em

Análise | Resident Evil 3: Nemesis (1999)

Em 1999, um ano após o lançamento de Resident Evil 2 é lançado Resident Evil 3: Nemesis, ultimo jogo numerado da série a figurar na era dos 32 bits, fechando o período com chave de ouro. Algo que certamente podemos falar sobre Resident Evil é que o que fazia a série ser tão importante e adorada é que cada jogo numerado, pelo menos até o Resident Evil 4, trazia algo completamente inovador, não só para a saga, mas para todo o gênero de terror e sobrevivência e videogames em geral. Resident Evil 3: Nemesis não é  diferente.

 

O Jogo

Ao contrário de seus antecessores, onde escolhíamos, além da dificuldade, um personagem jogável, Resident Evil 3 possui somente uma campanha, onde você irá controlar Jill Valentine, uma das sobreviventes do incidente da mansão do primeiro game.

O game está muito mais fácil do que os dois primeiros, se você zerou o primeiro game na campanha do Chris, esse jogo vai parecer brincadeira de criança para você já no modo hard. Se no hard já era brincadeira de criança, o Easy é brincadeira de recém-nascido, já que a Jill já vem com muitas armas, munição e 10 espaços no inventário logo no inicio do jogo.

O jogador não vai precisar mais se preocupar tanto com munição. Ela pode ser encontrada em grandes quantidades naturalmente. Como se não bastasse, agora você tem a opção de fazer a sua própria munição. O jogador vai encontrar diversas pólvoras diferentes para criar os mais diversos tipos de munição, utilizando o item “Reloading Tool”.

Para compensar a facilidade em conseguir recursos, as hordas de zumbis e outras criaturas estão muito maiores e, muitas vezes, o jogador se sentirá obrigado a matá-los. Além disso, o jogador nunca sabe o que poderá encontrar. Se em um corredor na primeira jogada só havia zumbis, caso você morra e volte para esse corredor podem aparecer Cerberus e hunters. O jogo muda toda vez que você volta.

O gameplay agora é muito mais dinâmico. A personagem pode mover-se 180 graus rapidamente, o que é muito útil caso o jogador encontre-se cercado por muitos inimigos. Foram incluídos movimentos de esquiva e empurrão, úteis contra inimigos mais ágeis como os hunters e também nas batalhas contra o grande boss do game, o Nemesis, que é de longe o inimigo mais difícil de ser derrotado da saga até então. Há também a mecânica da mira automática, o que ajuda o jogador a poupar munição. Alguns objetos no cenário podem ser explodidos, deve-se utilizá-los bem para poupar munição e matar o maior número possível de inimigos.

Nemesis introduz a fórmula do perseguidor implacável na série, que será utilizada em diversos outros games do gênero. Nemesis  aparece das maneiras mais inusitados possíveis. Quando o jogador está atravessando um corredor, achando que está tranquilo, afinal já passou por ele tantas vezes, ele inesperadamente quebra uma janela ou uma parede, possivelmente causando um  baita susto. É o primeiro inimigo da série capaz de abrir portas, em algumas ocasiões ele vai persegui-lo por vários cenários seguidos.

Em alguns momentos, o game vai fazer com que o jogador faça uma escolha, que afetará o seu gameplay, bifurcando o seu caminho, que será diferente em cada uma das situações escolhidas, podendo até afetar o final. O jogo possui puzzles mais elaborados que nos antecessores, incluindo o puzzle da Water Sample, considerado por muitos o mais difícil da saga.

Resident Evil 3 possui os melhores gráficos da série até então, sendo muito mais polidos e detalhados que seus antecessores. A qualidade de efeitos e trilha sonora continua excepcional. Os barulhos que os monstros emitem, os passos da personagem, tudo contribui para uma maior imersão. O jogo tem a mais icônica música da sala de save de toda a série. Nemesis tem uma excepcional trilha própria e uma música tensa toca quando ele está por perto.

Há um momento na campanha em que você controlará Carlos Oliveira, um soldado da Umbrella, esse trecho é consideravelmente difícil, pois há pouca munição para ser encontrada e deve ser bem administrada pelo jogador. O jogo possui também o modo The mercenaries, onde o jogador tem o objetivo de percorrer praticamente todos os cenários do jogo e salvar civis antes que o tempo acabe e a bomba exploda a cidade. Aparacem dois Nemesis nesse modo, não preciso nem comentar após o que foi dito que trata-se do verdadeiro desafio do jogo.

A História

Resident Evil 3 começa um dia antes de Resident Evil 2 e termina um dia depois. As CGs na introdução voltaram, mas agora com melhor qualidade, que só poderia ser comparada com as CGs da Square em sua famosa série de RPG, Final Fantasy, que era a referencia para a tecnologia nos videogames da época.

Na introdução vemos Jill Valentine tendo um monólogo, explicando a situação que assola a cidade de Raccon City, logo ela diz que aquele dia de 28 de setembro de 1998 é a sua ultima chance de escapar. Depois começa uma belíssima animação em CG mostrando o caos na cidade. Policiais e soldados da Umbrella entram  em cena tentando controlar a situação, sem sucesso.

Após a cutscene, nosso gameplay começa. O objetivo de Jill é escapar de Raccoon City e se encontrar com Chris Redfield, para juntos darem um fim a Umbrella. Mas essa tarefa não vai ser fácil, pois o caos na cidade está no ápice. E para dificultar mais ainda, ela está sendo perseguida pelo monstro mais icônico de toda saga, o Nemesis.

Nemesis é um tyrant, criaturas que já tinham aparecido nos games anteriores. Mas a diferença do Nemesis para os outros tyrants é que ele foi contaminado com um parasita que faz com que ele possa obedecer ordens. A Umbrella ordenou que ele matasse todos os membros restantes dos S.T.A.R.S ainda em Raccoon City, como uma vingança pessoal aos acontecimentos do primeiro Resident Evil, em que eles revelam o que a Umbrella realmente é ao mundo.

Jill, por sua vez, não é mais aquela mulher insegura do primeiro Resident Evil, que precisava da ajuda do Barry em praticamente todos os bosses. Ela está claramente amadurecida e a partir deste terceiro game, ela está ao lada da Lara Croft como símbolo de girl power nos videogames.

Jill vai encontrar em seu caminho 3 soldados da U.B.C.S. Carlos Oliveira, Mikhail Victor e Nicholai Ginovaef . Sua missão é resgatar civis, priorizando os funcionários da maligna corporação. Carlos se mostra um rapaz de caráter bastante duvidoso no inicio, mas acaba sendo essencial para a sobrevivência de Jill. Mikhail é o líder da divisão, de 30 homens somente eles três sobraram e isso o marca profundamente. Nicholai é um homem misterioso de origem russa.

Nicholai é basicamente o Wesker da vez. Sua real missão é coletar dados das batalhas das criaturas contra os soldados da U.B.C.S e apagar qualquer prova que ligue o incidente em Raccoon City a Umbrella. Dependendo de suas escolhas, ee encontra seu fim pelas mãos do Nemesis ou pelas de Jill. Por fim, a cidade é erradicada e Jill consegue escapar, mas quando chega ao apartamento de Chris, ele não está lá. Jill então parte com esperança que Chris ainda está vivo e que se encontrarão novamente.

Resident Evil 3 é uma clara evolução na franquia em termos de jogabilidade, mas deixa a desejar em sua narrativa que é muito mais simples e linear do que a dos anteriores, não introduz personagens icônicos e é muito mais fácil que os antecessores, mas ainda assim é mais um jogo inovador da série.

Avatar

Publicado por Daniel Tanan

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Análise | Resident Evil 2 (1998)

Crítica | Bela Vingança – A Vendetta perfeita