[Vídeo] Duna - Reagindo ao segundo trailer | OBRA PRIMA OU FLOP!!!???
Um pouco atrasado para postar aqui, eu sei, mas havia feito uma reação do último trailer de Duna e como alguns sabem, eu sou bastante fã do universo do planeta deserto criado pelo saudoso autor, Frank Herbert e que agora recebe uma nova versão cinematográfica pelas mãos do cineasta Denis Villeneuve. Aqui no Bastidores, havia publicado uma série de vídeos e textos sobre a saga, aqui está o mais recente, espero que gostem!
https://www.youtube.com/watch?v=4FdbhaAnxOY
Silvio Santos é internado em UTI com COVID-19, diz site
Mais um grande artista brasileiro está internado por causa da covid-19: o apresentador Silvio Santos. Ele está na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
De acordo com informações do jornal O Dia, o apresentador de 90 anos deu entrada no hospital nesta sexta-feira (13) e foi direto para a UTI por conta do estado delicado.
Até o momento, não há nenhum pronunciamento oficial do SBT ou da família sobre o caso. Para a CNN, a filha do apresentador, Patrícia Abravanel, confirmou a internação.
O jornal O Globo divulgou, também nesta sexta, que as gravações do Programa Silvio Santos foram suspensas após um caso de coronavírus ser confirmado em um profissional da produção.
Disney anuncia valores do Star Plus no Brasil com planos a partir de R$ 32,90; confira
Finalmente a Disney revelou o preço das assinaturas do vindouro streaming Star+ que trará todo o conteúdo da Fox que não cabe na Disney+.
O site oficial da plataforma revelou que o plano mensal vai custar R$ 32,90 e o anual vai sair por R$ 329,90.
A plataforma também vai oferecer o Combo+, uma assinatura conjunta entre Star+ e Disney+. O acesso aos dois streamings sai por R$ 45,90 por mês.
O serviços será lançado no dia 31 de agosto trazendo todas as temporadas de Os Simpsons como grande destaque.
Temporada final de The Walking Dead terá estreia exclusiva no Star Plus
Ao contrário de toda a história da exibição de The Walking Dead, a Disney resolveu que a série não estreará simultaneamente com os Estados Unidos. O primeiro episódio chegará junto ao lançamento do serviço Star+, disponível em 31 de agosto.
Agora não se sabe se a série também será exibida no Star Channel, o antigo canal da Fox, mas a probabilidade é que não seja exibida na TV fechada para a série virar conteúdo exclusivo do streaming.
The Walking Dead chegará ao fim após a 11ª temporada, que foi dividida em três partes. Após a conclusão da série principal, a franquia vai ganhar um derivado focado em Daryl e Carol.
FX terá maratona de O Hobbit neste domingo (15); confira
O canal FX, que você pode conferir através da SKY TV, exibirá uma maratona de O Hobbit com a apresentação de A Desolação de Smaug e a A Batalha dos Cinco Exércitos uma seguida da outra.
O canal começará a transmitir os filmes a partir das 20 horas (Brasília) no domingo, dia 15 de agosto.
Coescrita e dirigida por Peter Jackson, e baseada no livro homônimo de J. R. R. Tolkien, a trilogia é situada na Terra Média e segue o hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), chamado pelo mago Gandalf (Ian McKellen), para acompanhar treze anões liderados por Thorin II (Richard Armitage) em uma missão até a Montanha Solitária, onde tentarão recuperar os pertences dos anões que foram roubados pelo dragão Smaug (Benedict Cumberbatch).
É nessa aventura que Bilbo encontra o Um Anel que desencadeia a trilogia O Senhor dos Anéis.
Crítica | Free Guy - Assumindo o Controle: E se NPCs tivessem sentimentos?
Uma das maldições inquebrantáveis de Hollywood envolve a tremenda falta de sorte na adaptação de games para as telonas. As tentativas já foram inúmeras com orçamentos para lá de generosos como o caso de Assassin’s Creed e Warcraft, mas como muitos sabem alto valor de produção nem sempre reflete qualidade inerente.
Até mesmo quando tivemos a tentativa de criar um roteiro original em cima dos games para trazer algo novo, o resultado foi Pixels, uma das obras mais infelizes da carreira de Adam Sandler. Porém, agora, em uma segunda célebre tentativa de roteiro original, temos Free Guy: Assumindo o Controle.
Planejado para ser lançado há tempos, em 2020, Free Guy foi adiado três vezes até conseguir estrear nas telonas. E a espera valeu a pena, ainda mais se tratando de uma das primeiras produções já organizadas pela Disney quase que integralmente - o filme originalmente era da Fox.
O Show de Free Guy
O roteiro original de Zak Penn e Matt Lieberman parte de uma premissa simples, mas interessante: e se os NPCs de videogames tivessem, de fato, sentimentos, sonhos, vontades e desejos? Conhecemos Guy (Ryan Reynolds), um atendente de banco que vive sua rotina ordinária todos os dias: acordar, dar olá ao seu peixe dourado, vestir a mesma roupa de sempre, tomar seu café e ir trabalhar no banco que é roubado todos os dias em diferentes horários na cidade de Free City.
O que ele não faz ideia é que essa sua rotina é programada, pois ele é um NPC, um personagem não jogável, em um massivo game online chamado Free City - a inspiração do jogo vem diretamente de Grand Theft Auto Online. Logo, ele nunca estranha o caos, destruição, mortes e violência que acontecem todos os dias ao seu redor. Há apenas um sonho em sua vida: encontrar um grande amor.
Isso acontece casualmente, por um acaso do tempo, quando encontra uma mulher cantarolando uma de suas canções favoritas. Se apaixonando instantaneamente, ele foge de sua programação e passa a tentar encontrar a mulher novamente na cidade. O que ele não sabe é que ela é uma jogadora do game em sua própria missão para mudar uma injustiça na vida real.
É louvável o trabalho da dupla de roteiristas em tornar Free Guy um filme relativamente acima da média para contar uma boa história divertida, com doses adequadas de ação explosiva, romance e até mesmo uma intriga secundária que se conecta perfeitamente com o desenvolvimento de Guy.
O filme possui duas narrativas que correm em paralelo. Enquanto Guy passa por sua jornada pessoal para conquistar o coração de Molotovgirl (Jodie Comer) dentro do universo do jogo, rompendo completamente as limitações de sua programação, acompanhamos toda uma intriga envolvendo Millie, a jogadora que controla Molotovgirl dentro do game.
Através dela, o espectador entra em outro conflito que apresenta o antagonista da trama, Antoine (Taika Waititi), dono da desenvolvedora de Free City que tem um segredo sujo envolvendo Millie e seu antigo sócio Keys (Joe Keery). Juntos, os dois tentam provar uma trapaça de Antoine antes que o game original seja desativado para dar lugar à sequência.
Escrevendo, realmente parece que o filme possui coisas demais para serem trabalhadas em questão de apenas duas horas, mas o ritmo da escrita e o poder de síntese visual oferecido pelo diretor Shawn Levy colaboram muito para que tudo funcione sem exageros.
O roteiro é, em si, bastante didático por boa parte do tempo para situar o espectador nas regras do jogo com diálogos bastante simples, mas eficazes, afinal não dá para desperdiçar muito tempo no vai e vem entre as narrativas paralelas.
Fora isso, Free Guy possui a vantagem do público já ser bastante educado pelo conceito de filmes que realmente quebraram barreiras narrativas trazendo influências muito admiráveis de Matrix, O Show de Truman - Guy é praticamente uma mimese competente de Truman e Reynolds se inspira em Jim Carrey para entregar um boa atuação, e até mesmo Ela, de Spike Jonze, rendendo uma cena cômica impagável entre Millie e Keys.
É um roteiro muito bem estruturado que rende até mesmo alguns estudos de narrativas clássicas bem sucedidas, afinal o filme funciona perfeitamente. Destaque também para alguns personagens secundários que possuem pequenos arcos tão significativos dentro do filme: desde o amigo segurança de Guy, da barista de café ou da “gostosona”. Os defeitos são poucos e não incomodam, mas são bastante presentes.
O primeiro deles é o já citado didatismo que se torna muito presente no final do filme com exposição desnecessária - aliás, toda a apresentação de noticiários e streamers comentando sobre Free City em geral é desnecessária, mas novamente, se trata de uma influência de O Show de Truman em seu clímax.
O personagem de Taika Waititi não possui o mesmo refinamento dos outros com uma queda significativa da qualidade dos diálogos, o tornando um dos elos mais fracos da obra. Aliás, todo o núcleo narrativo envolvendo a Soonami, desenvolvedora do game, quebra um pouco o ritmo do filme.
Também nada contribui o visual genérico do escritório onde acontecem muitas das cenas do filme - isso, claro, é proposital para reforçar o quão nada inspirada e engessada é a desenvolvedora em uma metáfora visual, mas ainda assim, não agrada.
Por fim, é uma pena que os roteiristas não ousem um pouco mais com tanta liberdade de criação dentro de um cenário tão favorável como é Free Guy. No núcleo fantasioso da obra, realmente era possível criar coisas mais interessantes. Isso, curiosamente, surge no final do filme como uma forma de tornar a ação mais inventiva, mas acabam se assemelhando demais à 2012 de Roland Emmerich.
É uma pena também que executem tão bem a quebra das regras da rotina de Guy através de uma homenagem genial envolvendo Eles Vivem de John Carpenter com o uso dos óculos escuros - todos os jogadores usam óculos escuros e conseguem enxergar o HUB do jogo através deles. Enquanto esse conceito é tão bem aproveitado com Guy descobrindo um mundo completamente novo, o mesmo não pode ser dito na hora do confronto da realidade do personagem compreender que ele não existe na vida real.
O Clichê de Schroedinger
É justamente aqui que entramos no que pode ser tanto o maior trunfo quanto o maior defeito de Free Guy: o filme transborda clichês. Desde toda a fundamentação do protagonista, ao romance, à ação, ao conflito, no clímax, desfecho e resolução. Se o espectador se pegar pensando demais, vai notar que se trata de uma história que já viu milhares de vezes antes, mas com uma roupagem inventiva e bem interessante.
Logo, para mim, isso não foi um problema, mas de fato existem clichês à rodo. Acontece que eles são tão bem executados que encantam. Os romances, principalmente. Pela doçura e bastante inocência, rendendo uma conclusão de arco muito bonita para o personagem de Keys através de um diálogo brilhantemente escrito - mas, novamente, prejudicado pelo didatismo do filme.
Não seria justo terminar a crítica sem elogiar o trabalho de Shawn Levy na direção. Antes extremamente ocupado por Stranger Things, fazia tempo que o cineasta não voltava para as telonas - desde 2014 com Uma Noite no Museu 3. Ainda que Free Guy não seja um desbunde visual, é um filme executado com firmeza e chega até mesmo a fazer uma homenagem involuntária à Psicose nos minutos iniciais do filme na apresentação de Free City e de Guy em si.
Há muito da presença do estilo de Peter Weir (diretor de O Show de Truman) na encenação principal enquanto tudo explode ao fundo de cena no melhor estilo Michael Bay. Aliás, sempre há uma piada visual bem arrojada construída no fundo de cena tornando a encenação da obra mais inspirada nesses momentos.
Talvez o que falte um pouco mais é a ousadia em Levy na execução das cenas de ação, ainda que haja todo o departamento de segunda unidade para trabalhar nisso. Elas são divertidas, competentes e recebem influência direta de Matrix, mas nenhuma realmente vai ficar na sua memória dias depois de ter visto o filme.
Mas há alguns momentos que se sobressaem com muita eficácia. Um deles é uma sequência em montagem genial trazendo Guy em seus esforços para subir de nível dentro do jogo na qual Levy usa conceitos divertidos já vistos em No Limite do Amanhã.
Outro ótimo momento é um beijo que utiliza os recursos visuais mais clichês do mundo, mas que sempre me trazem um sorriso: a clássica rotação da câmera em 360º em câmera lenta enquanto algo explode brilhante ao fundo. Fora isso, Levy adiciona elementos visuais eficazes para fazer literalmente um mind blown na cabeça de Guy.
Por fim, a última é uma surpresa sensacional que não tenho o menor direito de estragar. É simplesmente hilária, inteligente e traz uma participação especial que ninguém, literalmente, espera. É realmente genial.
Também é importante frisar que Levy costuma acertar a mão com a trilha musical licenciada, porém, enquanto eficaz e dosada, a trilha original sofre do mesmo didatismo do roteiro tentando conduzir as emoções do espectador à mão firme sendo que já há uma encenação, atuação e textos bastante eficazes sem apelar ao sentimentalismo extrapolado das músicas instrumentais.
Assumindo o Cinema
Dado o cenário atual, diante de tanta coisa que aconteceu na vida de inúmeras pessoas, Free Guy estreia em um momento crucial. O filme é um feel good clássico que diverte, emociona e te deixa uma sensação boa ao sair do cinema.
Com uma boa história, trazendo um Ryan Reynolds bastante inspirado a ponto de fazer sua interpretação evoluir conforme Guy vai se tornando cada vez menos um NPC, não é exagero dizer que o filme é a desculpa perfeita para matar aquela saudade arrebatadora que tanta gente sente do cinema.
Para mim, ver e ouvir pessoas rindo, se divertindo e emocionando enquanto a luz de um projetor ilumina seus rostos ainda é uma das razões mais bonitas de se sentir grato por estar vivo.
Essa é a beleza arrebatadora do cinema que nunca, nada ou ninguém, vai destruir da nossa vida.
Free Guy: Assumindo o Controle (Free Guy – 2021)
Direção: Shawn Levy
Roteiro: Matt Lieberman, Zak Penn
Elenco: Ryan Reynolds, Jodie Comer, Taika Waititi, Joe Keery, Utkarsh Ambudkar, Lil Rel Howary
Gênero: Ação, Comédia, Ficção Científica
Duração: 115 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=IN_33FaXpBI
Morre Tarcísio Meira aos 85 anos de covid-19
Internado desde o dia 6 de agosto, o ator Tarcísio Meira, de 85 anos, faleceu hoje, dia 12, em decorrência dos sintomas da covid-19. O ator já havia se vacinado com as duas doses necessárias para a imunização.
Meira era um dos atores mais importantes e marcantes da televisão brasileira sendo o o protagonista da primeira novela diária do país, "2-5499 Ocupado" (TV Excelsior, 1963).
O ator estava na UTI e já passava por diálise intensiva por conta de complicações graves nos rins. A esposa dele, a atriz Glória Menezes, 86, também foi infectada pelo vírus, mas teve um quadro mais brando. Ela está em um quarto, com "boa recuperação".
Eles são casados desde 1962. Seu último trabalho na TV foi com a novela Orgulho e Paixão, da Globo.
James Gunn revela qual personagem desistiu de matar em O Esquadrão Suicida
O novo O Esquadrão Suicida consegue chocar e surpreender pelo seu desprendimento com os personagens. Logo nos primeiros minutos de filme, muitos deles já encontram seu final de modo extremamente violento.
Em entrevista à Variety, o cineasta James Gunn afirmou que já estava nos planos matar muitos deles, mas teve um personagem em especial que ele acabou desistindo de destruir durante o desenvolvimento.
SPOILERS
“Houve uma mudança. No final original que havia planejado, um personagem principal morria e um outro não. A Caça-Ratos 2 morria, mas ela era tão doce que achei que ficaria muito sombrio. Não que nós não tenhamos amado o Bolinha. Amamos sim. Mas simplesmente não consegui [matar a Caça-Ratos 2]. Então cedi.”
Gunn também foi questionado sobre como alguns grandes atores reagiram ao saber que morreriam logo no começo do filme.
“Eles estavam todos empolgados. O papel de Rooker é um pouco maior porque ele é o protagonista do início da primeira parte do filme. Nós meio que vemos as coisas pelos olhos do Sábio. Então acho que ele estava animado – sabe, agora ele está na Marvel, em Velozes e Furiosos [e na DC]. Ele só precisa de Star Wars para cobrir todas as bases. Nathan estava simplesmente feliz. Ele está em uma série [The Rookie], então não poderia fazer mais do que aquilo. Ele é um cara realmente empolgado e ficou feliz em ser um super-herói. Pete simplesmente queria ser um supervilão, mas ele também estava filmando Saturday Night Live. Então tudo o que foi prometido a eles foi um papel pequeno. Nada como ‘ei, você vai ser uma das estrelas de O Esquadrão Suicida‘”.
O Esquadrão Suicida já está disponível nos cinemas brasileiros e, em breve, deve entrar para o catálogo nacional do HBO Max que você adquire através da SKY TV.
Crítica em Vídeo | Era uma vez em Tóquio (1955) | Por que é uma obra prima?
Aproveitando este contexto atual das olimpíadas em Tóquio, resolvemos fazer um vídeo dissertando sobre a obra do cineasta japonês, Yasujiro Ozu e em especial sobre Era uma vez em Tóquio, que acredito ser, além de sua magnum opus, seu filme quintessêncial, o que melhor resume o seu trabalho e que melhor captura o espírito da cidade mais populosa do mundo.
Chamado por muitos de "o poeta da simplicidade, Ozu gostava de trabalhar temas que se enquadram na miríade de tópicos das famílias japonesas e sua tradição, predominantemente a dissolução do seio familiar (Um filho ou filha tendo que casar-se ou um pai tendo que partir), conflitos de geração.
Aparecem também temas como a rebeldia da juventude e a passagem deste jovem para a maturidade e as relações complexas entre pais e filhos. Tudo isso imbuído de tradição, que por sua vez passa também por uma certa dissolução, visto as intensas transformações sociais pela qual o país passava. No caso, este filme foi feito no pós guerra, apenas três anos após o fim da ocupação americana e a marca da história pode ser percebida no filme.
https://www.youtube.com/watch?v=mlSyrKfkOHI
Crítica | Loki – 1ª Temporada: A melhor série original da Marvel?
Texto originalmente publicado em: https://labdicasjornalismo.com/noticia/8313/loki-a-melhor-serie-original-da-marvel-mais-do-que-apenas-isso
Visto que esta foi uma série que explora viagem no tempo e realidades paralelas, começar este texto pelo final e construir nosso caminho a partir dele, parece mais do que adequado no caso de Loki. Especialmente para conseguir ressaltar o grande feito que realize em conseguir se destacar ao lado de outras séries da Marvel que conseguiram atrair mais aclamação e amor dos fãs.
Mas que em um só episódio, que talvez nem seja algo de tão especial pra inicio de conversa, conseguiu se alavancar a si frente todo o Universo Marvel, assim como traz um dos eventos mais impactantes vistos em duas décadas de MCU no cinema, e mostra que tem muito gás de sobra ainda para se gastar em caminhos inesperados. Tudo por que eles finalmente fazerem o que muitos fãs acharam que nunca teriam coragem: corresponder as expectativas postas pelos fãs ansiando por esse evento “Multiversal” à tanto instigado pelos filmes desde Homem Aranha: Longe de Casa onde o suposto Multiverso era só uma farsa, e em Wandavision uma pista feita pra virar uma piada no episódio final.
E que aqui finalmente se confirmam em grande, feito de forma simples e direta: um simples encontro com uma forma inesperada e surpresa, ou talvez nem tanto para os fãs que andavam acompanhando os diversos rumores e teorias em volta do percurso que a série iria tomar; com o ator Jonathan Majors se mostrando como aquele por detrás de tudo, e cujo apenas se identifica como “Aquele que Permanece” – e futuramente possivelmente o conheceremos como Kang – O Conquistador, fazendo revelações capazes de te caducar a cabeça, sendo encharcada de inúmeras infinitas possibilidades que são estabelecidas.
Bom, não é nenhum Mephisto, mas também não foi nenhuma outra variante do Loki por detrás de tudo como alguns previram, ou um antagonista genérico vinda do nada como fora com Agatha Harkness em Wandavision. E é aí que está, finalmente foi algo diferente! E que encaixou nas esperanças criadas pelos fãs, não sendo concebida de forma intrusiva como só um fanservice de última hora (embora um pouco, com certeza).
Pelo contrário, todo o momento de sua aparição, que é basicamente 80% do episódio, carrega uma vibe bem Mágico de Oz, onde a revelação final por detrás de tudo, desde a criação daquele “universo”, ao percurso que os personagens tomaram, era um Zé ninguém, mas que estabelece o destino final da história nas mãos do protagonista. Voltando exatamente sobre o que a série foi desde o início e está estampada no título, Loki, o vilão favorito de todo Marvete raiz desse universo cinematográfico, e é ele quem vem a dar aqui o pontapé para os eventos que vão permutar nessa fase quatro. Mostrando finalmente a importância da série como um todo frente (e acima) das outras até agora lançadas!
Sem tirar nem Por, apenas Loki!
No momento em que essas séries Marvel foram anunciadas, não pareciam tão interessantes, nada além do que meros spin-offs para personagens secundários de todo o MCU, ou que pelo menos não teriam tanto impacto na longa narrativa interconectada que eles vem construindo desde o início. Porém, quanto mais próximo que chegávamos delas, e mais informações apareciam, as expectativas em volta de cada uma começaram a ser criadas, mas parece que seguiram um caminho inverso dessas mesmas expectativas.Se WandaVision causava um certo estranhismo inicialmente pela sua trama que seguia Wanda e um aparentemente vivo Visão vivendo como um casal pacato em um modelo de série sitcom; Falcão e o Soldado Invernal já seguia um modelo mais padrão sendo thriller de ação pé no chão e que trazia fortes reflexões em questões raciais e de poderio militar/político na América. Já Loki aparentava ser a mais inerte entre todas, vindo a trazer um personagem que aparentemente já tinha dado o que tinha pra dar e merecia uma aposentadoria de duas décadas atuando no MCU. Mas pelo visto, se mostrou ter aqui uma aposentadoria de luxo.
Michael Waldron, o criador da série, parte aqui em querer construir uma série que segue uma estrutura focada no drama e conduzida pelos diálogos, buscando acima de tudo construir e explorar relações ao invés de apenas trazer constantes elementos de trama sendo explicadas demais. Primeiro entre Loki e Mobius (Owen Wilson) construindo uma relação palpável que vai de uma rivalidade cômica brincalhona, para mais tarde na temporada se tornar uma amizade genuína. Enquanto eles acabam formando uma dupla indesejada que passam o tempo indo desde a destruição de Pompeia ao apocalipse dos planetas e suas raças tentando descobrir quem está por detrás das aberturas de realidades paralelas – os Eventos Nexus.
Ao mesmo tempo, revelando muito do personagem de Loki, a pessoa dentro do Deus da Trapaça, por meio de alguém que o conhece melhor que ninguém, que assistiu sua vida de trás para frente diversas vezes. Interagido com perfeição por Tom Hidleston e Wilson compartilhando ótima química e claramente se divertindo em suas interações, que conseguem ser tanto engraçada, imprevisíveis e surpreendentemente profundas e até filosóficas, uma vez que eles começam a questionar a razão de suas respectivas existências. Como resultado, vemos que talvez haja um pouco mais em Loki do que se esperava dele a essa altura.

E mais tarde também temos na relação entre Loki e ... ele mesmo, com a variante Sylvie (Sophia Di Martino) e o romance de Narciso, divido em duas personas Lokis, que se constrói entre ambos. Muito que se dá por essa tentativa de querer se humanizar Loki ao ponto de um mocinho aceitável. E que compreensivelmente pode ser vista como talvez bem forçada, ainda mais tendo em vista que os acontecimentos da série passam com o Loki pós a Batalha de Nova York, lá em 2012, e não com o Loki já ciente de todos os seus erros e morreu honrado tentando defender o irmão em Guerra Infinita (e até lá ele agia ainda de forma mais maliciosa e ardilosa do que aqui).
Bom, os argumentos que se encontram para validar isso até que estão na série. Loki já no primeiro episódio (se passando logo após da fuga dele da Batalha de Nova York que ele trespassou em Ultimato) vai do vilão egocêntrico que ele era lá no começo do universo Marvel, para de repente ser posto para ver toda a sua vida se passar diante de seus olhos em um dos televisores da TVA, como se estivesse vendo os próprios filmes do MCU. E encara que todos os poderes do universo que ele já conheceu e cruzou, não valem de nada dentro da TVA, a organização burocrática temporal que os controla.
Ele é extirpado de tudo, de sua própria concepção de realidade, existência e o que ele conhece como poderes e relações, mais perdido e inerte do que nunca um personagem da Marvel realmente esteve. Então sim, o argumento para a mudança de humores dele que logo assume um tom mais descontraído nos próximos episódios, embora ainda com suas artimanhas aqui e ali ainda no episódio 2.
E a paixão que ele ascende por Sylvie, ele mesmo só que em outro corpo e identidade, acaba no final sendo um ame ou odeie, pois os atores claramente nutrem uma química palpável, e literalmente recebem um episódio inteiro para construir algo próximo de um laço que é o episódio 3 – Lamentis, ironicamente o mais fraco da temporada, mas que cumpre seu trabalho de nos fazer simpatizar por Sylvie. Embora não escape de ser um grande filler, mas pelo menos um filler com bons momentos e claro propósito.

Ame a Si Mesmo
Embora nem sempre carregado com a mesma sustância sólida, pois dá uma enorme pausa anti-climática entre o terceiro episódio e metade do quarto antes de retomar à energia do início que te deixava intrigado com o que aconteceria já na próxima cena. Mesmo que esses dois episódios em particular estejam longe de ser ruim por si só, dão um tempo para respirar e explorar algumas das relações estabelecidas entre os personagens Sylvie e Loki tendo sua pequena aventura no apocalipse de um planeta. E o quarto - The Nexus Event, sendo empacotado com algumas revelações cabeludas por detrás da TVA, e uma reviravolta final que você não está à espera.
Mas nada se compara ao quinto episódio - Journey Into Mystery, onde é simplesmente tudo que se esperava de Loki como série: com o personagem interagindo com diversas outras versões suas, desde o Loki-criança (Jack Veal), Loki Presidente, Loki Boastful (Deobia Oparei), o velho Loki (Richard E. Grant) que rouba o episódio pra si, e o melhor de todos: o Loki-jacaré; de forma absolutamente cômica e que merecia todo um filme solo em volta disso.

Imperfeitamente bom
Algumas coisas se apressam e desenvolvimentos não dão em lugar nenhum, vide Mobius que no inicio parte de um burocrata, uma peça do sistema da TVA quando ele começa a ter sua própria crise existencial sob sua origem, e seu papel no universo, vivendo décadas de existência preso a controlar e manter o balanço da realidade, e seu sonho pessoal tanto bobo, como tão genuinamente puro dele andar em um Jet-ski um dia, que são bastante enfatizados até o quarto episódio e deixado quase que de lado já nos últimos onde ele se torna mais um auxiliar cômico em cena.
E Sylvie que começa interessantíssima visto que sua história começa com ela ainda uma Loki criança sendo retirada de sua vida em Asgard pela TVA e começa a passar o que aparenta ser séculos fugindo das garras controladoras, se tornando uma sobrevivente temporal e vingativa contra aqueles que a tiraram de sua vida. Mas onde tudo se resume a ela ser incapaz de não confiar em ninguém – mesmo ela tendo sido comprovada do contrário com Loki, mas aparentemente não o suficiente para ela desencadear o resultado final da série.
Embora seja a série que até agora lidou melhor com sua duração para contar uma história coesa sem grandes percalços e oportunidades deixadas de fora. Bom, isso contando com o que você espera de um produto da Marvel, em outras mãos, essas possibilidades de realidades paralelas e viagens temporais, com certeza teria se destrambelhado para a loucura de suas infinitas possibilidades. O que era de se esperar vindo de um roteirista de Rick e Morty como Michael Waldron, que deixa aparecer sim certas influências aqui.
Mas a narrativa de Loki se mantém dosada e focada no seu protagonista, para aí sim no final abrir a porta para a vindoura destrambelhada que irá se calcar no Universo Marvel agora que as infinitas portas de possibilidades do Multiverso foi aberta. Mas além disso, além do Multiverso e inúmeras variantes de personagens e o que isso significa para o resto do MCU, para o que Loki serve por si só como história e sobre seu personagem?

Questionando o Universo
A história de um Deus sem mais vida, questionando o propósito de sua existência sendo posto a assistir toda a sua vida. Se perguntando: se fora tudo em seu caminho, coordenado e milimetricamente calculado para dar em...nada?! É como se o próprio personagem fosse posto para questionar seu papel no MCU, uma metalinguagem que se assume ainda mais quando o “Kang” no último episódio mostra um roteiro de falas daquele momento em que eles estavam.
Ironicamente, e similarmente à WandaVision, Loki também parece fazer um comentário sobre o estado atual de produções televisivas. Se WandaVision o tratava como uma criação artificial de um espelho de nossa realidade de forma peculiar e engraçada, que servia como uma forma de escape, o que se refletia diretamente no luto da protagonista. Já Loki mostra a realidade da TV - onde sua série atua, alternando e afetando a realidade do cinema – o universo de onde ele veio, com ambas no final se tornando uma só, em uma atualidade onde o futuro da mídia streaming e o cinema já fazem parte de uma só.
É também uma série que se questiona sobre o poder de crenças e mitos afáveis, apagados e desconstruídos em um âmbito existencial íntimo, mas indo contra consequências universais. Símbolos burocráticos, políticos e religiosos com seus discursos colocados como razão absoluta e inabalável no controle de nossos destinos. E o percurso que o protagonista começa a tomar em suas decisões e ações para com os outros, alçando as rédeas de seu próprio destino, criando seu próprio futuro. E a moral da história no final é o bom e velho: “somos mestres do nosso próprio destino, construtores de nossas próprias tramas, mudanças e desejos”. Mesmo dentre inúmeras realidades e destinos traçados, é uma escolha de um Loki que define o futuro dali pra frente. Se não exatamente do Loki que conhecemos, mas uma de suas variantes, partes diferentes do mesmo.
Onde personagens de impacto definindo o destino final de uma série atendendo ao gosto público, ual, a metalinguagem ta rolando solta nessa série. Mesmo que Loki longe de ser perfeita ou isenta de faltas, mas foi capaz de deixar os fãs muito felizes e instigados com o que ainda está por vir. É só não deixar essa bola cair agora Marvel!
Loki (EUA, 2021)
Showrunner: Michael Waldron
Direção: Kate Herron
Roteiro: Michael Waldron, Bisha K. Ali, Elissa Karasik, Eric Martin, Tom Kauffman
Elenco: Tom Hiddleston, Sophia Di Martino, Owen Wilson, Gugu Mbatha-Raw, Wunmi Mosaku, Richard E. Grant, Jack Veal, Jonathan Majors
Gênero: Ação, Ficção Cientifica, Aventura
Emissora: Disney+
Episódios: 6
Duração: 50 min
https://www.youtube.com/watch?v=nW948Va-l10