Mesmo com setenta e três anos de carreira, Batman continua um ícone cultural da atualidade. O herói, inspirado em Zorro e The Shadow, já havia passado por diversas fases. As historinhas leves de seu início, as bobas e infantis com seu eterno sidekick Robin, as nutridas de veia cômica e ridícula como o seriado protagonizado por Adam West até chegar aos anos oitenta onde, subitamente, toda a atmosfera de seu universo sofre uma mudança absoluta.
Batman passa a ficar ainda mais sombrio e violento em um mundo pessimista e sem-esperanças – Frank Miller foi um dos responsáveis em deixar o herói mais adulto. Seus vilões ficam mais cruéis e ameaçadores pondo em risco toda a Gotham e atinge diretamente o espírito do herói ao colocar as pessoas mais queridas para Batman em perigo. Ele nunca teve tanto trabalho para combater o crime como as ocorrências fantásticas dos anos oitenta. A vida cinematográfica de Batman começou bem graças aos esforços góticos de Tim Burton. Entretanto, o herói viria sua sorte mudar em 1995 com o “ilustre” Batman Eternamente e o fim de sua fenomenal série animada.
Joel Schumacher conseguiu devastar a mitologia do herói com sua visão clubber colorida. As suas proezas já haviam começado com Eternamente, mas a pérola é mesmo o inescrupuloso Batman & Robin. Todavia, esses tempos sinistros estavam para mudar. Em 2005, a Warner apostou em reboot da franquia ao colocar Christopher Nolan como chefe do projeto. A aposta foi mais que certeira. Com Batman Begins, Nolan devolveu o status que o herói merecia. Presenteou os fãs do morcego e trouxe mais leitores para suas HQs.
O sucesso absoluto viria mesmo com O Cavaleiro das Trevas e o Coringa de Heath Ledger. Depois de quatro anos de hiato, Nolan volta para encerrar sua trilogia exemplar contando com a experiência que adquiriu nas filmagens espetaculares de A Origem. O resultado não poderia ser melhor e já deixo aqui meus parabéns pelo o que concedeu aos espectadores. Serão poucos os que não gostarão desta obra.
São tempos de paz em Gotham City. A máfia está encarcerada e os lunáticos foram aprisionados em Blackgate junto com os demais criminosos. Batman não é mais necessário há oito anos carregando a culpa da morte de Harvey Dent.
Sempre há uma calmaria antes da tempestade.
Bruce Wayne aposentou o manto e agora vive deprimido, com muitas dores graças as suas antigas aventuras noturnas. Sua rotina começa a mudar a partir do momento em que conhece a traiçoeira Selina Kyle, o que já lhe começa a despertar ânimos que há muito tempo estavam adormecidos.
A tempestade se aproxima.
Bruce Wayne começa a ter seu mundo virado de cabeça para baixo a partir do momento em que o amigo de Batman, o comissário James Gordon, é gravemente ferido por uma ameaça nunca antes confrontada pelo herói.
A tempestade começa.
Bane se revela para Gotham e coloca seu plano em prática. Bruce percebe que chegou a hora de Batman voltar, mas não leva em conta que a ameaça que esse vilão traz consigo será seu maior desafio. Com a ajuda do esquentado detetive John Blake, Batman lutará com todas as suas forças físicas e mentais para impedir que o caos atinja Gotham mais uma vez.
The Fire Rises
Christopher Nolan havia dito que não voltaria a filmar um terceiro Batman se o roteiro não fosse melhor ou tão bom quanto o de O Cavaleiro das Trevas. Isso não foi um obstáculo para a criatividade dele, de seu irmão, Jonathan Nolan e de David S. Goyer. E realmente Nolan cumpre o que promete. Desta vez, ele assume descaradamente as influências das histórias em quadrinhos que inspiraram sua obra. Os fãs do Cruzado Encapuzado reconhecerão passagens sutis de Batman: Venom, Ano Um, O Filho do Demônio, O Longo Dia das Bruxas, Vitória Sombria, A Queda do Morcego e O Cavaleiro das Trevas e de até mesmo do último game do herói, Arkham City.
Nunca antes em um roteiro desta trilogia, os Nolan utilizaram tantas referências como neste caso para o deleite e alegria dos fãs. Assistir a este filme com certa bagagem de conteúdo torna a experiência ainda mais gratificante. Mas a maior influência vem dos outros dois filmes da série. O trabalho em juntar essas três histórias em uma só é incrível. A forma que Nolan faz ao dar vida a frases que foram proferidas há sete anos é sublime. Nunca havia visto algo desta forma. Agora fica claro o porquê dos roteiristas terem repetido tantas vezes os ditados em seus filmes anteriores.
A história não peca. Ela é tão excitante e cheia de reviravoltas como qualquer outra da trilogia. Mas, infelizmente, é demasiado previsível incluindo o desfecho de cada personagem – principalmente para quem acompanha de perto as comics de Batman. Por exemplo, no primeiro podcast do site, descrevi quais rumos o roteiro ia tomar e acertei em quase tudo. Detalhe, que gravei isto em janeiro e já havia discutido com alguns amigos sobre o mesmo assunto. Mas, nesse caso, não achei essa previsibilidade negativa para a experiência completa. É gratificante ver situações tão especiais sendo retratadas com respeito na tela. Outro fator que prejudica o roteiro é o fato dele ser autoexplicativo em excesso o que não combina com o jeitão subjetivo de Nolan.
Para uma história ser verdadeiramente boa, é preciso que tenha personagens excelentes e isso tem de sobra aqui. Alguns aspectos que envolvem isso, certamente irão incomodar bastante gente. Os personagens tem um tempo bem rigoroso em tela graças à adição de novos coadjuvantes. Até mesmo Bruce Wayne não tem tanta participação como nos filmes anteriores. Coadjuvantes antigos são colocados em escanteio como Lucius Fox, Alfred e Jim Gordon – Gary Oldman e Morgan Freeman fantásticos como sempre, para dar mais ênfase em Bane, John Blake, Miranda Tate e Seline Kyle.
Personagens que já marcaram presença na franquia são mencionados, mas não espere encontrar qualquer referência ao Coringa. Christopher Nolan cumpriu sua promessa em respeitar a memória de Heath Ledger parecendo que o personagem nunca existiu naquele universo. Em termos de antagonista, Bane não fica muito para trás em comparação ao Coringa, mas é impossível superar uma atuação tão icônica como foi a de Ledger.
Tom Hardy está excelente como Bane. Com certeza, Bane ingeriu proteínas de qualidade, tirou seus músculos infláveis, ganhou massa encefálica desde Batman & Robin e, realmente, virou um vilão memorável. Toda a atuação de Hardy se concentra em sua magnifica expressão corporal. Desde O Artista, não via um ator fazer um trabalho tão ímpar no cinema como este cara fez. Perceba o psicológico conturbado do vilão. Ele tem um jeito muito paternal com as pessoas com que se relaciona – isso é explicado posteriormente no longa. Essa atmosfera psicológica do personagem é definida com simplicidade. Com algumas frases, o roteiro define uma dimensão dramática única para Bane e isso é extremamente difícil. Enquanto a atuação de Hardy proporciona o ar ameaçador e calmo – Bane não é o tipo de vilão que perde a cabeça, o tom orgulhoso e narcisista do personagem, o roteiro complementa outras características como uma frase solta envolvendo certa questão sobre a voz do antagonista.
Aliás, a dicção de Hardy é fenomenal. No início, a voz do personagem pode causar estranhamento no espectador, mas logo vai embora. Sua voz, de alguma maneira, reflete a dor física agonizante que sente mesmo usando a máscara anestésica.
A Selina Kyle de Anne Hathaway não é a mesma Mulher-Gato de Michelle Pfeiffer. Isto é fato. Enquanto Pfeiffer era idêntica a Selina Kyle das hqs, a atuação de Hathaway se adequa a atmosfera realista da trilogia. Ou seja, sem lambidas na cara de Batman neste caso. Pelo que Hathaway já havia mostrado em outros filmes, até que ela se supera aqui. Sua atuação é boa, mas nada que seja incrível. Ela cria uma personagem que se adapta ao meio. Uma Selina inteligente, furtiva, rancorosa, silenciosa e fatal. Ou seja, a essência da Mulher-Gato foi mantida, mas a forma de agir é diferente. Não existe aquela dualidade na personalidade de Selina Kyle. Ao contrário do Bruce Wayne de Christian Bale, Hathaway não distingue Selina de seu alterego, a Mulher-Gato. Achei que isto torna sua atuação um pouco mais desinteressante, mas ainda assim sua versão extremamente traiçoeira da Catwoman é memorável. Por mais incrível que pareça, o roteiro nunca menciona Selina como Mulher-Gato. Apenas algumas frases bem canastronas como “O gato comeu sua língua?”, são mencionadas para identificar a vilã/heroína. Além disso, as motivações da personagem não são tão marcantes como as da Catwoman de Michelle Pfeiffer.
O roteiro desenvolve Bruce Wayne de maneira brilhante. Esta é a história que dá mais destaque para Bruce do que para Batman. E isso é tão bem retratado por Christian Bale que surpreende até mesmo quem não gosta do ator. Aqui, várias páginas de O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, servem de inspiração para os roteiristas. Wayne agora é um homem angustiado e infeliz. Mas seu espírito retorna quando encarna o vigilante noturno mais uma vez. Entretanto, as atitudes do herói estão diferentes. Batman está mais visceral, violento neste filme. Menos cauteloso, logo mais vulnerável deixando uma dualidade interessante para a interpretação do espectador. Seguindo essa linha heroica, Joseph Gordon-Levitt torna seu personagem um dos mais legais da série inteira. Não falarei muito sobre ele, só digo que é uma mistura bem inteligente de alguém marcante das HQs.
A única atuação que não cumpre o que promete é a da incrível, mas mal aproveitada, Marion Cotillard. Ela é satisfatória em boa parte da projeção, entretanto, em sua última cena, a atriz chuta o balde e “homenageia” a série de Batman protagonizada por Adam West. Sim, aquela com as atuações mais que caricatas. O melhor do elenco é Michael Caine. O ator guardou seu melhor para o final – presença digna de Oscar, meus amigos. Sua atuação tem um impacto tão forte que é impossível não se emocionar nos diálogos que ele tem com Bruce Wayne – aliás, esses são os melhores que ocorrem no filme.
When Gotham is ashes, you’ll have my permission to die
Christopher Nolan aprendeu muito com A Origem. Aliás, o diretor criou muito em apenas um filme. E como toda essa experiência repercutiu no último Batman? Muito bem! Nolan concebe cenas que entrarão para a história. Apesar de o filme começar um pouco – mesmo com a incrível cena do avião, Nolan joga muitas coisas fantásticas na tela a partir dos quarenta minutos de projeção. A ação é intensa com cenas monumentais, épicas que vão acelerar seu ritmo cardíaco – exatamente nos moldes de A Origem.
Entretanto, mesmo com capacidade produtiva mais desenvolvida, a técnica de Nolan parece ter regredido um pouco. Existe um erro tão crasso e primário que é difícil de acreditar que esteja ali. Em determinada cena, Bane faz uma “visita” a bolsa de valores de Gotham. Quando o personagem chega, o sol está a pino. Tudo muito bem iluminado. Depois de oito minutos, quando muda a cena e começa uma perseguição que lembra muito as de Batman Begins, subitamente anoitece. Mas não é um entardecer. O dia virou um breu noturno em apenas alguns minutos. Como vocês sabem, Gotham City é famosa por suas mudanças súbitas de dia para a noite. Por mais que a licença poética permita algo desses – afinal, Batman tem de ressurgir das trevas, não dá para aceitar um erro tão severo de continuidade – a última vez que vi algo parecido foi no estúpido Conan: O Bárbaro.
Logo no começo, quando Bane surge pela primeira vez, a edição sonora não faz um trabalho exemplar porque a voz do vilão sai tão nítida que destoa totalmente da ambiência sonora que a mixagem cria para a cena. Isso não acontece novamente no restante do longa. Ainda bem. Para concluir as mancadas de Nolan, temos um corte seco durante uma correção de foco. Isso não teria problema nenhum se eu tivesse visto a cena pela primeira vez, mas essa cena foi utilizada em quase todos os trailers sendo que a montagem é feita de maneira apropriada. Se existe uma versão do corte mais bem acabada nos trailers, por que não usar na versão final? Inexplicável.
Apenas esses três aspectos da direção que me incomodaram. De resto, somente aplausos para Christopher. O desenvolvimento que conseguiu em termos tecnológicos e artísticos é inacreditável. Ele revolucionou a maneira como filmes de herói eram feitos e não somente isso, mas também a sétima arte. Inserir Batman nesse universo realista foi um acerto fantástico. Após todos esses anos de trilogia, é interessante notar como os vilões das HQs foram retratados nesse universo. Outro fator único é perceber a evolução de Gotham e de sua polícia. Nos primeiros filmes, a cidade se acovardava enquanto o crime reinava absoluto. Nesse, o crime é combatido de peito aberto. Batman conseguiu transmitir seu legado.
Repetindo sua parceria de muitos anos com Nolan, Wally Pfister entrega outro trabalho fotográfico sublime. O cinematografista combina as cores de sua iluminação bem elaborada com os estados de espírito de Bruce Wayne. Pfister também trabalha com luzes estroboscópicas em determinado momento – e, sim, isso merece destaque. São poucos os diretores de fotografia que trabalham com esse tipo de iluminação em filmes extremamente comerciais. Poderia escrever um artigo só comentando sobre a fotografia do filme, mas serei breve.
Talvez o filme careça de metáforas visuais, mas as que existem são fenomenais sendo que uma delas é de uma sensibilidade que traz um grande sorriso ao rosto de quem assiste. Também perceba como o diretor dá ênfase ao Rise do título jogando com muitas imagens inteligentes. É a plataforma que sobe, o Morcego que plana entre os prédios, o uniforme que surge do solo, é o Bruce Wayne que renasce após oito anos de aposentadoria. Outro mérito de Pfister e Nolan é a capacidade que eles tiveram em encher 70 mm de película IMAX com inúmeros elementos, mas sempre mantendo o equilíbrio visual na composição. As cenas captadas nesse formato fazem o filme pulsar. É simplesmente impressionante. Diferente de tudo o que você já viu. Existe uma magia única, indescritível que faz você se apaixonar ainda mais por essa arte tão especial. Nolan tem razão. Esse filme não seria o mesmo filme se fosse captado em 3D. Às vezes, ir contra a maré prova ser o caminho mais correto.
E o que mais não poderia faltar em um filme tão emocionante como este? Uma trilha de Hans Zimmer, ou melhor, A trilha de Hans Zimmer. O mestre compositor dá um baile sonoro. É a melhor trilha sonora do ano até agora com folga. Essa sim vale a pena comprar para escutar em casa. Com a potência astronômica das caixas de som dos cinemas IMAX, novamente outra magia acontece. Para se ter uma ideia de tão alto que é som, o subwoofer faz as cadeiras vibrarem. O som ressoa dentro do seu corpo, em seu coração. Por ser mais brega que possa parecer este parágrafo, o efeito é fenomenal! É você dentro do filme – literalmente. O mais impressionante é que eu já havia ido ao IMAX quatro vezes antes, mas nunca senti algo parecido com a experiência obtida nessa sessão.
Zimmer cria uma música que pulsa. Ela vai e vem. Some e Ressurge. Ela dá outra conotação para as cenas mais agitadas. Faz com que você vibre junto do filme acelerando seu ritmo cardíaco. Torça pelo herói enquanto você se inquieta pela cadeira. O suspense do clímax deixa o espectador apreensivo com o suspense e emociona com final. Mesmo com os violinos, tambores e trombones violentos que sempre mandam a música para frente em um ritmo frenético, Zimmer é capaz de criar composições mais suaves como a música tema de Selina – aliás, ela tem tudo a ver com a personagem, repare. O piano também é utilizado em algumas músicas para conferir um tipo diferente de emoção. Algo parecido com um pesar melancólico que, acredite, irá te afetar em algum momento do desfecho do longa. O cântico estranho que marcou os trailers e que até virou piadinha do Aragão, é inserido de maneira brilhante na trama do filme. Para quem não entende o que é dito, “Deh-Shay, Deh Shay, Bah Sah Rah. Bah Sah Rah” são as frases proclamadas com ferocidade nas canções.
Nolan joga com a ambiência sonora com maestria. O filme é barulhento sim a ponto de me deixar com uma tremenda dor de cabeça – a melhor que eu já tive. Mas em alguns momentos, o diretor corta a trilha sonora e mergulha em um mar de confiança em sua produção. A melhor luta da saga, entre Bane e Batman, é seca. O espectador só escuta pancadas fortes, gemidos de dor, carne contra carne. Visceral! Fora o modo que Nolan dirige essa cena também é genial. É violência com elegância. Em outro momento, no diálogo entre Alfred e Bruce, o diretor corta mais uma vez a trilha sonora. A cena te envolve do mesmo jeito. É a força comprovada da atuação e do roteiro.
A Ascenção do Cavaleiro das Trevas
“Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” foi o filme que mais me agradou de toda a trilogia. Não creio que isso vá acontecer com todos que assistirem a este longa brilhante. Mesmo que contenha algumas falhas e seja um tanto excêntrico em alguns momentos, tenho certeza de que muita gente sairá dos cinemas satisfeita com um grande sorriso no rosto. Meu principal conselho é que se vá assistir a versão em IMAX. As imagens feitas por Pfister e Nolan são estonteantes e quase metade do filme se passa nesse formato.
O impacto certamente não será o mesmo, tanto no visual ou no sonoro, se for visto em cinemas de 35 mm. A história é muito interessante, mas previsível, contando com inúmeras referências do universo do Homem-Morcego para o delírio dos fãs. Bane não consegue ser um Coringa de Heath Ledger, mas é um vilão bem carismático que desperta a curiosidade do espectador em descobrir um pouco mais de seu passado. Sua psicologia é totalmente diferente conseguindo ser infinitas vezes mais anarquista que o Coringa.
Christian Bale e Michael Caine entregam as melhores atuações de toda a série. Certamente deixarão saudades nos futuros filmes da franquia. Anne Hathaway também não desaponta como a Mulher-Gato do universo realista de Nolan – não espere ver algo inspirado em Michelle Pfeiffer aqui. O diretor entregou um trabalho que marcará essa fase contemporânea do cinema. Aqui, a mistura de imagens e sons é praticamente perfeita levando o espectador a se emocionar no cinema como há muito tempo não se via. E a trilha sonora de Hans Zimmer é só a cereja do bolo. As músicas desse filme são as melhores da série inteira assim como todo o trabalho de sonorização.
Nolan conseguiu mais uma vez e entregou um desfecho digno para o herói que agradará tanto fãs como espectadores ocasionais do herói das trevas. Só resta imaginar o que a Warner pretende fazer com o futuro dessa série bilionária, pois tenha certeza que não será a última vez que veremos Batman nas telonas nesse universo tão rico que Nolan criou. Enquanto isso deleite-se com o último filme do herói.
Deixe que ele ressurja daqui uns anos. Ele é o herói que o cinema merece, mas não o que precisa agora. Então vamos assistir a essa despedida, pois o filme cumpre mais do que havia prometido. Alguns irão condená-lo, mas ele não está aqui para ser um blockbuster “vingador”. É um protetor zeloso de uma arte fantástica. Uma arte capaz de emocionar até o mais rabugento dos espectadores. É algo que ficará marcado pelo resto da eternidade em diversas listas de cinéfilos verdadeiramente comprometidos com o cinema. São filmes como esses que compõe a trilogia que nos atraem de volta a boa e velha sala silenciosa e iluminada mesmo quando são comercializados “cinemas caseiros” nas lojas. São filmes como esse que nos fazem acreditar em uma arte que parece perdida em meio a tantos besteiróis americanos. Ele é um dos filmes que protegem a insígnia de qualidade do entretenimento que tantos querem e tão poucos têm.
Ele é o Cavaleiro das Trevas da sétima arte.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, EUA – 2012)
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan e Jonathan Nolan
Elenco: Christian Bale, Tom Hardy, Anne Hathaway, Michael Caine, Morgan Freeman, Gary Oldman, Joseph Gordon Levitt, Marion Cotillard, Ben Mendehlson,
Gênero: Aventura, Ação, Drama
Duração: 164 min