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Histórias de Tolkien que renderiam séries e filmes melhores que Anéis do Poder!

Aproveitando que temos uma nova “adaptação” de Senhor dos Anéis, ou melhor, das histórias de J.R.R. Tolkien com O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, esse é um momento de celebração menos pelo fato da série em si estar no ar e sim pelo interesse que ela poderá levar o público pela obra de Tolkien e suas histórias que se estendem para além dos eventos do Senhor dos Anéis no final da Terceira Era da Terra Média, então porque não explorar o inicio da mesma ou então todas as outras eras?!

Que possuí em si tantas histórias excelentes das mais diversificadas e diferentes do que se pode esperar do Tolkien conhecido apenas amor por Hobbits, construtor de mundos, amante da fantasia, do mito e das histórias do bem contra o mal, e algumas tão mais épicas e emocionantes quanto estas. Então vão aqui algumas sugestões do que poderiam render ótimos filmes ou séries baseados em outras propriedades de Tolkien.

E se te deixarem com algum gostinho de “QUERO NECESSITO DISSO”, então orem para que tenham um estúdio corajoso o suficiente para produzir esses filmes ou que a HBO compre esses direitos e ponham showrunners competentes para dar vida à algumas das melhores histórias da Terra Média, para além do Senhor dos Anéis!

Fëanor e as Silmarils

Provavelmente o maior (e único?) anti-herói da literatura de Tolkien, Fëanor foi um sujeito deveras complicado. Um líder ambicioso que por um lado ansiava pelas glórias de seu povo, valoroso em sua estima, hábil na mente e na espada, grande artesão e guerreiro, mas perigosamente temperamental e movido por uma ganância e orgulho desenfreados.

Que o levou a construção das três gemas Silmaril, que em seus corações ardia uma fração da Luz das Duas Árvores de Valinor – o “paraíso” da Terra Média; bens de extremo valor para a família de Fëanor, e a todos os Elfos que a possuíram como uma relíquia de sua terra Natal, cobiçada tanto por eles quanto por seus inimigos. Que levou o roubo das mesmas e a morte do pai de Fëanor por Morgoth – o grande vilão da primeira era da Terra Média. Que ao despertar a ira de Fëanor, lançou uma terrível revolta que levou grande parte dos Elfos para fora do poderio Valinor, para se vingar da ira de Morgoth e dominar os recantos até então conhecidos da Terra Média, recusando e amaldiçoando a ajuda dos Valar.

Seu pedaço na história da Terra Média é tão essencial quanto avassalador em sua escala, que poderia render facilmente um épico nos moldes de Alexandre O Grande, um homem contra Deus e o mundo movido por orgulho, ambição e talvez uma paixão avassaladora e mal compreendida pela sua espécie.

Com destaque para o evento que se torna conhecido como O Juramento de Fëanor, dando inicio ao que seria a maldição dos noldor, selando o destino de milhares de Elfos que morreriam sob essa guerra de ganância entre a raça e famílias nos fratricídios que se sucederam. Como o massacre de Alqualonde ainda no inicio da primeira era quando os elfos partem para a Terra Média à custo da vida do clã dos Elfos Teleri (um evento que a série deixou passar despercebido). Ou a batalha nos Portos do Sirion, onde um jovem Elron e seu irmão Elros foram por pouco poupados da morte pela piedade dos filhos de Fëanor, que mesmo em seu arrependimento mordaz de suas ações, se mantiveram fiéis ao juramento até o fim.

Conforme suas ações tiveram influência muito além dos anos e séculos depois de sua morte, a história poderia ainda receber um tratamento similar ao que Casa do Dragão vem tendo, contando uma só história em diversas décadas com os eventos costurando suas ramificações uma a outra. O que ainda renderia participação de momentos essenciais do SIlmarillion e as guerras do Norte contra as hordas do mal de Morgoth.

Beren e Lúthien

Talvez o conto mais pessoal de Tolkien depois de claro suas obras lançadas ainda em vida (Senhor dos Anéis, O Hobbit), ao ponto de que no tumulo de sua esposa Edith Tolkien, foi colocado o nome de Lúthien, e mais tarde no seu, o de Beren; e aí você enxerga o amor avassalador que se permeou nesse conto!

Beren e Lúthien é um conto de fantasia por essência e do mais alto nível de qualidade lírico-narrativa, que talvez siga os passos previsíveis do amor proibido entre um homem e uma elfa – e sim o mesmo que mais tarde se refletiu/inspirou o de Aragorn com Arwen; e a grande jornada que se toma para esse amor se concretizar.

De um lado Lúthien, uma das elfas de mais extrema beleza e altamente poderosa sendo galanteada pela paixão a primeira vista de Beren, um jovem e bravo guerreiro homem, posto em uma missão impossível pelo pai de Lúthien, o rei élfico Thingol, para partir em busca de capturar uma Silmaril da coroa de ferro de Morgoth em seu covil em Angbad (uma Mordor muito piorada e mais assustadora).

Os perigos são muitos, assustadores até, mas o amor vence a tudo, do mal até mesmo a morte. Onde temos quase que uma subversiva troca de papéis sendo a princesa que acaba indo em socorro do príncipe por assim dizer quando o mesmo é encarcerado junto a Finrod, irmão de Galadriel, que morre heroicamente ao enfrentar um Lobisomem para defender Beren com as próprias mãos e dentes!

É uma aventura tão abarrotada de momentos icônicos e desenvolvimentos inesperados que te deixam engajados a cada paço: temos lobisomens gigantes e assustadores, vampiros, reis gatos, Beren e Lúthien se transformando em seres das trevas para invadir o covil do mal e boa parte de suas batalhas são resolvidas no canto – mas não com menos ação aqui e ali. E você ainda tem o cachorro mais parça talvez já escrito, Huan o gigante cão de caça, de consciência e intelecto e que bota o próprio Sauron para correr em um ponto na história, protegendo seus amados Beren e Lúthien a cada passo.

É como se fosse a versão contos de fadas do mito de Orfeu e Eurídice, o amor além da morte, tal como o de Tolkien e Edith. Isso merece ganhar vida nas telonas!

Aldarion e Erendis

Ainda em outro romance, e parte dos vários Contos Inacabados de Tolkien, a grande estrela dessa história é facilmente Aldarion, o sexto rei da ilha de Númenor e foi um dos maiores marinheiros navegadores da Terra Média, desbravou seus recantos por anos em longas viagens que roubaram quase toda sua vida intima – grande estopim na sua relação com Erendis; fez amizade e aliança com o rei Gil-Galad e até é dito ter ajudado na procura de Sauron quando o mesmo começou a subir ao poder na Segunda Era; e responsável por ter aproximado a influência de Numénor na Terra Média naquele tempo.

Mas é na sua relação com Erendis que a história toma sua forma envolvente, começando um romance cheio de altos e baixos entre duas pessoas que se amaram demais, orgulhosos a tal ponto do amor ser equiparável ao orgulho. Erendis apenas queria Aldarion ao seu lado, mas sucumbe a um ciúme quase infantil por achar que o mar era mais importante para seu amado do que ela. Enquanto que Aldarion anseia pela liberdade que o mar lhe dá, vivendo dividido entre sua amada e a paixão pelos oceanos, e jamais conseguiu conceber porque não poderia ter ambos em sua vida. E quando Erendis o corresponde com desprezo em seu ciúme, ambos se afundam em rancor e uma vida cheia de arrependimentos.

A relação mais conturbada e deveras complexa que Tolkien talvez concebera, mas também se forma uma complexa narrativa sobre o valor de uma linhagem ao trono em volta da relação de pais e filhos tão diferentes em personalidades e sonhos como é a relação de Aldarion com seu pai o rei Meneldur; e que mais se intensifica com o fruto do casamento de Aldarion e Erendias que é Ancalimë, a primeira rainha mulher de Númenor, alguém ainda mais temperamental, ambiciosa e implacável que seu pai e com uma relação ainda mais atribulada com ambos os pais e toda uma corte que não vê seu reinado sem um rei ao seu lado com as melhores das intenções…

Daria um material para um ótimo novelão cheio de intrigas que, se fosse bem feito, te prenderia facilmente como uma ótima história sendo contada.

Os Filhos de Húrin

Se você pensa que Tolkien era só conhecido por contar histórias do bem contra o mal, a contemplação da coragem encontrada no mundano, onde os justos sempre prevalecem na justiça divina; dê uma chance a epoéica trágica história de Húrin e seus filhos para você ter uma visão renovada do potencial do autor! Apesar de ser seu filho Turin o protagonista, para Húrin se guarda um destino ainda mais terrível – dividir o lugar de espectador dessa história junto a nós, impotente e sem nada poder fazer para impedi-la.

Amaldiçoado por Morgoth em sua ira, Húrin é posto para assistir a vida de seu filho Turin, um trágico herói cuja jornada é marcada de grandes feitos, mas também graves perdas que trilham um percurso tragédias, que acaba se cruzando com a sua irmã perdida Nienor da forma mais inesperada… É como se o conto de Édipo se misturasse com a Lenda de Beowulf, e nada mais será dito, pois seria entregar demais o quão sombrio e trágico essa história acaba se tornando.

Um drama envolvente repleto de aventura e ação, e drama o suficiente para te partir o coração ao meio, mais de uma vez! Tendo ainda a presença de Glaurung o dragão, que deixaria Smaug no bolso em nível de ser um poço de crueldade encarnado. É uma das melhores histórias que você talvez vá ler na sua vida e se fosse bem feita daria uma obra-prima cinematográfica.

Tuor e a Queda de Gondolin

De todas as aventuras que você é capaz de encontrar nos escritos de Tolkien, poucas se comparam ao nível de intriga que a história de Tuor e a Queda de Gondolin. Não pelo frustrante fato de que ela nunca ter recebido uma versão final oficial de fato para além do resumo que você encontra da mesma em O Silmarillion e pedaços em Contos Inacabados e no mais tarde publicado A Queda de Gondolin (que é mais um apanhado de diferentes versões sendo comparadas); mas sim do quão excitante ela é ainda assim.

É a jornada do herói perfeita, de Tuor, vindo do nada e ascendendo a grandeza heróica perseguida por sua ambição sonhadora e seus valores. Os mesmos que o tornam um predestinado pelo Valar Ulmo – quase um Poseidon da Terra Média, para se tornar o salvador do último reinado Élfico fora das garras de Morgoth, a lendária cidade de Gondolin que poucos em vida viram e nenhum sabe onde se encontra, até então.

E junto de seu companheiro elfo Voronwë, partem em uma grande viagem para encontrar a lendária cidade entre as montanhas e selando seu destino com sua presença lá. Cercada de ótimos personagens desde a brava princesa élfica Idril – sim mais um romance entre um homem e uma elfa; o cruel vilão Maeglin movido pela boa e velha motivação de inveja e cobiça; o bravo rei Turgon. E de ambos Tuor e Idril mais tarde se proveio Eärendil, pai de Elrond e Elros e o grande salvador da Terra Média na primeira era.

E você ainda tem uma mega enorme batalha insana dentro e fora de Gondolin que deixaria a batalha dos campos de Pelenor em O Retorno do Rei pequena em comparação, contando com um exército inteiro de Balrogs; Serpentes gigantes que cospem fogo como dragões; formando grandes heróis elfos matando balrogs com as próprias mãos e elmos. Na versão mais antiga escrita por Tolkien não só você tem detalhes espetaculares da batalha aos mínimos detalhes dos efeitos heróicos e perdas incontáveis que se tem ali, como ainda conta com uma breve cameo do querido Legolas.

Seria um sonho impossível ver essa maravilha criando vida com um orçamento digno de blockbuster!

Os Istari – A Ordem dos Magos

Quem nunca se interessou em saber de onde veio Gandalf o Cinzento ou Sarumam o Branco, sem falar dos outros magos que também se foi conhecido terem vindo para terra Média e que, para além de Radagast, pouco se sabem dos outros? Essa seria a história perfeita ser contada já que muito se sucedeu ainda nos anos de paz no inicio da Terceira Era mas que poderiam render boas venturanças em seguirmos os primeiros dias de Gandalf entrando em contato com a Terra onde lhe renderia um papel fundamental mais tarde como parte de sua salvação.

Explorar seus primeiros anos de influência e conhecimento de todos os recantos inexplorados por qual ele viajou e se relacionou, e já plantar as sementes do que seria mais tarde a corrupção de Saruman, tendo à muito começado antes do retorno de Sauron. Motivo mesmo que originou sua vinda para esse mundo como emissários dos Oeste, buscando trazer amor e conhecimento como os seres de luz e sabedoria que são. Mas sendo seres capazes de sentir os mesmos sentimentos que moldam e corrompem homens. O que poderia também render uma típica aventura de Tolkien, do conflito entre escolher entre o bem e o mal, tornado ainda mais interessantes pelas figuras que foram feitas para inspirar o mesmo aos outros. Mas qual seria esse peso para eles mesmos?!

Já deixamos aí a idéia de um spin off para Os Anéis do Poder se a idéia do Gandalf via meteoro não render certo!

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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