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Lista | 12 Diretores que fizeram seus melhores filmes em Sequência

Já não é nenhum trabalho fácil, nem até para um dos mais conceituados diretores de todos os tempos, em realizar um excelente e grande filme. Mas conseguir fazer vários deles um seguido do outro? É mesmo uma dádiva para poucos. Não só a mostra de um imenso talento como também a mostra de um artista dedicado à trazer o melhor resultado possível de sua obra. Talvez isso não se repita por toda uma carreira, mas todo grande diretor já teve sua grande fase onde conseguiu reunir seus melhores esforços para conseguir realizar um grande filme atrás do outro, e fazer parecer ser um processo tão fácil.

E essa lista se dedica exatamente para isso. Reunir alguns desses nomes mais inspiradores da arte cinematográfica até hoje, e que já conseguiram realizar esse incrível feito de manter uma alta qualidade em seus filmes em um período de grande inspiração em suas carreiras. E que marcaram assim a história com seus nomes e com seus grandes filmes.

Denis Villeneuve

Um dos talentos mais promissores que já apareceram nesse século, finalmente Denis Villeneuve após anos fazendo seus  pequenos filmes nunca bem reconhecidos, finalmente teve seu talento descoberto e explorado no início dessa década com uma subsequência de filmes que mostraram sua imensa habilidade de entrar em qualquer gênero que for e trazer o público consigo para dentro do mundo de seus personagens. Desde 2010 e até hoje com Incêndios, Os Suspeitos, O Homem Duplicado, Sicario: Terra de Ninguém, A Chegada e Blade Runner 2049 só mostraram um talento crescendo a cada filme e que nos deixa a vontade de ver até onde esse talento crescente vai e quais outros excelentes filmes vai entregar.

Woody Allen

Bem antes do estado constantes de ‘alguns amam e outros odeiam’ que os filmes do diretor recebem hoje, Allen já teve em seu ápice não uma, mas duas grandes fases de sua carreira onde conseguiu realizar seus melhores filmes em uma sequência quase imparável. Partindo do seu primeiro sucesso com Bananas em 1971 onde até em 1980 ele realizou Tudo o que Você Sempre quis Saber Sobre Sexo, O Dorminhoco, A Última Noite de Bóris Grushenko, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Interiores, Manhattan e Memórias (ufa). E que se não tivesse sido pela recepção dividida de Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão em 1982 ele teria continuado ido até 1989 fazendo outras de suas Obras-primas seguidas com Zelig, A Rosa Púrpura do Cairo, Hannah e suas Irmãs, Crimes e Pecados, entre outros. É muito filme excelente pra se fazer tantas vezes seguidas.

Werner Herzog

O louco que desbravou florestas, apontou uma arma para Klaus Kinski, fez de uma galinha o símbolo decadente do capitalismo, tudo isso e mais para dar vida às obras mais nuas e cruas à demonstrar e explorar a raiz da natureza humana nas telas do cinema. Uma loucura ou genialidade que garantiram a Herzog alguns dos dez anos mais frutíferos que um diretor já teve em uma carreira, onde entre 1972 e 1982 viu-se Aguirre, a Cólera dos Deuses, O Enigma de Kaspar Hauser, Coração de Cristal, Stroszek, Nosferatu: O Vampiro da Noite, Woyzeck e Fitzcarraldo sendo feitos. E cada um deles não são só cinema puro e bruto mas obras capazes de deixar uma marca eterna naqueles que os assistem. Depois desses, Herzog pode ter feito alguns fracos e outros bons, mas ele não deve mais nada à ninguém.

Steven Spielberg

Esse pode se gabar de ter no currículo alguns dos mais icônicos clássicos do cinema, assim como algumas obras frustrantes tanto para ele quanto para o público. Mas até Steven Spielberg dentre seus altos e baixos, conseguiu mostrar ter uma época frutífera de inspiração e obviamente ocasionou em alguns de seus melhores trabalhos. Com tudo começando em 1981 onde até 1989 o diretor se viu fazendo sua trilogia (sim trilogia) Indiana Jones com Os Caçadores da Arca Perdida, Templo da Perdição e A Última Cruzada. E intermédio à isso ainda fez E.T.: O Extraterrestre, A Cor Púrpura e Império do Sol. Impressionantemente pulando de gêneros e fazendo filmes que marcaram gerações até hoje.

Hayao Miyazaki

Nenhum outro diretor de animações pode se gabar de possuírem nem o talento ou o legado que Hayao Miyazaki construiu através dos anos com uma filmografia contendo vários dos melhores filmes de animações já feitos, contando histórias universais de sonhos, aventura, guerra, amor e natureza para todas as idades e sempre com sua magia crescente. Tanto ao ponto de podermos colocar aqui toda sua filmografia. Mas há de reconhecer a melhor fase de sua carreira onde entre 1984 até 2001 tivemos Nausicaä do Vale do Vento, O Castelo no Céu, Meu Amigo Totoro, O Serviço de Entregas da Kiki, Porco Rosso, Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro, seus melhores feitos um seguido do outro que já confirmavam seu status de mestre. E isso sem contar os outros excelentes filmes que fez até seu último grande Vidas ao Vento (pelo menos por enquanto) em 2014 que só prova que ele tem genialidade de sobra para por em prática.

Federico Fellini

Contendo uma filmografia carregada da personalidade tão única de Fellini de se fazer um cinema com uma alma viva e solta de amarras normativas,  com o tipo de filme que se não são idolatrados como obras-primas sagradas, são repudiadas por aqueles que nunca realmente abraçaram o estilo Feliniano de seu diretor. Mas no que diz respeito à suas obras mais elogiadas e idolatradas, Fellini conseguiu criar sua época de ápice quando entre 1957 à 1973 você conseguiu ver um diretor partindo das suas origens do neorrealismo Italiano e evoluindo para o seu próprio estilo cinematográfico. Indo de obras-primas como Noites de Cabíria, A Doce Vida, , Julieta dos Espíritos, Satyricon, Roma e Amarcord, feitas uma atrás da outra e que só consegue impressionar como mostrava um gênio em constante evolução e crescimento.

Alfred Hitchcock

Pode-se contar em vários dedos as várias obras-primas espalhadas pela extensa filmografia de Alfred Hitchcock, assim como também os filmes que passam longe do melhor de seu talento. Mas como todo grande mestre, houve um período muito especial na carreira de Hitchcock em que o icônico gordinho conseguiu fazer em sequência alguns de seus melhores e mais diversificados trabalhos. Onde entre 1958 e 1964 vimos o mestre revolucionando o cinema Noir com o macabro e trágico Um Corpo que Cai; o thriller espetacular de Intriga Internacional; o terror que marcou o cinema para sempre com Psicose; o filme que deu ao público o medo de pássaros para sempre com Os Pássaros; e um de seus mais intensos (e subestimados) dramas traumáticos com Marnie, Confissões de uma Ladra. Óbvio que ele tem outros excelentes filmes que fizera antes e depois disso. Mas cinco seguidos sem parar? Só mesmo uma lenda para fazer isso.

Andrei Tarkovsky

Conhecendo a filmografia inteira desse sujeito, sabem que não é exagero nenhum em considerar colocar todos os filmes que Tarkovski fez aqui, pois então literalmente o fizemos. Pois logo após seu incrível debut com A Infância de Ivan em 1962 e ter continuado até o fim de sua brilhante carreira em 1986, Tarkovski persistiu fazendo verdadeiras obras de arte como Andrei Rublev, Solaris, O Espelho, Stalker, Nostalgia e O Sacrifício. Que não só cumpriam a eterna proposta de seu diretor em criar pura e verdadeira arte na forma com que realizava seus filmes, mas conseguia transpor para tela toda sua alma e personalidade. Talvez o maior anseio de qualquer autor, se expressar de corpo em alma na sua obra, e assim Tarkovski o fez em todos os seus filmes de sempre grandíssima qualidade.

Stanley Kubrick

Poderíamos usar vários adjetivos para classificar Stanley Kubrick aqui. Transgressor, revolucionário, ousado, experimental, brilhante, etc. O fato é que todos servem mesmo para dizer o verdadeiro gênio que foi e com uma filmografia com raros tropeços mas na maioria das vezes, sempre constante qualidade. Claro que ele já havia feito grandes filmes já nos primórdios da carreira, junto de outros que dividiam opinião. Mas há de se reconhecer que foi logo após 1968 em que Kubrick fez sua grande leva de obras-primas clássicas até o fim da carreira em 1999. Começando por 2001: Uma Odisséia no Espaço e depois continuando com Laranja Mecânica, Barry Lyndon, O Iluminado, Nascido Para Matar e terminando com De Olhos Bem Fechados. Só nos resta imaginar o que mais de grande ele teria continuado a fazer após isso se ainda estivesse vivo.

Akira Kurosawa

Um mestre supremo em todos os sentidos, e que merece todos os adjetivos que lhe colocarem sobre seu uso revolucionário dos variados filmes de gênero em que ele pôs as mãos e constantemente transformou-os como sua eterna marca que inspirou e moldaram à tantas carreiras de outros cineastas. Levando em conta sua grande fase entre 1947 à 1963 onde todos poderiam ser citados como exemplo, mas basta reconhecer alguns como O Anjo Embriagado, Cão Danado, Rashomon, Viver, Os Sete Samurais, Homem Mau Dorme Bem, Trono Manchado de Sangue, Yojimbo e Céu E Inferno que para muitos formam sua linha de grandes monumentos cinematográficos. Isso sem contar outros filmes intermediários à esses como A Fortaleza Escondida, Anatomia do Medo e Um Domingo Maravilhoso que são tão grandiosos quanto, e que só cimentam o brilhantismo na carreira de Kurosawa que se refletiu em cada filme que fez até o final de sua vida.

Martin Scorsese

Talvez o maior cinéfilo vivo, e o cinéfilo que amou e compreendeu tanto os inúmeros clássicos que o moldaram o bastante para ele criar a sua própria marca de autor e colocar todo o brilhantismo que aprendeu na criação de seus filmes que viriam inspirar a tantos outros. Uma marca que poucas vezes se apagou ao longo de sua carreira, o bastante para o mundo ver Martin Scorsese ter mais de uma década fazendo grandes filmes em sequência no seu currículo. Onde podíamos facilmente citar sua fase entre 2002 e até hoje onde vimos Scorsese solidificando sua parceria com Leonardo DiCaprio e se adaptando muito naturalmente ao cenário atual do cinema com seus filmes Gangues de Nova York, O Aviador, Os Infiltrados, Ilha do Medo, A Invenção de Hugo Cabret, O Lobo de Wall Street e Silêncio. Mas nada cai tirar a importância de sua era clássica que moldou sua grandeza entre 1980 e 1995 com filmes que vão desde Touro Indomável, O Rei da Comédia, Depois de Horas, A Cor do Dinheiro, A Última Tentação de Cristo, Os Bons Companheiros, Cabo do Medo, A Época da Inocência e Cassino. Ou seja, uma filmografia com sempre constante qualidade marcante assim até hoje é pra poucos.

Charlie Chaplin

Com esse aqui poderíamos contar sua carreira inteira e já validaria como certo a imensa genialidade desse indivíduo tanto como ator quanto diretor, afinal o legado inteiro de Chaplin fala por si só. Mas se formos pegar um momento ímpeto e principal de sua carreira, onde ele partia de sua glória no cinema mudo e naturalmente entrou com louros de ouro na Hollywood clássica falada, sem dúvidas foi entre 1925 e 1952 onde o mundo recebeu obras-primas como Em Busca do Ouro, O Circo, Luzes da Cidade, Os Tempos Modernos, O Grande Ditador, Monsieur Verdoux e Luzes da Ribalta. Praticamente fazendo seus maiores clássicos disparados um a um. Precisa dizer algo mais?

Acha que deixamos algum diretor que sempre fez filme bom de fora? Não deixe de nos dizer qual.

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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