Raphael Klopper
Já que voltou a ser, ligeiramente, permitido a gostar de Johnny Depp publicamente depois de eventos recentes no qual você com certeza já esteve a par; decidimos vir aqui reunir uma listinha te lembrando um pouco do porque Depp é encarado e louvado com tanto carinho e tamanho fenômeno entre seus milhares de fãs, e com sua própria pequena marca na história do cinema.
Não exatamente suas melhores performances ou todos os melhores filmes no qual ele participou, mas em destaque, alguns de nossos favoritos e os filmes especiais no qual ele fez parte e sua presença os tornou ainda mais memoráveis!
E eis aqui quais são:
Era uma Vez no México (2003)
Quando chegou ao terceiro filme da trilogia do México / El Mariachi de Robert Rodriguez, o elenco de vários nomes e orçamento maior contribuíram para um filme mais expansivo em ambição, mas longe de ter o mesmo charme filme B barato e completamente autoconsciente de tudo isso sem soar bobo, e se divertindo consigo mesmo como seus antecessores. Um tanto inchado e bagunçado em sua estrutura, mas eis que vem uma das novas adições a essa história avacalhada de vingança, ação, romance e caixas de guitarra armadas, Sands interpretado por Depp, um assassino de aluguel cego e coberto de diálogos dignos de Tarantino, facilmente o melhor e mais interessante da nova trupe que engole o filme a cada cena em que aparece e o torna cem vezes mais divertido e interessante!
Janela Secreta (2004)
Quanto menos se falar da trama e da reviravolta final despirocada que consegue deixar todo mundo zureta da batatinha em uma mistura de choque, estranhamento e puro deleite de tão sombriamente hilário que consegue ser, melhor para a experiência no todo. No geral, um filme bem simples, uma adaptação de Stephen King decente e um mistério quase monótono, ancorado por algumas performances intrigantes e Depp que torna tudo já dito aqui 100% vezes mais loucamente interessante. É um filme performances completamente esquisitos, mas que não deixam até hoje de fascinar!
O Último Portal (1999)
A premissa é exagerada e intrigante o suficiente para se auto vender: Depp estrela o papel principal de um detetive de livros desvendando segredos satânicos por trás das três últimas cópias sobreviventes de um livro supostamente escrito pelo próprio Lúcifer. Me diz se você já não está automaticamente intrigado?! É infelizmente um dos filmes de Roman Polanski pouco lembrados e onde se encontra o diretor se divertindo com o gênero de forma quase autoconsciente: a cena intro já te alça pela alma; o clímax envolvendo um do culto de acampamento é pra invadir seus pesadelos; o ritmo flui consistentemente de forma cativante e Depp no meio de tudo se deixa levar pela brincadeira novelística da narrativa, carregado de uma forte aura de humor negro permeando toda a premissa.
Homem Morto (1995)
No que talvez seja a obra-prima do para sempre esnobado Jim Jarmusch, Homem Morto traz um cenário do velho oeste decaído de corpo e alma, um senso de humor peculiar e fora do comum, imagens alegóricas, diálogos poéticos dignos de um Bergman moderno, e no centro de tudo Depp em uma de suas mais doces atuações como um completo ninguém em busca de algo que nem ele mesmo talvez saiba, que você completamente se apaixona desde o início ao fim!
Donnie Brasco (1997)
Só de ter Johnny Depp contracenando com Al Pacino já deveria ser o suficiente para vender o filme. Mas de boa sobra restante, o que você encontra aqui é um filme policial/gangster astuto, bem conduzido em todos os departamentos narrativos e de direção. Que só não se tornou um clássico mais prestigiado do gênero porque talvez não fora encabeçado por um diretor de maior renome, o que é triste pois é um tremendo filmaço! E claro, Depp está ótimo em um papel do herói banal que te insere nesse universo mas que você começa a questionar até que ponto suas ações foram justas quando você se vê amplamente apegado pelo Lefty de Pacino.
Trilogia Piratas do Caribe (2003 – 2007)
Sim trilogia, aqui nós decidimos com consciência e sem arrependimentos que se estamos falando de Piratas do Caribe é só os três primeiros filmes que devem ser considerados como o essencial do capitão Jack Sparrow na telona. Ora porque o quarto filme foi sofrível e o quinto pra, além disso, ainda trouxe Depp já completamente desinteressado no papel o que é deprimente demais de se assistir. Já nos três filmes dirigidos por Gore Verbinski, não só tivemos essa trilogia swashbuckler clássica vendida como blockbuster épico maravilhosa e icônica, como também tivemos a icônica transformação de Depp no papel do icônico capitão que vai muito além de um mero alivio cômico ambulante como muitos decidem taxar.
Há uma entrega ao humor físico que remete demais ao cinema clássico em sua performance; os seus maneirismos que passam por mera esquisitice, é completamente pensando por uma personalidade absolutamente criada para ser excêntrica por natureza, mas sem perder o fio da meada de estar sempre dois passos a frente de todo mundo, sempre escapando por um triz, salvando sua vida só na lábia atrapalhada. É talvez o anti-herói mais adorável porque ele não consegue de irritar com esse ser irritante que ele é por natureza, apenas encantar e garantir entretenimento de primeira categoria. Insuperável!
E claro, simbora para os filmes da parceria com Tim Burton:
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007)
O musical gótico de vingança onde Depp talvez ofereça a sua performance mais forte de sua ilustre carreira, tornando Sweeney Todd completamente seu, além de sua voz, maquiagem e até maneirismos se adequarem perfeitamente à complexidade de seu personagem, coberto de raiva e melancolia, você o teme como você sente por ele. De extra você tem um musical sanguinolento recheado de músicas memoráveis, e isso é só de bônus!
A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (1999)
A carta de amor caótica e perturbadora apaixonada de Tim Burton para os clássicos Monstros da Universal e do período das produções Hammer, com todo o sangue vermelho brilhante, atmosfera sombria, efeitos questionáveis, atuação piegas e um senso de humor sombrio e exagerado, com elementos que se estendem do horror do período gótico com uma pitada de Giallo de Mario Bava, tudo reunido em um se misturando com as marcas registradas usuais de Burton além de ser completamente demente, piegas, mórbido e com um pé pesado no sobrenatural, com o direito de ter árvores com raízes que sangram, florestas densas encharcadas de escuridão, bruxaria, e tudo é tratado como um drama de época misturado a uma investigação para desvendar a fonte de todo o mal. E você tem claro o Ichabod Crane de Depp, fazendo quase um Sherlock Holmes americano mais afeminado, longe do típico heróico sendo um magricela, esguio e covarde, supersticioso, infiel e limitado na lógica, mas lentamente aceitando o sobrenatural como uma força a ser enfrentada.
Ed Wood (1994)
Outra carta de amor de Burton, dessa vez ao próprio cinema em si, e o cinema que o inspirou: não só os grandes clássicos renomados, mas aos filmes B, considerados “menores”, e nada melhor do que senão através do considerado Rei dos mesmos presente na figura de Ed Wood. Onde a atuação de Depp no papel titular pinta um retrato gracioso e simpático do homem, que, embora omita algumas das partes mais sombrias de sua vida, realmente captura a essência do que era seu trabalho inicial: confiando em si mesmo e aspirar pela paixão do cinema para continuar a criar sem parar, não importa os limites. Lindo é pouco!
Edward Mãos de Tesoura 1990
O papel que o lançou ao estrelato, e o filme que muitos (com razão) guardam com imenso carinho no coração. O Frankenstein para a família toda; a versão definitiva da narrativa do outsider mal compreendido que Burton hora ou outra volta a explorar. Mágico, sombrio, mórbido e encantador na mesma medida, poucos filmes são iguais ou comparáveis à este! E dizer que parte se deve a performance mortificada em doçura, mistério e melancolia de Depp como o personagem titulo não seria nenhum exagero em afirmar!
Deixamos algum de fora?! E qual o seu favorito do ator?!
