Crítica | Um Instante de Amor
Que Marion Cotillard é atualmente uma das grandes atrizes do cinema francês isso não há dúvida. Sua carreira parece ter dado um salto de qualidade depois de ter recebido o Oscar de melhor atriz por seu papel em Piaf - Um Hino ao Amor. Desde então participou de todo tipo de produção, do ótimo Ferrugem e Osso até o fraco Assassin's Creed. É uma atriz completa que mostra a cada filme estar melhor, mesmo quando o personagem não ajuda ela se sobressai. Em um Instante de Amor - produção que estreou ano passado na França e só agora desembarca por aqui - podemos ter a chance mais uma vez de prestigiar seu talento.
Ela interpreta Gabrielle, uma jovem mulher infeliz e que passa os dias amargurada tentando encontrar o verdadeiro amor. Vive seus dias na fazenda, isolada e de mau humor até que sua mãe a obriga a se casar com um dos funcionários que trabalham ali, trata-se de José (Àlex Brendemühl) homem pacato, simples e de poucas palavras. Ela obviamente diz não a ele e promete nunca o amar. Sua mãe dá a ela um ultimato, ou ela se casa ou será internada em uma clínica psiquiátrica. Casamento feito, ela se muda para outra cidade, mas algo muda no meio da história e Gabrielle é internada em uma clínica médica para se tratar de pedras nos rins. Lá se apaixona por André Sauvage (Louis Garrel) um militar também em tratamento e pelo qual ela irá se apaixonar.
Baseado no romance da escritora Milena Angus e com roteiro e direção de Nicole Garcia (Um Belo Domingo) filme é um exemplo de como fazer uma história de amor sem usar vícios de linguagem ou clichês baratos que estamos acostumados a ver por aí. A começar por mostrar de forma realista Gabrielle como uma mulher infeliz, que é obrigada a se casar com alguém que nunca amou ou teve alguma afinidade. Essa cena do casamento é mostrada de forma simples e dura, ela não está feliz, mas casa por falta de escolha, pois ficar sozinha não é permitido.
Gabrielle sofre de depressão, só é possível perceber isso com a postura dela ao se relacionar com outras pessoas e ao mostrar o completo isolamento dela, chega a ficar três dias trancada sem sair do quarto, essa melancolia muda ao conhecer o já citado militar André Sauvage. Ao fazer tratamento em um hospital na Suíça especializado no tipo de sua doença, ela começa a se relacionar com outras pessoas, mas isso não muda seu isolamento. Só há uma mudança de postura quando encontra o que ela definiu como o amor da sua vida.
Marion interpreta de forma magistral sua personagem, talvez uma das melhores de sua carreira. É um papel chato, tão chato que incomoda em alguns momentos. Outro que se destaca pela atuação é Louis Garrel, aparece pouco, mas todas vezes que está em cena não faz feio e sua presença se nivela com a de Marion. Garrel, por sinal, é um ator que poderia fazer mais participações em filmes consagrados pela crítica e pelo público. É um ótimo ator e que tem muito ainda a mostrar.
Entre os critérios técnicos há de se destacar as cores que também tem sua importância, apresentam cada momento da vida dela e começa clara para ficar mais escura, isso é apresentado pelo seu figurino, cenário e pela luz da boa fotografia que não atrapalha em nenhum momento, pelo contrário, engrandece suas características.
Mesmo sendo boa ela tem algumas falhas, como por exemplo, em alguns momentos a história soa um pouco arrastada e sonolenta, alguns elementos novos são inseridos para dar uma girada na trama, mas continua praticamente a mesma coisa. O longa se segura inteiramente em Marion e na sua atuação, e isso talvez seja uma falha, o personagem de Louis Garrel era bom e poderia ser melhor desenvolvido, assim como o de Àlex Brendemühl no papel de José. Algumas cenas são bastante desnecessárias e poderiam ter sido retiradas na pós-produção, isso ajudaria a dar maior agilidade ao filme. Ponto forte dele são os detalhes em que cada gesto é apresentado, tudo que é mostrado ali é por alguma razão, até mesmo as cenas de nudez.
Escrito por Gabriel Danius.
Um Instante de Amor (Mal de Pierres, França – 2016)
Direção: Nicole Garcia
Roteiro: Natalie Carter, Jacques Fieschi, Nicole Garcia
Elenco: Marion Cotillard, Louis Garrel, Alex Brendemühl, Brigitte Roüan, Victoire Du Bois, Aloïse Sauvage
Gênero: Drama, Romance
Duração 120 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=xO1eqiI8GSs
Crítica | Soundtrack
Quem ouve falar no nome Soundtrack não tem muita ideia do que irá encontrar pela frente, ainda mais se tratando de um filme nacional. Quem for ao cinema terá uma grata surpresa ao assistir a obra que tem como protagonista o ator brasileiro Selton Mello, além de contar no elenco com Seu Jorge e Ralph Ineson do ótimo A Bruxa.
Selton Mello é um ator de grande talento, já mostrara sua habilidade nas produções nacionais e há alguns anos dirigiu O Palhaço. Em Soundtrack ele interpreta Cris, um homem que quer se isolar para realizar um trabalho de tirar selfies e no futuro realizar uma exposição com elas. A pessoa que ver suas fotos poderá ouvir a mesma música que ele estava ouvindo no momento que as tirou.
Ambientado no Ártico e rodeado pela neve ele (Cris) se encontra com outros cientistas que vivem em um pequeno alojamento. Logo eles vão se conhecendo e a história de cada um e seus dramas passam a ser contados de maneira sucinta. Os estrangeiros há mais tempo ali logo veem com preconceito o trabalho que Cris quer realizar, pois viajar para um lugar remoto apenas para tirar selfies não é algo que vá mudar o mundo e eles cientistas realizam um trabalho que ficará para a posteridade, algo que será útil para o homem.
Há muitas mensagens nesse filme, mas essa dos cientistas confrontando a arte é a que fica mais evidente. O que a arte pode deixar para a posterioridade de importante? Como o personagem de Cris diz gerar milhões em dinheiro todo o ano, mas que discute seu companheiro de quarto. Essa é uma crítica ao mundo moderno, tudo é arte mesmo que a pessoa não entenda o que ou a mensagem que a obra está passando. Já os cientistas que fazem trabalhos que levam anos, muitas vezes nem conseguem ver seu trabalho finalizado.
Esse é apenas um dos muitos questionamentos feitos durante o desenrolar da história, há outros diálogos sobre o tempo e sobre a felicidade que parecem ter sido jogados lá. E são essas pequenas tramas que vão desenvolvendo os personagens e seu objetivo ali. É essa riqueza de detalhes do roteiro que deixa tudo tão legal em Soundtrack. Não é um filme feito para se apreciar como arte, mas também não é uma obra que seja esquecível ou que não precise ser vista.
Tudo isso veio da cabeça do enigmático 300 ML, o diretor do longa. Enigmático pois poucos sabem sua identidade, tente encontrar informações dele na internet e não encontrará nada a respeito. O que se sabe é que ele havia dirigido antes de Soundtrack o bom curta O Código Tarantino. Ele trabalha bem o diálogo entre Selton e seu companheiro de quarto, o enquadramento usado pela sua câmera evidencia sempre os dilemas de Cris.
Em alguns momentos a produção soa arrastada com os diálogos longos, mas isso é proposital, pois estão isolados em um lugar que não tem quase nada a fazer. Tudo aqui é proposital, desde as discussões entre Cris e seu colega de quarto até as saídas solitárias pela neve para tirar selfies. Algo que poderia ter sido melhor trabalhado é a emoção, há cenas que poderiam e deveriam ter mais aprofundamento pela sensibilidade que ela pedia, mas acabaram por deixar tudo muito sério.
O enquadramento dos personagens se não é perfeito é interessante, a todo momento Cris aparece ou em ambientes solitários ou em lugares bagunçados, dando dicas de como é sua personalidade. O trabalho de fotografia também chama a atenção por ser muito bem feito, a cada momento que Cris está feliz ou bravo a luz vai o acompanhando.
Duas curiosidades envolvendo a produção: a primeira é a de mesmo o filme sendo brasileiro, é falado quase que inteiramente em inglês o que é elogiável, já que a maioria das produções acabam por cair na mesmice de fazer um longa praticamente igual a outros que já existem. Outra fato interessante é o da neve que podemos ver durante toda história não ter sido gravado no Ártico e sim em um estúdio no Rio de Janeiro. Selton Mello em entrevista afirmou que foi a primeira vez que trabalhou com o fundo verde. O CGI usado é muito bom, tanto que qualquer desavisado vai realmente achar que eles viajaram para outro continente para gravá-lo.
Há de se destacar as ótimas cenas de humor que fazem o contraste com a depressão da neve. Esse alívio cômico é importante para quebrar literalmente o gelo em momentos que poderiam ser chatos. 300 ML, fez uma produção interessante e diferente do que o cinema nacional estava acostumado a fazer. Os longas brasileiros que estão saindo no cinema são na maioria comédias questionáveis. Ver algo como Soundtrack é algo que traz uma dose de esperança para que algo melhor venha no futuro.
Escrito por Gabriel Danius.
Soundtrack (Soundtrack, Brasil – 2017)
Direção: 300 ml
Roteiro: 300 ml
Elenco: Selton Mello, Ralph Ineson, Seu Jorge, Thomas Chaanhing, Lukas Loughran
Gênero: Drama
Duração: 100 min
https://www.youtube.com/watch?v=zmUz0jKGDZ0
Crítica | Meus 15 Anos
Se você tem mais de vinte anos e ainda não ouviu falar de Larissa Manoela, não se sinta excluído, você irá ouvir falar muito dela nos próximos anos. Larissa é o mais novo fenômeno teen do momento, muitos a chamam da nova Sandy e não é por menos. Para se ter uma ideia da sua popularidade é só ver o tanto de produtos já licenciados em seu nome. Ela tem um álbum de figurinha do seu novo filme Meus 15 Anos, virou balde de pipoca no Cinemark, tem dois livros lançados, sendo que o primeiro chamado de O Diário de Larissa Manoela vendeu mais de 400.00 cópias e o segundo está sendo lançado agora com o nome de O Mundo de Larissa Manoela. Esse segundo conta a história dela por trás das câmeras, enquanto O Diário mostrava o início de sua carreira e de sua vida antes da fama. E claro, está lançando o já citado novo longa Meus 15 Anos.
Com apenas 16 anos ela já conta com uma carreira vasta e sólida tanto na TV quanto no cinema. Um de seus primeiros trabalhos foi no longa O Palhaço com o experiente ator Selton Mello, daí viriam algumas outras produções até chegar ao papel que iria impulsionar sua vida de atriz. Foi no SBT, com o papel de Maria Joaquina na refilmagem da novela Carrossel que veio sua fama. Depois do remake da novela mexicana vieram outros filmes até chegar nesse que é o seu primeiro papel como protagonista.
Como não poderia ser diferente, a trama é bastante clichê levando em conta que é um produto para o público adolescente. Em Meus 15 Anos, Larissa é uma garota prestes a completar obviamente 15 anos e como toda garota dessa faixa etária sofre com os dilemas tanto quanto a relacionamentos, popularidade e a aceitação de si própria. Bia (Larissa) consegue o que "toda" menina sonharia, em uma promoção de um shopping ganha o direito de ter uma festa de princesa para comemorar seus 15 anos. Claro que a noite não será como ela imagina, acontecem percalços que irão fazer ela quase desistir da missão de realizar sua festa, mas tudo como quase sempre acontece é feito com muito sucesso ao término. Só que tudo é tão pomposo o filme que chega a parecer exagerado e falso demais.
Você deve estar se perguntando se é só isso que o filme conta. Sim, em tese isso é tudo que nos é apresentado. O resto é pura enrolação, além de uma festival de clichês um atrás do outro. A diretora e roteirista Caroline Okoshi Fioratti é uma das culpadas por isso acontecer. Ela trabalhou com um tema já muito saturado na televisão e no cinema, não apenas brasileira, mas pelo mundo todo. Há muitas produções que já trataram sobre adolescência e sobre quão confuso é esse período. Só restava a ela escolher seguir um caminho mais realista ou mais romântico/fantasioso. Escolheu a segunda opção e esse foi seu erro.
Meus 15 Anos é tão romântico e fofinho que lembra os filmes da Disney ou uma novela mal feita, nada ali é um espelho do que realmente acontece na vida de um jovem. Produções recentes que que decidiram ir pelo caminho mais realista se tornaram sucessos de público e crítica, como a série inglesa Skins, ou as releituras brasileiras de Confissões de Adolescente ou a nova Malhação de Cao Hamburger.
Essas produções vão mais pela linha realista e tentam acrescentar algo a mais a esse tema e não apenas fazer mais uma historinha vazia. Fora que os personagens, tanto o de Larissa como a de todo o colégio é um espelho dos mais variados tipos que costumamos ver em filmes americanos. O bonitão que conquista a garota para lhe enganar, o loser que ama a amiga, mas é trocado pelo bonitão e por aí vai. Faltou originalidade ao criar o roteiro e mais ainda na elaboração dos personagens. Meus 15 Anos é uma Malhação bastante piorada.
E claro que uma trama fraca reproduz em uma atuação apagada da estrela principal, ela se esforça até porque é boa atriz, mas sua atuação não vai além do simples. O filme todo parece ter sido escrito para Larissa Manoela, tentam a mostrar que ela não é mais aquela garotinha que todos conhecemos, que agora ela está crescendo e ficando adulta. Só poderiam ter mostrado esse processo de amadurecimento da personagem de forma menos clichê e não tão infantil como abordado. Podiam ter feito algo mais adulto, não precisava ser algo pesado, mas que retratasse melhor o que é a ser adolescente. Talvez a decisão de seguir por essa linha se deve pelo público dela ser composto na maioria por adolescentes e pré-adolescentes que ainda não tem uma reflexão montada sobre diversos temas.
O elenco é composto quase na totalidade por atores desconhecidos, talvez por isso tenham mesclado youtubers consagrados com atores mais rodados em papéis secundários como o do comediante do Porta dos Fundos Rafael Infante. E há uma surpresa próximo ao final, Anita aparece cantando e atuando - muito mal, por sinal, Anita é uma ótima cantora como atriz. Larissa não está mal em seu papel, o problema como já dito é a personagem que não ajuda, ela não parece ter 15 anos e sim nove.
Parece que os filmes com temática adolescente voltaram com tudo ao cenário do cinema nacional. Impulsionados pelo surgimento de novas celebridades digitais como os YouTubers, esse tipo de produção está longe de extinguir a fórmula. Só no último ano tivemos produções como Eu Fico Loko! e É Fada e em Meus 15 Anos, todos com celebridades da internet para tentar impulsionar o público a vê-los no cinema. A questão é que esses longas não estão sendo bem recebidos nem pela crítica, nem pelo público.
Escrito por Gabriel Danius.
Meus 15 Anos (Idem, Brasil - 2017)
Direção e roteiro: Caroline Okoshi Fioratti
Elenco: Larissa Manoela, Anitta, Lorena Queiroz, Heslaine Vieira, Rafael Infante, Clara Caldas
Gênero: "comédia"
Duração: 101 min.
Crítica | O Círculo
Se o filme O Círculo estiver certo em sua profecia sobre o futuro teremos que nos preparar para o caos social/digital que nos espera. Mas antes de entrar em suas teorias vamos voltar um pouco ao passado e falar a respeito de uma outra obra que tem muito a ver com essa produção. Em 1949 era lançado o livro 1984 de George Orwell que abordava, entre os muitos temas, a falta de privacidade e a observação pelo Estado via um instrumento chamado de Teletela. Era uma espécie de televisão/câmera que vigiava toda a população. Foi daí que surgiu o termo "Grande Irmão".
Em O Círculo, filme baseada na obra de Dave Eggers, muitos lembrarão do clássico de George Orwell enquanto o assistem. Assim como virá a mente outro fato recente que foi amplamente divulgado por todos veículos de mídia que é o caso Snowden. Edward Snowden foi um ex-funcionário da CIA e que trabalhava para a NSA. Ele tornou público um sistema de vigilância macabro feito pela agência que deveria fazer o contrário. A NSA criou um programa de vigilância chamado PRISM e o usava para vigiar qualquer cidadão nos EUA, claro que tudo muito invasivo, pois poderiam acessar a webcam de qualquer pessoa sem que ela soubesse que estava sendo vista por alguém que tivesse acesso.
E não é de se estranhar que esse tema esteja tão em pauta nas produções americanas. Snowden recentemente foi lançado com a direção de Oliver Stone e Citizenfour ganhou o prêmio Oscar de melhor documentário por mostrar o lado sombrio de um programa que tinha como intuito vigiar possíveis terroristas e acabou sendo usado como forma de espiar pessoas em seu lar ou ambiente de trabalho sem que essas pessoas soubesse do que estava acontecendo.
Ainda não entendeu a relação de tudo isso com o O Círculo? O filme dirigido por James Ponsoldt (O Maravilhoso Agora) teoriza um futuro assustador e nos mostra como uma empresa privada pode se tornar tão poderosa ao ponto de influenciar o que uma pessoa deve fazer, vestir ou com quem conversar. E isso é um fato que não deve ser ignorado nos dias de hoje. Os dados são a principal fonte de lucro das empresas. Ao instalar um aplicativo no celular, por mais simples que ele seja você aceita que ele tenha acesso, por exemplo, aos seus contatos ou ao seu Facebook e, assim, gera a eles um banco de dados enorme sobre o que você gosta de fazer, onde gosta de ir nos fim de semanas, ou que tipo de esporte curte. Sua rotina inteira na palma da mão para diversas empresas.
O Círculo não é uma obra-de-arte quando o assunto é produção ou narrativa, mas o debate que ele tenta provocar é o mais importante, de certa forma. Essa não é apenas a única coisa que o filme trata, são muitos os temas debatidos nele. Mae (Emma Watson) é uma garota que tem um emprego que não é do seu agrado e não lhe traz atrativos econômicos, nem sociais. Seu pai tem uma doença que precisa de maiores cuidados médicos. Ela sonha em mudar de carreira para ajudá-lo com o tratamento. Até que um dia recebe a chance de sua vida que é fazer uma entrevista na maior empresa de tecnologia do mundo - o lugar repleto de hipsters pós-modernos chamado de O Círculo.
Ela consegue a tão sonhada vaga e passa a trabalhar na empresa de Eamon Bailey (Tom Hanks). A referência para o personagem de de Tom Hanks é clara, o visionário empreendedor Steve Jobs. Tudo lembra sua empresa Apple, desde o logo que aqui é um circulo até o jeito em que as novas tecnologias são anunciadas em um anfiteatro e com transmissão ao vivo para todo o mundo. Suas invenções também são icônicas e estão na cabeça de todos, além de mudar o jeito com que as pessoas se relacionam também influencia o modo como elas devem se portar. Porém, conforme Mae cresce na empresa, acaba tomando decisões e aderindo a invenções cada vez mais megalomaníacas de Bailey que somente estreitam a linha tênue entre público e privado. Isso, gradativamente, destruirá as relações pessoais importantes da protagonista.
O roteiro de O Círculo traduz perfeitamente o que acontece quando há uma péssima adaptação da escrita de um material original já fraco. A ironia é que tanto o diretor, James Ponsoldt, e o autor do livro Dave Eggers foram os responsáveis pela narrativa que o espectador encontra no filme. Ironicamente, apesar da trama de subversão de identidade e privacidade, o que temos é uma história flácida, bastante arrastada e chata com performances insossas de Emma Watson - sua pior atuação, de longe, e Tom Hanks que aparece de vez em quando com um carisma genérico que qualquer CEO tem em suas apresentações de novos produtos.
Os problemas de O Círculo são vistos a olho nu por qualquer espectador, mas o principal deles é sentimento constante de que o filme se trata de um resumão da narrativa do livro. Absolutamente nada consegue ser desenvolvido do modo apropriado: a narrativa, os personagens e os conflitos. Quem sofre duramente com isso é a protagonista Mae, já prejudicada pela atuação tenebrosa de Watson que não consegue expressar as emoções corretas nas cenas, sempre levando o espectador para uma interpretação diferente do que a personagem dela gradativamente se transforma. O roteiro não se preocupa em estabelecer bem essa mudança vital na percepção de mundo da personagem e, muito menos, com suas relações com parentes, amigos e os novos colegas de trabalho.
Para piorar, Ponsoldt costuma fechar cada sequência com algum corte para o preto - isso é, usar fades até escurecer toda a tela pontual o fim de um arco. Em todas as muitas vezes que isso acontece, perpetua-se um sentimento que o texto está se atropelando, pulando fatos importantes que iriam conferir mais credibilidade para as ações da protagonista, já que a obra também é pretensiosa e almeja ser um estudo de personagem. Mas nada disso funciona. Tudo é perdido em meio aos avanços de uma história ruim que mantém sua mensagem em cima do muro a todo momento. É um cinismo exorbitante que não posiciona o filme de modo algum, como se fosse um episódio fraco e confuso de Black Mirror, mas que não possui as boas características do seriado.
Entrar nesses detalhes, seria entregar boa parte da narrativa, algo que é bastante injusto com o filme e com o leitor. Mas é perfeitamente possível apontar que entre as repetitivas cenas a la conferência TED Talks, reviravoltas previsíveis, personagens caricatos, mensagem cínica e bastante danosa por não tomar partido entre as diversas presepadas ideológicas - ou melhor, pela incredulidade da escolha da narrativa, repetição de temas, conflitos clichês que nunca geram atrito e acabam abandonados assim como outros personagens, O Círculo se torna uma infelicidade cinematográfica.
Para os mais curiosos, talvez valha a pena conferir por conta da narrativa de ascensão utópica, bastante inocente e juvenil, mas não espere conseguir levar nada disso que verá à sério. Quanto mais você ficar "desconectado" desse filme, melhor será sua experiência.
Escrito por Gabriel Danius.
O Círculo (The Circle, EUA, Emirados Árabes Unidos - 2017)
Direção: James Ponsoldt
Roteiro: James Ponsoldt, Dave Eggers
Elenco: Emma Watson, Tom Hanks, John Boyega, Karen Gillan, Bill Paxton, Ellar Coltrane
Gênero: Ficção Científica, "Distopia", Drama, Mistério
Duração: 110 minutos.
God of War | Quem é Jormungand, a Serpente do Mundo?
A Sony lançou recentemente o segundo trailer do game God of War na E3. Nessa nova edição do jogo, saímos da mitologia grega e acompanhamos Kratos entrando na mitologia nórdica. Segundo o diretor, Cory Barlog, Kratos pode ter ido da Grécia para a Noruega e lá ter ido de encontro com essa nova cultura.
Nesse novo trailer apareceram alguns personagens novos como dois anões que vão ajudar Kratos em sua jornada. Sindri, muitos acham que ele é um lugar, outros acreditam ser um anão. No jogo ele é mostrado como um personagem e provavelmente irá ajudar o deus da guerra em sua jornada. E sua ajuda será muito valiosa, pois na mitologia, Sindri é quem dá as dicas para Brokkr e Eitri, os anões-ferreiros que forjaram armas místicas como o Mjolnir, martelo sagrado de Thor.
Monstros também apareceram e um dos que chamou a atenção foi a gigantesca Serpente Jormungand, também conhecida como Serpente de Midgard ou como foi chamada no trailer de Serpente do Mundo. É uma besta muito famosa na mitologia nórdica e que é o segundo filho do Deus da Mentira e da Trapaça, Loki. Seus irmãos são outras feras perigosas como o Fenrir e Hela.
Ela fica ao redor de Midgard, nome dado ao planeta Terra pelos nórdicos já que como sabemos Asgard é a residência de Thor, Deus do Trovão. Odin sequestrou os três filhos de Loki, jogando Jormungand no oceano que enconbre Midgard, e desde então, vive por lá. Como podemos ver no trailer, ela é gigantesca, tão grande que em seu exílio que seria capaz de cobrir a Terra com seu tamanho. Na mitologia, quando a cobra finalmente encontra seu próprio rabo, o Ragnarok, apocalipse nórdico, começa. Na batalha travada, Thor consegue derrotar sua arqui-inimiga, mas morre logo depois por conta do veneno poderoso da criatura.
Como dito acima há muitas referências dessa serpente mitológica em produções pops. Existe um anime/manga com o nome da Serpente, Jormugand é dirigido por Keitarou Motonaga e, em uma história da Marvel, Thor aparece a levando para uma árvore mística em Asgard. Jormungand tem tudo para ser um dos grandes personagens de God of War e a aparição dela no trailer impressionou a muitos. Agora é aguardar a chegada do game para vê-la em cena.
Com Jormungand aparecendo e oferecendo ajuda a Kratos, já podemos presumir com segurança duas coisas: Kratos causará o Ragnarok próximo ao fim do game (provavelmente dando gancho para um próximo jogo) e que certamente a serpente encontrará seu fim nas mãos do deus da guerra.
Escrito por Gabriel Danius.
https://www.youtube.com/watch?v=gOE2BVRCUkM
Lista | 10 Filmes Sobre Arqueologia
Arqueologia é o ato de estudar não apenas sociedades que deixaram de existir, mas restos não humanos dessas civilizações perdidas como arte ou arquiteturas arquitetônicas. A busca por conhecimento antigo sempre foi da curiosidade de todos e o cinema soube explorar isso muito bem. Alguns filmes falam sobre busca a tesouros, a artefatos antigos com poderes, lugares perdidos com grande valor histórico ou cientifíco. Só entram na lista aqueles que citam a arqueologia ou o ato de estudar esses objetos.
10. A Pirâmide (2014)
Ao mesmo tempo em que as pirâmides do Egito são belas são também enigmáticas e misteriosas. O que ou quem teria as construído? Quem eram as divindades que eles admiravam? Uma desses Deuses é o "Deus Cachorro" como popularmente é chamado, seu nome real é Anúbis e guiava a alma dos mortos ao submundo. E esse é o vilão do fraco A Pirâmide, mas que funciona ao intrigar aqueles que ficam imaginando o que há escondido nessas grandiosas obras que estão por todo o Egito. A história mostra um grupo de arqueologistas americanos realizando escavações no Egito e encontram uma pirâmide trilateral rara e possivelmente com tesouros históricos em seu interior. O que acabam encontrando é um sistema sofisticado em seu interior e uma "surpresa" nada agradável. É uma boa pedida para quem gosta de terror, sem se importar se é de baixo orçamento ou se tem um roteiro furado.
9. As Múmias do Faraó (2010)
Quando se fala em escavação e arqueologia parece ser o Egito o principal destino das produções do tipo. E aqui encontramos mais uma obra a respeito dos enigmas dele e de suas pirâmides imponentes. Dirigido por Luc Besson (Lucy) essa é uma produção bastante surrealista, não que as outras não sejam, mas a marca de As Múmias do Faraó é justamente o exagero ao extremo. Aqui encontramos a jovem Adèle, uma repórter que vai até o seu limite para conseguir seus objetivos. Ela viaja para o Egito em busca de uma cura para a doença de sua irmã, essa cura está na tumba de um faraó. Ao voltar para Paris descobre que a cidade está um caos devido a um ovo de dinossauro que chocou misteriosamente em um museu. É uma produção que tem seus limites, mas consegue divertir à quem assistir. Filme foi baseado nas histórias em quadrinhos da personagem Adèle Blanc-Sec e essa foi a primeira adaptação de Luc Besson para os cinemas.
8. Assim Na Terra Como no Inferno (2014)
Dentre a nova safra de produções ao estilo Found Footage Assim na Terra Como no Inferno talvez seja o melhor. A começar por ser uma produção original e não fazer o óbvio que seria levar a história para o Egito, ou alguma pirâmide secular em qualquer outro país. O cenário são as Catacumbas de Paris, um lugar sombrio e perfeito para um filme de terror. Um grupo de arqueólogos junto com um guia entra nas catacumbas a procura de um tesouro perdido, só há referências sobre ele, mas nada de concreto de que exista de fato. Eles adentram aos túneis das catacumbas e vão aos poucos entrando mais e mais sem ao menos perceberem que estão se perdendo aos poucos e que os lugares pelos quais passam ficam sem retorno. A região é conhecida como Cidade dos Mortos, e eles vão descobrir o porquê mais para frente. É uma boa pedida para quem curte produções de terror de baixo orçamento e found footage. Tem história diferente de outros filmes, te dá sustos, te envolve... Só o final que deixou um pouco a desejar, poderiam ter trabalhado melhor ou ao menos não ter dado uma abertura para uma futura sequência.
7. Lara Croft: Tomb Raider (2001)
Tomb Raider é um ícone do mundo dos games e suas aventuras por cidades desconhecidas a procura de objetos arcaicos a fazem entrar nessa lista. O filme não é tudo isso tanto que sofreu um reboot recente que não trará mais Angelina Jolie no papel principal e sim Alicia Vikander (Ex-Machina). Nesse filme, Lara Croft terá que lidar com um segredo de seu pai e encontrar um artefato chamado de Triângulo da Luz que tem o poder de alterar o tempo e o espaço e se cair em mãos erradas pode dar início ao fim do mundo. Como produção é bem sofrível e a escolha de Angelina Jolie para viver a heroína foi errada, sendo que havia muitas outras atrizes que poderiam a interpretar. A escolha dela talvez se dê mais por sua popularidade e carisma. O primeiro game de Tomb Raider foi lançado em 1996 e trazia mistérios, suspense, algumas doses de terror com monstros correndo atrás dela por cavernas e templos antigos. Aqui o que se vê é mais uma aventura esquecível e sem emoção, tudo é feito tão superficial que não lembra em nada uma superprodução de Hollywood.
6. A Lenda do Tesouro Perdido (2004)
A Lenda do Tesouro Perdido é provavelmente uma das últimas produções decentes em que Nicolas Cage participou antes de cair na atual fase com personagens bastante irregulares. Aqui ele é Benjamin Franklin, não o presidente e sim um caçador de tesouros. Ele busca um tesouro que poucos acreditam existir. Ele descobre que o mapa que indica onde esteja tal artefato está na declaração de independência dos EUA, um dos documentos mais importantes do país. Quanto à produção ela é regular, consegue te envolver e diverte sem precisar forçar a barra. O ponto alto é a mistura entre história e ficção, aguçando a curiosidade de todo.
5. A Escavação (2021)
Um dos filmes mais interessantes lançados nos últimos anos sobre a temática. A Escavação é uma produção original da Netflix e foi inspirada em fatos reais que acabaram originando um livro, que serviu como base para a criação do longa. É um filme que surpreende ao não focar apenas na caça ao tesouro clássica que é apresentada geralmente em Hollywood. Claro que há todo um romantismo ao abordar a história e como os protagonistas interagem, mas vale muito a pena para quem curte a temática, até porque a escavação em si foi considerada uma das maiores descobertas do século 20.
4. A Múmia - Trilogia (1999)
Estreou nos cinemas do Brasil a nova produção da Múmia com Tom Cruise no papel principal. Só que em nossa lista escolhemos pela produção de 1999 por ser uma versão que tem mais a ver com o tema da lista. O mito de uma múmia como vilão sempre esteve no imaginário de todos, pois os mistérios do Egito e suas pirâmides até hoje nos fazem pensar se houve ou há algo por trás de toda aquela estrutura de pirâmides e cidades antigas. Aqui encontramos Brendan Fraser e Rachel Weisz como a dupla que terá a árdua missão de enfrentar Imhotep. Tudo por que um dos integrantes da equipe de expedição adentrava em Hamunaptra onde encontraram sua tumba. Ele havia sofrido a pior das maldições por ter se relacionado com a esposa do faraó, acorda cheio de raiva e com sede de vingança. Produção contou com três continuações, apenas a segunda conseguiu explorar esse universo de forma honesta. A Tumba do Imperador Dragão e O Escorpião Rei falharam miseravelmente.
3. Jurassic Park - O Parque dos Dinossauros (1993)
Steven Spielberg é um mago quando o assunto é surpreender e emocionar a todos. Fez isso com Tubarão, A Lista de Schindler, E.T. e daí por diante. Em Jurassic Park não é diferente, nessa produção que marcou época ele traz a vida personagens que dificilmente teriam sido recriados de forma magistral se tivesse sido feito por mãos de outro diretor. Os Dinossauros, mesmo extintos sempre estiveram em nosso imaginário. Ficamos pensando como era viver na época em que eles existiram como eles eram se eram vorazes. Eles eram os reis do planeta e na história de Steven eles são trazidos para os dias de hoje por um cientista que retirou o DNA de um fóssil que estava em um âmbar, ou seja, intacto. Sendo assim facilitou que o exame de DNA fosse feito. É uma produção magnífica e já contou com outras três sequências sem o devido charme que esse teve. É um filme "simples", mas muito bem roteirizado e o melhor: com boas doses de aventura.
2. Stargate - A Chave para o Futuro da Humanidade (1994)
Stargate é um clássico da Ficção científica. Nessa produção de Roland Emmerich (Independence Day) encontramos mais uma vez o antigo Egito como destaque, mas dessa vez em uma produção que explora os mistérios na época antiga e não nos tempos atuais como acontece com a maioria. Dr. Daniel Jackson (James Spader) é um egiptólogo que é chamado para trabalhar em uma base do exército americano. Lá encontra uma espécie de plataforma em formato de um anel e cheio de hieróglifos. Depois de muito pesquisar descobre que aquilo é um portal que os leva não para outra dimensão, mas para outra época de nossa história. Quem algum dia já leu o livro Eram Os Deuses Astronautas ou documentários no formato de Alienígenas do Passado deve ter uma idéia do que Stargate está falando. Algumas teorias a respeito da estrutura do Egito e de sua sabedoria vêm de seres de outro planeta que vieram para cá com o intuito de governar a Terra e a colonizar e assim teriam criado as pirâmides, esfinge e tudo como conhecemos hoje. Claro que tudo não passa de teoria, mas muito interessante e serve de roteiro ideal para Hollywood e suas fantasias. Stargate fez tanto sucesso que teve uma sequência de séries derivadas também com certo sucesso.
1. Os Caçadores da Arca Perdida (1981)
E então chegamos a Indiana Jones. O mais conhecido arqueólogo do cinema e influenciador de muitas outras produções foi dirigido pelo criador dos blockbusters como os conhecemos agora. Estamos falando de Steven Spielberg. Essa primeira produção não leva o nome do aventureiro ao título e foi lançado com o nome de Os Caçadores da Arca Perdida e é um clássico tão importante para a indústria de cinema que terá uma sequência para depois de 2018. Caçadores da Arca Perdida se passa em 1936, época histórica em que a segunda guerra mundial tinha início e as ideias Nazistas andavam em alta. Ele é chamado pelo governo americano para encontrar a Arca da Aliança que conteria em seu interior o manuscrito dos dez mandamentos, além de ser fonte incalculável de poder. Indiana enfrenta aqui os nazistas que tem a ambição de usar o artefato para o mau e ainda tem que enfrentar armadilhas mortais no interior do templo. É um clássico que todos devem assistir. Indiana é interpretado por Harrison Ford, ator já consagrado por ter feito o papel de Han Solo em Star Wars.
Lista | 10 Filmes sobre Civilizações Perdidas
Essa é uma lista que talvez você não encontre facilmente por aí, até porque ela não fala de um gênero ou um tipo conhecido de filmes. A ideia é colocar longas em que são encontrados lugares perdidos, cidades, civilizações, templos perdidos, e que contem como acontece o processo de exploração dando ele certo ou não. Hollywood sempre fez bons filmes de aventura a respeito desse tema como caça ao tesouro, ou a procura de uma ilha perdida e parece que esse tema está voltando com tudo para os cinemas com Z - A Cidade Perdida.
10. Atlantis - O Reino Perdido (2001)
"Em apenas um dia e uma noite de infortúnio, a ilha de Atlântida desapareceu nas profundezas do mar" com essa menção de Platão tem início a regular animação Atlantis - O Reino Perdido da Disney. Não é por menos terem começado com essa frase do filósofo grego, foi ele o primeiro a citar o continente perdido de Atlântida. Segundo seus contos os Atlantis tentaram invadir Atenas, não obtiveram êxito e em um dia a terra teria sucumbido e afundado no oceano. A cultura pop sempre trouxe a ideia de que exista um lugar como Atlântida por baixo do mar. Dois Atlantis muito conhecidos pelos nerds são Aquaman da DC que deve estrear filme próprio ano que vem e Namor que ainda não deve sair tão cedo do papel. Quanto ao longa animado, passou despercebido pelo público, não por ser ruim já que qualidade gráfica é boa e o tema escolhido aborda temas como ciência e história, mas por não ter uma narrativa tão bem desenvolvida e os personagens centrais não dos mais carismáticos.
9. Viagem ao Centro da Terra - O Filme (2008)
Viagem ao Centro da Terra é um clássico de ficção científica da literatura fantástica escrito por Júlio Verne e lançado. No filme Trevor Anderson (Brendan Fraser) é um cientista não muito reconhecido pelos colegas cientistas. Decidido a encontrar seu irmão que teria sumido de forma misteriosa ele parte para a Islândia junto com seu sobrinho (Josh Hutcherson) ainda se soma a equipe uma guia local. Durante a expedição eles acabam ficando presos em uma caverna e ao tentar sair dela acabam indo parar literalmente no centro da terra. Como não poderia ser diferente tudo é muito fantasioso. Eles estão em mundo mágico que poucos tiveram a oportunidade de encontrar e talvez o irmão de Trevor esteja preso lá. Brandon Fraser na época era o ator do momento, assim como Chris Pratt é agora. Tudo começou em 1999 com o sucesso A Múmia e ainda em 2008 teve a fantasia Coração de Tinta também indo para os cinemas. Essa é a primeira produção com atores reais a ser gravada por completo com a tecnologia 3D. E há uma sequência direta chamada Viagem 2 - A Ilha Misteriosa com Dwayne Johnson (Velozes e Furiosos 8) no papel do aventureiro e um terceiro longa está sendo feito com uma ida planejada á lua.
8. Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento (1992)
Produção dirigida por John Glen (007 - Contra Octopussy) faz parte das comemorações dos 500 anos da chegada do navegador genovês ao continente americano. Essa não é das melhores produções a respeito do descobrimento, mas vale por tratar de um assunto histórico e por contar os bastidores do financiamento da viagem dele até a chegada. Custou 45 milhões de dólares e teve um desempenho pífio nos cinemas, arrecadando apenas 8 milhões. Talvez o resultado péssimo nas telas se deva a estreia no mesmo ano de 1492 - A Conquista do Paraíso de Ridley Scott, dois filmes sobre o mesmo assunto lançados no mesmo ano é de cansar qualquer um.
7. Kong: A Ilha da Caveira (2017)
Recentemente estreou nos cinemas o novo filme do King Kong e tanto essa versão como a de 2005 dirigida por Peter Jackson apresentam de forma diferente a Ilha da Caveira, local em que o monstrão vive. Lá, além do gorila gigante há dinossauros, insetos que dariam medo em qualquer um e uma tribo antiga, na versão nova há muito mais monstros que foram apresentados. A ilha em questão apareceu pela primeira vez no longa de 1933. A história dessa nova versão é muito parecida com todas as outras. Uma equipe vai até a ilha inexplorada para realizar "estudos" no solo e jogam bombas para o agitar. O que descobrem não é nada animador e passam todo o filme correndo dos monstros que ali residem. A Ilha da Caveira é como uma personagem assustador e enigmático.
6. Congo (1995)
Essa é outra produção baseada em um livro, nesse caso do escritor Michael Crichton. Congo não é um clássico e dificilmente as pessoas lembram dele, mas é uma produção bem interessante. Tudo tem início com um grupo que vai à África para realizar uma expedição, dentre os muitos propósitos está o de descobrir mortes suspeitas de funcionários ligados a uma empresa de comunicação. Junto eles levam um gorila que aprendeu a linguagem dos sinais para se comunicar com os humanos, a ideia é soltar o gorila em seu habitat natural para conviver com outros da mesma espécie. Mas uma das pessoas na verdade não é bem o que parece ser e quer encontrar uma cidade perdida em que estariam as Minas do Rei Salomão. Congo custou 50 milhões e teve boa receptividade nos cinemas fazendo 150 milhões.
5. Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido (1986)
Quem cresceu assistindo aos filmes que passavam na TV na década de noventa se lembra bem de Allan Quatermain. O primeiro longa lançado em 1985 se chamava As Minas do Rei Salomão e a continuação recebeu o nome Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido. Quartemain é interpretado pelo carismático Richard Chamberlain (Pássaros Feridos) e seu personagem veio no mesmo momento que outro aventureiro fazia sucesso nos cinemas, era Indiana Jones de Steven Spielberg. Seu par romântico é vivido pela atriz Sharon Stone que recebeu o Framboesa de Ouro por sua atuação exemplar. O aventureiro é um outro personagem que saiu das páginas de um livro, ele foi criado pelo inglês Henry Rider Haggard no século 19. Ele ainda apareceria como personagem da história em quadrinho de Allan Moore que consequentemente virou o filme A Liga Extraordinária onde foi vivido por Sean Connery. Quanto ao longa não há muito o que se dizer já que o nome já entrega que será encontrada uma cidade de ouro perdida. A busca por tesouros sempre foi alvo de produções hollywoodianas e tudo em A Cidade do Ouro Perdido é feito de forma simples. Até hoje não se entende porque não houve mais continuações ou remakes dele, ignorem a versão de 2008 que é bem fraca.
4. 1492 – A Conquista do Paraíso (1992)
Essa é uma produção clássica e baseada em fatos é a chegada de Colombo ao novo continente. Por sinal, 1992 foi o ano dos conquistadores na América como dito logo acima. Além desse outro longa sobre o assunto estreou no mesmo ano, é o desconhecido Cristóvão Colombo – A Aventura do Descobrimento. Isso se deve por 1992 ter completado 500 anos do descobrimento da América. Em 1492, Cristóvão é interpretado pelo ator Gérard Depardieu e tem a direção aclamado de Ridley Scott (Alien). Essa foi uma exigência do diretor para que pudesse fazer o longa, que o intérprete fosse o ator francês. Foi aí que Scott começou sua paixão por produções de época, se somaram depois dele Gladiador, Cruzada e Robin Hood. Ele já era um diretor de prestigio quando o fez e isso ajudou bastante na condução. 1492 acompanha vinte anos na vida do navegador, desde sua concepção para chegar ao Novo Mundo passando pelo descobrimento e colonização do lugar até sua velhice. É uma obra grandiosa e que merece ser vista por todos.
3. Z - A Cidade Perdida (2017)
Em cartaz atualmente nos cinemas brasileiros Z - A Cidade Perdida é uma história que realmente aconteceu e intriga todos até hoje. Não que a cidade de Z exista, mas o arqueólogo e explorador Percy Fawcett acreditava que sim. Ele já havia feito outras explorações na região antes de ir para a aventura que iria coincidir com seu sumiço misterioso. Há muitos rumores desde a época do descobrimento que a região da floresta amazônica escondia cidades feitas de ouro, o caso mais clássico é o de El Dorado. Quanto ao filme ele tenta representar o fato como aconteceu, desde a ideia de encontrar "Z" até a expedição feita junto com seu filho. O intérprete de Fawcett é o ator Charlie Hunnam que também é o Rei Arthur que ainda está nos cinemas. Tom Holland e Robert Pattinson também participam dele, além da atriz Sienna Miller. Filme é baseado no livro de David Grann que conta o caso como teria acontecido.
2. Aguirre, a Cólera dos Deuses (1972)
Essa é uma das produções mais realistas sobre o conto da El Dorado, em que muitos no início da colonização ao Novo Mundo acreditavam que havia uma cidade banhada de ouro maciço. Muitos lugares foram sugeridos em que ela pudesse estar, mas a Amazônia foi considerado o local ideal para um lugar desse pelos colonizadores. Aguirre se passa logo após a queda do Império Inca, e o explorador Gonzalo Pizarro envia um grupo para uma expedição rumo ao desconhecido em busca da tal cidade. Don Lope de Aguirre acaba por liderar todos em uma missão perigosa, para não dizer homicida rumo a selva amazônica. E para piorar Aguirre fica transtornado pela ambição por riqueza e isso acaba atrapalhando bastante seu julgamento em tomar decisões. O final é uma das melhores partes, não pelo o que acontece, mas o modo como tudo é mostrado.
1. Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)
Indiana Jones é um dos principais aventureiros modernos do cinema. Desde Os Caçadores da Arca Perdida até agora foram quatro filmes e um quinto está em produção, além do personagem ter participado de duas temporadas da série O Jovem Indiana Jones. Indiana Jones e o Templo da Perdição foi dirigido por Steven Spielberg com auxílio de George Lucas na produção. Harrison Ford como não poderia deixar de ser interpreta Indiana Jones e antes de atuar na produção já era conhecido por ter participado como Han Solo da saga Star Wars e depois do primeiro Indiana ainda fez o clássico Blade Runner, ou seja, já era um ator veterano quando foi escolhido para interpretar o herói que visita lugares místicos e alguns jamais visitados por alguém. Em todos os longas Jones visita locais desconhecidos e perdidos pelo tempo, mas esse talvez seja o que melhor se encaixe na lista, O Reino da Caveira de Cristal também poderia entrar, mas é um filme ruim demais para isso.
Artigo | A Origem da Mulher-Maravilha
Mitologia Grega
O tão esperado filme da Mulher-Maravilha estreou em todo o país com a bela Gal Gadot como intérprete da Guerreira Amazona. Mas antes de ela se tornar a Wonder Woman (nome em inglês) que todos conhecemos ela teve uma vida bastante diferente e que poucos imaginam ou sabem. Sua origem não é de outro planeta, ela não é uma uma humana que se esconde em uma fantasia, muito menos uma mutante com superpoderes genéticos. Ela é uma deusa Amazona, e a principal referência da deusa da DC é a mitologia grega.
Antes de falar de sua origem vamos dissecar quem eram as Amazonas na mitologia grega e porque isso é importante. A mitologia grega como qualquer outra mitologia fala de mitos, lendas, histórias de heróis, vilões e deuses. Quem algum dia assistiu ao seriado Xena - A Princesa Guerreira talvez já tenha uma noção do que eram as Amazonas, apesar do conceito nessa série ser um pouco diferente. As Amazonas eram guerreiras que viviam em uma nação apenas para mulheres em que homens não eram bem-vindos. Houve relatos de que elas realmente existiram, mas isso não foi realmente comprovado levando a definição atual de que as Amazonas seriam mulheres que andam a cavalo e não mais em grupos.
Segundo os contos da Mitologia Grega, as rainhas amazonas mais conhecidas são Pentesileia que alguns dizem ter participado da Guerra de Troia e a outra seria sua irmã Hipólita, o cinturão que ela usava é bem conhecido por fazer parte dos trabalhos de Hércules que seriam doze no total.
Quem assistiu ao filme da Mulher-Maravilha deve já saber que Hipólita é a mãe da nossa deusa, ela também é mãe de outra personagem chamada Donna Troy que é chamada de Moça Maravilha. Há muitas histórias de origem de Donna e ela chegou a ficar no lugar da nossa Wonder Woman na época em que aconteceu a clássica saga Crise Infinita. Quanto a Hipólita, na mitologia ela é a Rainha das Amazonas e uma das mais poderosas guerreiras. Sua fama é tanta que já foi retratada em muitas obras literárias e no cinema.
Elas (amazonas) vivem em Temiscira ou Themyscira como é a grafia usada pela DC para a cidade que, assim como na mitologia, era reduto das amazonas. E é em Temiscira que todas amazonas sucumbiram, no nono trabalho de Hércules. Elas lutaram contra o campeão para evitar o roubo do cinturão de Hipólita, mas ele as derrotou. Grande parte das guerreiras amazonas foram mortas e as que sobreviveram acabaram escravizadas, levando assim ao extermínio de toda classe.
Origem nas HQs
A Mulher-Maravilha ou Diana Price (seu alter ego) já teve várias origens abordadas pelas histórias em quadrinhos, assim como vários uniformes. Não se sabe porque a DC fez tantas mudanças aos longos dos anos, a origem de um super-herói não deveria ser trocada ao bel prazer dos editores. A mais aceita é a que vamos contar aqui nessas linhas.
A heroína foi criada em 1941 por Charles Moulton (William Moulton Marston) e veio para quebrar paradigmas em uma época em que as mulheres não tinham muito espaço na sociedade, tanto que os super-heróis de sucesso da DC na época eram apenas homens como Lanterna Verde, Batman e Super-Homem. Ele estava com dificuldade em criar um novo personagem e foi sua esposa Elizabeth Marston que lhe deu a ideia do que fazer. Sugeriu a ele alguém que não vencesse não só pelos super poderes, mas com o amor e que se fosse fazer algo que fosse uma mulher, não um homem.
Era uma época em que o movimento sufragista crescia bastante nos Estados Unidos. Ele era adepto da prática do Bondage, fetiche sexual em que pessoas gostam de ser amarradas e sua roupa ele criou pensando no patriotismo da personagem e na liberdade, vem daí a inspiração para o chicote. E uma curiosidade, ele foi quem criou o polígrafo, ou mais conhecida como a máquina da verdade é daí que vem o poder do chicote dela de obrigar as pessoas a contarem a verdade.
A primeira edição com a Princesa Amazona saiu na revista All Star Comics em 1941 e, no ano seguinte, saiu sua primeira revista completa. Themyscira ou mais conhecida como Ilha Paraíso era o local em que as Amazonas da mitologia grega viviam e era proibida a entrada de homens lá. E a origem de Diana é um pouco diferente do que estamos acostumados a ver, ela nasceu como uma escultura criada por sua mãe Hipólita.
Aí acontece de ela se apaixonar pela obra e fez um pedido aos Deuses para que eles dessem vida para àquela estátua e assim ela ganhou vida como Pinóquio que deixou de ser brinquedo para virar humano, mas com a diferença de ela ser uma semideusa. Só que em publicações atuais a DC voltou atrás com a origem dela mostrando que de fato ela é filha de Hipólita com Zeus, o todo poderoso Deus supremo do céu.
De volta a origem original, ela ao "nascer" recebeu o nome de Diana, como sua mãe é rainha ela era chamada de Princesa Diana. E como filha da realeza e deusa recebeu muitos presentes dos principais deuses do Olimpo. Poseidon lhe concedeu a força do nado, Atena lhe deu a sabedoria, Hermes a velocidade, o poder e sua força vieram de Deméter, Afrodite lhe deu beleza e um coração justo, seu par de braceletes veio de Hefesto que também lhe deu imunidade ao fogo, Ártemis e Apolo lhe entregaram seus olhos potentes para caça e cura acelerada e por fim, de Zeus, ela recebeu o poder de voar.
Esses são os presentes que na verdade são poderes que foram dados por essas divindades e que transformam a Mulher-Maravilha nessa super-personagem que é. Não à toa em entrevistas recentes Gal Gadot contou que se houvesse um embate entre Mulher-Maravilha e o Super-Homem a guerreira amazona levaria vantagem.
Essa foi sua origem, agora entramos em uma parte de sua vida que coincide com o que é mostrado no filme. Nas hqs é mostrado que o piloto Steve Trevor, piloto da força aérea americana cai na Ilha Paraíso e a Rainha Hipólita diz que a amazona que vencer o desafio realizado entre elas teria a missão de levar o piloto novamente para os Estados Unidos. No longa é um pouco diferente, o piloto avisa à Diana que uma grande guerra está por vir e ela por sentir que pode cooperar com algo parte para a terra dos "humanos" para ajudar na batalha.
Nos Estados Unidos ela adotou o nome de Diana Prince e se alistou como enfermeira da Força Aérea Americana e como dá para perceber no filme ela ama Steve Travor. E daí em diante é tudo história. Fato é que a Mulher-Maravilha é uma importante personagem e faz parte do trio de ferro que é composto por ela, Super-Homem e Batman.
Durante sua história, teve muitas séries e animações feitas, todas para a TV, mas nada como uma produção exclusivamente dela nos cinemas e ainda mais dirigido por uma mulher, fato inédito para um filme de super-herói. É estranho que a DC tenha demorado tanto tempo para adaptar uma personagem tão importante e com tanta bagagem como ela, mas agora com essa super produção coloca a heroína em seu devido lugar que é o topo das paradas de sucesso.
Escrito por Gabriel Danius.
Lista | 10 Filmes em Alto-Mar
O oceano geralmente é um ótimo cenário para produções cinematográficas. Não importa se o gênero é romance, ficção cientifica ou terror, sempre dão um jeito de fazer algo diferente e original. O mar é daqueles lugares misteriosos, enigmáticos e grandioso onde tudo pode acontecer. Os navegantes antigos tinham medo dele por achar que haviam monstros. Na literatura já foi retratado de todas as formas e até nos games ele já foi protagonista como, por exemplo mostrado em Bioshock. Nesta lista colocamos alguns filmes clássicos que se passaram em alto-mar ou no oceano especificamente.
10. Capitão Phillips (2013)
Se pretende viajar acompanhado com alguém que não seja com Tom Hanks. Em Náufrago seu avião sofre um acidente e vai parar em uma ilha na qual terá que viver isolado de todos, já em Sully faz um piloto de avião e tem que lidar com uma pane até conseguir pousar o avião no Rio Hudson sem que ninguém morra. Claro que em Capitão Phillips não seria diferente, nessa produção ele é um comandante experiente de um navio que precisa fazer uma entrega na Somália. No caminho ele e a tripulação dão de frente com piratas que atuam na região e rendem todos a bordo. Claro que Tom Hanks é feito de refém e levado dentro de outra navegação pelos piratas que querem resgate para o soltar. É um bom filme, com uma mescla de suspense e drama é feito para emocionar a quem o assiste. Obra é baseada em fatos reais e também no livro escrito por Richard Phillips, o verdadeiro capitão Phillips.
9. Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo (2003)
Jack Aubrey (Russell Crowe) é o capitão do melhor navio de batalha britânico e isso na época em que a Inglaterra estava em guerra contra a França de Napoleão Bonaparte. Nisso seu navio é atacado por uma embarcação mais poderosa e a partir daí terá que sobreviver e resolver o dilema de vencer o inimigo mesmo com tantas adversidades pela frente. É uma produção que muitos acham subestimada e "parada", mas o intuito era esse mesmo, até porque a vida em um navio é bastante monótona. Não há para onde ir, tudo que tem ao redor é água. Concorreu em 2004 ao Oscar recebendo duas estatuetas (das oito que concorria) nas categorias de melhor fotografia e melhor edição de som. Só não ganhou mais porque foi o ano que O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei levou tudo o que tinha direito. Uma curiosidade que poucos sabem é que essa produção é baseada em uma série de livros escrita por Patrick O'Brian sobre o capitão Jack Aubrey.
8. Expedição Kon-Tiki (2012)
Thor Heyerdahl foi um zoólogo e explorador norueguês que ficou conhecido por um feito até então inédito realizado em 1947. No Peru montou uma jangada e junto com outros tripulantes partiu para uma improvável travessia que ia da América do Sul até a Polinésia na Oceania. Sua tese, que futuramente foi comprovada era a de que aquela região do pacífico poderia ser povoada a partir de índios vindos da América do Sul usando uma jangada. É uma boa produção que faz uma caracterização de época com qualidade, além de conseguir te inserir dentro da história. Fazer uma travessia como essa é uma loucura que quase culminou com uma tragédia. É uma boa pedida para quem curte produções sobre superação e que mostrem acontecimentos de época. Concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
7. As Aventuras de Pi (2012)
Filmes em que alguma embarcação afunda e deixa seus tripulantes à deriva pelo mar tem aos montes e essa bela produção de Ang Lee merece seu lugar na lista. Em As Aventuras de Pi somos apresentados a Pi Patel, filho de um dono de um zoológico na índia que fecha as portas por falta de incentivo da prefeitura local. Eles viajam até o Canadá com os animais para vendê-los e começar uma nova vida. Eis que acontece da embarcação pegar uma tempestade e afundar junto com todos os bichos. Pi se torna um náufrago em um pequeno barco, mas não está sozinho. Junto com ele estão uma hiena faminta, um tigre e um orangotango. Aqui o mar nos é mostrado quase como um personagem que está ali para ajudar no desafio de superação de Patel. É uma belíssima produção, com ótimos efeitos especiais e narrativa. Longa foi baseado no livro de mesmo nome de Yann Martel.
6. O Destino do Poseidon (1972)
O Destino do Poseidon é o antecessor do Titanic e mesmo com muitas adaptações para o cinema é bastante desconhecido por muitos. O navio em si não existiu, ele saiu das páginas do livro de Paul Gallico que se baseou em um fato real de um acidente com o navio Queen mary em plena segunda guerra mundial. A embarcação levava soldados americanos para a Europa e teria sido atingido por uma onda gigante. Dizem os especialistas que faltou pouco para que o original virasse do mesmo jeito que é mostrado no filme. Quanto a produção em si ela tem tem seus limites , isso levando em conta a época que foi feito, mas tem uma boa história e os efeitos surpreendem. Venceu em duas categorias do Oscar sendo a de efeitos visuais e de melhor canção original (The Morning After). Não é um Titanic, mas serve para entreter.
5. O Segredo do Abismo (1989)
O Segredo do Abismo é uma das grandes produções da carreira de James Cameron e possivelmente o mais desconhecido. Ele foi filmado no período final da guerra fria e ele dá uma pincelada sobre isso na narrativa. Um submarino nuclear afunda misteriosamente e mergulhadores de uma plataforma de petróleo são chamados para resgatá-lo. É um filme que mistura ficção-científica com suspense, além de trazer ótimo roteiro, fotografia e efeitos especiais. Foi essa produção que trouxe à Cameron a paixão por gravar no mar e disso viria o grande clássico Titanic. Seria interessante de imaginar essa bela obra sendo adaptada para os dias de hoje, já que Hollywood está fazendo remakes de muitos filmes da década de 80 ou até mesmo uma continuação.
4. Moana - Um Mar de Aventuras (2016)
Em Moana mar é praticamente protagonista, aparece a todo instante e serve para levar a personagem principal rumo ao desconhecido. Animação da Disney foi sucesso de crítica e público por falar de temas universais como amizade e auto-descoberta. Moana é uma garota que vive em uma ilha situada no continente da Oceania. Ela não pode entrar no mar por haver o temor de que ela não volte mais. Alguns acontecimentos surgem e ela decide quebrar essa regra e se aventurar pelo mar e assim vai conhecendo um novo mundo que é desconhecido por muitos.
3. Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003)
O pirata mais famoso do mundo não poderia ficar de fora. Jack Sparrow vivido muito bem por Johnny Depp trouxe novamente para as telas os tão famosos piratas que ficaram famosos por seus saques na época em que a Inglaterra dominava os mares. Aqui encontramos o mar como coadjuvante para as aventuras do pirata atrapalhado e seus companheiros. Piratas do Caribe conta com cinco sequências e em todas aventuras Jack Sparrow foi um dos principais com destaque para a Maldição do Pérola Negra que foi um marco não apenas para a Disney, mas também para Depp que concorreu ao Oscar de melhor ator por sua interpretação. Piratas do Caribe foi baseado em um brinquedo da DisneyWorld e fez o caminho inverso de outras produções que viraram brinquedos depois da existência do filme.
2. Tubarão (1975)
Atire a primeira pedra quem depois de assistir ao filme não ficou com medo de entrar no mar? Em 1975 estreava nos cinemas Tubarão, clássico de Steven Spielberg e que ia se tornar o primeiro blockbuster do cinema levando multidões aos cinemas, no Brasil foram 13 milhões de espectadores. Não por acaso Tubarão se tornou referência em filmes em que feras do fundo do mar atacavam a todos pelo caminho, tanto que em 1977 viria outra obra com outro animal do oceano Orca, A Baleia Assassina. Steven fez uma obra que causa arrepios e até hoje surpreende pela época que foi realizado de ser tão bem produzido. Ignorem as versões seguintes Tubarão II, Tubarão III e a Tubarão - A Vingança, apenas o original presta. Essa é outra produção que veio das páginas de um livro escrito por Peter Benchley.
1. Titanic (1997)
Jack cabia na tábua junto com Rose? Essa cena tão conhecida de Titanic gera discussões até hoje se Rose podia ou não ter cedido um pouco do espaço e assim os dois ficariam vivos e teriam um final feliz. Titanic é um marco no cinema, venceu 11 Oscars e até então era o maior vencedor de estatuetas, isso até surgir O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei também com 11 prêmios. James Cameron fez uma obra atemporal sobre um desastre que marcou época e até então não tinha uma produção a altura. Haviam muitos longas sobre o naufrágio, mas nenhum como esse que já nasceu um clássico. Cameron se inspirou em uma produção de 1958 chamada Somente Deus por Testemunha (Roy Ward Baker) que mostrava como tudo havia acontecido.
Escrito por Gabriel Danius.
Lista | 10 Produções Inspiradas Por Twin Peaks
Quando Twin Peaks estreou pelo canal ABC em 1990 poucos imaginavam o sucesso que a série faria e como ela se tornaria uma influência para o desenvolvimento de novas produções no futuro. Ambientado na cidade de mesmo nome, Twin Peaks, policiais locais tentam solucionar o misterioso assassinato de Laura Palmer. Eis que surge o agente Cooper do FBI para orientar os policiais locais. O fator principal da série é o toque de mistério empregado e os personagens, altamente desenvolvidos, cômicos e reais. Com suas duas temporadas recebeu 18 indicações ao Emmy, além de receber o prêmio de melhor drama no Globo de Ouro. Muitas das séries e filmes atuais se inspiraram na série de David Lynch, aqui listamos algumas delas.
10. Wayward Pines (2015)
Dirigida por M. Night Shyamalan e baseado no livro "Pines" de Blake Crouch, Wayward Pines surgiu como uma minissérie com dez episódios e apenas uma temporada programada. Sucesso foi tanto que teve uma segunda temporada foi feita, mas sem tanta popularidade quanto a anterior. Para começar, a trama apresenta semelhanças com Twin Peaks. O agente do FBI Ethan Burke (Matt Dillon) entra na cidade que dá nome a minissérie à procura de dois companheiros que sumiram misteriosamente. Algo estranho acontece na cidade, depois de sofrer um acidente tenta de todas as formas sair de lá e não consegue. Wayward é cercada por cercas eletrificadas e há um muro separando a cidade de algo que os habitantes desconhecem ter do outro lado. É uma série que lembra muito a série de 1990, pelo mistério bem desenvolvido e do porque ninguém consegue sair da cidade, há também muito suspense envolvendo os habitantes da região.
9. Pânico (1996)
Pânico é um marco recente do terror nos cinemas envolvendo um assassino em uma pequena cidade. Depois de seu sucesso muitas outras produções semelhantes surgiram como: Lenda Urbana, Eu Sei o Que Você Fez no Verão Passado, Prova Final e por aí vai. Toda essa mitologia gira em torno de um assassino que usa uma máscara do Ghostface e porta uma faca. Na produção, os assassinatos ocorrem sempre com moradores da cidade de Woodsboro, e esses crimes acabam por chocar e despertar a curiosidade da população. Mas o quê Twin Peaks tem a ver com tudo isso? Primeiro que tudo ocorre em uma cidadezinha pequena, segundo que os personagens e o jeito que o crime vai sendo solucionado lembra os personagens do universo criado por David Lynch.
8. Fringe (2008)
Fringe ou Fronteiras (nome dado no Brasil) é uma série americana que foi cancelada em sua quinta temporada deixando muitos fãs com gostinho de quero mais. Criada por J.J. Abrams (Lost) é uma mistura de Arquivo X com CSI. Uma equipe é designada para criar um laboratório próprio e investigar acontecimentos estranhos e surreais. Cada episódio era uma história diferente e todos acontecimentos eram investigados e decifrados principalmente pelo Dr. Walter, Olivia e Peter Bishop. Walter, por sinal, é quem dá a dica em um episódio de que a série tem sim uma certa influência de Twin Peaks. Em um dos episódios ele aparece usando um óculos no mínimo diferente, é perguntado o porque do uso desses óculos e ele diz que é uma invenção de seu amigo, Dr. Jacoby. Quem assistiu ao seriado de David Lynch deve já ter percebido que o acessório em questão era do psiquiatra de Laura Palmer e em um dos episódios de Twin Peaks ele aparece o usando. Walter é um personagem muito parecido com Jacoby, ambos são engraçados e enigmáticos. O mistério é o pano de fundo dessa série que poderia muito bem voltar a ser filmada (netflix?)
7. Bates Motel (2013)
Série derivada do clássico Psicose de Alfred Hitchcock estreou sem causar muita expectativa no público. Com suas cinco temporadas até o momento conseguiu manter o ar de suspense do original e desenvolveu melhor o personagem de Norman Bates, além de mostrar seu relacionamento doentio com sua mãe Norma Bates. Enquanto mostra a relação de mãe e filho vai se desenvolvendo a psicose de Norman. Assassinatos vão acontecendo na cidade e tudo de forma muito sinistra até que é nos apresentado o autor desses atos. As semelhanças com Twin Peaks são gritantes. Para começar há um xerife que com mão de ferro tenta solucionar os crimes misteriosos, assim como o xerife e o agente Cooper em Peaks. Outro fato é o foco no hotel onde os Bates residem. Na série original de Lynch o hotel (The Great Northern Hotel) também aparecia frequentemente e com destaque. Por sinal, a cidade de White Pine Bay é muito parecida com a dos habitantes de Twin Peaks.
6. The Leftovers (2014)
Na trama de The Leftovers Kevin Garvey é um xerife de uma cidadezinha em Nova Iorque e tem de lidar com drama de nível mundial. Inexplicavelmente 2% da população desapareceu de forma misteriosa e todos se indagam se tudo foi obra do sobrenatural ou algum outro fator como abdução de alienígenas. Além da cidade ser semelhante com a de Twin também sua trama é desenvolvida no mesmo estilo, difícil uma série não fazer o mesmo que a obra da década de 90 fez. Criada por Damon Lindelof e Tom Perrotta a história é baseada no livro de Tom Perrotta.
5. Haven (2010)
Stephen King não poderia ficar de fora de nossa lista. Haven é uma produção americana baseada no livro sem lançamento no Brasil chamado de "The Colorado Kid" em que novamente uma cidade fictícia com o nome de Haven sofre fenômenos estranhos. Audrey Parker (não poderia ser diferente) é uma agente do FBI que vai até a pequena cidade para investigar a morte de um ex-condenado, mas acaba descobrindo que a cidade é um refúgio para pessoas com poderes especiais. Mais próxima a Twin Peaks impossível. Habitantes estranhos, mistérios a serem solucionados e trama cheia de suspense.
4. Lost (2004)
J.J. Abrams teve muitos acertos em sua carreira de produtor, uma delas é a série Lost criada por ele juntamente com Damon Lindelof e Jeffrey Lieber. Série apresenta a vida de sobreviventes de um acidente aéreo que ia de Sidney para os EUA, nessa ilha muitos mistérios são apresentados, enquanto a vida de todos é apresentada e parece ter alguma relação com a ilha. Lost foi a série que deu início a essa nova onda de produções e foi um sucesso que marcou época. Teorias surgiram a respeito do porque tudo acontecia, até Stephen King deu palpites a respeito do que seriam esses acontecimentos. Todos estariam no inferno e vivenciando suas vidas novamente? Estariam todos mortos? Série usa da fórmula que consagrou a produção de Lynch. Os produtores já disseram que são fãs de Twin Peaks e nada mais óbvio que colocar elementos dela em Lost.
3. Donnie Darko (2001)
Com quatro longas-metragens na carreira Richard Kelly fez uma obra que recebe aura de produção cult até os dias de hoje. Em Donnie Darko ele trabalha com o surrealismo que estão tão presentes nas obras de David Lynch como Império dos Sonhos e em Twin Peaks. Assim como a série de 1990 que tem elementos estranhos aqui encontramos o coelho Frank como peça chave para tudo. O que seria esse coelho? Seria o alter-ego de Donnie? Ele estaria louco? Tudo é decifrado aos poucos, com muito suspense e estranheza. Por coincidência Donnie Darko tem como um dos principais cenários o colégio que também é muito presente em Twin Peaks.
2. Breaking Bad (2008)
Breaking Bad é referência em excelência pelo seu roteiro desde que as séries começaram a ser produzidas em massa. Walter White e seu parceiro Jesse Pinkman são dois traficantes atrapalhados que desejam fazer fortuna rapidamente "cozinhando" anfetaminas. White o faz para deixar o dinheiro para sua família já que foi diagnosticado com câncer de pulmão e tem pouco tempo de vida, Jesse porque deseja ter uma vida fácil. As semelhanças com Twin Peaks vão desde a vida dos personagens na cidade de Albuquerque até o suspense criado em torno da vida dos dois. O roteiro bem trabalhado e seu desenvolvimento lembram a série de David Lynch, mesmo que não diretamente elas são sim parecidas.
1. Arquivo X (1993)
Arquivo X estreou dois anos após Twin Peaks ser cancelada e logo foi adotada como queridinha do público que ficaram órfãos da série. A história traz um ar misterioso e cheia de enigmas, além de contar com dois carismáticos agentes do FBI. Em cada episódio apareciam monstros bastante surreais como alienígenas, lobisomens e vampiros. Muitas séries hoje bebem da fórmula da série sobrenatural, mas poucos sabem que a referência para a criação dela foi Twin Peaks. Há uma coincidência entre as duas produções, o agente Mulder (David Duchovny) participou da segunda temporada da série de Lynch interpretando dois personagens, o agente Dennis e Denise Bryson..

