O bizarro costume soviético de anunciar produtos que nunca existiram
Na Rússia soviética, durante o período entre 1967 e 1991, os comerciais serviam a um propósito singular e peculiar. Em uma economia planificada, onde o Estado controlava todas as indústrias, a publicidade parecia ter um papel deslocado. Entretanto, a Eesti Reklaamfilm (ERF), a única agência de publicidade da União Soviética, produzia milhares de comerciais para produtos que nem existiam, revelando um aspecto surreal da economia planejada.
A economia soviética estabelecia metas fixas para produção, consumo e publicidade. Mesmo que os produtos fossem fictícios, a alocação de orçamento para publicidade deveria ser cumprida. Essa abordagem absurda resultou na criação de anúncios para itens como frango picado, chuveiros de ar quente e assentos sanitários de dupla camada, todos inexistentes.
Lyubov Platonova, produtora de TV, destaca que, na maioria das vezes, os comerciais soviéticos não promoviam produtos reais, mas refletiam a agenda e a ideologia oficiais. Os anúncios eram usados como ferramentas de propaganda, projetando narrativas de abundância em uma sociedade acostumada à escassez.
https://www.youtube.com/watch?v=vEAR92xSKdo
A ERF operava sob um sistema peculiar, onde os chefes das empresas estatais entregavam roteiros à agência, que os utilizava como guias. Os criativos da ERF produziam anúncios sem preocupação com a eficácia, já que não havia produtos reais para vender. A qualidade ou funcionalidade dos comerciais era irrelevante, pois a alocação de recursos era o único objetivo.
Apesar da falta de produtos tangíveis, os comerciais tornaram-se populares entre os espectadores, que os aguardavam ansiosos entre a programação regular. A rede de televisão chegou a introduzir um bloco de 20 minutos dedicado exclusivamente à reprodução consecutiva de anúncios aos sábados à tarde.
Os anúncios soviéticos desafiaram a noção tradicional de venda de produtos, transformando-se no próprio produto consumível. A abordagem da ERF era categorizada como "documentária", uma estratégia financeira para contornar os preços fixos estabelecidos para produtos e serviços na economia planejada.
https://www.youtube.com/watch?v=yTRBGfd80qw
O sucesso da ERF chamou a atenção internacional, resultando até mesmo em um Leão de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes em 1985. Contudo, com o colapso da União Soviética e a abertura do mercado, a agência faliu em 1992.
Dos aproximadamente 6.000 filmes comerciais produzidos pela ERF, apenas cerca de 300 sobrevivem. Esse legado peculiar da publicidade soviética destaca não apenas a incongruência entre a economia planejada e a publicidade, mas também a capacidade surreal de adaptar-se às peculiaridades de um sistema que desafiava a lógica tradicional do mercado.
Site da Mynd8 está fora do ar após lançamento de documentário sobre a Choquei
O site da agência Mynd8 está fora do ar desde a tarde desta terça-feira, 2, no mesmo dia em que o documentário "Choquei — Lacrando Vidas", produzido pelo empresário Daniel Penin, viralizou. O curta-metragem, lançado na segunda-feira, 1º, já acumulou mais de 1,5 milhões de visualizações no YouTube.
A queda do site ocorre em meio a mudanças recentes na Mynd8, que decidiu alterar seu portal após o trágico suicídio de Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos. A jovem foi vítima de uma campanha difamatória de perfis de fofoca, incluindo o Garotx do Blog e o Choquei. O primeiro era um parceiro da agência de entretenimento, enquanto o segundo rompeu o contrato em 2021.
Uma das mudanças notáveis no site da Mynd8 é a remoção dos perfis de fofoca de seu quadro de associados. Antes da morte de Jéssica, havia uma seção específica para essas páginas. Até o momento, a agência não se pronunciou sobre a queda do site.
https://www.youtube.com/watch?v=FC1jngBKLKI
O documentário "Choquei — Lacrando Vidas" aborda o suicídio de Jéssica Vitória Canedo, explorando como perfis de fofoca, como o Choquei, contribuíram para o sofrimento da jovem mineira. A produção, ao longo de 40 minutos, revela a colaboração entre essas páginas para constranger Jéssica. Mesmo após o apelo da mãe de Jéssica, Inês Oliveira, 30 perfis de fofoca continuaram difamando a jovem.
O Choquei, especificamente, debochou de Jéssica mesmo após sua morte. O documentário evidencia a desumanização sofrida pela vítima e como os perfis de fofoca perpetuam um ciclo prejudicial. O filme também destaca o papel da Mynd8 na mobilização de centenas de milhões de seguidores para fins comerciais, revelando os bastidores dessa engrenagem controversa.
Rumble decide sair do Brasil após diversas ações judiciais
O Rumble, plataforma que ganhou notoriedade no Brasil como um espaço da direita após enfrentar desmonetizações no YouTube, anunciou sua desativação no país nesta sexta-feira (23). A decisão, segundo Chris Pavlovski, criador da mídia social semelhante ao YouTube, foi motivada por discordâncias com as exigências da Justiça brasileira. Pavlovski declarou sua intenção de contestar as ordens de remoção de usuários e criadores de conteúdo.
O empresário expressou sua decepção com as decisões judiciais no Brasil, afirmando que a ação não impactará significativamente o negócio, mas ressaltou a esperança de que os tribunais brasileiros reavaliem suas decisões para possibilitar a restauração do serviço em breve. Ao fazer o anúncio da desativação no Brasil no X (ex-Twitter), Pavlovski destacou que não será intimidado pelas demandas de governos estrangeiros para censurar os criadores do Rumble.
“Recentemente, os tribunais brasileiros exigiram que removêssemos certos criadores do Rumble. Como parte da nossa missão de restaurar uma internet livre e aberta, comprometemo-nos a não alterar as metas das nossas políticas de conteúdo. Os usuários com opiniões impopulares são livres para acessar nossa plataforma nos mesmos termos que nossos milhões de outros usuários. Dessa forma, decidimos desabilitar o acesso ao Rumble para usuários no Brasil enquanto contestamos a legalidade das demandas dos tribunais brasileiros”, diz o anúncio de Pavlovski.
https://twitter.com/chrispavlovski/status/1738323155067011571
Neymar detona Choquei em cancelamento massivo contra a página: "ódio real"
Neymar utilizou suas redes sociais no último sábado (23) para lamentar a morte de Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, que havia sido erroneamente apontada como o suposto novo romance do humorista Whindersson Nunes. A jovem teve seu nome envolvido em falsos prints de conversas com Whindersson que circularam na internet a partir do dia 18.
Os prints foram compartilhados em páginas de fofocas, como “Choquei” e “Garoto do Blog”, gerando uma onda de especulações. Whindersson Nunes negou veementemente a veracidade das conversas, afirmando que nunca havia conhecido Jéssica. "Eu não faço ideia de quem seja essa moça, e isso é um print fake", declarou em sua defesa. Ele também ressaltou que, mais uma vez, as redes sociais foram utilizadas para propagar mentiras e causar danos.
Neymar, ao lamentar a morte de Jéssica Vitória Canedo, criticou os haters e aqueles que disseminam ódio nas redes sociais. O jogador destacou que essas atitudes fazem mais uma vítima e ressaltou a responsabilidade de quem propaga informações sem verificação.
"Diversos sites de fofoca, redes de tv e todos os tipos de meios de comunicações tem que
tomar muito cuidado com o que você posta ou fala. Aos Haters.. vocês que propagam o ódio, os que sabem de tudo, os donos da verdade, os santinhos que nunca erram PARABENS, fizeram mais uma vítima.
O discurso na internet de respeitar o próximo, não existe! Ódio real de todas essas pessoas que se escondem atrás de perfil de internet pra falar mal de outra pessoa. querer ser o primeiro a dar notícia pode acabar com a vida de alguém. NÃO É TODO MUNDO
QUE TEM O MENTAL FORTE!"
Mulher alvo de fake news da Choquei se suicida após repercussão da notícia
A tragédia da morte de Jéssica Vitória Canedo, de apenas 22 anos, expôs a face sombria das redes sociais e da disseminação de fake news. Vítima de informações falsas espalhadas pelas páginas "Choquei" e "Garoto do Blog", a jovem tirou a própria vida na última sexta-feira. A fofoca envolvia uma troca de flertes que nunca aconteceu entre ela e o artista Whindersson Nunes.
Após o fato ser noticiado, a Choquei apagou as publicações envolvendo o caso. O dono da página, o influencer Raphaelsoux chegou a ridicularizar a jovem quando ela se pronunciou na internet sobre o assédio que estava sofrendo conforme print abaixo:
https://twitter.com/PoxaNaay/status/1738303253304017336?t=qNRtJJvIPjpz7EC3z8ZOzw
O aspecto mais chocante dessa situação é a falta de sensibilidade por parte daqueles que se autointitulam defensores do bem. Enquanto esses "justiceiros" da internet são rápidos em patrulhar comunicadores e associar qualquer fala a um suposto "discurso de ódio", eles ignoraram os apelos desesperados da mãe da vítima. A mãe pedia, em vão, para que a fake news fosse interrompida. Para os administradores dessas páginas, a exposição criminosa e grotesca não representava ódio ou maldade, mesmo sabendo do impacto em uma pessoa emocionalmente vulnerável.
Atualmente, a Choquei é alvo de um cancelamento na web, perdendo seguidores que levantaram a #CHOQUEIMATA.
A imprensa também não escapou das críticas, sendo acusada de passar pano para o caso. Muitos sites de entretenimento reproduzem as baixarias das redes sociais, deixando de abordar a irresponsabilidade dos criadores dessas páginas. É uma triste constatação de como o sensacionalismo e a falta de responsabilidade podem custar vidas.
https://twitter.com/otavi0XI/status/1738340065632260141
A morte de Jéssica é lamentável e revoltante, mas infelizmente não é um caso isolado. As páginas de fofoca requentemente destroem reputações, levando a consequências trágicas. A impunidade e a falta de regulamentação adequada permitem que essas páginas continuem operando, muitas vezes impulsionadas pelo desejo de likes e engajamento, sem compromisso com a verdade.
Este triste episódio destaca a urgência de discutir e abordar as questões éticas e legais relacionadas ao uso das redes sociais e à disseminação de informações falsas, antes que mais vidas sejam perdidas devido à irresponsabilidade virtual.
Agora, a última publicação da página levou mais uma checada no X exibindo o comportamento assombroso de ignorar a tragédia que ocorreu:
Próximo livro de The Witcher será uma história isolada de Geralt
O próximo livro de The Witcher, ainda sem título oficial, trará uma abordagem independente, revelou o escritor polonês Andrzej Sapkowski em uma entrevista durante a Comic Con de Viena, na Áustria. O autor destacou que este livro será um "standalone", ou seja, uma história isolada, com foco central em Geralt de Rívia.
Em resposta à pergunta sobre se o novo livro terá alguma ligação com as obras anteriores da saga The Witcher, Sapkowski afirmou: “Não, não faz parte dos meus planos [de ter ligação com outros livros de The Witcher]. Esse novo será um standalone. O livro é diretamente sobre Geralt, mas não direi mais nada. [...] Está fora da pentalogia de livros.”
A decisão de criar uma história independente sugere que o próximo livro será uma experiência única, oferecendo aos fãs de The Witcher uma narrativa focada no amado personagem Geralt de Rívia, sem depender diretamente dos eventos dos romances anteriores da série. O lançamento está previsto para o final de 2024.
Livro que analisa os militares na política brasileira é lançado no Rio de Janeiro
O historiador americano John Schulz lançará a segunda edição de seu livro "O Exército na Política: Origens da Intervenção Militar 1850-1897" no Rio de Janeiro, evento que contará com a presença de estudiosos e do general Carlos Alberto dos Santos Cruz. A obra, originalmente publicada em 1994, examina as razões que levaram civis a apoiarem a participação dos militares na política brasileira, analisando a história econômica dos períodos sob governo militar e os eventos que culminaram na Proclamação da República em 1889.
Schulz, formado pelas universidades de Yale e Princeton, destaca a preocupação constante em relação ao envolvimento militar na política, especialmente após o governo de Jair Bolsonaro. A nova edição, editada pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), incorpora informações sobre crises financeiras durante os governos militares e examina a figura do capitão Eduardo Gonçalves Ribeiro, governador do Amazonas no século XIX.
A análise abrange mais de quatro décadas de história, explorando as origens da intervenção militar na política brasileira e o afastamento dos militares do poder. Schulz reconstrói a mentalidade e a evolução ideológica dos militares por meio de documentos, correspondências e relatos da época. A obra busca oferecer uma visão renovada sobre as relações entre o Exército e a sociedade civil.
O lançamento incluirá um debate com estudiosos da área, como Vitor Izecksohn e Geisimara Soares Matos, da UFRJ, Consuelo Dieguez, autora do livro "O Ovo da Serpente", e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência de Jair Bolsonaro. O evento proporcionará uma reflexão profunda sobre a influência do Exército na política brasileira, dialogando com eventos recentes e a democracia no país.
SERVIÇO
Lançamento da segunda edição do livro O Exército na Política
Data: 22 de novembro de 2023
Horário: 15h
Local: Salão Nobre do Instituto de História da UFRJ
Endereço: Largo São Francisco de Paula, 1 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdNZ2ctqeUiZndyHTe9t0yZEQUlm-Caeo4NRvr-YPecYNJXPg/viewform
