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Crítica | What If…? – 01×07: E se… Thor fosse Filho Único?

Odin, dai-me forças…

Um dos meus maiores problemas com a Marvel Studios está em seu senso de humor. Não me levem a mal, eu não acho que alívios cômicos são negativos quando bem usados; não precisamos ser 100% sisudos o tempo todo como alguns dos longas de Zack Snyder, por exemplo, mas o segredo está no equilíbrio das piadas com a dramaticidade. Em muitos filmes do MCU, me pego pensando que os roteiristas tratam seus grandes heróis como crianças presas nos corpos de adultos bombados e definidos, tanto pelo comportamento anacrônico quanto pelo texto imbecilizado.

Bem, senhoras e senhores. O mais recente episódio de What If…?, E Se… Thor fosse Filho Único?, faz dessa característica uma bandeira ufanista para apresentar uma das obras mais bestas que o Universo Cinematográfico da Marvel já viu até agora, independente da mídia em que for.

Em um título auto explicativo, o antepenúltimo episódio da antologia de animação imagina um universo em que Thor (voz de Chris Hemsworth) cresce sem seu irmão adotivo Loki (Tom Hiddleston), que aqui cresce com sua linhagem original de Gigantes de Gelo. Isso resulta em um Deus do Trovão ainda mais arrogante e orgulhoso do que aquele visto no filme de 2011, ao passo em que o Príncipe de Asgard aproveita a ausência de sua mãe para dar uma festa gigantesca em Las Vegas, na Terra, mas cujo nível de bagunça acaba chamado a atenção da SHIELD.

Indigno!

Dentre todos os episódios lançados até agora, este definitivamente é o que tem menos substância. Ao longo dos 30 minutos de duração, é simplesmente a ideia jovial de Thor dando uma festa por Vegas e outros pontos turísticos do planeta, onde o roteiro de A.C. Bradley e Matthew Chauncey se contenta em uma série de esquetes costuradas com o irritante Thor festeiro e incontáveis participações especais de outros personagens espaciais, como o Drax de Guardiões da Galáxia ou o Howard, o Pato dublado por Seth Green. O mais inacreditável é ver como Natalie Portman reprisa seu papel de Jane Foster em um projeto tão pobre e que consegue tornar a astrofísica ainda mais tapada do que em 2011 – e nem quero falar sobre Kat Dennings retornando como Darcy, um dos piores e mais óbvios elementos cômicos da franquia.

Se há um ponto alto nesse péssimo episódio, é a inesperada participação da heroína Capitã Marvel. Ainda que não conte com Brie Larson como sua dubladora, o bloco em que Thor e a Capitã trocam socos, golpes e poderes por diversos cantos do planeta é inspiradora, e aqui vi até mesmo as técnicas de animação irregulares da série ganharem mais cores e um estilo mais vivo. Realmente fascinante e divertido de se acompanhar, mas infelizmente dura pouco, já que a narrativa realmente prefere se resolver da forma mais infantil e decepcionante possível. O melhor episódio da série, aquele focado no Doutor Estranho, foi tão bom por ter coragem de trilhar um caminho diferente e oferecer um arco real para seu personagem. Quando este episódio acaba, nada mudou.

Eu já não era um fã da ideia de transformar o Deus do Trovão em um palhaço desastrado no sem graça Thor: Ragnarok, mas o que este mais recente episódio de What If…? faz com o personagem é algo realmente catastrófico; mesmo tratando-se de uma antologia que visa imaginar cenários alternativos. Um episódio tão fraco e sem objetivo que até mesmo seu final está interessado no (muito mais promissor) próximo episódio. 

What If…? – 01×07: E Se… Thor fosse Filho Único? (What If… Thor was an Only Child? EUA, 2021)

Showrunner: A.C. Bradley

Direção: Bryan Andrews
Roteiro: Matthew Chauncey

Elenco: Jeffrey Wright, Chris Hemsworth, Natalie Portman, Kat Dennings, Jeff Goldblum, Tom Hiddleston, Cobie Smulders, Samuel L. Jackson, Seth Green, Clark Gregg, Taika Waititi, Alexandra Daniels
Gênero: Aventura
Streaming: Disney+
Duração: 30 min

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Publicado por Lucas Nascimento

Estudante de audiovisual e apaixonado por cinema, usa este como grande professor e sonha em tornar seus sonhos realidade ou pelo menos se divertir na longa estrada da vida. De blockbusters a filmes de arte, aprecia o estilo e o trabalho de cineastas, atores e roteiristas, dos quais Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock servem como maiores inspirações. Testemunhem, e nos encontramos em Valhalla.

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