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Crítica | Dragon Ball Super: Broly – Pancadaria entre titãs

Dragon Ball é uma das franquias de maior sucesso entre os animes e mangás, tendo várias temporadas e contando com inúmeros episódios. A temporada atual do anime é a saga Super que ignorou totalmente a anterior, no caso a saga Dragon Ball GT. Difícil encontrar alguém fã da cultura pop que pelo menos não saiba o nome de algum personagem ou que não tenha assistido a um episódio da produção.

Dragon Ball Super: Broly é o primeiro filme inspirado na série Super, já que A Batalha dos Deuses e O Renascimento de Freeza são produções originárias do universo Z. No longa, a principal novidade para os amantes é o reaparecimento de Broly, um personagem tão poderoso que até mesmo Goku e Vegeta em suas múltiplas transformações tem dificuldades em enfrentá-lo de igual para igual.

Este é o quarto longa em que Broly surge vilão. O primeiro filme tinha – até o momento – o encontro mais relevante entre Goku e Broly, já que as duas outras continuações são horríveis. Esqueçam tudo o que presenciaram sobre este vilão até então, pois tudo que é feito na animação serve para dar uma guinada em relação a vida desse ótimo personagem, algo que até então foi pouco explorado, tanto nos filmes quanto na série. 

A ideia do roteiro foi a de fazer um reboot do personagem, esquecendo todas as bobagens já feitas com o antagonista anteriormente e criando uma brecha para que possam usá-lo em algum episódio futuro de Dragon Ball Super. O roteirista e criador do anime, Akira Toriyama, deu uma maior estrutura narrativa para alguém que até então, mesmo com várias aparições, continuava sendo um ninguém, um personagem sem uma origem competente que o sustentasse nas histórias da franquia. 

Diferente do que ocorre em outros animes, há uma paciência maior para construir a trama de Broly, mesmo ele sendo o antagonista, o mostrando desde criança e o motivo pelo qual ter se tornado alguém tão cruel e poderoso. Há uma esperança em tudo o que é apresentado sobre o personagem, dando a entender que Broly não é um vilão e sim alguém que foi subjugado a uma vida de isolamento e treinamentos forçados. Em nenhum momento o mostram sendo maldoso ou praticando algum ato cruel, mas sim como um ser que apenas não entende os limites de sua força e que segue todas as ordens de seu pai. 

Por ser uma continuação da saga Super há um acompanhamento quanto ao paradeiro de Freeza, o vilão tem papel secundário na trama, mas nada que tire o foco de seu personagem, pois há um certo destaque por ser ele o responsável por levar Broly ao encontro de Vegeta e Goku. E diferente do que ocorreu em muitos outros filmes de Dragon Ball, há uma explicação do porque de o confronto ocorrer. Várias perguntas que ficam na cabeça são respondidas durante a animação, provavelmente até quem não está antenado com sobre a série irá entender a trama, pois ela explica didaticamente e detalha bem todos os acontecimentos. 

O que um fã de Dragon Ball espera ao assistir um filme inspirado na franquia são as cenas de luta e nessa questão o longa se sobressai em relação aos filmes antigos. Provavelmente as cenas de luta sejam até superiores das apresentadas no anime. A intenção do diretor Tatsuya Nagamine (One Piece – Heart of Gold) é a de mostrar o poder brutal e irracional de Broly. Para isso há uma luta de igual para igual contra Vegeta, Freeza e Goku, com a diferença do que ocorreu nos longas anteriores, em que Broly era extremamente ignorante, sendo muito mais superior aos adversários,  

Sabemos que Vegeta e Goku são muito poderosos, ainda mais com suas inúmeras transformações e para vencê-los apenas um Deus ou até mais que isso. As cenas de ação são de deixar de boca aberta, soco atrás de soco, e quando se imagina que está terminando acontece uma reviravolta na trama em que tudo é arrumado para futuras produções em que Broly, possivelmente, se torne o destaque principal. 

Outra abordagem interessante do roteiro é em relação ao humor empregado, cenas engraçadíssimas que destacam o poder do carisma de quase todos os personagens. É um humor bem desenvolvido, com tiradas rápidas e situações tão naturais que fica difícil de não dar risada. 

Dragon Ball Super: Broly é tudo o que um fã de animes buscam em uma produção do gênero. A trama belamente roteirizada e desenvolvida, sem deixar nós soltos e pensando em adequar a vida de Broly a futuras produções, possivelmente já para o inserir na saga Super. O longa tem uma mensagem de esperança para quem curte a franquia, com um final que deixa a trama mais leve do que se imaginava encontrar. Que os fãs de Dragon Ball sintam todo o poder destruidor de Broly. 

Dragon Ball Super: Broly (Doragon bôru chô: Burorî – Japão, 2018)

Direção: Tatsuya Nagamine
Roteiro: Akira Toriyama
Elenco: Voz Original: Sean Schemmel, Christopher Sabat, Vic Mignogna, Chris Ayres, Sonny Strait, Emily Neves, Monica Rial, Kara Edwards, Alexis Tipton, Jason Douglas
Gênero: Animação, ação, fantasia
Duração: 100 min.

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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