Crítica | Guerra Civil 2 #2

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Aviso: esta crítica contém uma análise da edição número 2 de Guerra Civil 2, lançada nos Estados Unidos em junho, portanto, haverão spoilers e detalhes da história sendo discutidos abaixo.

Após uma abertura de saga com uma edição de 56 páginas, Guerra Civil 2 edição 2 dá a impressão de ser significativamente curta. Com 24 páginas (o normal de uma publicação mensal) a leitura não deve tomar mais que alguns poucos minutos.

Seguindo as consequências de uma ação precipitada por parte de Carol Danvers que resultou na morte do Coronel James Rhodes, Tony Stark segue para a base dos Inumanos para sequestrar Ulysses. Ulysses, a mais nova adição dos Inumanos, é capaz de prever o futuro através de visões que ocorrem em momentos aleatórios e não controlados por ele. Este mais novo personagem da Casa das Ideias está sendo o pivô das animosidades entre Tony e Carol, animosidade esta que ainda deve gerar a prometida guerra civil e a consequente cisão (mais uma) dos heróis.

Pouco Desenvolvimento

Apesar de ser somente a segunda edição, o assunto tema não é discutido. Existe bastante ação com o já comentado sequestro e posteriormente os heróis atacando o esconderijo de Tony, onde o encontramos fazendo experimentos em Ulysses. O destaque fica para os Inumanos, que começam cada vez mais a mostrar que eles são um terceiro lado neste embate. Eles discutem com Carol sobre  como lidar com as ações de Tony e Medusa mostra cada vez mais sua força e liderança longe de Raio Negro. Quando todos se encontram e confrontam Tony, Ulysses tem mais uma visão onde, desta vez, o Hulk de Bruce Banner mata todos os heróis. Cabe aqui uma menção honrosa a incrível arte de David Marquez que pinta um belo quadro de duas páginas com o Hulk segurando os corpos sem vida de Tony Stark em uma mão e Carol Danvers em outra. Marquez continua seguindo impecável nesta edição. Justin Sponsor, colorista, também faz um ótimo trabalho. Com a história se passando a noite e em lugares escuros, nota-se uma redução significativa na paleta de cores. O que é uma pena pois Sponsor trabalha efeitos de raios, explosões e outros elementos fantásticos de quadrinhos com maestria. O ponto negativo da arte fica pra capa, que apesar de belamente desenhada passa a ideia de que o Homem de Ferro está levando um amigo seu para um passeio e não retrata com objetividade o conteúdo da edição. Um desperdício dos talentos da dupla de artistas.

A história conclui com Carol Danvers novamente tomando uma decisão precipitada e voando diretamente para o encontro de Bruce Banner, que a recebe com entusiasmo inocente.

Descaracterização

Esta questão foi levantada na crítica anterior, porém este ítem foi um incômodo nesta história. Tony precisa saber como o cérebro de Ulysses funciona e essa curiosidade faz parte de sua genialidade, é justificável. No entanto, mais uma vez, talvez para atender os apelos de uma grande saga, o Homem de Ferro acaba sendo descaracterizado, partindo para métodos de tortura. Ora, Ulysses é retratado como um jovem amedrontado e inocente, tornando difícil aceitar os atos de Stark e impossível de associar este comportamento com a personalidade do herói.

Contudo, este método já foi utilizado anteriormente na Marvel. Quando o objetivo é dividir os heróis em facções diferentes ou em torno de um tema polêmico, muitas vezes um dos lados cria uma identificação maior que outro com o público. Portanto, o personagem defendendo o lado mais fácil de apoiar é tornado vilão em suas atitudes morais, colocando assim o leitor "em cima do muro". Algo nas linhas de "Eu concordo com a ideologia dele, no entanto não posso defender uma pessoa que faz x". Isso aconteceu em Guerra Civil 1, onde Tony foi claramente colocado como vilão da história porque registrar os heróis seria politicamente correto. (Inclusive, em uma das tie-ins de Guerra Civil 1, Ben Urich descobre que as ações da Stark Industries subiram significativamente durante a guerra.) O que esta história faz, no entanto, não é orgânico e soa barato, destoante.

Surpresas à Caminho

Como segunda edição de uma história de 8 partes, o quadrinho cumpre seu papel de mostrar as consequências da primeira edição, "vilanizando" Tony Stark e o mostrando sozinho; até o momento nenhum herói se levantou a seu favor.

O roteiro de Brian Michael Bendis continua a se desenrolar de forma misteriosa. É realmente difícil prever como essa saga terminará e porque os heróis irão se dividir. Também não é mencionada qualquer participação dos governos nesse embate. O que sinceramente faz falta. Um elemento da primeira Guerra Civil era de que cada herói tinha um decisão a ser feita, o que tornava o embate muito pessoal. Se registrar perante o governo e abandonar identidade secreta ou manter a identidade secreta e ser eterno fugitivo? Não existia um ponto neutro além de abandonar a vida de herói. Havia certa urgência na história que não está presente nesta mais recente saga de Bendis.

As tie-ins prometem divisões e quebras de relacionamento. Um exemplo é o material de divulgação mostrando Khamala Khan (Miss Marvel) rasgando uma foto da Capitã Marvel, sua mentora. No entanto, até o momento, Bendis não nos convenceu de que existe uma decisão a ser tomada ou um lado a ser escolhido além de esperar em silêncio até que Tony e Carol se resolvam.

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Crítica | Guerras Secretas (2015)

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Aviso: A crítica abaixo não contém spoilers referentes à Guerras Secretas, porém alguns detalhes sobre a trama serão discutidos brevemente.

Em 2013 Jonathan Hickman assumiu as histórias de Vingadores e Novos Vingadores como roteirista. Para alinhar com a versão do Universo Marvel dos cinemas, a equipe formada era a mesma que a equipe das telas grandes: Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Viúva Negra, Thor e Gavião Arqueiro.

A ideia de Hickman era uma potencialização do mote "Um problema muito grande para ser resolvido por um herói sozinho". Durante esse arco, nós vimos os Vingadores se unindo com vários outros heróis e aumentando sempre seu time para lidar com as piores ameaças possíveis do universo (e ao universo). Jonathan Hickman trouxe sua experiência em histórias de equipes trabalhando em títulos como Quarteto Fantástico, Guerreiros Secretos e Ultimates, sendo nomeado para um Harvey Award na série Quarteto. Ele trabalhou com artistas diversos muito capazes durante esse período, como Leinil Yu, Esad Ribic, Salvador Larroca e o brasileiro Mike Deodato.

A grande trama dos Vingadores de Hickman apresentou a ideia das incursões, onde dois planetas Terra de universos paralelos entravam em rota de colisão e, ao se chocarem, destruíam os universos de ambas as Terras. Destino esse que só podia ser evitado se um dos planetas fosse destruído antes, salvando dessa forma os dois Universos com o custo de uma Terra. Os Vingadores, cientes desta situação, se dividiram em torno da questão de como lidar com os planetas vindo em direção à nossa Terra. Afinal, parte destes planetas estava com pessoas inocentes. Quem salvar?

Essa discussão permeou o arco de Jonathan Hickman, gerando bons payoffs (como por exemplo a saga Infinity, publicada em 2013) até sua culminação: Guerras Secretas.

Tudo Morre

A frase que acompanhava as histórias e que ressonava por diversas vezes era Everything Dies (Tudo morre, em tradução livre). A primeira edição, portanto, inicia justamente com os Vingadores da Terra 616 lutando contra o planeta Terra do Universo Ultimate, mostrando a total falência de todas as soluções tentadas. O objetivo de Hickman de mostrar o que acontece quando os heróis encontram uma ameaça que não pode ser vencida encontra sua conclusão nesta edição.

Vitorioso da destruição surge Dr. Victor Von Doom, que estava lutando ao lado do Homem Molecular, nos bastidores, para tentar sua própria solução contra as incursões. Solução esta que o permitiu se tornar o grande imperador e o próprio Deus de um novo mundo criado por ele mesmo. As pessoas que habitam este mundo têm conhecimento de que prestam dever ao deus Doom, que substituiu o próprio Deus cristão tão comum na cultura ocidental. Expressões como "Meu Deus" ou "Deus te perdoe" são trocadas para "Meu Doom" ou "Doom tenha misericórdia". São detalhes pequenos como este que nos convencem de que Doom não é só um imperador ou um rei ou um deus. Em Battleworld, Doom é Deus.

O personagem de Victor Von Doom acaba sendo um dos mais interessantes. Olhar para o funcionamento de sua sociedade e das decisões feitas com relação à família de Reed Richards é algo que merece atenção. Temos um vilão cuja idéia de salvar o mundo é o render à seus pés. Algo que, convenhamos, não é novidade no meio de quadrinhos. No entanto, conseguimos comprar a ideia de que Doom tem o poder de Deus, mas continua homem com seus medos e fracassos.

Outro personagem que tem grande participação é Dr. Estranho, que acompanhou Doom na parte final de sua jornada para salvar o planeta Terra das Incursões. Ele atua na saga como ajudante de Victor, mesmo que contenha sim suas memórias de antes da criação do novo mundo (um dos poucos personagens da história com essa capacidade) ele sabe que a opção de servir à Doom era a única viável e ele o serve com peso e temeridade.

Battleworld

Formado por fragmentos de todos os universos paralelos já apresentados na continuidade Marvel e alguns novos criados para essa saga, Battleworld é um retrato da vaidade de Doom e de sua personalidade. Existe perigo a cada canto e poucos lugares são bem sucedidos. Mas não se apegue muito a essas informações. Por mais que o conceito seja interessante, é difícil entender que as pessoas continuariam vivendo vidas normais em uma cidade como Manhattan (que existe em Battleworld) fazendo fronteira com um lugar chamado Higher Avalon, por exemplo. E o roteiro não se preocupa em dar muitas explicações, são quadrinhos, afinal.

A Arte da Guerra

Toda a história de Guerras Secretas foi desenhada por Esad Ribic e ele mantém aqui seu traço conhecido já de X-Men, utilizando linhas leves e finas, com bons destaques para expressões e detalhes. Detalhes estes que notáveis principalmente quando vemos o castelo de Doom e as cidades. Se há uma crítica a ser feita com relação à arte, é a de que peca por não mostrar mais de Battleworld. Um mundo tão vasto e diverso merecia melhor detalhamento ou pelo menos alguns quadrinhos com planos maiores. Essa decisão nos passa a sensação de, por vezes, estarmos olhando Battleworld por um buraco na fechadura.

Os quadros e a diagramação, por sua vez, apresentam grande estilo e uma certa novidade que melhora o compasso da história. Algumas páginas não contém nada além de um quadro de pensamento ou um diálogo, centrado ao meio, dando um grande impacto às palavras e ressaltando a urgência da história e servindo muito bem à seu propósito.

Para balancear os traços leves de Ribic, temos o colorista Ive Svorcina, que adiciona profundidade aos quadros e impacto às cenas onde grandes amostras de poder são dadas. Seu trabalho já havia sido colocado em exposição quando pintou as capas de Mighty Thor, deixando-as como verdadeiras pinturas em tela.

Por último, as capas do excelente Alex Ross (que dispensa apresentações) estão um pouco mais modernizadas para as edições de Guerras Secretas, mas ainda mantendo a já esperada qualidade dos desenhos.

Uma saga Marvel

A história em si é um pouco mais complexa do que outras grandes sagas Marvel. Por vezes você se pegará folheando edições anteriores para conseguir entender algumas coisas e até consultando na internet detalhes do que aconteceu durante Vingadores para ajudar na compreensão. O que já é costumeiro esperar de Hickman após um arco tão complexo como foi o de Infinity.

A inclusão de personagens que precisam estar ali para "cumprir tabela" acaba tendo seu peso sobre a trama que inicialmente deveria possuir 8 edições e incluíram uma pouco depois da metade para conseguir captar toda a história. Entre as edições 4, 5 e 6 o desenvolvimento fica um pouco arrastado para comportar todos os personagens, no entanto não prejudica a obra como um todo.

Homenagem ao Quarteto

O amor de Hickman pelo Quarteto Fantástico fica estampado em todas as 9 edições da saga. Ele dá peso importante para Doom, Susan, Reed, Valeria e Ben. Esses cinco personagens acabam tendo participação central na história, nos fazendo esquecer dos descartáveis (para a trama) Peter Quill, Homem Aranha e Miles Morales. Existem outros personagens também que conseguem escapar da incursão (juntamente com outros vilões) mas à exceção de um ou outro não lhes é justificada a presença.

Reed estranha o planeta que Battleworld é e partilha momentos memoráveis com Doom nas vezes em que o enfrenta. Temos um diálogo de opostos ao mesmo tempo que a ação não rouba a atenção.

Por fim, Guerras Secretas se mostra como uma excelente saga Marvel, pecando um pouco no compasso da história durante as edições centrais mas que ainda assim nos mantém interessados. Em comparação com outras sagas recentes e até a mais nova Guerra Civil 2, Guerras Secretas é, sem dúvidas, uma das que mais se destaca e com certeza vale o investimento.

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Crítica | Guerra Civil 2 #1

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Aviso: esta crítica contém uma análise da edição número 1 de Guerra Civil 2, lançada nos Estados Unidos em junho, portanto, haverão spoilers e detalhes da história sendo discutidos abaixo.

Em 2007, fomos agraciados com uma das melhores mega sagas da história recente da Marvel. Guerra Civil, escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven, chegou ao topo de sucessos de crítica e vendas, recebendo uma versão cinematográfica (mesmo que completamente diferente do material base) agora em maio deste ano.

Neste quadrinho de 2007, encontramos os personagens Tony Stark e Steve Rogers divididos sobre uma questão política se os heróis deveriam ou não revelar suas identidades secretas e servir ao governo. Uma saga que envolveu todos os personagens do Universo Marvel (com ausência dos X-Men, infelizmente) de forma íntima e particular. O tema era também algo que chamava a atenção por ser relevante com o período nos Estados Unidos. O quadrinho abordou muito a questão política e como as pessoas enxergavam os heróis. Não é à toa que o incidente mostrado no quadrinho como catalisador para o registro dos heróis era justamente um erro de um grupo de heróis inexperientes durante gravação de um reality show que detalhava a rotina dos mascarados.

Tendo em vista esses detalhes sobre a HQ de 2007 e como ela foi marcante dentro da Casa das Idéias, não estava gerando nenhuma expectativa para a “sequência” de Guerra Civil. Além de existir somente para angariar lucros com o filme de Guerra Civil no cinema, não enxerguei a Marvel preparando terreno para esta saga da mesma forma que preparou para a excelente Guerras Secretas do ano passado, que foi a conclusão do arco de histórias de 4 anos dos Vingadores e Novos Vingadores, escritas por Jonathan Hickman.

Guerra Civil 2

Escrita por Brian Michael Bendis (que admitiu só aceitar escrever a HQ se Mark Millar não fosse a pessoa que a escrevesse) e desenhada por David Marquez, não temos um gibi ruim. E quero deixar isso claro antes de seguir com a resenha. Guerra Civil 2 de modo algum se inicia como uma história fraca ou pouco promissora. Ela é diferente da Guerra Civil número 1, sim. Falha em criar o mesmo impacto também. Mas se analisarmos ela como uma história fechada e nova, sem desenhar muitas comparações com sua antecessora, encontram-se coisas positivas.

A história começa com os Vingadores todos unidos contra um Celestial que está invadindo New York. E quando eu digo os Vingadores, eu quero dizer uma página inteira mostrando em torno de 40 personagens, dentre eles Deadpool e Garota Esquilo. Mas não se preocupe, o objetivo com essas aberturas é mostrar o escopo que a história tem, afinal, temos em mãos mais uma mega saga da Marvel e é óbvio que todos os personagens tem que estar juntos, não é?

Após vencerem o Celestial, os heróis todos se reúnem no apartamento de Tony Stark para um brinde de celebração. E quem oferece um brinde é justamente o anfitrião, em agradecimento aos Inumanos, que deram o alerta sobre a invasão do Celestial. Alerta esse vago, afinal, como os Inumanos sabiam do ataque iminente?

A pergunta fica no ar ao longo da festa e Tony Stark, juntamente com Capitã Marvel e outro punhado de heróis confrontam os Inumanos pra saber como que eles tinham essa informação. A resposta é Ulysses. Um inumano recém transformado graças a bomba de terrígeno lançada sobre a Terra, alguns meses atrás. Ele tem visões sobre o futuro e viu o Celestial atacando e destruindo o planeta.

Ao saber dessa informação, Tony Stark e Carol Danvers discutem sobre a situação. Carol comenta estar trabalhando para evitar desastres e com o Ulysses em sua equipe isso finalmente funcionaria. Stark vê nessa situação um problema. Como confiar em um inumano que diz prever o futuro e com base nisso prender pessoas ou atacar entidades cósmicas? Nesse momento, vale enfatizar que a abordagem que Bendis traz para Tony é muito mais sarcástica que o normal. Isso já tem sido mostrado desde que Bendis assumiu Invincible Iron Man após a conclusão das Guerras Secretas onde temos Tony Stark pedindo um “high five” do Mago Supremo por eles serem mustache bros.

Sim. Um high five.

Enfim, com essa nova abordagem de sua personalidade, Tony faz comparações do tipo “Poxa, então se ele disse que o Hulk e Ultron estavam se beijando e tiveram filhos que querem destruir a humanidade nós devemos prender o Dr. Banner?”

O engraçado é que essa frase vem justamente da pessoa que, juntamente com Raio Negro, Dr. Estranho e Reed Richards, enviaram o Hulk pro espaço porque ele era um risco muito grande pra Terra.

O que mais me incomodou nessa cena é que a participação de Steve Rogers se resume a absolutamente duas frases. O Steve Rogers, um ídolo, um líder dos Vingadores e quem era o contra-ponto da Guerra Civil 1 se resume a meramente um figurante com dois balões de fala. Totalmente apagado, neutro na discussão. Lamentável ver a atitude de Bendis com o Capitão América e espero mesmo que isso mude nas próximas edições.

Portanto, não espere ver essa cena nessa edição:

A discussão acaba aí, todos voltam pra casa e vão dormir. No entanto, Ulysses têm uma nova visão e alerta os Inumanos, que por sua vez ligam pra Carol Danvers.

O quadrinho corta para horas depois com Tony Stark recebendo uma ligação sobre Rhodes. Ele está morto.

Assim, dessa forma abrupta, Bendis nos entrega a morte de um personagem muito querido do Universo Marvel e um dos maiores amigos de Tony Stark. O objetivo, creio eu, foi nos passar a notícia de forma tão abrupta e de certa forma criar uma empatia com o sentimento que Tony teve ao saber de sua morte. Achei uma idéia interessante, mas como sabemos que são quadrinhos, as chances dele continuar morto são ínfimas e acaba não tendo o peso que deveria.

Tony, ao saber da notícia e de como aconteceu, corre ao encontro de Carol Danvers, que está no hospital cuidando da Mulher Hulk, esta por sua vez à beira da morte. Carol então explica que a visão de Ulysses mostrava  um ataque de Thanos e eles foram deter o Titã.

James Rhodes participou da missão voluntariamente e teve seu corpo atravessado por um golpe de Thanos:

Nesse momento quero abrir um parênteses para elogiar a arte de David Marquez eJustin Ponsor. Eu já tinha observado o trabalho dessa dupla (desenhista e colorista, respectivamente) no primeiro arco de Invicible Iron Man pós Guerras Secretas e achei sensacional. A capacidade de desenharem expressões faciais e sentimentos é digna de nota. No último quadro desta edição, temos Carol Danvers vendo os sinais vitais da Mulher Hulk caírem drasticamente. E ela chora, ao mesmo tempo em que parece não acreditar no que está acontecendo. Essas expressões cheias de sentimento são demonstradas várias vezes ao longo do quadrinho. O Tony Stark está com uma atitude corporal e expressões quando discute a primeira vez com Capitã Marvel. Na segunda discussão, já é perceptível a mudança dessas expressões e a raiva que ele sente da situação.

Além de fazer a situação verossímil, a dupla se sai muito bem em quadros com equipe inteira, fazendo essa primeira edição de impressionantes 56 páginas ser muito agradável visualmente.

A história conclui com Tony Stark agindo precipitadamente ao ir direto ao encontro dos Inumanos para “sequestrar” Ulysses.

Escolha seu Lado

De modo geral, Guerra Civil 2 é promissora, sim. Mas não pelos motivos que você espera. Ver os heróis brigando entre si já deixou de ser novidade. O elemento novo neste caso é a entrada dos Inumanos como uma terceira força nessa guerra, que agem de forma independente e como seu próprio lado. Apesar de apoiarem Carol, é perceptível que eles tem suas próprias regras e agenda. É o mais perto que teremos de X-Men entrando na Guerra Civil.

No mais, não consigo visualizar esta saga sendo tão impactante quanto a primeira. Talvez não devesse nem ter o mesmo nome, visto que o motivo da briga está sendo apenas atitudes precipitadas de Tony e Carol. Não existe no momento um motivo que faça os heróis efetivamente se dividirem entre si. Existem só os dois líderes brigando e muito material de divulgação dizendo pro leitor escolher um lado.

Vamos ver se até o fim da saga algum deles dará um motivo ou argumento bom o suficiente pra ajudar o leitor a fazer essa escolha.

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