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Crítica | Norman: Confie em Mim

Se perguntassem para você agora o nome de um filme que Richard Gere tenha feito certamente você responderá Uma Linda Mulher, clássico da década de 90. Queira ou não o nome do ator americano hoje com 67 anos estará sempre associado ao clássico romance em que fez dupla com Julia Roberts. Estreia nessa quinta (04) o longa Norman: Confie em Mim dirigido por Joseph Cedar (Beaufort) e conta com o ator sessentão no elenco.

Na trama ele faz o papel de Norman Oppenheimer um homem solitário que vive na cidade de Nova Iorque e com seu carisma vive tentando fazer amizades com todos, sempre falante e alegre diz ter algum amigo influente e sempre tenta indicar para desconhecidos pessoas conhecidas que não são na verdade seus amigos. São pessoas que ele conheceu em algum evento e pegou o contato e acha que são seus companheiros.

Ele se torna amigo de um secretário da justiça de Israel, um político em declínio e sem importância, ele compra sapatos caros para ele na tentativa de começar a ter uma amizade. Tudo para ganhar uma certa influência no meio político. Diz que trabalha no setor financeiro e que conhece pessoas influentes e assim tenta impressionar o israelense.

O filme leva uma grande parte do tempo mostrando esse estreitamento do laço de amizade com o secretário Micha Eshel (Lior Ashkenazi) e nisso vamos descobrindo mais sobre o personagem de Richard Gere. Descobrimos que ele não quer ser influente no sentido de ser rico e famoso e sim quer ter amigos, pessoas com quem possa conversar e mostrar para outras que ele tem amigos, sendo quase sempre desconhecidas, quer mostrar que ele é importante e que pode ajudar sempre quando for possível. Por isso o subtítulo “Confie Em Mim”. Por sinal, sempre que tenta ajudar alguém algo dá de errado e são nessas horas que acontecem as cenas mais engraçadas.

Um salto no tempo é dado e três anos depois aparece o então secretário agora como um influente líder mundial e Norman acaba por encontrá-lo e o contato entre os dois é restabelecido outra vez. Lembre-se que Norman gosta de conversar com desconhecidos e nisso acaba por cair em uma arapuca. A uma dessas pessoas ele acaba por passar várias informações de quem ele era, quem eram seus amigos, quais contatos tem. Acontece que essa pessoa era do FBI e estava investigando um esquema de corrupção envolvendo o atual Ministro Israelense. O ditado popular “morrer pela boca” cabe bem nessa situação, Norman falou demais e acabou se dando mal por isso.

A questão é: O que deu na cabeça de Richard Gere ao participar desse longa? O filme não é ruim. É bom dentro da sua proposta, irá agradar alguns, mas outros sentirão falta de algo a mais. Esse algo a mais poderia ser Gere, mas não é. Um ator com uma história no cinema e uma reputação como a que ele tem deveria escolher melhor seus papéis. O que se percebe é que ele não faz filmes por ser bem pago ou porque vai interpretar um grande personagem. Ele trabalha porque gosta do personagem e não se importa se a produção vai bem ou não. Talvez esse seja seu erro, ele é um grande ator sim e bons filmes tem aos montes por aí, resta a ele escolher melhor o que quer interpretar.

Quanto ao filme Norman: Confie em Mim fica aquela sensação de que podia ser bem melhor do que é. Ele é engraçadinho, bem dirigido, mas ao tratar de temas como política e economia é necessário tomar cuidado para que tudo não fique chato e irracional. Exemplos como O Lobo de Wall Street e A Grande Aposta estão aí para provar que dá para fazer um longa com esse assunto sem perder o foco nem ter um ar de aborrecimento. Richard Gere precisa escolher melhor seus papéis, um ator com o carisma dele não pode trabalhar em produções de segundo escalão como O Benfeitor ou esse Norman.

Norman (Norman: The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer, 2016)
Direção: Joseph Cedar
Roteiro: Joseph Cedar
Elenco: Richard Gere, Lior Ashkenazi, Michael Sheen, Charlotte Gainsbourg, Dan Stevens, Steve Buscemi, Hank Azaria,
Gênero: Drama,
Duração: 117 min

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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