Atualização: Foi divulgada a causa da morte do cineasta Jean-Luc Godard. O diretor teve acesso ao suicídio assistido, um recurso legal na Suíça. “Ele não estava doente, apenas esgotado”, disse a família ao jornal Libération.
“Foi decisão dele e é importante que se saiba”. Outras pessoas próximas confirmaram a informação ao jornal francês.
O cinema perdeu um de seus mais importantes ícones nesta terça feira (13). Jean-Luc Godard, pioneiro da Nouvelle Vague Francesa morreu aos 91 anos, de causa ainda não divulgada.
Segundo a agência de notícias AFP (via The Guardian), Godard faleceu em casa, próximo de seus familiares.
Ele era crítico de cinema nos anos 1950 e 1960, trabalhando na Cahiers du Cinema e depois tornou-se cineasta.
Godard revolucionou as produções francesas como parte do movimento nouvelle vague (nova onda, em tradução livre), que pregava um espírito mais experimental mesmo em produções de grandes estúdios.
É dele a direção de diversos clássicos como Acossado (1960), Alphaville (1965), Viver a Vida (1962) e O Demônio das Onze Horas (1965), entre outros.
O estilo de Godard foi uma das maiores influências no Cinema Novo brasileiro, inspirando nomes como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Cacá Diegues, no que é um dos períodos mais celebrados da filmografia nacional.
Godard tem uma relação controversa com o Brasil, tendo uma passagem polêmica, com a proibição do longa Eu Vos Saúdo, Maria (1985), durante o período da Ditadura Militar.
O longa apresentava uma visão moderna (para a época) sobre a história da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo.
O último trabalho de Jean-Luc Godard em vida foi o documentário Imagem e Palavra, lançado em 2018.
O cineasta mantinha o experimentalismo até anos mais recentes, com projetos como Adeus à Linguagem (2014), filme quase completamente mudo, abordando apenas um casal e um cão.