O que é verdade e o que é mentira em Legítimo Rei

(Spoilers)

A netflix investiu em uma produção que é continuação de uma das histórias mais clássicas a respeito do gênero medieval. Trata-se de Legítimo Rei, filme conta a história de Roberto de Bruce em um momento em que os escoceses se entregavam aos ingleses e prometiam não mais se rebelar contra a coroa. Nesse tipo de produção é comum haver informações imprecisas em relação ao fator histórico e iremos debater se questões apresentadas no longa são ou não verdadeiras.

Coração Valente x Legítimo Rei

William Wallace foi capturado pelo exército britânico e morto em Londres no ano de 1305 por confrontar o reinado inglês. Em Legítimo Rei, com pouco mais de vinte minutos de filme, aparece Roberto de Bruce indo à cidade entregar os tributos aos ingleses e lá se depara com um tumulto. Esse é o exato momento em que William Wallace está sendo executado, aquele braço preso a uma parte de seu peito havia acabado de ter sido cortado, por isso que a população estava revoltada. Aquele momento serve para nos mostrar que Roberto caiu na realidade com as crueldades feitas pela Inglaterra aos escoceses e serve para dar início ao seu plano em se rebelar contra a coroa.

Em Legítimo Rei não mostram o que ocorreu com William Wallace, pois tal fato já havia sido retratado em Coração Valente e não haveria necessidade de mostrar tal cena novamente. A morte de William Wallace foi muito mais cruel do que a retratada de fato em Coração Valente. Deixado nu, William foi arrastado por cavalos pelas ruas de Londres e só depois foi esquartejado, suas partes internas foram retiradas e só depois cortaram sua cabeça, sendo então desmembrado em quatro partes. Essas partes de seu corpo foram enviadas para quatro cidades inglesas para serem expostas e sua cabeça foi colocada em uma lança na Londo Bridge.

Roberto de Bruce e o Juramento ao Rei Eduardo I

No início de Legítimo Rei podemos ver Roberto de Bruce ajoelhado junto a seu pai e outros nobres da Escócia jurando lealdade aos ingleses e isso de fato ocorreu na história. Só que na produção não há um salto temporal, parece que logo a partir desse ato que Roberto começou a se rebelar e não foi bem assim. Em 1303 ocorreu a invasão da Escócia pelo exército inglês e em 1304 todos os nobres (com exceção de William Wallace que estava se escondendo) se renderam ao rei Eduardo I, a rebelião em de Bruce só aconteceria em 1305. No longa precisaram correr para dar maior agilidade ao roteiro.

O Assassinato de John Comyn

John Comyn era um dos principais nomes para se tornar rei da Escócia. Há duas histórias para esse ato que realmente aconteceu. O primeiro diz que Comyn traiu um trato que tinha com Roberto de Bruce, ambos haviam feito um acordo em que Comyn não teria mais direito ao trono em troca das terras de Bruce, isso no caso de Bruce começar uma rebelião contra os ingleses. Comyn teria levado a notícia da rebelião aos ingleses e Roberto teria descoberto tudo e em 1306 o esfaqueou. O segundo relato dessa história diz que Roberto de Bruce se reuniu com John Comyn e desde o momento que o viu já estava com o intuito de matá-lo para assim conseguir acesso ao trono escocês, da mesma forma que foi relatado no filme. Só que não há uma exatidão em saber quais das duas histórias é a real. O longa foi pelo caminho da morte certa de Comyn se segurando em documentos históricos ingleses que mencionam o acontecimento.

As Crueldades de Eduardo II.

O Rei Eduardo II (também conhecido como Príncipe de Gales) é o principal vilão em Legítimo Rei só que não há provas históricas que o mostrem como o ser maldoso retratado no longa. Há relatos históricos que mostram ele tratando bem os trabalhadores do castelo e até mesmo o tratamento digno a pessoas de classes mais baixas. Em seus últimos anos como Rei teve sim momentos de tirania e quando era Príncipe de Gales era tido como uma pessoa largada e que deixava seus serviços em segundo plano.

James Douglas e a Reconquista do Castelo

O momento em que Douglas entra em seu castelo e arma uma arapuca para os soldados que ali estão é uma das cenas mais impressionantes do longa e ela também ocorreu. Há uma riqueza de detalhes que foi mantida em relação ao que realmente aconteceu. James Douglas havia pedido para o rei Eduardo I suas terras e o castelo de volta, algo que foi negado pelo rei. No ano de 1307 Douglas e alguns homens entraram sorrateiramente no castelo e esperaram até que os soldados entrassem para rezar na igreja e então começou o massacre em que Douglas gritou seu nome várias vezes. Alguns soldados foram mortos e outros pegos de reféns. No filme é mostrado que esses soldados seriam mortos e arremessados no poço, só que na história aconteceu algo pior tendo terminado com os soldados decapitados e suas cabeças jogadas nos porões.

A Vitória em Loundoun Hill

A Batalha de Loundoun Hill marcou o início da vitória de Roberto de Bruce sobre a coroa inglesa. No filme é mostrado que ele enfrenta as tropas de Eduardo II e de Aymer de Valence, acontece que apenas Aymer estava em combate tendo sido derrotado por Bruce, algo que não havia acontecido em um primeiro confronto em que Bruce saiu derrotado em Methven. A Batalha de Loundoun Hill foi muito importante, pois marcou a primeira grande vitória de Bruce sobre os ingleses.

O Confronto entre Roberto de Bruce e Eduardo II

Essa é uma das maiores incongruências históricas relatada no longa, justamente por não ter acontecido. O famoso Príncipe de Gales não estava em Loundoun Hill na época que o combate ocorreu. Na verdade ele estava no sul, longe da batalha que ocorria no norte. Eduardo II se deslocou para o norte após a derrota de Aymer em Loundoun Hill. Nesse cenário só é verdade aa morte de Eduardo I que realmente ocorreu enquanto iam em direção ao norte. Não diz no filme, mas o então atual rei da Inglaterra morreu de disenteria.


The Walking Dead | Quem são os Sussurradores?

The Walking Dead voltou com tudo na nona temporada e o até então vilão da sétima e oitava temporada Negan será fichinha perto do real perigo que o grupo residente de Alexandria, Hilltop, O Reino e Santuário está prestes a vivenciar. Em seu último episódio passado na tv (sexto episódio) a série já deixou um gostinho de quero mais nos fãs com o tão aguardado aparecimento dos Sussurradores.

No episódio da tv Rosita e Eugene estavam colocando uma antena receptadora de sinais quando foram surpreendidos por uma grande horda de zumbis que estranhamente havia mudado de rota, algo não muito habitual se levado em conta que zumbis só seguem sons em grande volume. Eis que os dois personagens fogem do grupo de mortos-vivos, mas ao término do episódio ouvem um sussurro vindo da direção dos zumbis. Esse é o grupo dos Sussurradores e eles agem se infiltrando no meio de outros zumbis e vivem como se fizessem parte deles. 

(Spoilers)

Na História em Quadrinho

Nas hqs os sussurradores aparecem como seres animalescos, que decidiram viver entre os zumbis por acreditarem que esse seja o estilo de vida natural em um mundo repleto de mortos-vivos. Matam de forma sanguinária todos que aparecem pelo caminho, geralmente não deixando nenhum sobrevivente. Os integrantes do grupo pegam as peles dos zumbis e usam um método de higiene criado por eles próprios para poderem usar as peles sem se contaminar e vestem essas peles e saem a caça.

Os sussurradores são liderados pela cruel líder Alpha, uma mulher com extinto assassino e como dito acima muito pior do que Negan. Alpha tem uma filha chamada Lydia, a qual não está nem aí para o que aconteça ou façam com ela, Alpha acredita que os extintos primitivos tenham que ser colocados para fora em um mundo sem lei. 

Carl acaba por se apaixonar por Lydia e acaba sendo levado pelo bando de Alpha, Rick logo vai atrás do filho e acaba por salvá-lo. Enquanto voltavam para o acampamento encontram na fronteira doze estacas com doze cabeças colocadas em suas pontas. Nestas lanças estão algumas cabeças de personagens conhecidos, como a do Rei Ezekiel, do Padre Gabriel Stokes e de Rosita. Claro que a série não segue com exatidão os fatos que ocorreram nas hqs. Provavelmente a matança de forma cruel irá ocorrer na tal feira já citada por Ezekiel no episódio seis da nona temporada e outros personagens devem morrer no lugar dos que morreram na hq. Outra mudança deve ser em relação ao par romântico de Lydia que em vez de se apaixonar por Carl (já morto na série)  irá se apaixonar provavelmente por Henry (Matt Lintz). 

A primeira aparição dos sussurradores aconteceu na revista em quadrinho de edição nª 130 e impressionaram a todos logo de início, pois é no mínimo bizarro encontrar zumbis que sussurram, já na série, com a mudança de roteirista, provavelmente irão manter o teor de terror mostrado nas revistas. 


Lista | As 10 Criações Mais Importantes de Stan Lee

Stan Lee é um mito da cultura pop e é impossível andar por aí sem tropeçar em alguma de suas criações que estão em camisetas, materiais escolares, livros, revistas em quadrinhos, filmes e muitos outros produtos a se perder de vista. Criou uma verdadeira indústria dos super-heróis ao criar personagens icônicos para a Marvel que hoje só está no patamar que está graças as suas criações. Stan Lee criou grupos de heróis importantes para as hqs e que hoje são usados no universo cinematográfico da Marvel, além de ter seus personagens no imaginário de muitas pessoas. Stan Lee está na história da cultura pop assim como seus personagens. Devido a sua importância elaboramos uma lista com suas maiores criações nos quadrinhos.

10. S.H.I.E.L.D.

Stan Lee criou inúmeros de seus personagens e grupos de heróis em parceria com o ilustrador Jack Kirby.  S.H.I.E.L.D. é uma criação da dupla e tem como objetivo manter a ordem no mundo. Não é um grupo de super-heróis, mas sim de super agentes considerados como a última defesa do mundo contra invasores externos, além de auxiliar e ficar de olho nos heróis da Terra e de outros mundos. A primeira aparição da organização aconteceu no ano de 1965 na hq Strange Tales n°135 e a definição da sigla S.H.I.E.L.D. que no original é Strategic Homeland Intervention Enforcement Logistics Division no Brasil foi traduzido para Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão.

9. Homem de Ferro

Com o auxílio do roteirista Larry Lieber e de desenhistas habilidosos como Don Heck e Jack Kirby, Stan Lee criou um dos personagens mais interessantes do universo Marvel. Assim como a maioria dos heróis criados por Stan Lee o Homem de Ferro é um super-herói humano, com fraquezas e sendo possível ser derrotado, além de contar com grande carisma. Centrado no playboy e empresário Tony Stark (no cinema interpretado por Robert Downey, Jr.) logo se tornou um ícone não apenas do universo cinematográfico da Marvel, mas também pelos fãs das hqs. Herói foi criado no ano de 1963 e sua primeira aparição ocorreu na história Tales of Suspense n°39 (no Brasil essa história foi publicada em Heróis da TV n°100)

8. Hulk

Hulk (também conhecido como O Incrível Hulk) é um dos personagens mais complexos do Universo Marvel. Se por um lado temos Bruce Banner, um homem inteligente, sensível e racional por outro temos uma besta irracional e sem emoção que é o próprio Bruce Banner transformado no homem verde chamado Hulk. Criação de Stan Lee com desenhos de Jack Kirby apareceu pela primeira vez na revista em quadrinho intitulada The Incredible Hulk n°1 no ano de 1962. A origem do herói já foi contada em diversas produções e ultimamente faz parte dos Vingadores no universo cinematográfico da Marvel.

7. Homem-Aranha

Outra criação da dupla Lee e Steve Ditko é também uma das mais queridas pelo público e pela crítica, tendo aparecido nos cinemas em mais de sete filmes desde os anos 2000, desde que a Marvel começou a levar seus personagens para a telona (época que vendeu os direitos para a Sony). A primeira vez que apareceu foi na hq Amazing Fantasy nº15 e logo de início já se mostrou como um herói humano, com problemas no dia a dia e tendo Peter Parker, um rapaz que vivia com os tios retratado como um perdedor ou uma pessoa comum. Isso ajudou a fazer com que o Homem-Aranha se transformasse em um personagem amado logo de imediato.

6. Thor

Um dos Vingadores mais poderosos do Universo Marvel foi outra cooperação entre Stan Lee e Jack Kirby. A primeira aparição do herói ocorreu na hq Journey into Mystery nº83, no ano de 1962. Stan Lee sempre quis criar um personagem que fosse uma divindade e Jack Kirby gostava bastante de mitologia que resolveu colocar no personagem esse seu fascínio pela cultura nórdica. É um dos personagens mais importantes do universo cinematográfico da Marvel contando com três filmes solos como protagonista e aparecendo com grande destaque no arco dos Vingadores no cinema.

5. Doutor Estranho

Um dos últimos heróis a se juntar aos Vingadores no universo cinematográfico tem sua importância e também foi uma criação do mestre Lee, a diferença é que o desenho foi feito por Steve Ditko e não Jack Kirby. Sua primeira aparição ocorreu na hq Strange Tales nº110 em 1963. Se a S.H.I.E.L.D. é a defensa na Terra contra ameaças alienígenas Doutor Estranho é o defensor na Terra contra a ameaça de seres místicos e com poderes mágicos. No filme recente Vingadores: Guerra Infinita (interpretado por Benedict Cumberbatch) teve papel central ao descobrir em qual realidade seria possível a vitória sobre o louco de Titã Thanos.

4. Nick Fury

S.H.I.E.L.D. e Nick Fury se complementam e é difícil imaginar a super organização de agentes sem seu famoso chefe. Pelo incrível que pareça a S.H.I.E.L.D. só foi criada dois ano depois de Fury, em 1965. Nick Fury apareceu pela primeira vez na hq Sgt. Fury and his Howling Commandos e era um veterano do exército na Segunda Grande Guerra, mas com o tempo a Marvel trabalhou o personagem e mudou seu conceito o transformando em um espião capaz de mandar e desmandar nos heróis.

3. Quarteto Fantástico

Atualmente escanteado pelo universo cinematográfico Marvel por conta da venda dos direitos autorais para a concorrência o Quarteto Fantástico é um dos grupos mais poderosos da Marvel e com certeza um dos mais importantes. A estreia nas hqs ocorreu em The Fantastic Four nº1 no ano de 1961 e foi o primeiro grupo de super-heróis criado pela parceria entre Jack Kirby e Stan Lee. Foram mais de 90 números em que a dupla trabalhou criando as histórias do quarteto mais famoso das hqs. O principal trunfo foi colocar uma família no papel de protagonistas e não um grupo de desconhecidos que se reúne para enfrentar o perigo.

2. X-Men

Os X-Men é sem dúvida alguma uma das maiores criações da dupla Jack Kirby e Stan Lee. Apareceram pela primeira vez em 1963 na revista The X-Men nº1, mas não emplacou de imediato. Foi depois de algum tempo que o grupo começou a aparecer com destaque e a se ter um papel central nas hqs. É com certeza o grupo mais diversificado em relação a etnias e suas histórias nas hqs debatiam a luta por conquista de direitos civis, mostrando os mutantes sendo vistos como aberrações pela sociedade e que eram caçados por esse motivo.

1. Os Vingadores 

Com certeza um dos grupos mais queridos e mais famosos de Lee. Nas histórias em quadrinhos sempre foram bastante conhecidos pelo público, mas os X-Men ainda contavam com mais fama, só a partir do momento que foram para os cinemas que Os Vingadores realmente ganharam a atenção do grande público. O grupo consiste na união de vários personagens conhecidos que se reúnem para lutar contra as forças do mal e foram criados por Stan Lee com desenhos de Jack Kirby. O grupo foi criado também em 1963 e a ideia por trás da criação seria a de confrontar o grupo de heróis da concorrente DC que havia criado a Liga da Justiça.

 


Fato ou Ficção? | A Verdade em Bohemian Rhapsody

Fato ou Ficção? | A Verdade em Bohemian Rhapsody

A tão aguardada cinebiografia de Freddie Mercury e do Queen chegou aos cinemas, depois de um processo conturbado de gravação e da demissão do diretor Bryan Singer. A produção segue os caminhos da criação do grupo, como foram concebidas as canções e mostra muito da vida pessoal de Freddie Mercury, por ser tão centrada na vida do vocalista é muito provável que haja algumas imprecisões históricas que o filme apresenta em relação ao que realmente ocorreu na realidade.

Como toda produção de época há certas incongruências no jeito em que alguns fatos foram abordados, mudando suas origens ou se aquilo que está sendo mostrado aconteceu mesmo. A trama acompanha a trajetória do Queen, desde sua criação em 1970 até o show do Live Aid em 1985, por essa razão nas próximas linhas terá muitos Spoilers do longa. 

Freddie Mercury Mudou Mesmo de Nome?

Freddie Mercury nasceu na Tanzânia (Antes chamada de Sultanato de Zanzibar) na África e só começou a usar o nome Freddie no internato em Mumbai (antes a cidade era chamada de Bombaim). Assim que o Queen se formou Freddie acrescentou o Mercury ao seu nome colocando no lugar de Bulsara. O filme mostra rapidamente essa troca de nome, mas ela realmente aconteceu.

O Primeiro Encontro de Freddie Mercury com Brian May e Roger Taylor

Aqui há uma grande diferença no que aconteceu no período relatado em Bohemian Rhapsody. No longa, Freddie Mercury aparece em um show da banda Smile, e após o vocalista Tim Staffell se demitir, ele encontra Roger Taylor e Brian May e os convence ser ele o cara certo para ficar no vocal. Só que tudo ocorreu de forma diferente do que relatado no longa. Freddie primeiro fez amizade com Tim Staffell, vocalista da banda Smile. Freddie Mercury virou fã do grupo e assim conheceu Brian May e Roger Taylor, e desde o momento que se conheceram Freddie tentou fazer parte da banda, algo que só ocorreu com a saída de Tim.

O Primeiro Disco de Estúdio do Queen

O primeiro álbum de estúdio do Queen não foi o sucesso que o grupo esperava e almejava, tendo uma recepção fria pela crítica especializada e o mesmo pelo público. Foi depois que abriram o show da banda Mott the Hoople que Freddie Mercury e companhia chamaram a atenção. Eis que gravaram pela gravadora EMI um segundo disco intitulado Queen II, lançado no ano de 1974 e logo se tornou um estouro nas paradas de sucesso. 

Paul Prenter Realmente Traiu Freddie Mercury ?

Paul Prenter (Allen Leech no filme) foi o agente de Freddie Mercury entre os anos de 1977 à 1986 e assim como é mostrado em Bohemian Rhapsody Paul Prenter realmente vendeu informações pessoais de Freddie para jornais e emissoras de tv, abrindo a vida do vocalista do Queen e falando sobre o caso dele com outros homens, sobre as festas e outras informações privadas. Por esse motivo foi demitido por Freddie Mercury

A Separação do Queen

Essa é uma das maiores falhas do longa, já que o Queen nunca se separou. Diferente do que foi relado no filme Freddie Mercury teria aceitado fechar um contrato solo com outra gravadora por $ 4 milhões de dólares e assim deixar para trás os outros integrantes do Queen. O que aconteceu foi totalmente o contrário. Em 1983 o grupo decidiu dar um tempo por estar na ativa há pelo menos dez anos sem interrupção, porém ainda em 1983 começaram a trabalhar no álbum de estúdio The Works, lançado no ano de 1984.

Freddie Mercury e Jim Hutton

Jim Hutton e Freddie Mercury se conheceram em uma boate em Londres e não em uma festa na casa de Freddie, em que Hutton estaria trabalhando como garçom. Jim Hutton não era garçom e sim cabeleireiro em um hotel londrino. O relacionamento entre os dois começou em 1985 (ano do Live Aid) e foi até 1991, ano da morte do cantor.

Queen no Live Aid de 1985

Já que o Queen não se separou de verdade é óbvio constatar que o show não serviu para uni-los, algo que foi relatado em Bohemian Rhapsody. Também é errado afirmar que eles não tocavam há muito tempo, já que em 1984 saíram em turnê para promover o álbum The Works. E sim, o show foi considerado pela crítica especializada como um dos maiores e mais impressionantes da história. Visto no estádio de Wembley, na Inglaterra, por um público de mais de 70 mil pessoas e uma audiência gigantesca pela tv.


O Inferno de Jack | O Final Explicado de A Casa Que Jack Construiu

O Inferno de Jack | O Final Explicado de A Casa Que Jack Construiu

Spoilers

Lars Von Trier tem como foco central em sua cinematografia o toque de realidade com que trata certos temas e pelas altas doses de choque que insere usando as várias formas de violência, tanto física quanto psicológica. Não é de se estranhar que A Casa Que Jack Construiu tenha como fator principal justamente os  assassinatos bárbaros feitos por um serial killer. 

Jack (Matt Dillon) aparentemente é um homem solitário e sério, mas logo descobrimos que ele é um assassino frio e sádico. Tortura psicologicamente suas vítimas antes de matá-las, tem TOC que o faz sempre voltar para limpar alguma cena de crime. Um personagem que não cativa e nem impressiona, mas que constrói no imaginário de cada telespectador um homem essencialmente maldoso e sem remorso de seus atos.

A violência Para Chocar

Toda a violência em A Casa Que Jack Construiu aparentemente não tem sentido algum, é feita para chocar apenas por chocar, levando o protagonista a matar das formas mais banais existente. Lars Von Trier quer chocar ao telespectador com essas mortes cruéis, acontece com as crianças, o diretor as transforma em entretenimento algo considerado banal pela sociedade, mas tudo isso faz algum sentido no final. O serial killer seria uma espécie de representação do mal na terra. Ele não é o diabo propriamente dito, apenas um homem que tem em sua natureza o mal e usa essa maldade para causar o terror contra as pessoas na Terra.

Corpos Usados Como Arte

Todas as pessoas que Jack mata ele leva para um frigorífico. Trabalha o aspecto dos cadáveres como se fosse uma obra de arte, o filho que é transformado em uma estátua bizarra, as fotos que tira das pessoas mortas, tudo isso se torna um ritual e é feito porque o assassino tem uma engenhosidade nas coisas que faz. Ele é uma espécie de intelectual que ama arte e arquitetura, constrói sua casa várias e várias vezes, mas sempre a põe abaixo por não achar que a casa não é a que ele quer construir, nada para Jack está perfeito. Perto do final ele constrói a casa ideal de seus sonhos, mas com os corpos de todas as vítimas criando uma obra de arte sombria e bizarra. A mensagem é a de que o mundo perfeito, como almejamos não existe, ele é mórbido e cruel, fora que o ato de criar um casa com corpos das pessoas mortas leva à conclusão que esse lugar (o frigorífico) cheio de mortos é o lugar que Jack se sente bem, uma casa no sentido literal.

O Inferno de Dante

Durante todo a história Jack tenta abrir uma porta que se encontra trancada dentro do frigorífico. Próximo ao final Jack consegue a abrir, pois precisava de mais distância para dar um tiro certeiro na cabeça de suas vítimas. Nessa porta secreta, que durante todo o longa ficou o mistério do que teria por trás dela se encontra Virgílio, que nada mais é que o poeta romano que guia Dante pelo inferno. Portanto, aquela porta ao ser aberta é uma representação de O Inferno de Dante e essa viagem às profundezas é feita pelos dois. Jack vai conhecendo o lugar que para ele seria uma casa, olhando para os lados com admiração. Ao subir pela parede do inferno, Jack acaba por cair em um buraco e ele parece cair na neve, mas aquilo não é neve e sim o negativo do inferno, como o próprio personagem diz durante o filme que preferia os negativos das fotos e assim o longa chega ao seu final.

Essa visão do inferno seria fruto da imaginação de Jack. Tudo que ocorreu a partir do momento que ele abre a porta misteriosa está em sua cabeça, inclusive a casa feita com corpos humanos e o buraco no chão. Não havia saída para Jack, mas ele criou esse último vislumbre em sua cabeça, uma viagem ao inferno para espiar seus pecados ou um retorno para casa, já que ele seria o mal.