Série de antologia Alameda Lacuna ganha edição especial no Box Brazil Play

Iniciada como um projeto universitário criado por Lucas Nascimento e Martha Assumpção, a série de antologia Alameda Lacuna está ganhando uma edição especial na plataforma de streaming Box Brazil Play, do grupo Prime Box.

Todos os episódios das três temporadas exibidas originalmente no YouTube passaram por um novo processo de remasterização, aperfeiçoando tratamento de cor, mixagem de som e efeitos visuais em geral. Alguns dos episódios da antologia também contam agora com cenas inéditas e sequências estendidas.

A edição especial de Alameda Lacuna está disponível exclusivamente no catálogo do Box Brazil Play, disponível em site próprio e também aplicativos da Apple Store e Google Play.

Alameda Lacuna é uma série de antologia que explora gêneros e situações diferentes em um universo compartilhado, trazendo histórias de suspense, mundos sobrenaturais, ficção científica e dramas com fatores inesperados.

https://www.youtube.com/watch?v=opEMpHVDt30


Shazam! Fúria dos Deuses e Aquaman e o Reino Perdido são adiados novamente

O Deadline reportou nesta quarta-feira (24) que os próximos filmes da DC tiveram sua data de estreia adiada mais uma vez. No caso, as sequências Shazam! Fúria dos Deuses e Aquaman e o Reino Perdido.

A Warner Bros jogou Shazam! Fúria dos Deuses de dezembro deste ano para 17 de março de 2023, enquanto Aquaman e o Reino Perdido sai de março para 25 de dezembro de 2023, aproveitando o período natalino.

O motivo para o adiamento do segundo Aquaman é mais tempo na pós-produção. A Warner preencheu a vaga com Shazam! Fúria dos Deuses justamente para evitar um conflito direto com Avatar: O Caminho da Água que promete dominar as salas de cinema em dezembro deste ano.

Agora, o próximo filme da DC que chegará nos cinemas é Adão Negro, em 23 de outubro deste ano.


De Mad Max a Era Uma Vez um Gênio: Os filmes de George Miller

Nascido em 1945 na Austrália, George Miller se tornou um dos nomes mais fascinantes e interessantes da Hollywood do século passado. Seja por seu estilo dinâmico ou as temáticas mais variadas que já abordou, Miller colocou sua marca nas produções americanas.

Seu início foi bem marcante com a trilogia original de Mad Max, estrelada por Mel Gibson, que ajudaram a revitalizar como perseguições de carro poderiam ser capturadas no cinema, tornando-o um dos nomes mais quentes da indústria - além de transformar Gibson em um astro.

A carreira de Miller deu voltas curiosas com obras como As Bruxas de Eastwick, O Óleo de Lorenzo, Babe 2: O Porquinho Atrapalhado na Cidade e os dois filmes de animação de Happy Feet: O Pinguim.

Mas foi em 2015, com o bombástico Mad Max: Estrada da Fúria que ele recuperou a atenção de Hollywood, e nunca mais soltou. Agora, ele se prepara para lançar nos cinemas o novo Era Uma Vez um Gênio, fantasia romântica com Idris Elba e Tilda Swinton.

Confira mais sobre a carreira de George Miller no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=-l4BEmnBBX0&t=1s

 


Crítica | Não! Não Olhe! é o filme mais divertido e épico de Jordan Peele

Com apenas dois filmes creditados como diretor e roteirista, e diversas produções em um curto espaço de cinco anos, Jordan Peele rapidamente se tornou um dos nomes mais quentes de Hollywood. Navegando pela vitória no Oscar com seu filme de estreia, o suspense Corra!, e a ótima recepção de seu terror social Nós, Peele atinge um novo patamar de sua carreira com seu terceiro e ambicioso novo filme: Não! Não Olhe!.

Porém, ao contrário de suas obras anteriores, que tinham uma pretensão de analisar temas mais profundos e sociologicamente complexos, o que se vê no novo filme parece algo bem mais voltado ao espetáculo: um filme pipoca, com toques de horror e drama, que podem não representar as melhores habilidades do cineasta, mas ainda assim garantem uma das experiências mais fascinantes de 2022 nos cinemas,

A trama nos apresenta aos irmãos OJ (Daniel Kaluuya) e Em Haywood (Keke Palmer), que tentam manter o rancho de seu pai (Keith David) em atividade após sua morte. Trabalhando principalmente com o treinamento de cavalos para produções de Hollywood, os irmãos notam uma série de atividades estranhas na propriedade, que aparentemente acontecem durante a noite, com origem nos céus. A fim de comprovar sua teoria, e enriquecer no processo, os Haywood buscam uma forma de registrar a suposta atividade extraterrestre em vídeo.

Pão e circo em Não! Não Olhe!

Durante uma das entrevistas de divulgação de Não! Não Olhe!, Jordan Peele comentou bastante sobre seu interesse na sociedade do espetáculo, e também do futuro da experiência cinematográfica. Esses temas definitivamente podem ser encontrados em seu novo filme, que parece beber da mesma fonte de Contatos Imediatos do Terceiro Grau e Tubarão (Peele é um grande fã de Steven Spielberg). De início, Peele já parte de uma referência histórica fascinante ao trazer o clássico filme de Eadweard Muybridge como parte da premissa; apontando que, na primeira sequência de imagens em movimento, o jóquei comandando o cavalo era um homem negro - justamente o antepassado dos irmãos protagonistas. Instantaneamente, Não! Não Olhe! está indo aos primórdios dos longas-metragens para dar início à sua trama.

Afinal, grande parte do filme envolve a busca de OJ e Em para conseguir comprovar a existência de algo sobrenatural na região, fazendo uso justamente de uma série de câmeras, filmadoras e equipamentos de segurança. É uma porção divertidíssima e altamente envolvente do filme, e cuja mistério e suspense chegam a remeter não apenas ao clássico filme de Spielberg de 1977, mas também ao assustador Sinais de M. Night Shyamalan (cuja trajetória em Hollywood é estranhamente similar à de Peele). O senso de desconhecido e de estar sendo vigiado por forças superiores são fatores que Não! Não Olhe! consegue resgatar com maestria.

Ajuda o fato também que Daniel Kaluuya e Keke Palmer estejam muito entrosados e à vontade em seus papéis. Repetindo a parceria com Peele após Corra!, o ator vencedor do Oscar encarnando um sujeito muito mais introvertido, quieto e traumatizado; enquanto a carismática Palmer faz de Em uma explosão de energia e magnetismo, garantindo alguns dos momentos de alívio cômico mais espontâneos da projeção. A trinca que os dois formam com o bem intencionado Angel (o simpático Brandon Perea) também garante um investimento natural e envolvente com os personagens durante a trama do mistério.

Essa análise em torno dos irmãos Haywood é bem interessante, mas os problemas estão mesmo em uma subtrama completamente descartável e danosa ao ritmo de Não! Não Olhe!. Tal fio de história envolve o personagem de Steven Yeun, sobrevivente de um bizarro incidente envolvendo um chimpanzé durante a gravação de um episódio de sitcom na década de 1990. O longa marca esse episódio como algo importante (literalmente sendo uma das primeiras tomadas do filme), mas com o desenrolar da história, fica evidente que o impacto dessa escolha é mais metafórico e temático do que realmente crucial à trama. Não há problema nisso, mas é problemático por representar uma quebra narrativa constante, e alongar desnecessariamente a duração do filme apenas para uma extensão da “mensagem geral” que Peele quer transmitir.

 Experiência cinematográfica

Felizmente, Não! Não Olhe! realmente decola quando está focado em seu arco principal, realizando uma das intenções de Jordan Peele ao embarcar no projeto: a experiência cinematográfica. Aliando-se ao diretor de fotografia Hoyte Van Hoytema (o atual preferido de Christopher Nolan), Peele cria belíssimas imagens com fotografia IMAX, valorizando a imensidão das paisagens rurais e demarcando ainda mais o isolamento dos personagens naqueles espaços.

É especialmente inspirado como Peele e Hoytema aproveitam a escala dos céus para estabelecer suspense. Diversas sequências envolvem os personagens no nível do chão olhando para cima, e a forma como Peele coloca vultos, imagens e até brinca com as nuvens para causar espanto é realmente admirável e envolvente, só por isso já valendo o investimento em uma sessão projetada em IMAX. O clímax por si só garante algumas das imagens mais espetaculares de 2022, agradando também pela originalidade da ação e do tipo de embate que ocorre - e, também, do curioso uso de IMAX como elemento dentro da história.

E ainda que Não! Não Olhe! Esteja mais voltado para a aventura, Peele consegue manter sua ótima condução do terror em diversos momentos. Quando o longa diminui sua épica escala e volta o olhar para situações mais fechadas, seja de personagens dentro de salas ou carros, a tensão é muito maior e a atmosfera fica mais pesada. Vale destacar também que o fantástico design de som ajuda a tornar essas sequências mais assustadoras, principalmente pela interferência em aparelhos eletrônicos causada pela força antagonista - que é muito bem aproveitada quando um carro começa a tocar uma música distorcida, por exemplo.

Ainda que seja facilmente a obra mais problemática e irregular da carreira de Jordan Peele até agora, Não! Não Olhe! é uma experiência divertida. Apesar do investimento maçante em uma subtrama descartável, o filme é eficiente em combinar o espetáculo épico com uma boa história de terror, realçando as habilidades de Peele como cineasta de gênero.

Não! Não Olhe! (Nope, EUA - 2022)

Direção: Jordan Peele
Roteiro: Jordan Peele
Elenco: Daniel Kaluuya, Keke Palmer, Steven Yeun, Brandon Perea, Keith David, Michael Wincott, Barbie Ferreira, Donna Mills, Sophia Coto, Terry Notary
Gênero: Suspense, Ficção Científica 
Duração: 130 min

https://www.youtube.com/watch?v=OBips7e0O5k


Crítica | 45 do Segundo Tempo é um bom filme sobre amizade e passado

Uma das vertentes mais interessantes da comédia dramática é aquela das amizades revitalizadas. Geralmente tendo início em um ponto onde amigos de longa data estão separados e vivendo diferentes tipos de problemas, onde apenas uma viagem para o passado parece ser a solução, é uma fórmula padrão que funciona tanto para a comédia quanto o drama.

O cineasta Luiz Villaça aposta em ambos os gêneros com o novo 45 do Segundo Tempo, longa inspirado por uma foto publicada em um jornal, e que explora justamente essas questões da meia-idade e o apelo da nostalgia em períodos sombrios.

A história gira em torno dos amigos Pedro (Tony Ramos), Ivan (Cássio Gabus Mendes) e Mariano (Ary França), que se reencontram após 40 anos para recriar uma foto juntos da década de 70, durante a inauguração de uma estação de metrô em São Paulo. O trio acaba ficando junto quando Pedro, desiludido com a vida, avisa que vai cometer suicídio após reviver alguns de seus dias preferidos - e, curiosamente, esperar o título de campeão do seu time de futebol.

É uma boa premissa que gera diálogos e situações surpreendentemente complexos, e até conversas de natureza bem naturalista. Apesar da história tomar rumos estranhos em sua segunda metade, 45 do Segundo Tempo oferece um ótimo palco para que o elenco (especialmente Tony Ramos) garanta grandes momentos,

Confira a análise completa no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=GnHKFHvG_4I&t=4s


Crítica | Mulher-Hulk: Defensora de Heróis vale por Tatiana Maslany e nada mais

Não é exagero algum dizer que a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel Studios é a mais perdida do estúdio até agora. Entre falta de rumo e um desequilíbrio tonal e qualitativo de suas obras, que agora abrangem o cinema e o Disney+, tornou-se praticamente uma roleta russa toda vez em que a fanfarra composta por Michael Giacchino começa a tocar durante os logos de abertura.

Confessadamente, não tenho sido um grande admirador das séries originais que Kevin Feige tem encomendado com o Disney+. Com exceção de WandaVision, Loki e alguns momentos de Ms. Marvel, todas elas sofreram com a inexperiência da Casa das Ideias em trazer a linguagem seriada para suas produções (algo que, curiosamente, era bem aplicado no modelo de lançamentos do cinema), preferindo abraçar a estrutura do “filme de 10 horas”, o que já se comprovou uma receita bem frágil para elaboração de histórias do tipo.

A próxima grande aposta da produtora é com Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, série sobre a heroína verde que é a prima do Bruce Banner de Mark Ruffalo. A Disney Brasil gentilmente convidou o Bastidores para uma exibição exclusiva dos quatro primeiros episódios da série, e agora podemos compartilhar nossas primeiras impressões da nova empreitada do MCU no universo do streaming.

Uma protagonista sensacional

Primeiramente, o humor sempre foi um problema um tanto constante nas produções da Marvel Studios, de forma pessoal. Mulher-Hulk ao menos abraça essa vertente ao se assumir completamente como comédia, até mesmo pela duração de meia hora - e também pelo engenhoso uso da quebra de quarta parede, que remete bastante à recente Fleabag, de Phoebe Waller-Bridge.

Ajuda também que Tatiana Maslany seja uma atriz extremamente carismática e talentosa, fazendo de sua Jennifer Walters uma das protagonistas mais simpáticas, complexas e divertidas que o MCU já teve. Sua mera presença como advogada determinada já seria mais do que o bastante para garantir o interesse na série, que é uma das poucas produções do estúdio a realmente explorar o lado amoroso de seres super poderosos.

Mas, infelizmente, ela precisa se transformar em um bonecão digital pavoroso de vez em quanto. E esse é apenas um dos problemas.

... O resto

Como a equipe criativa de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis parece ter mergulhado de cabeça no humor, todo o restante ficou lamentavelmente preguiçoso. A forma apressada como a série parece querer atravessar a história de origem e a transformação de Walters na Mulher-Hulk é frustrante (onde está o espanto? O senso de descoberta de poderes?), além de evitar qualquer tipo de construção de mundo da protagonista: nada sabemos sobre a melhor amiga ou a família de Walters, mas a série simplesmente assume que o público está investido, mesmo com investimento dramático nulo.

A forma como todos os elementos do MCU se inserem na trama também é pavorosa. Aqui, temos a presença do mago Wong (Benedict Wong) e do vilão revitalizado Abominável (Tim Roth, reprisando papel de O Incrível Hulk) como arcos principais que correm em paralelo à trama principal. Ambos se tornam caricaturas extremas do que seus personagens eram em filmes anteriores, e o senso de cartunesco e cafona do MCU nunca foi tão grande como em Mulher-Hulk, que até apresenta premissas interessantes de problemas reais do universo compartilhado - como mágicos trapaceiros e transmorfos golpistas - mas os desenvolve de forma fraca com roteiros extremamente precários.

Até mesmo o Hulk de Mark Ruffalo surge ainda mais bobalhão e descaracterizado do que nas produções anteriores. Observar a relação do cientista verdão e sua prima, enquanto competem sobre quem tem as melhores habilidades, é como ver duas crianças mimadas brincando em um parquinho. Literalmente, vemos o Hulk justificando uma de suas ações em cena simplesmente "para oferecer mais comédia".

Não adianta chutar cachorro morto, mas é meio inevitável comentar o efeito visual da protagonista. No primeiro episódio (justamente por ser o piloto) o CGI da Mulher-Hulk é realmente bem renderizado e convincente, mas fica pior e pior a cada novo episódio, ao ponto de realmente vermos uma personagem de videogame interagindo em um ambiente live-action. Extremamente artificial, e que prejudica o ótimo trabalho de performance que Maslany se esforça para entregar.

Confira mais comentários no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=_OwX8f3mNeo&t=37s


Lista | 8 épocas diferentes para ambientar o novo filme do Predador

O sucesso de O Predador: A Caçada no Star+ e Hulu virou uma chave promissora para o futuro da franquia do caçador alienígena nos cinemas: a antologia de época, com o personagem sendo colocado em períodos diferentes da História da humanidade.

Levando isso em mente, o canal de YouTube do Lucas Filmes traz uma lista de 8 ideias promissoras para seguir o elogiado filme de Dan Trachtenberg, imaginando períodos e cenários diferentes para histórias do Predador.

Confira o vídeo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=QgBl-z5XIJA


Trem-Bala repete vitória nas bilheterias dos EUA, mas Top Gun: Maverick faz feito histórico

O mês de agosto segue morno nos EUA, com Trem-Bala, filme de ação protagonizado por Brad Pitt repetindo a liderança nas bilheterias com US$13M. No mundo inteiro, o filme da Sony Pictures acumula US$114.5M.

Considerado uma decepção, DC Liga dos Super Pets garantiu por pouco o segundo lugar para a Warner Bros, após um período conturbado com reestruturações e cancelamentos na empresa. A animação protagonizada por Dwayne Johnson trouxe mais US$7.17M, totalizando US$109.7M no mundo inteiro.

A surpresa vem mesmo com o terceiro lugar, onde o fenômeno de Top Gun: Maverick continuou impressionando ao retornar para o top 3, subindo da 6ª para a 3ª posição, com US$7.15M em uma rara amostra de um filme subir no ranking, ao invés de cair. Mundialmente, o filme de Tom Cruise já tem US$1.378 bilhões.

Mantendo-se em quarto lugar Thor: Amor e Trovão trouxe mais US$5.31M no último final de semana. Mundialmente, a nova comédia dirigida por Taika Waititi já traz o valor de US$720.5M, ainda abaixo de Thor: Ragnarok (US$854M).

Fechando o top 5, Não! Não Olhe!, o novo terror de Jordan Peele, trouxe US$5.3M em seu quarto final de semana, totalizando US$107M só nos EUA. No Brasil, o filme chega aos cinemas no dia 25 de agosto.

Confira a análise completa da bilheteria americana no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=WK01G4WULFI


Crítica | X: A Marca da Morte é uma carta de amor ao terror slasher

A A24 é mais conhecida por seus dramas e filmes de nicho artístico, mas frequentemente aposta também em obras mais comerciais. Em especial, no gênero ideal para misturar os dois mundos: o terror, que já trouxe ótimos precedentes para a produtora independente.

A nova empreitada vem com X: A Marca da Morte, terror original do cineasta Ti West (da antologia V/H/S) e que parte para homenagear um dos pontos mais fortes da história do gênero, o slasher que tomou conta das décadas de 70 e 80. 

Na trama, acompanhamos uma equipe de filmagem na década de 1970 que parte para uma casa de campo a fim de rodar um novo e revolucionário filme pornográfico. Lá, porém, são constantemente interrompidos e ameaçados pelo misterioso casal de idosos que aluga a propriedade - em especial, a curiosa e enigmática Pearl.

O grande aproveitamento de X: A Marca da Morte está no leque de referências que Ti West é capaz de apresentar. De O Massacre da Serra Elétrica e o clássico Psicose e até mesmo Boogie Nights: Prazer Sem Limites, a experiência é uma das mais aproveitáveis do ano, misturando terror e humor em doses muito equilibradas, além de contar com um elenco formidável encabeçado por Mia Goth e Jenna Ortega.

Confira a análise completa no canal de YouTube do Lucas Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=P7E9S1hAEXs&t=1s


Crítica | A Fera diverte quando coloca Idris Elba para enfrentar um leão

Havia um tempo, no final dos anos 90 e início dos 2000, onde o cinema de ação apostava bastante em uma fórmula simples: o star power de uma grande estrela contra a natureza; seja ela na forma de um grande desastre - como um tornado, terremoto ou enchentes - ou um animal selvagem, que costuma ser o foco de Hollywood. Hoje, é difícil achar exemplares desse subgênero no mainstream, tão dominado por super-heróis e franquias.

Mas em ocasiões rara, o cinema é capaz de enviar alguns desses remanescentes da década de 90 para as telonas. Obras recentes como Predadores Assassinos (jacarés!), Águas Rasas (tubarão!) ou Aqueles que me Desejam a Morte (incêndios!) preenchem muito bem essa cota, que acaba de ganhar um novo companheiro na forma deste novo A Fera, da Universal Pictures.

Na trama, o médico viúvo Nathan (Idris Elba) acompanha suas duas filhas adolescentes, Norah e Meredith (Iyana Halley e Leah Jeffries) em uma viagem para conhecer o vilarejo africano onde sua mãe cresceu. Porém, o passeio amigável se transforma em um pesadelo quando o grupo cruza o caminho de um sanguinário e vingativo leão selvagem, que espalha um rastro de carnificina pela região após ser abordado por um grupo de caçadores ilegais. Diante da situação, Nathan faz o possível para garantir a segurança de sua família.

Caçadores mortais em A Fera

Um filme absolutamente simples e direto ao ponto. Com meros 93 minutos de duração contando os créditos, A Fera não traz nenhuma surpresa ou inovação narrativa, com o roteiro de Ryan Engle (Sem Escalas, O Passageiro) mantendo a trama no mais básico possível. Isso representa vantagens e desvantagens: de primeira, é louvável o esforço do roteirista para não vilanizar em excesso a figura do leão - bem diferente de algo visto em A Sombra e a Escuridão, de Stephen Hopkins, por exemplo. 

O filme acerta ao investir em um prólogo que mostra como essa fera sanguinária é vítima de um ataque de caçadores ilegais na região, que massacram a família do leão virá a se tornar o antagonista central da história. Uma solução eficaz e bem mais aceitável para a Hollywood contemporânea: aqui, o caçador vivido por um carismático Sharlto Copley está mais interessado em perseguir outros caçadores, e de fato protege os animais.

Porém, Engle não se sai muito melhor com as relações familiares envolvendo o núcleo de Idris Elba. Apesar de o ator estar excelente no papel de um pai dedicado, atencioso e desesperado por redenção, todas as cenas que exigem um interesse ou investimento na relação com as filhas acabam sendo mais forçadas e artificiais. Todos os clichês possíveis encontram-se aqui, desde o peso da mãe falecida, as intrigas adolescentes e o clássico problema do pai que não dá atenção aos talentos das filhas. Apesar de uma boa química entre o elenco no geral, jamais garantem um investimento emocional suficiente para as cenas de perigo.

Salvo pelo islandês

Felizmente, o cineasta Baltasar Kormákur consegue se garantir puramente no nível técnico. Após ter dirigido empreitadas hollywoodianas como Evereste e Vidas à Deriva, o islandês reduz bastante a escala em seu novo filme, e oferece uma condução bastante elegante. Claramente inspirado pelo estilo ágil e repleto de encenações de Steven Spielberg, Kormákur capricha em diversos planos longos que aproveitam a geografia dos ambientes, posições de personagens e outros elementos espaciais - tudo isso para criar uma ambientação sólida que resulta em magistrais sequências de tensão.

O trabalho de câmera de Kormákur e do diretor de fotografia Philippe Rousselot é invejável, especialmente quando a dupla aposta em sequências mais claustrofóbicas. Boa parte dos ataques acontece no interior de um carro, o que garante uma imersão satisfatória e intensa, ainda mais quando aliado à criativa trilha sonora de Steven Price - vencedor do Oscar por seu abstrato trabalho em Gravidade.

O grande demérito de A Fera, porém, encontra-se em seu leão titular. Naturalmente, a criatura é toda construída digitalmente, e o efeito realmente funciona em doses: à distância, desfocado ou pelo interior de um veículo, o leão realmente convence. Mas quando Kormákur investe em cenas mais próximas e, em especial, um conflito bem próximo envolvendo Elba e o animal, o resultado é bem mais artificial. Curiosamente, A Fera é bem mais intenso e perigoso quando o leão não está em cena, já que a sugestão de sua presença é bem mais eficiente do que a própria aparição. Mais uma lição (acidental) do cinema de Spielberg, com Tubarão.

No mais, A Fera não oferece nada além do que precisava. É um filme de suspense e ação bem construído e com uma direção impressionante, que compensa pelo vazio do roteiro e os inúmeros clichês. E, sendo bem sincero, a imagem de Idris Elba literalmente trocando socos com um leão mortífero é algo que eu realmente não esperava ver em um cinema.

Só isso já vale a visita.

A Fera (Beast, EUA - 2022)

Direção: Baltasar Kormákur
Roteiro: Ryan Engle
Elenco: Idris Elba, Sharlto Copley, Iyana Halley, Leah Jeffries
Gênero: Ação, Suspense
Duração: 93 min

https://youtu.be/H9oQful_us0