que Glass tem que enfrentar contra a natureza inóspita do oeste inexplorado dos Estados Unidos.  A narrativa se passa em 1823, no século XIX. Nesse oeste congelado, não haviam leis, nem moral ou ética. Era o puro instinto da sobrevivência. O dinamismo da ação é ótimo aqui – aliás, é até melhor que no filme. Glass tem encontros com diversos animais selvagens, tem que caçar para saciar sua fome, dar um jeito nos seus ferimentos infeccionados, manter a sanidade, alimentar a sede da vingança, encontrar o caminho de volta para algum forte, fugir de indígenas hostis como os arikaras, sioux ou os blackfeet, além de se abrigar contra nevascas duras.

Nessa esfera visceral, Punke se sai muitíssimo bem. As palavras do livro são cruas e bem gráficas – ótima competência para a construção visual da narrativa. Porém, no que se trata do drama humano, acredito que o autor falha. Na primeira parte, nada é de fato grave. Como se trata do começo do livro, é muito interessante aprender sobre esse período histórico, da sociedade da época, da noção de justiça de fronteira, do modo de vida daquelas pessoas e seus instrumentos de caça um tanto rudimentares.

Até mesmo é legal conhecer melhor diversos personagens que ganham um tratamento mais simplório no filme. Punke faz questão de elaborar o backstory de ao menos quatro dos personagens principais. Conhecemos melhor Fitzgerald e seu vício em jogos de azar; Jim Bridger com sua vontade em se tornar um grande explorador; do passado “ama;diçoado” de Capitão Henry e sua empreitada empreendedora e de Hugh Glass.

Como não poderia deixar de ser, Glass é quem recebe mais atenção nisso tudo. Porém, confesso que de todos os personagens, o passado dele foi o que menos me cativou – ainda que seja uma grande história cheia de aventura e que evoque paixão pela natureza. Ali, comecei a notar as deficiências de Punke na narrativa do livro.

Realmente quando o autor se dedica a desenvolver os personagens, seja pela falta de conflito ou pelo ritmo maçante dos acontecimentos, o livro torna-se extremamente enfadonho. O dinamismo visto outrora rapidamente some. Em pouquíssimas passagens onde Glass interage com outros personagens, me senti interessado pelo o que era descrito. As boas histórias estão ali. Geralmente quando Glass interage com índios: seja pacificamente ou durante uma das muitas perseguições nervosas.

O ritmo da leitura também é constantemente quebrado pela escolha do autor em não se centrar apenas em Glass. Toda vez que lemos o ponto de vista de Fitz, Henry ou Bridger, as páginas tornam-se mais lentas. No caso de Henry, a narrativa fica mais enfadonha por conta da repetição de fatos. Sempre o líder da expedição está procurando algum forte ou abandonando o mesmo.

Também na primeira parte, principalmente no ataque da ursa, ao mesmo tempo que o autor fascina pela descrição realista do ocorrido, ele força a barra com algumas “liberdades poéticas” que utiliza para tornar o conflito mais “artístico” ou profundo quando o ideal seria ater-se ao instinto. Afinal, não creio que Glass tenha olhado com “medo e fascinação” para o animal enquanto tentava manter o couro cabeludo preso a pele do escalpo.  

Na segunda parte, o livro torna-se mais insosso. A ação fica menos constante e o interesse sobre os personagens vai, lentamente, diminuindo. Aqui, o autor aposta mais em relações homem/homem do que as interessantes homem/natureza. Talvez seja pelo teor mais chato dos diálogos banais que não exploram bem a tensão que deveria permear o livro. Também, a inserção de novos personagens se revela necessária – mesmo que sejam um gatilho para a ação. Porém, como dificilmente há a chance de simpatizar com eles, o resultado torna-se um tanto falho. E não são poucas as situações como essa.

A segunda parte diverge praticamente em tudo em relação ao filme. E também é um exercício de determinação. Acredito ser extremamente fácil abandonar o livro devido o constante desinteresse que surge diante do material e do clima tedioso. O autor também desiste de desenvolver melhor os personagens – tornam-se fantasmas monótonos do prometiam ser. A antecipação da vingança também esfria rapidamente. O que penso é que é fácil gostar bastante da primeira parte do livro. Ela é rápida e muito interessante. Já aqui, os capítulos custam a acabar.

Para piorar, o fim do livro é totalmente anti-climatico. Não consegue cumprir a premissa que era construída até então, além de trair seu marketing. Primeiro pelo estabelecimento para lá de preguiçoso em colocar Glass no encalço de Fitzgerald. Depois, pelo procedimento que o autor oferece à vingança. Como essa parte é completamente fictícia, a imaginação do autor poderia ser mais apurada oferecendo um final realmente memorável a sua obra e a lenda de Hugh Glass. O que é apresentado para nós é muito decepcionante.

Depois, quando ele revela que boa parte do livro vem de sua imaginação, a situação não melhora muito, já que é possível criar coisas realmente fantásticas com esse argumento. Também acredito que, às vezes, falta um pouco mais de contexto histórico a ser apresentado para o leitor, além de uma melhor diferenciação das tribos indígenas.

O Regresso é um livro muito. Começa explosivo com uma escrita inspirada, repleta de vida e situações muito interessantes. Porém, sua segunda parte e seu final absolutamente broxante frustram o potencial que história apresenta em seu início. Eu recomendaria apenas para os que viram o filme, se encantaram muito com a jornada de Hugh Glass e ficaram ávidos por mais daquele universo. Aqui é uma outra versão. Algumas passagens são melhores e mais aprofundadas do que o que é visto no filme, porém no que tange a segunda parte da obra e seu desfecho, acredito que o filme seja melhor. Enfim, um bom exercício de leitura e de pesquisa bibliográfica, mas creio que não será o livro de vingança e sobrevivência que marcará sua vida. Dizem que a versão de Frederick Manfred em seu Lord Grizzly é superior.