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Crítica | Pânico (2022) – Mantendo o legado vivo

Não é nenhum absurdo dizer que Pânico (1996) é uma das franquias de maior sucesso da década de 90 e também um dos slashers mais famosos do cinema, subgênero esse em que um assassino mascarado empilha corpos e mata de forma sádica. Há nesse cenário clássicos consagrados como Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 (1980) e era só questão de tempo para que surgisse um quinto capítulo de Pânico, que aparece com o mesmo nome do filme de 96 e com a finalidade de homenagear o longa que deu o pontapé inicial de toda a história original.

Dirigido pela dupla com experiência em trabalhos em filmes de terror, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, e que já dividiram a direção de diversos produções do gênero, inclusive o insano V/H/S (2012) e o divertido Casamento Sangrento (2019), fato que ajudou a impulsionar a carreira de ambos os cineastas, e que tiveram a missão árdua de manter o legado vivo de um dos maiores cineastas de filmes de terror que já existiram, Wes Craven.

O Legado

Quando Pânico foi criado por Wes Craven, em uns anos 90 em que a internet ainda engatinhava, foi nesse período que ele brincou com a fórmula criada pelo próprio gênero dos filmes de terror, pois Scream (nome em inglês) e toda a sua franquia que se seguiria e que seria dirigida por Wes até Pânico 4, em 2011, teria a ideia de zombar com o formato dos longas de terror, e não é diferente nesta nova versão de Pânico reconstruída pela nova dupla de cineastas que sagazmente utiliza da configuração proposta das produções anteriores para refazer uma nova forma de ocorrer assassinatos em massa em Woodsboro.

Na nova versão há uma nova onda de assassinatos ocorrendo na velha cidade em que desdobramentos aconteceram no passado ao redor de Sidney (Neve Campbell) – sempre ela – e desta vez essa onda de violência surgirá um pouco diferente, sendo que o Ghostface irá atrás não de Sidney e sim das irmãs Tara Carpenter (Jenna Ortega) e Sam Carpenter (Melissa Barrera), que será a real protagonista desta versão, sendo que Sidney terá pouco tempo de tela, mas continuará tendo destaque, principalmente no último ato, já que sem Sidney é difícil de imaginar a existência da franquia Pânico, é como pensar na franquia Halloween sem Laurie Stronde.

É claro que a cada nova sequência de Pânico é nítido que há semelhanças no modo de agir do assassino em série e os roteiristas deste quinto capítulo, Guy Busick (Castle Rock) e James Vanderbilt (Mistério no Mediterrâneo), trazem uma boa proposta para a narrativa, não apenas com um argumento válido no jeito do Ghostface agir, mas também trazendo uma questão nostálgica que irá agradar bastante aos fãs e ao público que cresceu assistindo ao clássico de 96 e foi exatamente com esse conceito que Halloween chegou aos cinemas em 2018 e fazendo enorme sucesso.

Algo válido que os roteiristas fizeram também ficou com as excelentes referências à cultura pop, como é comum de acontecer na franquia, sendo que em todos os longas são mencionados filmes clássicos, porém os diretores nesta nova versão vão além colocando diálogos com citações de produções indies de terror, pensando em provocar os fãs destes filmes de terror novos, como A Bruxa (2015) e Babadoock (2014).

Pânico é uma revisita ao clássico original, por isso mesmo não é preciso conhecer toda a franquia para assistir a esta nova versão, mas é importante pelo menos saber a história do primeiro filme, já que a trama se prende bastante na narrativa do primeiro longa. É uma produção simples e que não fica dando reviravoltas, funcionando bem como uma bela homenagem a Wes Craven, morto em agosto de 2015, e que sem dúvida ficaria orgulhoso com esta sequência.

Pânico (Scream, EUA – 2022)

Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Roteiro: James Vanderbilt, Guy Busick
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Marley Jenna Ortega, Dylan Minnette, Melissa Barrera, Jack Quaid, Marley Shelton, Jasmin Savoy, Sonia Ammar, Mikey Madison, Mason Gooding, Kyle Gallner
Gênero: Horror, Mistério, Thriller
Duração: 116 min

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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