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Artigo | Primeiras Horas em No Man’s Sky (PS4)

Caso você não esteja vivendo debaixo de uma rocha nos últimos vezes, você com certeza ouviu falar do ambicioso No Man’s Sky estúdio independente Hello Games.  O jogo é um simulador que permite ao jogador exploração espacial, incluindo pousar em planetas e visitar novos sistemas solares.  Jogos com temática espacial não são novidade. DestinySpore e a bem sucedida trilogia Mass Effect estão aí para nos provar que esses jogos nunca saíram de moda. O que torna No Man’s Sky diferente é justamente seu escopo: são mais de 18 quintiliões de planetas a disposição, distribuídos em vários sistemas solares diferentes, cada um com sua fauna, flora, clima e topografia própria. Associado a este vasto universo, temos também liberdade para combate, negociações, personalizações e muita viagem espacial.

Hoje, iremos comentar aqui sobre as primeiras horas, jogabilidade, conteúdo e gráficos, usando o console PS4 para análise.

Terra de Ninguém

O nome do jogo se baseia no termo norte americano “No man’s land” que geralmente se refere à um local de guerra sem dono ou em conflito. Também pode ser usado para descrever uma terra ou área que não pertence a ninguém, é inabitada ou não desejada. Nome que serve perfeitamente para descrever o ambiente do jogo. Já nas primeiras horas, você se encontra em um planeta deserto, com sua nave destruída e sua roupa espacial precisando de certos componentes para funcionar apropriadamente. Apesar deste ter sido o meu começo específico, outros jogadores iniciando o jogo podem ter pequenas variações quanto ao início. Isso torna a experiência de cada jogador única e pessoal.

Neste primeiro contato com o planeta, nota-se que o jogo foi produzido por uma empresa independente. O ambiente e vegetação tem desenhos e cores mais artísticas do que encontramos no gênero. O terreno onde me encontrava possuía uma forte cor amarelada, que se transformou em púrpura ao cair da noite. As flores, árvores e animais tem cores também, com alta saturação. Em questão gráfica, porém, ao se aproximar muito para enxergar os detalhes, consegue-se ver que os desenvolvedores não investiram em alta renderização. Games de alguns anos atrás como Skyrim, por exemplo, possuem gráficos muito mais detalhados. Mas este é um problema fácil de ser relevado quando consideramos a quantidade absurda de exploração a ser feita.

A busca pelos recursos para reparar e abastecer minha nave se dá de forma fluída. Ao pressionar L3, meu traje lança um sinal fazendo um scan da área, mostrando vários pequenos quadros para coleta de recursos. Ao caminhar para a direção deles, um mostrador em quadro me mostra a distância em minutos que estou do local. Algo novo, considerando que é costumeiro em jogos assim vermos a distância em pés, metros ou quilômetros.

No começo, temos uma pequena pistola que dispara laser. É com ela que fazemos toda a mineração de recursos e nos defendemos de inimigos que possam nos atacar, como pequenos drones de vigilância. Durante essa exploração inicial, encontramos também uma pequena torre enviando um sinal. São indícios de vida inteligente no planeta.

Ao reparar minha nave, posso fazer voos curtos dentro do globo que estou localizado. A primeira direção dada a mim pela interface é uma pequena base, a alguns minutos de distância. Como estou com nave, os minutos se transformam em segundos, tornando a mobilidade aérea muito útil.

Interface

Sobre a interface inicial, a primeira coisa que pode lhe vir à mente é que pegaram alguns elementos de Destiny. Não é só impressão. A interface dos menus de inventário (que é o mais utilizado no jogo) é totalmente igual.

Desde o menu que parece flutuar sobre a tela quando você move os controles, até os botões que você precisa manter pressionado por alguns segundos para efetuar o comando, é como se eu estivesse jogando o famoso multiplayer da Activision. No entanto, vale comentar também que de forma alguma isto seja um demérito. A interface é excelente, simples e intuitiva. É objetiva. Com poucos minutos o jogador já deve se sentir em pleno controle das trocas que ocorrem entre o armazém pessoal e o da nave. Inclusive o sistema de criação de itens, geralmente um sistema difícil de elaborar sem deixar complicado, é extremamente ágil. Eu particularmente sempre evito criar equipamentos ou melhorar os mesmos em qualquer jogo por falta de paciência com a mecânica, muitas vezes burocrática ou complexa. Com No Man’s Sky, o processo é divertido e atraente, incentivando o jogador a estar sempre atento para melhorias.

A única coisa que faltou de fato, nessas telas, é a opção de checar suas quests e colocar marcadores no que considera necessário. Talvez isso se deva ao fato de que não existem quests secundárias. Mesmo assim, várias vezes me peguei tentando achar o que eu precisava fazer em seguida, sem sucesso. Tive que esperar até o sistema me mostrar novamente o objetivo, por conta própria.

Jogabilidade

Em termos de jogabilidade pode-se dizer que a Hello Games conseguiu deixar exploração espacial muito convidativa. Os botões para decolar do planeta, sair de órbita, ativar velocidade máxima, combates e exploração, são intuitivos e não exigem demais dos jogadores. Com facilidade consegui me mover, correr, pular e usar o jet pack para chegar aos recursos que precisava minerar. Acaba sendo muito gratificante parar em um planeta e pousar em qualquer lugar que você quiser, sair andando para encontrar equipamentos e plantas para desenvolver novos materiais.

Por falar em gratificante, No Man’s Sky lhe permite nomear absolutamente tudo, contanto que você tenha sido o primeiro a achar. Isso vale para sistemas solares, planetas, bases dentro dos planetas, plantas, rochas e animais. Acabei de finalizar minha sessão depois de colocar o nome de meus irmãos em planetas que compunham o sistema solar que batizei com meu sobrenome. Além de rir sozinho batizando um animal que parecia uma mistura de ovelha com tatu andando de nariz empinado de “Eu me Acho”, o próprio jogo lhe premia por fazer upload das descobertas e catalogar espécies raras dentro dos planetas. Ou seja, você pode passar uma meia hora explorando um planeta, catalogando espécies de plantas e animais com seu binóculos e, antes de sair do jogo, registrar seus achados na internet para recolher os prêmios, que lhe são entregues na moeda do jogo. Novamente, a interface simples e rápida ajudam ao não deixar esse processo moroso ou repetitivo.

É uma pena que com tanta exploração e interatividade, o que concerne o personagem seja totalmente esquecido. Se passando inteiramente em primeira pessoa, não podemos customizar rosto, roupas ou corpo. Também durante explorações espaciais não conseguimos alterar a câmera para apreciar a vista do universo. Fica sempre em primeira pessoa, mesmo dentro da nave. É uma limitação desnecessária que prejudica o elemento exploração. É provável que a intenção seja habilitar o jogo para realidade virtual, onde os aspectos de customização do personagem e terceira pessoa sejam desnecessários. Mesmo assim, eu entendo como uma oportunidade perdida da Hello Games.

História

Para um jogo deste tamanho e porte, com certeza um modo história é necessário. O objetivo apresentado à mim até o momento é chegar ao centro do universo. Mas outras perguntas e situações chegam ao jogador de forma interessante. Existem mistérios por trás das raças deste vasto espaço, falando línguas inteligíveis e com estações espaciais espalhadas pelo jogo. Ou seja, existe certa civilização controlada por IA dentro do jogo. Você encontrará alguns aliens que lhe permitem negociar ou te entregarão itens pertinentes à sua jornada. Seu personagem tentará entender o que eles falam através da observação dos gestos e expressões. Com o tempo, você aprenderá algumas palavras em “Pedras de Conhecimento”, facilitando a comunicação com os mesmos e lhe permitindo melhorar sua reputação com as respectivas facções.

Os alienígenas são sempre bem diferentes e únicos, no entanto, as estações espaciais destoam muito da diversidade que o jogo apresenta em tantas áreas. Com construção externa diferenciada, o interior das estações é exatamente igual. Só muda a cor. Até o design interno, linhas, escadas, portas… É sempre a mesma coisa.

Um Universo à Disposição

O mapa inteiro pode ser explorado a fundo, permitindo ir à qualquer ponto desejado

No Man’s Sky chega cheio de ambições e muita expectativa. Com lindas paisagens e um universo tão rico, este simulador espacial impressiona a cada planeta visitado. Algumas vezes me peguei apreciando o design de uma planta ou animal, impressionado com a criação caprichada. Existem cavernas com plantas que brilham, penduradas no teto. Em outro planeta talvez você queria explorar o interior do mar e encontrará coisas novas que nunca ainda viu no jogo. Realmente, é um deleite. Para o jogador que gosta de explorar, viajar e traçar sua própria aventura, eu enxergo como um prato cheio. Desde pequeno eu espero por um jogo desse tipo e com essa dimensão. Fãs de jogos independentes ou com inclinação artística também devem apreciar.  No entanto, para um jogador que precisa de ação ininterrupta, uma história linear ou até mesmo sagas secundárias para aproveitar um jogo, No Man’s Sky pode decepcionar. De qualquer forma, vale a experiência.

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Publicado por Lucas Voltolini

Eu escrevo sobre filmes, jogos e dou uns pitacos sobre a indústria do entretenimento sempre que posso

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