Crítica | Reality Z - Apocalipse Zumbi no Brasil Sem Sustos

O gênero de terror já há algum tempo vem caindo no gosto do público por sua dinâmica de fácil compreensão e simplesmente por imaginar como seria o mundo se acabasse em um colapso generalizado, e se todos os humanos tivessem que sobreviver em situações limite, com pouca água, comida e outros poucos recursos como luz e remédios, além de ter que aprender a usar armas, um item que pode ser bastante útil contra hordas de zumbis, mas que também pode ser usado contra bandos armados de humanos que tentam roubar de outros humanos os recursos básicos para sobreviver.

E é exatamente nessa linha, ou pelo menos há uma tentativa de seguir nesse caminho, que a série Reality Z pensa em imaginar como seria o apocalipse zumbi caso ele ocorresse no Brasil. Na realidade, é a primeira grande produção, não apenas da Netflix, mas de uma grande distribuidora, que permite interpretar como seria o caos com os mortos-vivos no país. Até então já foi possível ver ataques zumbis nos mais diversos países e continentes, mas no Brasil, e na magnitude apresentada como em Reality Z, ainda não.

A trama principal, pelo menos a dos episódios iniciais, gira em torno de um grupo que está participando de um reality show, e na mesma época começam a acontecer ataques zumbis pelo país, mas o foco está no pessoal preso dentro da casa. Uma ideia bastante interessante e que é inspirada na minissérie de sucesso Dead Set (2008), mas há tantas falhas na série original da Netflix, que nem de longe lembra a produção inglesa.

A começar que falta realismo em Reality Z para fazer com que o público acredite que aquilo tudo realmente é um apocalipse zumbi. É tudo muito teatral, inclusive os zumbis, que lembram mais atores vestidos de pegadinhas do Silvio Santos e fazendo um som horrível, feio. A ideia é que o zumbi assuste não apenas os personagens que ali estão, mas também transpareça um mínimo de qualidade quanto a veracidade de que aquilo é real para o público também, e não é isso que parece estar acontecendo assistindo ao seriado.

Dead Set, a minissérie que deu origem a Reality Z, tinha um que de assustador, a começar pela sua atmosfera claustrofóbica criada pelo reality show. O roteiro ao colocar todos presos e imaginar que não tinham para onde fugir era algo assustador, e também o ar de suspense e de que o mundo fora daquele lugar acabou e só existia aquela casa segura deixava tudo ainda mais apavorante. Na série dos diretores Cláudio Torres (Sob Pressão) e Rodrigo Monte (Magnífica 70), que também trabalharam como roteiristas da produção, faltaram em trabalhar esse aspecto em relação ao terror, até porque eles souberam criar um aspecto caótico em relação ao isolamento dos participantes, mas já em relação a criar um medo que pudesse assustar ao espectador, isso passou longe.

Os zumbis está muito atrelado ao gênero de terror, e ele funciona no primeiro episódio, pelo menos, quando há todo o suspense do que iria acontece, mas os diretores erram muito a mão e provavelmente isso tem a ver com a falta de experiência da dupla de cineastas. Torres e Monte criaram uma obra que não assusta em nenhum momento, as situações lembram as da série The Walking Dead, em que os zumbis são vencidos com grande facilidade, mesmo que os diretores decidam matar muitos dos personagens principais, isso não ajuda a fazer com que essas situações mudem, pois muitas delas continuam ridículas ou até mesmo bobas.

O humor é outro gênero que geralmente tem seu lugar nas produções de zumbis. Filmes como Todo Mundo Quase Morto (2004) e Cooties: A Epidemia (2014) mostram que a comédia bem trabalhada consegue ser uma parte a mais do roteiro. Reality Z acerta em alguns momentos, com um alívio cômico que funciona, principalmente nos primeiros episódios e com os personagens certos, os participantes do reality show, depois que há uma troca de elenco os diretores se perdem e o humor é abandonado até que é completamente deixado de lado. O humor estava funcionando e ele ajudava a fazer o espectador a ficar mais pregado na trama, principalmente porque a série não tinha uma história interessante.

Na realidade, não dá para entender o que os diretores quiseram fazer em relação a narrativa. A série começa de um jeito e termina de outro, e isso fica claro em vários momentos da trama, o que deixa claro que o roteiro está sem foco e a dupla de cineastas perdidinhos em não encontrar um caminho para sair daquela situação em que enfiaram os protagonistas. Os erros do roteiro vão de encontro com duas situações apresentadas que ficam evidentes com o andamento da narrativa, criando dois rumos distintos com histórias e personagens diferentes, até parece que foram filmadas duas minisséries diferentes e depois na pós-produção juntaram tudo.

Até o quinto episódio reinava na série - e se imaginava que seriam os protagonistas -  a galera do reality show, mas de uma hora para a outra, os diretores simplesmente abandonam essa turma que estava tirando de letra o protagonismo, pois eram personagens interessantes e os atores eram carismáticos, fizeram isso para colocar na história o político e a engenheira salvadora da pátria e um policial corrupto. Não dá para entender o porque dos cineastas terem feito essa escolha, fora que depois que esse grupo predomina na casa e a série se torna monótona, chata e sem sentido, fazendo assim com que perdesse a atenção do público.

De todos os personagens os mais interessantes e os que mais cativaram ao público são os já mencionados participantes do reality show, portanto, o que dá para se tirar de conclusão é que a produção tem como principal acerto que o elenco funcionou como o um grupo, mas pecou por não ter grandes interpretações particulares. Há poucos momentos de destaques como a boa atuação de Julia Ianina, no papel de Cristina e de Guilherme Weber como Brandão, de resto é um apanhado de interpretações forçadas e caricatas que lembram a atuações rasas de novelas

A Netflix tem potencial para fazer uma série nacional de terror com zumbis que seja realmente assustadora, só precisa achar o tom certo e tocar o barco. No catálogo da própria plataforma de streaming há um seriado original da Netflix chamado Black Summer (2019) que é bastante interessante e que deveria servir de referência para os diretores brasileiros. Reality Z poderia ser uma ótima série, mas que não tem nada de original e que não traz nada de novo para o gênero.

Reality Z (idem, Brasil – 2020)

Criado por: Cláudio Torres
Direção: Cláudio Torres, Rodrigo Monte
Roteiro: Cláudio Torres, Rodrigo Monte
Elenco: Ravel Andrade, Carla Ribas, Ana Hartmann, Luellem de Castro, Emílio de Mello, Julia Ianina, Pierre Baitelli, Guilherme Weber, Pierre Baitelli, Natália Rosa, Hanna Romanazzi, Gabriel Canella, Leandro Daniel, João Pedro Zappa, Wallie Ruy
Emissora: Netflix
Episódios: 10
Gênero: Comédia, Horror
Duração: 30 min. aprox.

https://www.youtube.com/watch?v=9Cl65Z6WUfo


Crítica | Space Force - Uma Comédia que Decola

Viajar para o espaço sempre foi um sonho para o homem moderno, que passou anos imaginando métodos de se chegar o mais longe possível da Terra e mil e uma maneiras de conquistar os astros. E o mais longe que nós, os terráqueos já conseguimos ir, foi até o solo Lunar, local que ainda há o sonho de retornar algum dia. É exatamente sobre essa e outras questões que a série Space Force, produção da Netfflix, realiza uma convincente sátira a respeito de uma organização espacial ligada às forças armadas americana.

As viagens ao espaço sempre tiveram seu público fiel no audiovisual, seja nas produções de TV com Perdidos no Espaço (1965-1969) ou com Battlestar Galactica (1978-1979), e principalmente nas salas de cinema com clássicos atemporais como 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) ou com Star Wars (1977). O período da Guerra Fria, em que EUA e União Soviética brigaram para saber quem iria predominar no espaço e também para saber quem iria chegar ao cosmo primeiro, além de outras situações unilaterais envolvendo o espaço, como a espionagem espacial, segredos de Estado e os projetos bizarros espaciais. Todas essas questões estão no humor apresentado por Space Force e é exatamente este um dos principais fatores que deixam a série mais atraente para o público.

O time de roteiristas do seriado (entre eles Steve Carell deixa bem claro desde o início que o objetivo da produção não é o de levar a trama a sério, pois o humor empregado é daqueles ao estilo vergonha alheia, com situações em menor grau dos presenciados em outra série em que Carell esteve presente: The Office. O humor é parecido, e provavelmente os roteiristas quiseram aproveitar a fama do personagem de Carell para trazer mais força para a produção e também para que o próprio ator se sentisse mais a vontade em um papel que já fez no passado. Claro que o personagem não é igual, é muito diferente do já visto no passado. Mas o humor da série passa pelo o que o protagonista faz e pelos absurdos que beiram ao ridículo que o General Mark R. Naird, seu personagem, faz com toda a sua equipe.

Muito do humor da série está atrelado não apenas nas situações do dia a dia da Space Force, mas também com a sátira relacionada com as questões presente nos nossos tempos, como a do Twitter em clara menção ao presidente americano Donald Trump e ao uso incessante da rede social pelo mesmo, é uma sacada brilhante dentre muitas outras que a produção da Netflix tem. Isso só mostra como o roteiro do seriado é arrojado em criar idéias que se não são sublimes, pelo menos dão um jeito de fazer o público rir, e esse é o principal objetivo de uma série de humor.

As piadas feitas ou algumas das tiradas estão no seriado com o objetivo de ridicularizar o programar espacial americano e principalmente a motivação que as forças armas teriam isso na série, para querer tanto levar armas para o espaço. É algo bastante ficcional, mas é uma clara crítica ao estado armamentista que impera no país que vê tanta obviedade em querer usar armas que precisa as levar para o espaço, um local que nem pessoas têm para usá-las.  Essas e outras mensagens são um dos pontos positivos de Space Force, que mostra a força do roteiro em não ser apenas uma série de comédia, mas que há algo a mais por trás daquele humor, que há uma crítica também ao governo e principalmente ao programa espacial, sobram alfinetadas e cenas bizarras, até mesmo com um macaco sendo enviado ao espaço e ensinado a arrumar um satélite, em uma cena surreal e ridícula e engraçadíssima.

Outra ideia interessante foi colocar os astronautas desta vez em um enfrentamento novamente pela lua, mas desta vez contra os chineses. Nada mais atual que um confronto contra a China, em uma época em que se aflora mais em mais os ânimos contra os chineses e mais e mais se esquece aquele passado de brigas contra a antiga URSS. Essa questão de colocar um espião, um inimigo invisível dentro de um órgão governamental é que poderia ter sido mais bem explorado e que poderia ter rendido melhores cenas de humor se não o roteiro não tivesse perdido tanto tempo com tantas subtramas, principalmente da filha do General Mark R. Naird e do personagem F. Tony Scarapiducci.

Quanto aos personagens, alguns são bastante interessantes, o já mencionado General Mark R. Naird, protagonista que é interpretado por Steve Carell não traz os vícios nem caras e bocas da série The Office, e tem uma atuação convincente, seu personagem é um pouco diferente, talvez por isso algumas pessoas sintam alguma diferença ao clássico Michael Scott. John Malkovich é outro acerto fazendo o papel do Dr. Adrian Mallory, seu personagem não tem tanta substância assim e não é tão desenvolvido como se imaginava que seria, até suas subtramas são apagadas em relação a outros personagens. Mas a grande decepção está com Lisa Kudrow, não pela sua interpretação e sim pela sua personagem, foi pessimamente explorada e jogada de lado pelos roteiristas, aparece em poucos momentos, na realidade, a figura feminina de destaque são Diana Silvers interpretando a filha de Carell e Tawny Newsome, fazendo o papel da capitã Angela Ali, mas mesmo assim, Kudrow merecia mais tempo de tela.

Com uma trama arrojada e piadas inteligentes Space Force é a série que os fãs gostariam de assistir, não apenas os que ficaram órfãos de The Office, mas os que curtem comédia em geral. Os episódios não são tão curtos quanto os de costume, alguns com mais de 30 minutos, mas não são episódios cansativos, o tempo passa tão rápido que nem se percebe quando acabar.

Space Force (idem, EUA – 2020)

Criado por: Steve Carell, Greg Daniels
Direção: Paul King, Tom Marshall, Dee Rees, Daina Reid, Jeffrey Blitz, David Rogers
Roteiro: Steve Carell, Greg Daniels, Aasia LaShay Bullock, Owen Daniels, Yael Green, Connor Hines, Maxwell Theodore Vivian, Shepard Boucher, Brent Forrester, Lauren Houseman, Paul Lieberstein
Elenco: Steve Carell, John Malkovich, Ben Schwartz, Diana Silvers, Tawny Newsome, Jimmy O. Yang, Don Lake, Owen Daniels, Hector Duran, Dan Bakkedahl, Spencer House, Lisa Kudrow, Jessica St. Clair, Punam Patel, Alex Sparrow, Jane Lynch, Patrick Warburton, Diedrich Bader, Noah Emmerich
Emissora: Netflix
Episódios: 10
Gênero: Comédia
Duração: 30 min. aprox.

https://www.youtube.com/watch?v=Au7rXMuzYQQ&t=58s


O Início do Fim de Um Sonho | O Final Explicado de Vivarium

Com Spoilers

O sonho da casa própria tão poucas vezes foi tão bem apresentado de forma tão realista como o mostrado no longa Vivarium, o segundo trabalho do diretor Lorcan Finnegan, que trabalhou no roteiro em parceria com Garret Shanley.

A produção que não tem uma pegada sobrenatural, mesmo sendo do gênero de horror e também não apela para o sangue nem para a violência, traz uma história original e interessante a respeito dos valores da família, e tem por traz uma sacada a respeito de um plano megalomaníaco de alienígenas em estudar o comportamento humano.

A narrativa soa bastante superficial em não desbravar alguns elementos e não se aprofundar em desenvolver certas situações, até porque há certa necessidade em deixar tudo em aberto para fazer com que o espectador quebre a cabeça e pense a respeito do conteúdo assistido. E por isso mesmo, nos tópicos abaixo, iremos explicar os momentos mais complicados do filme.

Viveiro

Gemma (Imogen Poots) e Tom (Jesse Eisenberg) são um casal que têm o sonho de adquirir a casa própria e assim, no futuro, ir morar juntos e ter uma família, com tudo o que tem direito, até mesmo ter um filho planejado no meio desse seio familiar que pode ser estruturado.

Logo no início, quando Gemma sai do seu trabalho na escola e encontra Tom descendo da árvore já há indícios do que viria pela frente. Um pássaro cai da árvore, não pela ação de Tom que está aparando as folhas e sim por outro motivo. E é esse motivo que irá funcionar mais como uma metáfora para o que os dois irão encontrar pelo caminho, e que na realidade é algo bem complicado de se entender, que acaba por traçar uma das grandes sacadas do roteiro.

O diretor foi buscar a sua inspiração na natureza para pensar muitas das reflexões do filme, até mesmo o título da produção em si, o Viveiro que será debatido mais adiante como um experimento em si.

O casal sai à busca da casa própria e acaba por cair na imobiliária de um homem bastante extravagante. Ele os leva para um local longe da cidade com a promessa do lugar ser um paraíso, onde poderão viver o resto de suas vidas em tranqüilidade. Ao chegar percebem que todas as casas são simétricas, tanto a arquitetura quanto as ruas, o silêncio se iguala, as dimensões também, algo de estranho há naquele bairro, mas o casal não percebe e continua a visita pelas ruas adentro até conhecer a sua casa, e ironicamente, ficar preso da própria casa, não no sentido literal, pois podem sair dela, mas não conseguem sair daquele bairro, pois ele não tem fim, e sempre vão parar na mesma casa: a deles.

Ali recebem a missão de cuidar de uma criança, mas o filme não dá muitos detalhes da origem dessa criança, quem é ela, de onde veio e o porquê eles precisam fazer isso para poder sair de lá, nem o motivo de não conseguirem ver nenhum de seus vizinhos e do por que não conseguirem sair do local.

Sequestro Alienígena

Na realidade, Vivarium tem como tema principal a ideia de seqüestro alienígena, e isso fica bastante claro com o passar do tempo. Voltando para a cena inicial, aquela da árvore que parecia não ter importância nenhuma, do pássaro que caiu da árvore quando Tom a aparava. Ela tem muita importância para entender a criança como sendo um alienígena e também um corpo estranho no relacionamento e no âmbito familiar que havia se criado entre Tom e Gemma, ou uma tentativa de família e também para entender todo o sistema alienígena que se emprega no filme e a ideia de seqüestro alienígena.

Na natureza existe um pássaro chamado cuco, ele tem uma estratégia que pode ser considerada maléfica, coloca no ninho de outros pássaros um de seus ovos junto com o de outro pássaro que não está tomando conta do ninho no momento. Quando a ave retorna não percebe que tem um ovo diferente de outra junto com a sua. O problema é que o ovo do cuco é maior que o de muitas outras aves e geralmente nasce também antes que a ninhada do pássaro que está chocando. A mãe não distingue a diferença entre filhotes e vai alimentando ele que vai crescendo, crescendo, e os outros filhotes que vão nascendo vão sendo jogados para fora do ninho e morrendo pelo filhote do cuco que é maior. Em suma, o filhote do cuco que é cuidado por outra ave se torna um inquilino que obrigatoriamente precisa ser cuidado por outro pássaro e esse pássaro acaba ficando desesperado por ter que cuidar de uma ave gigante que se torna um incômodo para ela.

Vivarium então se utiliza deste comportamento da natureza para tirar a relação da criança com os agora pais no filme. O menino que é um espécime alienígena foi colocado ali com os mesmos ideais do cuco, ele cresce rapidamente, ele incômoda, cresce rápido igual ao cuco, seu comportamento irrita, e até mesmo os gritos da criança são parecidos ao do pássaro. É uma sacada interessante do diretor também a de colocar uma criança no filme e forçar os dois a se tornarem pais e mostrar o quão difícil é paternidade e a maternidade e como essa não é uma tarefa nada fácil.

Uma das perguntas a serem feitas é se aqueles seres da imobiliária e até mesmo a criança esquisita realmente eram alienígenas e a resposta mais razoável e aceita é que sim. A criança se comunica com os supostos aliens pela televisão, ou pelo menos tem algum tipo de aprendizado por ela, em uma cena interessantíssima em que ela parece ter alguma conexão com algo do outro mundo, em uma clara referência de que ela está sim se conectando com algo de outro cosmo. Há também as várias saídas dele já adulto para algum lugar incerto que não se sabe bem para onde era provavelmente algum local que iria aprender algo para utilizar no futuro contra os humanos, mas isso o roteiro não deixa claro, tudo fica muito vago, faltam informações para completar o que realmente eram aquelas saídas.

Outra falta de clareza fica por parte do roteiro em relação de não definir quem são os alienígenas. O roteiro não dá uma importância em dizer que os personagens são realmente aliens, dão apenas alguns indicativos e cabe ao espectador buscar indícios de tentar descobrir se aquilo é realmente o que se imagina ser verdade ou não.

O Experimento

Se a criança e o homem da imobiliária são alienígenas, surge outro questionamento que deixa muitas dúvidas para quem assiste Vivarium, que é em relação ao significado do experimento em si e seu objetivo. Isso o roteiro do filme não dá um real significado e não dá uma ideia clara do que seria tudo aquilo, mas dá para se ter um entendimento de que aquele experimento na verdade, é utilizado pelos aliens com o intuito apenas de analisar o comportamento humano e ver como a raça humana se sai em diversos momentos, entre eles, ao cuidar de uma criança que não é delas ou até mesmo a paternidade e maternidade forçada.

Portanto, o objetivo dos aliens seria apenas o de analisar como os humanos iriam se sair nas tarefas do dia a dia tomando conta de um bebê alienígena, assim como um pássaro qualquer surta tomando conta de um filhote do cuco.

Outro questionamento é o porquê de Gemma e Tom não conseguirem ver os seus vizinhos, já que existem inúmeras casas por lá e é muito bizarro que não se consiga ver ninguém pelo território. Uma observação a se fazer nesse tópico fica em relação ao porque desses seres serem alienígenas, pois fica claro que cada casa é uma dimensão paralela.

É possível tirar essa conclusão devido ao acontecimento do último ato, devido ao que ocorre na cena final quando Gemma corre atrás do seu filho alienígena já crescido e encontra várias pessoas chorando, em várias casas diferentes, elas estão tristes e algumas estão mortas. Estas cenas que parecem estar desconexas e sem relação umas com as outras, na realidade, são de Gemma entrando em várias dimensões diferentes. É como se Gemma estivesse entrando em várias residências, visitando os experimentos que os alienígenas estavam analisando na Terra.

O Relacionamento

Ainda no campo do experimento, é interessante analisar que a relação dos dois, Tom e Gemma, desde o momento da entrada no bairro novo passam a discutir mais, até que começaram a se ignorar com o passar do tempo, e viver como totais estranhos, como se o amor tivesse acabado entre o casal.

Tom sempre foi apresentado como um cara não tão maduro, que parecia não estar pensando no futuro, diferente de Gemma. Fica claro que com o passar do tempo, na casa, Tom começa a ficar cansado de tomar conta do bebê, e depois da criança que cresceu, mas não está cansado de criar apenas da criança. Tom está cansado daquilo tudo, do simulacro da vida de casado, da vida em família, tanto que não à toa ele cava um buraco no terraço em desespero para fugir do lugar, não apenas porque quer fugir daquele lugar sem fuga, mas também para tentar fugir do relacionamento e do compromisso firmado.


David Ayer lamenta ter tido que refilmar Esquadrão Suicida por ser "muito sombrio"

Cathy Yan, diretora de Aves de Rapina, se solidarizou com o diretor David Ayer, que reclamou por ter de alterar o filme Esquadrão Suicida por ele ter ficado "muito sombrio."

Em um post realizado nas redes sociais, a diretora comentou e lamentou as alterações feitas no filme de Ayer.

https://twitter.com/CathyYan/status/1267119497942532098

David Ayer: "Isso foi refilmado porque o tom era “muito sombrio” – meu primeiro ato era um filme construído normalmente. Peguei minha inspiração do [Christopher] Nolan. Haviam cenas reais com atuações incríveis entre Jared [Leto] e Margot [Robbie]. O Coringa era aterrorizante. Harley era complexa."

Cathy Yan: "Sinto muito por isso ter acontecido com você, David. Conheço a dor."

Pelo o entendido da mensagem da diretora fica entendido que o filme da cineasta também sofreu mudanças.

Depois que foi confirmado o lançamento do Snyder Cut de Liga da Justiça, surgiram rumores de um possível lançamento de uma versão de Esquadrão Suicida, com muitos fãs apoiando o ato. James Gunn, trabalha em uma nova versão de Suicide Squad (nome original) e também confessou que não tem nada contra caso uma nova versão seja lançada.