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Crítica | Inferno

Após adaptarem “O Código Da Vinci” e “Anjos e Demônios”, Ron Howard e Tom Hanks voltam agora em “Inferno”, a nova aventura protagonizada pelo professor Robert Langdon. Se os dois filmes anteriores funcionavam como diversões passageiras, esse terceiro nem como isso funciona.

Na sua nova aventura, Langdon (Hanks) terá que usar suas habilidades como simbolista e historiador para descobrir onde está escondido um vírus que pode destruir a humanidade chamado Inferno, criado por um bilionário sinistro (Ben Forster).

O principal problema do longa e o roteiro, é a convicção que é uma trama profunda e engenhosa, mas no fim é só um roteiro besta. Em tempos em que temos que rezar para que um filme não xingue a sua inteligência, “Inferno” tem tantos problemas de lógica que acaba ofendendo o espectador. Em menos de trinta minutos de projeção fica difícil entender quem é quem e o que está acontecendo, mesmo o protagonista tendo certa noção da situação.

O filme se atropela com os próprios elementos apresentados. Não parece que é de um roteirista tão competente de experiente como David Koepp, pois a impressão que passa é que foi escrito na pressa e por um amador. Um dos principais erros está em uma determinada situação em que um museu nota que uma de suas principais obras sumiu depois de três dias, mesmo a sala onde estava a obra tendo câmeras de segurança. E falando em segurança, por algum motivo os seguranças do museu não usam rádio, me pergunto se eles acabam utilizando WhatsApp, Messenger ou telepatia para se comunicarem.  Se fosse pra listar todos o problemas desse roteiro, sinto que esse texto ficaria com pelo menos dez páginas.

Se o roteiro já é ruim, o trabalho Ron Howard na direção só piora. O diretor se perde em meio de tantos cortes, não consegue conduzir a trama com eficiência e não utiliza direito os seus cenários. As resoluções dos enigmas de Langdon são tão rápidas que o espectador dificilmente consegue acompanhar qual foi a lógica ou o raciocínio do professor. Mesmo Howard tentando ilustrar com a montagem qual é o raciocínio. Essa ilustração acaba mais chamando o público de idiota do que ajudar a entender a brilhante mente de Langdon.

O elenco faz o possível pra se salvar, mas apenas a dinamarquesa Sidse Babett Knudsen se destaca. O resto do elenco está preso em papéis ruins e mal desenvolvidos ou em atuações canastras. Isso vale pra atores do peso de Tom Hanks, Felicity Jones e Omar Sy. Mas quem conhece o trabalho desses atores sabe que a culpa é mais de Howard e Koepp do que dos atores em si.

Toda a parte técnica do filme é ruim. A fotografia é inconstante; a montagem é não consegue criar um ritmo mais envolvente; a direção de arte não oferece sentido narrativo; o som é muito alto e a mixagem é problemática. É complicado um longa com o orçamento que deve estar na casa dos 100 milhões de dólares tamanho ter todos esses problemas técnicos. Nem a trilha do excepcional Hans Zimmer está boa, é um trabalho genérico e chato.

“Inferno” tem uma ilusão que é muito profundo, mas na verdade é só um filme idiota. Não diria que apenas um “Inferno” de ver, mas quem esperar algo de relevante ou de profundo no longa, terá que esperar a eternidade no Purgatório.

Redação Bastidores

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