Crítica | Apóstolo - Culto e Sangue na Netflix
A Netflix geralmente vem trazendo bomba atrás de bomba quando o assunto é filme de terror, não apenas os que estão em sua grade normal, mas também e principalmente seus longas originais e é por isso que Apóstolo surge como um oásis em meio a tanta produção ruim disponível no serviço de streaming.
O Apóstolo apresenta uma trama em que o protagonista Thomas Richardson (Dan Stevens) vai à uma ilha povoada por uma comunidade afastada do restante do mundo. Sua meta principal é a de resgatar sua irmã que foi sequestrada por um profeta cheio de segredos. Só que tudo isso é apenas um preparo feito pelo diretor Gareth Evans (Operação Invasão) para o que viria a seguir.
O diretor usou uma hora do tempo do filme para desenvolver toda a trama central de onde estaria a irmã de Thomas. Essa busca pela irmã é apenas um pequeno mistério do profeta perto do que ele realmente esconde em cativeiro, uma senhora toda enraizada a uma cama e que é alimentada por sangue. É uma cena horrenda e bizarra, mas não é a única, há muitas outras cenas que vão mais para o lado do gore e mostram qual o real propósito de Gareth Evans.
O terror apresentado nele vai mais para o lado das bizarrices envolvendo a tal deusa e o servo carcereiro que toma conta dela e que lembra em muito os monstros das franquias de games Resident Evil e Silent Hill. Ainda no campo do terror há as cenas de matança envolvendo o vilão da história. De início lembra em muito um longa de suspense, mas com o tempo se torna um terror cruel, realista e grotesco. Há cenas com bastante sangue e que possivelmente foram colocadas ali apenas para mostrar como o vilão é malvado.
Um fator que ajuda bastante no terror imposto é o ambiente em que a história do filme se passa. Não é dito qual o ano em que a trama acontece, nem onde fica essa ilha, apenas falam por cima como foram parar lá os primeiros habitantes. Esse fator de desconhecimento já causa um certo suspense por colocar os personagens em um local que ninguém sabe o que é. E a atmosfera criada no longa funciona até o momento do aparecimento da deusa, pois havia todo um suspense do que o profeta e seu bando estariam escondendo dentro daquela casa, e depois que a mostram o diretor resolve assumir qual era o foco da produção.
Portanto, o terror proposto por Gareth Evans vem com a mensagem do longa de que a religião usa um artifício pagão (a deusa) para manter as pessoas unidas em prol de um ideal particular do pastor. Ele tortura a deusa não para trazer benefícios quanto ao cultivo, mas sim para alimentar seu poder sob as pessoas via a religião. Aquelas pessoas estão ali por acreditarem que aquele lugar seja sagrado ou que tenha algo de diferente. Gareth Evans falha ao não apresentar os cultos que inicialmente parecia ser o foco, os deixando em segundo plano para focar na busca do protagonista pela irmã. Aquele primeiro culto só serviu mesmo para apresentar os personagens e nada mais.
Há muitas questões que são propostas pelo diretor no longa, mas que não são resolvidas, algumas fazem realmente sentido não terem ficado abertas ao término, outras já havia uma necessidade de discussão aprofundada como o caso do servo bizarro. Esse personagem aparece do nada e não há nenhuma indicação do que seria ele e nem como ficou daquele jeito. Outro fato não analisado profundamente é o que seria a velha aprisionada pelo profeta. Há indícios de que seria uma espécie de deusa da agricultura como era Ceres na mitologia romana e que teria poderes de dar vida para a floresta, e por isso era mantida refém pelo pastor e alimentada com sangue, para dar vida a colheita e manter a comunidade viva.
O aparecimento dessa deusa (ou espírito da floresta) é feito apenas para colocar um elemento bizarro e apavorante na história e fugir da calmaria que ia se levando. Gareth Evans adora colocar tais bizarrices em suas produções. Um exemplo é o fantástico e aterrorizante conto que dirigiu no filme V/H/S 2 em que é descoberto um culto secreto de suicídio para o surgimento do diabo. Outro fato recorrente em seus longas é o fato de sempre haver algo de errado em situações que parecem normais e calmas, fez isso em V/H/S 2 e agora em Apóstolo.
Uma das principais falhas do filme é a escolha de Dan Stevens para viver o protagonista, sua interpretação é boa, mas não convincente quanto a um homem que está em uma situação de desesperadora e de perigo. Também não há um carisma necessário para segurar a trama. Quem realmente rouba a cena é Michael Sheen como o profeta louco, mas que de fato não era o vilão, era apenas um homem que tinha um ideal e acreditava nesse projeto louco que estava desenvolvendo na ilha.
Apóstolo (Apostle, Indonésia, Reino Unido – 2018)
Direção: Gareth Evans
Roteiro: Gareth Evans
Elenco: Dan Stevens, Lucy Boynton, Michael Sheen, Annes Elwy, Bill Milner, Elen Rhys, Mark Lewis Jones
Gênero: Terror, Thriller
Duração: 130 min
https://www.youtube.com/watch?v=K6p3Yv_a1d4
Crítica | A Favorita - O Toque de Genialidade de Yorgos Lanthimos
Se há um diretor que há algum tempo merecia um destaque em Hollywood pela maneira que vem se destacando e pelo jeito de criar histórias esse é sem duvida Yorgos Lanthimos. Aos 45 anos conta com uma cinematografia invejável, com produções que transitam entre a comédia, drama e o terror. Yorgos tem o poder de se reinventar a cada novo longa e toda vez trabalha algum elemento diferente, sendo as excentricidades dos personagens e colocando algum segredo em torno deles. No longa O Lagosta faz um romance diferente, inteligente e original e em O Sacrifício do Cervo Sagrado nos apresenta uma trama impactante, bizarra e cheia de mistério. E em A Favorita mais uma vez Yorgos Lanthimos nos apresenta seu trabalho mais maduro até o momento.
A ideia em A Favorita é nos mostrar de forma cômica e banal a vida da rainha Anne (Olivia Colman) em um período em que a Inglaterra se encontrava em guerra contra a França e como a realeza convivia com tal cenário. Entre reuniões estratégicas e fofocas nos apresenta as personagens Sarah (Rachel Weisz) e Abigail (Emma Stone) que criam intrigas a todo instante nos bastidores em um jogo de poder para saber qual é a favorita da rainha e assim poder ser sua queridinha e assim conquistar vantagens dentro do reino.
É uma dura crítica feita à realeza inglesa, com uma rainha que só pensa em usufruir de prazeres que vão desde jogos infantis e inúteis, como a hora em que Anne quer realizar uma corrida entre lagostas, ou nos momentos em que fica a fica presa em seu quarto conversando com seus coelhos. A rainha é pintada como uma mulher mimada que grita sempre quando é contrariada ou quando fica brava, e em nenhum instante aparece como uma mulher com de decisões fortes. A rainha é uma marionete de Sarah, que mesmo não estando no poder diz à Anne quais os caminhos políticos pelos quais a Inglaterra deveria seguir na guerra. Uma excelente mensagem sobre um reinado de faz de conta e sobre suas inutilidades cotidianas, mostrando como questões importantes eram deixadas de lado em proveito de questões pessoais.
Yorgos Lanthimos trabalha sua direção de forma totalmente diferente do que vimos em suas produções anteriores, alguns traços continuam presentes como os planos abertos que dão destaque para o ambiente em que o personagem está inserido. Mas não ia muito, além disso, era quase sempre câmera estática ou em pequenos movimentos.
O principal toque de mestre de sua excelente direção está nas jogadas de câmera belamente trabalhadas. A câmera é a visão do diretor e o que assistimos na tela é o que ele pensava ser o essencial para a cena. Yorgos Lanthimos faz com que a câmera seja sua companheira e a usa de um jeito que insere o telespectador no cenário em que a trama é ambientada. A câmera sempre que possível está em movimento, indo lentamente de longe para perto da figura que se encontra em outro ponto da cena, ou indo rapidamente para outra figura de destaque, e tudo sem cortes, criando planos sequências lindos que dão maior dinamismo e realidade para o filme. Há ainda o uso de lentes anamórficas que distorcem o ambiente em que é filmado, causando o efeito conhecido como olho de peixe, tal efeito é colocado com o intuito de aumentar ou diminuir o ambiente dando a impressão hora de ser um lugar acanhado e pequeno hora de ser um lugar de vastas dimensões.
A beleza da fotografia também é algo a se destacar, feita para dar um sentimento de tristeza, isolamento não apenas da rainha, mas das outras personagens que se encontram presas à Anne. Os figurinos e a belíssima direção de arte são belos e dão maior luxo e vida a um palácio que parece abandonado e monótono. A beleza dos figurinos é de dar inveja a muitas produções de época fazem com que o telespectador vivencie como era o período em que a história está ocorrendo.
Quase todo o longa se passa dentro da residência oficial da rainha e o local é colocado como se fosse um personagem. O diretor usou bem sua estrutura com seus longos corredores a se perder de vista e salões gigantes que não se enxerga o teto. O palácio tem papel importante na imposição de tudo que acontece na corte, desde as fofocas e intrigas ao que acontece sob quatro paredes na privacidade dos quartos.
Emma Stone está fantástica no papel de Abigail, uma mulher que a princípio é uma coitadinha vinda de outro local, logo mostra suas garras e se transforma em uma espécie de antagonista que faz de tudo para destruir sua rival Sarah. Abigail tenta conseguir a aprovação da rainha e não lhe faltará escrúpulos para isso, ajudando até planos do opositor no parlamento Robert Harley (o ótimo Nicholas Hoult). Emma Stone está em uma de suas melhores performances, sua interpretação vai de uma mulher arrogante em alguns momentos, engraçada e sádica.
Em contrapartida temos Rachel Weisz, a garota que a princípio é simpática e que cuida da rainha de todas as formas possíveis. Rachel Weisz está ótima na sua personagem, uma mulher dominadora e indiferente aos outros, mas não melhor que a própria Emma Stone e que a excelente Olimia Colman, uma protagonista belamente bem escrita, sendo mostrada como uma mulher depressiva, que não faz absolutamente nada o dia todo, e que vive sob a fagulha da paixão e da depressão. Anne tem todos ao seu lado, mas ao mesmo tempo vive sozinha em seu gigantesco quarto. Yorgos Lanthimos quis criar uma rainha mais humana, mostrando seus prazeres, seus pontos fracos, e sua tristeza.
Deborah Davis, Tony McNamara criam um roteiro com uma narrativa que é contada no formato de capítulos, fazendo com que a história se renovasse a todo instante. O tema principal de A Favorita - além de falar sobre a inutilidade do reinado - é o sacrifício feito pelas três protagonistas. Anne se sacrifica em um reinado em que está sozinha e não é amada, além de estar presa sob a tutela de governar o Estado, as pessoas a amam pela sua posição não pelo que realmente é. Sarah se sacrifica no sentido de ter de servir a rainha, uma servidão de longa data até a chegada de Abigail que também irá servir a rainha ao custo de usufruir das mordomias que a posição de favorita da rainha lhe dá.
Mesmo não tendo ação aparente A Favorita não é em nada uma trama parada ou maçante. Os trabalhos ágeis de câmera e o fato das atrizes serem tão espontâneas fazem com que a história se torne viva e esteja sempre em movimento. Poderiam mostrar cenas de guerra, mas não é algo necessário para o filme, sendo que o foco principal dele é total no confronto entre Sarah e Abigail na missão de chamar a atenção de Anne. A Favorita é a perfeição de Yorgos Lanthimos, ele criou sua marca pessoal e nos resta esperar que continue assim
Esse filme foi assistido na 42ª Mostra Internacional de SP
A Favorita (The Favourite, EUA, Irlanda – 2018)
Direção: Yorgos Lanthimos
Roteiro: Deborah Davis, Tony McNamara
Elenco: Emma Stone, Olivia Colman, Rachel Weisz, Joe Alwyn, Mark Gatiss, Nicholas Hoult
Gênero: Biografia, História
Duração: 120 min
https://www.youtube.com/watch?v=et_9k6BU_is
Crítica | A Justiceira - Quando Jennifer Garner Revive Elektra
Jennifer Garner ficou popular ao protagonizar a série de ação e ficção Alias: Codinome Perigo, fato que proporcionou a ela participar como Elektra no filme do Demolidor e algum tempo depois protagonizar o próprio longa da personagem dos quadrinhos Elektra. Foram muitas críticas negativas não apenas para este longa, mas também para sua interpretação nada convincente da fictícia heroína e parece que ela não aprendeu nada com essa experiência e praticamente revive Elektra em A Justiceira.
E o problema de A Justiceira não foi só com a interpretação da atriz, mas também com a direção desajustada e desastrosa de Pierre Morel que foi o diretor do primeiro e ótimo Busca Implacável. Claramente Pierre quis reviver uma fórmula já muito usada no cinema de ação que é a vingança como gatilho para fazer a protagonista sair do lugar, isso sem trabalhar a trama da forma necessária e sem trazer algo de original nem que acrescentasse algo ao gênero, além de contar com uma mensagem superficial e com uma história ruim e mal roteirizada.
Na trama, Jennifer Garner interpreta uma mãe de família que passa por um episódio traumático envolvendo sua filha e marido e então decide realizar uma vingança não apenas contra os homens que praticaram tal ato, mas também contra a justiça que se mostrou ineficiente e cega frente ao crime. No papel é uma personagem ótima - e batida - da mulher que busca vingança a qualquer custo para trazer conforto para si. Na prática se mostrou algo desastroso e ridículo.
Uma personagem que tinha tudo para ser atraente se perde tão logo o incidente ocorre, pois o diretor abandona o luto pessoal dela rapidamente, pulando um período de tempo que seria importante não apenas para a protagonista e para o público, mas também para o andamento da produção, pois acompanhar o momento pós-fatalidade iria trazer uma aproximação maior do público com a trama e faria com que prendesse mais a atenção do telespectador no drama pessoal da protagonista. O diretor dá um pulo de anos em que o fato e o julgamento ocorreram e esse salto no tempo faz com que seu drama particular fique totalmente esquecido e ela passe a matar seus adversários apenas por matar, se tornando uma espécie de Desejo de Matar, mas totalmente vazio.
Pegue a produção Em Pedaços (Fatih Akin) em que a protagonista vivida por Diane Kruger passa por uma situação parecida. O diretor aqui trabalha todo o trauma da personagem com a perda de familiares, mostrando o dia a dia da protagonista pós-atentado a sua família e nos inserindo cada vez mais em seu luto pessoal, além de construir muito bem os vilões e a vingança da personagem. A Justiceira lembra bastante Em Pedaços, a diferença é que a personagem de Jennifer Garner perde toda a força tão logo se torna uma assassina sem escrúpulos.
A motivação da protagonista é usada como pontapé inicial para toda a quebradeira que viria a seguir, ou seja, é usado esse argumento apenas para que pudesse desencadear uma violência gratuita que tem um propósito, mas o motivo pela violência depois de algum tempo se esvai, se esquece que ela está matando todo mundo por vingança. A mensagem, que seria a injustiça praticada pela própria justiça e pelo sistema que a comporta fica totalmente em segundo plano, aqui o que Pierre Morel quer é apenas que ela mate todo mundo.
As cenas de ação que poderiam salvar em algo o longa acabaram sendo um tiro na culatra. Cenas mal coreografadas de luta e desenvolvidas, falta de oponentes decentes para enfrentar a fúria da justiceira e cenas de tiroteio tão óbvias e banais que em alguns momentos chegavam a ser risíveis. Com maestria a justiceira mata todos seus adversários e de um jeito que lembra demais duas produções atuais que usaram desse artifício da matança generalizada que são John Wick e Atômica. Claramente esses filmes foram usados como referência para montar não apenas a personagem de Jennifer Garner, mas também na hora de construir o roteiro do longa, a questão é que nestes dois longas citados a violência acrescenta algo para a trama e nada em relação a violência é jogado sem motivo na história.
Há muitos furos de roteiro que só deixam a trama mais pobre. Um deles é o já citado corte temporal que é dado após a justiça inocentar os criminosos, ao pular muitos anos e não mostrar o que ela fez nesse período o diretor esquece de nos mostrar como a personagem de Garner aprendeu a lutar tão bem com tanta rapidez nem como aprendeu a atirar com tanta eficiência, é algo que além de ser importante também ajudaria a dar maior ênfase para a protagonista, fazendo com que criasse um vínculo entre ela e o telespectador. Mas não, Pierre Morel resolve cortar tudo isso e levar ela direto para a ação. Parece que houve uma ansiedade em querer partir para a pancadaria logo. Em Busca Implacável, por exemplo, Pierre nos mostra desde o início que o personagem de Liam Neeson é um ex-agente da CIA e portanto já sabemos de antemão que ele sabe lutar, já aqui não temos informação nenhuma a respeito da protagonista saber lutar e por isso que essa falta de informação quanto a personagem salta aos olhos.
Jennifer Garner tem uma interpretação fraca e que nada lembra seus tempos de Alias. Não que ela não esteja pronta para o papel de justiceira, a verdade é que ela não convence em nada. A expressão facial dela brava está mais para uma mulher séria que para uma mulher com ódio e revolta no coração e na alma. Jennifer Garner é esforçada, mas sua atuação se perde junto com toda a história. As cenas dramáticas também estão aquém do que se espera e com sua atuação faz com que uma cena que seja triste se torne mais fraca e perca a potência do que realmente queria transmitir.
Pierre Morel tinha tudo para se tornar um dos grandes diretores de filme de ação de Hollywood, mas desde Busca Implacável que não emplaca uma produção decente. A Justiceira não deve ser seu último longa do gênero, mas que sirva para que ele faça uma reflexão dos rumos que sua carreira vem tomando, algo parecido fez M. Night Shyamalan depois de uma sequência desastrosa de filmes ruins. Pierre usa em suas histórias artifícios que funcionam se bem trabalhados, mas que aqui não deram certo pelos motivos listados acima. O mais interessante de tudo é a tentativa de trazer Jennifer Garner novamente para uma personagem que muitos considerariam uma escolha errada e que no fim das contas foi isso mesmo que aconteceu.
A Justiceira (Peppermint, EUA – 2018)
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Chad St. John
Elenco: Jennifer Garner, John Gallagher Jr. John Ortiz, Annie LLonzeh
Gênero: Ação, Drama, Thriller
Duração: 102 min
https://www.youtube.com/watch?v=n2zo1xR6nIw
Crítica | Demolidor: 3ª Temporada - Matt Murdock contra o Mundo
Obs: análise contempla apenas o seis primeiros episódios da temporada
A Netflix conquistou uma parceria de ouro com a Marvel quando lançou a primeira e aguardada temporada de Demolidor. Simples, de poucos personagens e contando uma história de origem eficaz tanto para Matt Murdock e seu algoz Wilson Fisk, o sucesso da série foi tamanho que acabou abrindo uma caixa de pandora – dependendo do ponto de vista.
Desse modo, diversas séries de personagens secundários começaram a surgir e permanecer na mediocridade como Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro, Justiceiro e até mesmo a minissérie evento Os Defensores trazendo os heróis urbanos em uma aventura crossover. Pela exaustão da fórmula que encontrou muitas dificuldades em termos de ritmo e narrativa para sustentar os massivos treze episódios por temporada, acabou azedando a experiência até mesmo de parte da 2ª temporada de Demolidor.
Entretanto, pelo acesso antecipado que a Netflix nos ofereceu para conferir os primeiros seis episódios da 3ª temporada, já afirmo que dessa vez, aparentemente, o time de roteiristas acertou a mão, além dos diretores estarem mais apurados com toda a encenação desse arco que pretende adaptar a famosa HQ de Frank Miller, A Queda de Murdock.
Matt Murdock, Nunca Mais
Apesar de não ser necessário ter assistido os eventos de Os Defensores, a terceira temporada de Demolidor começa justamente durante a queda do protagonista após o prédio implodir quase matando ele e, também, matando Elektra, sua “namorada”. Completamente quebrado fisicamente e mentalmente pelos eventos ocorridos na destruição do prédio, Matt Murdock (Charlie Cox) perde a vontade de viver.
Somente por conta dos esforços da freira Maggie (Joanne Whalley) que Murdock começa a tentar se reerguer. Entretanto, por conta da explosão, seus ouvidos foram afetados, prejudicando completamente seus sentidos aguçados que auxiliavam na sua locomoção e combate. Sem fé em Deus, passando por um luto desagradável e impaciente, Murdock se torna obsessivo em voltar à ativa, embora esteja totalmente inapto.
Enquanto Murdock amarga sua queda, Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio) começa a tramar um plano engenhoso para se livrar do cárcere e para isso, aproveitará a situação desesperadora do agente especial do FBI Ray Nadeem (Jay Ali), pretendendo fazer um acordo de delação. Já Foggy (Elden Henson) e Karen Page (Deborah Ann Woll) ainda acreditam que Matt está morto e seguem com suas vidas, mas empenhados em colocar criminosos atrás das grades.
Apesar de eu ter afirmado que temos uma dinâmica narrativa muito aprimorada em relação à 2ª temporada, o começo dessa daqui é lento. As peças de narrativas dos personagens ainda estão se alinhando com algumas bastante perdidas. As mais interessantes durante os dois primeiros episódios obviamente estão concentradas no profundo desalento que Matt sente por si mesmo e sua falta de fé e nas atividades do Rei do Crime na prisão – incluindo uma apresentação engenhosa comparando o luxo gastronômico de outrora com a realidade nada generosa com qual vive agora.
Todo o foco criativo da direção nesses primeiros episódios está concentrado em ambos os personagens. Usando a câmera e o áudio de modo inteligente, com manipulação do foco e do ponto de escuta, os diretores mostram o quão descoordenado Matt está, sem escutar nada direito e com a “visão” turva. Com Wilson Fisk, temos a repetição da simbologia visual poderosa do vilão encarar a parede branca, o acalmando.
Apesar de termos esses núcleos interessantes, o espectador terá de persistir com as passagens maçantes com Karen Page, Foggy e o novo personagem Nadeem que é o típico arquétipo do policial desesperado com boas intenções, mas que só procura respostas fáceis para seus problemas. Há até mesmo um cuidado de apresentar a vida pessoal do personagem, mostrando sua família e a motivação financeira que impulsiona seu desespero, mas por ser tão clichê, Nadeem acaba se tornando um antagonista incidental por mais atrapalhar o grupo de heróis do que ajudar.
Segurando o espectador somente com algumas cenas de ação e pela melhora progressiva de Murdock e seu desejo incandescente de se tornar completamente o Demolidor, vale a pena passar por esses primeiros episódios. Quando o terceiro episódio chega que as coisas começam a caminhar muito bem exibindo conflitos novos para os personagens, afinal o acordo de Wilson Fisk com o FBI e sua prisão domiciliar não caem bem com a população e com os heróis do seriado.
O Vilão Sol
Nisso, a narrativa começa a orbitar totalmente em função de Fisk que, apesar de permanecer preso, possui alguns privilégios perigosos que possibilitam ele conduzir o crime novamente. Absolutamente todos os personagens giram em torno dele e conquistam suas motivações a partir daí. A reconquista do manto do Demolidor e a completa obsessão de Murdock em agora matar Fisk – a ponto de alucinar e imaginá-lo andando e conversando consigo (detalhe para a atenção da direção em sempre manter Fisk desfocado durante os delírios, afinal Matt é cego e não faz a menor ideia de como seja o Rei do Crime).
Já Foggy decide concorrer ao cargo de promotor público enquanto Karen Page começa uma investigação (de novo) para encontrar novas evidências mais graves a fim de enclausurar Fisk na cadeia novamente. A partir daí, a narrativa segue com poucas reviravoltas impactantes, mas por conta de Murdock estar totalmente insano, temos como resultado uma das melhores cenas de luta de todo o seriado acontecendo em uma prisão.
Os combates que agora estão melhores coreografados e menos picotados na montagem, aqui brilham através do uso de um plano-sequência bastante complexo que mostra o quão humano é o Demolidor que surra muito, mas também apanha e precisa de alguns segundos para se recompor. Apesar de não haver uma grande sofisticação de encenação com diversos elementos em tela, a cena é tão longa que se torna fascinante e magnética. Aliás, essa terceira temporada é repleta de cenas memoráveis.
A partir daqui, é importante salientar que abordarei um tópico que simplesmente sustenta dois episódios inteiros e que, caso queiram o melhor impacto desses primeiros seis episódios, recomendo parar a leitura por aqui. Até esse ponto, você tem a certeza que essa terceira temporada tem o potencial de ser a melhor de todas desses seriados Marvel-Netflix, além de exibir melhor cuidado narrativo em aliar os personagens em jornadas paralelas comuns, ótimas cenas de ação, além de muito cuidado estético por parte da direção.
Mas se ainda está aqui e pronto para descobrir do que se trata, então seguimos. Desde o momento que o personagem Dex (Wilson Bethel) aparece, não há como não se interessar por esse esquisito agente do FBI que faz parte da equipe de monitoramento de Wilson Fisk. Em sua apresentação carregada de adrenalina, concluindo o 2º episódio, já fica óbvio que Dex se transformará no arqui-inimigo do Demolidor, o Mercenário.
Assim com os outros personagens, ele também orbita Fisk, mas em um jogo completo de tentação em ceder aos seus impulsos mais animalescos e violentos. Em um episódio maravilhosamente escrito, o espectador conhece boa parte da história de Dex, suas compulsões, manias e transtornos psicológicos incluindo até mesmo um breve foco de sua vida envolvendo um interesse romântico. Assim como Fisk na primeira temporada, é possível compreender completamente Dex e sua psicose. Justamente por ser complexo e vermos de perto sua enorme luta interna para não ceder a sua sede de sangue, o personagem passa a ser muito empático e carismático – méritos do ator Wilson Bethel em conseguir cravar uma performance tão crível e realista.
Aliás, muito ocorre do personagem ser tão bom por conta de suas inspirações claras dos protagonista de Dexter e Psicopata Americano, mas com toques novos muito bem vindos. Sua relação com Fisk só fica mais interessante a cada episódio.
Apesar de termos uma ótima narrativa nesses seis episódios, um novo vilão fantástico e o retorno do elenco principal muito inspirado a oferecer seu melhor nessa temporada, é uma pena que a percepção geral para a série seja uma mudança severa no orçamento que deve ter sido dedicado ao elenco e equipe técnica.
Explico, das três temporadas até agora, esta Demolidor deixa a desejar com os cenários e desenho de produção em geral. Basta reparar nos sets da prisão ou até mesmo do escritório do FBI para notar uma escala menor de cuidado e capricho com esses itens que facilitam a imersão do espectador. Em geral, é bom não reparar muito nos cenários para não quebrar a ilusão dessa produção mais módica – apenas os apartamentos de Fisk e Dex chamam bastante a atenção.
Nessa provável redução de orçamento, também se percebe pouco empenho da trilha musical que agora é basicamente bem fraca, funcionando apenas em momentos pontuais.
Entre Deus e o Diabo
Também é importante ressaltar que a carga temática religiosa nessa 3ª temporada é bastante presente, afinal Murdock é um personagem muito católico. Sua jornada de negação da fé e o nascimento de um novo inimigo mostra bem essa divisão entre o trabalho do bem e da justiça contra a gratuidade da maldade caótica. Isso, acredito, deve ser melhor trabalhado até o encerramento da temporada que infelizmente não tivemos acesso antecipado.
Mas para os fãs que estavam ansiosos para ver Demolidor brilhar novamente, em toda sua glória que ainda o difere dos demais seriados Marvel-Netflix, pode ficar tranquilo, pois temos aqui um começo muito promissor.
Demolidor – 3ª Temporada (Daredevil: Third Season, EUA – 2018)
Direção: Marc Jobst
Roteiro: Tonya Kong, Sarah Streicher
Elenco: Charlie Cox, Deborah Ann Woll, Elden Henson, Jay Ali, Joanne Whalley, Vincent D’Onofrio, Wilson Bethel
Gênero: Ação, Aventura, Drama, Policial
Duração: 53 minutos por episódio.
https://www.youtube.com/watch?v=OiTqYV4zCGw
A Busca pelo Contato | Explicando Maniac e seu Final
SPOILERS
Conexões Humanas
O tema principal da série são as conexões humanas que temos por algum motivo. Logo nos primeiros episódios já nos mostra que esse é o caminho que a série irá tomar ao mostrar o contrário, a falta de conexão. O personagem de Jonah Hill aparece sozinho, sem amigos e com dramas familiares, enquanto a personagem de Emma Stone aparece como uma mulher que conversa com uma máquina que responde em nome de seu pai. Até aí o diretor Cary Fukunaga nos deixa claro que a falta de conexão no mundo atual é algo bastante frequente e que as pessoas perderam esse tipo de elo, seja essa conexão amorosa, de amizade ou familiar. Em todos os episódios Cary vai desenvolvendo cada vez mais esse assunto. Os sonhos em que os protagonistas são inseridos pelo experimento são justamente isso: a conexão que os dois tem mesmo sem nunca terem se visto.
Destino
Essa conexão seria relacionado ao destino. Nasceram pré-dispostos não a estarem juntos, mas a serem amigos ou a ter qualquer outra relação. Nos sonhos que tiveram nos experimentos são mostradas várias vidas diferentes. Uma delas Annie é uma elfa e perto desse episódio aparece Owen como voando no corpo de uma águia, ou seja, estão tão conectados que não importa se a realidade existe ou não, eles sempre vão acabar por se encontrar ou se esbarrar. É por isso que no primeiro episódio o personagem de Jonah Hill enxerga Annie em vários lugares e quando tromba com ela tem certeza de já a ter visto em algum lugar, seria não apenas o destino fazendo eles terem se encontrado, já que seria algo pré-disposto a acontecer, mas também porque ambos tem uma conexão que vai além do tempo e da realidade. Algo que também a série fala em alguns momentos é em um certo padrão, que seria algo recorrente, algo que acontece sempre. Portanto, esse encontro dos dois é algo bastante frequente e que transcenderia essa vida e o experimento seria apenas um gatilho para nos apresentar isso.
O Experimento
Annie e Owen entram para o experimento por dois motivos. Annie por ser viciada em um remédio controlado que só é dado para quem participa desse teste, ela consegue eles ilegalmente com um traficante, mas a partir do momento que a fonte seca precisa achar um outro jeito de se manter dopada. Já Owen vive tendo vislumbres, tem um amigo imaginário e entra no experimento pensando em tentar descobrir quais problemas têm. O teste consiste em três fases com a necessidade de tomarem pílulas para entrar em algum tipo de transe, enquanto estão medicados algo acontece em suas mentes. Um diagnóstico é feito pelo computador e os leva para outros mundos. O problema é que Annie não deveria estar no teste, já que foi reprovada, portanto está lá pegando a vaga de alguém, além de não ser apta para o sistema, já Owen não toma a pílula de início. É uma experiência que já nasce furada e que com certeza terá dados errados com uma paciente que não era para estar lá e Owen não tomando o remédio. A primeira pílula nos mostra os traumas passados de Emma Stone e Jonah Hill, a pílula b faz com que tanto Annie e Owen tenham sonhos uns com o outro, o que nos faz entender a tal conexão citada antes, enquanto a pílula c faz com que os protagonistas superem os traumas passados. Há um momento em que é mostrado o cruzamento da mente dos dois e a doutora responsável acredita que aquilo seja uma falha do computador.
Computador
Há muito sobre a tecnologia em Maniac, desde a máquina de sexo usada pelo doutor a um equipamento com que conversam e que seria o chefe do laboratório. Há também nessa história um super computador com a capacidade de pensar e fazer inúmeros experimentos. O cientista criador dessa máquina Dr. James (Justin Theroux) colocou a consciência de sua mãe no computador e a máquina começa a pensar por si só e até mesmo a se relacionar com outro dos cientistas da equipe, que morre e a abandona. A cena em que sai o líquido dela é um choro, mostrando que até a máquina sofre com as emoções. O computador cria todo um mecanismo central ligado ao experimento e que foi o causador de diversas mortes de outros pacientes que já haviam anteriormente participado do teste. Ao entrarem em transe as pessoas que passam pelo teste são levadas para lugares diversos, mas que sempre tem ligação com suas emoções e traumas e a máquina aparece sempre para pegar as almas que ela ache mais interessante para prender em um local dentro da memória do computador chamado de McMurphy, este é um local obscuro do equipamento e ali há outras almas de pessoas que tiveram morte cerebral. A pessoa precisa aceitar e fazer um acordo com a memória do computador (que aparece fisicamente nos vislumbres de quem está fazendo o teste) e então a máquina mata o corpo físico e prende a mente da pessoa ali para sempre.
Os Traumas Pessoais
Todos os personagens que aparecem em algum momento têm algum tipo de trauma passado. Jonah e Annie são personagens depressivos, sozinhos, com problemas familiares e traumas enraizados em suas consciências. Annie acha que seu pai não liga para ela, enquanto ainda precisa conviver com o trauma da morte de sua irmã e de como foi egoísta com ela momentos antes do acidente fatal que iria ceifar a vida de sua irmã. Já Owen tem sérios problemas com sua família, o amigo imaginário seria uma espécie de fuga da realidade, um amigo que o compreende, o guia e o trata sem preconceito. Annie também usa os remédios como fuga da realidade o que mais uma vez mostra a conexão entre os dois personagens, ambos tem problemas parecidos e ambos estão sozinhos, ou se acham sozinhos. Esses traumas são frequentes na série, tanto que a pílula c serve para fazer com que os protagonistas consigam lidar com esses traumas de frente e assim possam seguir suas vidas normalmente. Annie ao sair do laboratório encontra o seu pai e tenta vencer outra parte de seu trauma pessoal, enquanto Owen precisa enfrentar seu irmão que está no meio de um processo de acusação de estupro em que ele é a principal testemunha para livrar o irmão. De última hora Owen decide não contar a mentira e livrar o irmão, conta a verdade e não se importa se ele será preso ou não. Consegue assim enfrentar não apenas o seu irmão maldoso, quanto sua família que queriam que ele fizesse o errado.
O Final
Ao término do experimento e ao conseguir vencer a máquina ambos, tanto Annie quanto Owen são liberados pelo laboratório e assim viver suas vidas. Passado algum tempo Annie reencontra Owen em um hospício, no qual foi enviado por ter testemunhado contra seu irmão, a família o acha um lunático. O que se mostra nesse final é que os dois mantem um laço, mas não algo relacionado ao amor, mas sim amizade verdadeira, além do fato de Annie conseguir fazer algo que não conseguiu fazer no passado, que foi salvar sua irmã da morte. Ela ao salvar Owen é como se o estivesse salvado não apenas do abandono, mas do fim iminente que ele teria ao ficar ali trancado. Owen superou seu drama psicológico ao testemunhar contra o irmão. Assim Annie e Owen mantiveram uma conexão que tanto os unia nos sonhos e então poderão ter uma vida um pouco menos dolorosa, psicologicamente falando.
Crítica | Crimes em Happytime - Uma Comédia Pornograficamente Ruim
Criado por Jim Henson os personagens dos Muppets logo se tornaram conhecidos e a produção de mesmo nome se tornou um espetáculo de sucesso envolvendo fantoches manipulados, e a palavra serviu para definir a modalidade, portanto sempre que aparece um fantoche em alguma produção é comum que seja chamado de muppet. mas não um muppet que tenha uma relação com os personagens de Jim Herson e sim um outro tipo de boneco. Crimes em Happytime (Brian Henson) vai nessa onda ao usar como composição do elenco bonecos manipulados e criar um show grotesco e pornográfico envolvendo humanos e fantoches.
Em Crimes em Happytime, Melissa McCarthy é uma policial que faz dupla improvável com um detetive boneco, há desavenças entre os dois, mas com o tempo se unem contra o crime. Não há nada de original na história nem com a personagem de McCarthy, pois já havia feito essa mesma protagonista em outras produções anteriores, como aconteceu em As Bem Armadas em que era a parceira doida de Sandra Bullock e em A Espiã Que Sabia de Menos em que era uma espiã que precisava chegar ao seu objetivo e tinha como parceiro Jason Stathan.
Portanto, é uma fórmula que se repete e não trás nada de novo para um formato já bastante saturado que é o das duplas policiais atrapalhadas, sempre há um policial sério e um que não leva o emprego nem as missões tão a sério. Comprova-se isso nas cenas em que Melissa McCarthy usa desnecessariamente cocaína e uma outra em que do nada começa a bater em alguns muppets em um bar. Há ainda de se entender que como dupla Melissa e o boneco não funcionam, parece que estão em um filme diferente, cada um faz uma coisa diferente da do parceiro.
Cenas desnecessárias é o que mais tem nesse longa. Há de se entender que ele foi concebido justamente para ser um filme idiota, mas uma coisa é fazer uma produção bizarra e grotesca e outra é colocar inúmeras piadas e situações que não acrescentam em nada para os personagens nem para o roteiro. A vaca, por exemplo, aparece do nada sendo ordenhada e a única ideia de aquilo ter sido colocado no filme é que queriam chocar com algo banal ou que tentaram fazer rir com uma situação nonsense. A vaca não tem relação alguma com a trama, não aparece mais durante todo a produção, um claro exemplo de cena jogada apenas parar fazer dar risada.
Comédias que tem como princípio apresentar o surreal existem aos montes, pois uma história realmente banal pode ser engraçada, se trabalhando do ponto de vista que tenha uma mensagem ou reflexão por trás do que é apresentado. Crimes em happytime vai para esse lado do nonsense, mas totalmente vazio em ideias e em trazer uma mensagem que possa ser usada por quem assiste. Em Monty Python e o Cálice Sagrado o absurdo era constante e iam desde coelhos assassinos a um soldado lutando todo desmembrado, mas tudo isso tinha sentido para a trama, algo que não ocorre na produção de Brian Henson.
Crimes em happytime não é um filme para criança. Há muita, mas muita pornografia nele, desde as situações envolvendo os personagens aos diálogos entre eles, Melissa McCarthy profere constantes fuck, (na versão legendada) enquanto seu parceiro detetive participa de uma cena tosca de sexo com outra boneca em seu escritório. Mais uma vez vem o fato de que a ideia do roteiro era fazer uma comédia adulta, mas mesmo sendo adulta não deixa de ser idiota, e mais uma vez é o fato dessa pornografia de dana acrescentar ao roteiro nem de fazer sentido, pois se tirar a pornografia o longa até que se torna assistível. Isso fica claro no terceiro e último ato, quando realmente começam a desvendar o crime e param de querer banalizar com cenas eróticas.
A personagem de Melissa McCarthy é péssima. Apenas uma caricatura de papéis anteriores e pior que é escanteada em alguns momentos do filme. Sempre que há uma ação acontecendo é o seu parceiro boneco que está presente, quase sempre Melissa chega atrasada por algum motivo qualquer. Uma fórmula que funciona de início, mas se torna repetitiva. Tem momentos que fica entendido que sua personagem não faz sentido algum para a trama, é como se colocassem um cone ao lado do detetive, já que ela não faz nada de relevante durante o longa.
O humor é de qualidade bastante duvidosa, focando no já mencionado público adulto até que funciona em alguns momentos com o uso de personagens e cenas nonsenses, nada mais além disso. É muito ruim as várias tentativas de se fazer dar risada, com elementos que funcionariam se o roteiro tivesse trabalhado bem o que iria acontecer, nos dando noção de que aquele tipo de humor seria usado, mas com inteligência.
Brian Henson é o filho do criador dos Muppets, portanto é de se esperar que ele criasse uma obra que fosse uma homenagem ao tipo de conteúdo que seu pai fazia. Brian até que tenta fazer algo diferente dando vida a novos fantoches. É algo genuíno, mas fraco quanto a roteiro e até mesmo quanto a direção, já que não entrega nada de novo, além de ter uma direção bastante preguiçosa. Várias vezes Brian poderia ter feito algo de diferente, mas sempre seguiu pelo caminho mais fácil, transformando uma ideia interessante em algo bobo e idiotizado.
Crimes em Happytime (The Happytime Murders, EUA – 2018)
Direção: Brian Henson
Roteiro: Todd Berger, Dee Austin Robertson
Elenco: Bill Barreta (Phil Phillips), Elizabeth Banks, Maya Rudolph, Melissa McCarthy, Cynthy Wu
Gênero: Comédia
Duração: 91 min.
https://www.youtube.com/watch?v=s-5fZMPWMdE
Crítica | A Primeira Noite de Crime - O Pior Filme da Franquia
Em 2013 o filme Uma Noite de Crime era lançado com uma proposta bastante interessante, que era a de se criar um feriado nacional nos EUA para que as pessoas pudessem sair às ruas e matar umas as outras. Sucesso foi tanto que recebeu duas outras continuações. Quando se imaginava que tudo tinha terminado – levando em conta como terminou o terceiro longa – eis que surge A Primeira Noite de Crime (Gerard McMurray).
A intenção era fazer um longa de origem, em que se mostrava o real motivo para o Governo criar a noite de crime, algo já discutido nas duas últimas continuações, mas sempre com foco na história de quem fugia dos assassinatos na noite. Dessa vez decidiram colocar os próprios governantes participando do plano de ação e seus reais objetivos por trás da noite macabra.
Este é o principal acerto, mostrar como o plano foi concebido (mesmo que rapidamente) e quais eram os verdadeiros ideais por trás de tudo, matar minorias e pobres e fazer com que o desemprego caia e que a população diminua. Mas há um grande vazio nisso tudo, primeiro por não mostrarem alguém de maior destaque desse Governo criando o plano, ou aparecendo para pelo menos dar as ordens e segundo por não colocarem esse pessoal do governo com mais cenas relevantes e que agregassem algo para a história.
Há um membro do governo que fiscaliza se tudo ocorre bem durante a noite e uma psicóloga (Marisa Tomei) que faz um estudo de como as pessoas estariam agindo socialmente ao matar umas as outras. A ideia de se fazer um estudo psicológico sobre atos tão banais é muito interessante, mas totalmente esquecido ao longo da trama, pois dão um jeito de logo jogar de lado a personagem de Marisa Tomei para que pudessem focar no pouco de violência que viria a seguir, enquanto o personagem que simboliza o governo se mantem, mas também sem muito destaque, além de perder o sentido depois de um tempo. Diferente do que ocorreu em Uma Noite de Crime: Anarquia em que havia um homem do Governo que entrava na ação, não ficava apenas no escritório.
Quem for assistir esperando um terror nos mesmos moldes dos anteriores irá se frustrar bastante, pois não é o foco de A Primeira Noite de Crime. Toda a narrativa está no fato do porque criaram o evento e por outro lado nos mostra como as pessoas estão lidando com o fato de ter autorização para praticar violência, algo nada recorrente na sociedade, pois cometer crimes é errado e passível de punições. Toda a tensão existente nos anteriores aqui se esvai justamente por apresentarem nos dois primeiros atos apenas pequenos focos de violência, ou praticamente nada de crimes. As pessoas saem às ruas para curtir, não para roubar ou matar, a população considera que aquilo será um fracasso, já que ninguém imagina que alguém irá sair por aí matando alguma pessoa.
É nesse momento que se percebe a perda de força do roteiro por não saber qual caminho seguir nem como começar a violência, apesar da boa ideia de mostrar como as pessoas reagiriam caso fosse aceito um plano maluco desse. Ao criar uma atmosfera de boa vizinhança em que todos estão se dando bem o roteiro precisa de algo que motive as pessoas a praticarem um crime e fugir do lugar comum que todos estão inseridos. É daí que surge um louco homicida matando pessoas aleatórias e ao mesmo tempo acontece uma briga sangrenta de gangues, mas que não teria força para criar uma matança em uma cidade, já que são fatos de violência isolados e que costumam ocorrer no dia a dia.
Eis que James DeMonaco (roteirista) insere na narrativa algo que faça com que realmente se torne uma noite de crime, fazendo com que sejam contratados mercenários de outros países para matar a classe mais pobre, algo que realmente aparece nos outros longas, mas como tropas militarizadas organizadas pelo Governo e não mercenários de outros países, algo que mostra a falta de coerência entre os roteiros da franquia, já que em A Primeira Noite de Crime aparecem mercenários internacionais e no outro tropas do governo.
O elenco não conta com atores conhecidos do grande público e os protagonistas não exalam carisma, sempre estão com a cara fechada e sem expressão, acabam por não segurar a atenção do telespectador, algo que não aconteceu nos três anteriores em que havia atores de renome para segurar a trama. No segundo e terceiro contava com Frank Grillo (Capitão América 2) e o primeiro era protagonizado por Ethan Hawke (Boyhood), atores mais veteranos e conhecidos do público e que ajudavam a contar a história. O foco principal em A Primeira Noite está em Y'lan Noel (Insecure) que até tem bons momentos, principalmente na sequência final, mas não vai além do óbvio.
Há uma falta de ação nas cenas que incômoda pelo simples fato de ser uma franquia que demanda isso, já que é uma noite em que aparentemente as pessoas deveriam se matar, mas como mudaram tudo e como é um filme de origem resolveram mostrar por outro ponto de vista a construção do feriado. Há cenas de correria na rua, mas elas não se sustentam e a frequência com que ocorrem são pequenas. Fora que a única grande cena é a da perseguição final em um prédio, pouco para um filme e para uma franquia que tem como ideal outro tipo situação.
Gerard McMurray (Código de Silêncio) é o responsável pela direção e ele tem grande parcela de culpa em tudo o que aconteceu (ou que não aconteceu). Poderia ter feito um filme mais violento, uma violência que fizesse sentido para a trama, e algumas cenas no longa são muito desnecessárias, como a do louco que anda pela rua matando as pessoas. Dolocou a violência em cenas erradas e deixou de colocá-las em outras. Não criou um ambiente de tensão que se fosse colocado logo cedo daria uma drama a mais. A única tentativa de criar algo desde o início foi justamente com esse louco, que é um personagem fraco e forçado. Não há jogadas de câmeras interessantes ou grandes sequências que chamem a atenção. Novamente uma boa ideia que foi mal utilizada, mal elaborada e mal desenvolvida.
A Primeira Noite de Crime (The First Purge, EUA – 2017)
Direção: Gerard McMurray
Roteiro: James DeMonaco
Elenco: Y'lan Noel, Lex Scott Davis, Joivan Wade, Mugga, Patch Darragh
Gênero: Ação, Horror, Ficção Científica
Duração: 98 min.
https://www.youtube.com/watch?v=1bwYKqieKn8
Crítica | Maniac - Uma Ótima Minissérie da Netflix
A Netflix vem se tornando especialista em criar conteúdo diferenciado para seu público, sendo ele terror, ficção científica ou drama. Entre séries e filmes há muito conteúdo com qualidade duvidosa e há aqueles que se destacam pela trama bem trabalhada e pelo jeito que a narrativa é apresentada. Maniac é uma minissérie que entra na segunda hipótese e se diferencia do que tem sido lançado na tv, pois poucas séries ou minisséries têm ousado tanto no jeito de contar uma história quanto a série de Cary Fukunaga.
Maniac trata de diversos assuntos em seus dez episódios, muitos deles de modo superficial, pois não são o foco principal da trama e outros estão ali presentes em todos os episódios, mas são de difícil compreensão do público, já que nada do que acontece ou é apresentado em cada episódio nos é dado de bandeja. A cada palavra, cada diálogo é necessário refletir o que aquela frase está nos indicando e em alguns momentos é preciso decifrar as várias situações que estão sendo impostas e se elas fazem algum sentido.
O tema principal é a falta de conexão que existe em nosso tempo. Não apenas a falta de amor e empatia, mas também uma falta substancial de afeto. Vivemos sozinhos em uma sociedade em que tudo é artificial, não apenas a tecnologia, mas os prazeres e até mesmo o amor. A trama toda gira em torno dos protagonistas Annie Landsberg (Emma Stone) e Owen Milgrim (Jonah Hill), ambos com problemas relacionados a sentimentos que não conseguem entender ou decifrar. Owen tem claramente um problema com sua família e tem um histórico de psicose, seu principal amigo é imaginário, enquanto Annie tem um trauma pesado envolvendo sua irmã e é viciada em um remédio experimental que usa com frequência para esquecer o passado. São traumas sociais com raízes profundas e que com o tempo deixam os protagonistas com cada vez mais transtornos.
Os dois personagens são muito bem desenvolvidos durante a minissérie, e a partir do momento que passam a participar do experimento vamos compreendendo melhor o porquê de Annie querer entrar nele, mesmo aparentemente não tendo nenhum problema mental e o porquê de Owen acreditar que esteja ficando louco, a pontode achar que esteja vendo coisas, já que acredita ter visto Annie alguma vez em sua vida mesmo sem a conhecer.
E este é o principal tema da minissérie muito bem trabalhado por Fukunaga que é o destino. Ao colocar o personagem de Jonah Hill no caminho de Annie e fazer com que se esbarrarem no laboratório faz com que nos mostre o que realmente a série tem a nos contar. Seria como se esse encontro, mesmo que por acaso, já estivesse pré-disposto a acontecer, seria como se estivesse escrito nas estrelas. No próprio experimento em que suas mentes parecem interagir uma com a outra há um momento que não se sabe se aquilo que estão vivendo é real ou imaginário. Annie e Owen acabam se encontrando em várias realidades distintas e em várias situações, como o momento em que ela é uma elfa e ele uma águia, ambos sempre interligados por um objetivo particular. A união dos dois em realidades diferentes e aparentemente sem conexão lembra o filme A Viagem das irmãs Wachowski em que em várias vidas os personagens se encontram e sempre se conectam de alguma forma.
O experimento é peça chave para a história da minissérie, já que ele faz tudo acontecer e leva a mente dos protagonistas ao encontro entre os dois. É um experimento complicado de entender de início. Dividido por fases tem como objetivo encontrar os principais medos e traumas em cada um e fazer com que a pessoa estudada passe essa fase adiante e encontre a felicidade. E o grande responsável por monitorar e fazer com que as pessoas viajem é um super computador com memória artificial. Não fica claro se o experimento leva as pessoas a sonharem com algo que elas queiram que aconteça ou seria um mundo criado pelo computador para que desse a eles uma oportunidade de vivenciar seus traumas e os superarem. E isso não tem importância, pois a idéia é mostrar que há sim como passar por essas fases que podem levar a depressão.
Por se tratar de uma minissérie com o nome de Maniac é muito provável que tenha um vilão ou uma vilã e isso realmente acontece, mas não do jeito que se imagina. O computador usa uma memória de uma mulher que é a mãe de um dos cientistas criadores do projeto e isso leva a máquina a ter quase que vida própria manipulando - muito que provavelmente - um encontro entre os pacientes mentalmente e o computador tenta a todo o custo fazer com que Annie se junte a máquina e fique em uma área da memória em que a alma da pessoa fica presa para sempre. É uma vilã que lembra e muito o computador HAL 9000 de 2001 Uma Odisseia no Espaço, até mesmo o jeito com que o computador fala quando está prestes a ser derrotado lembra a versão de Stanley Kubrick, usando um tom de voz humano e sensível.
O computador de Maniac não é maldoso ao mesmo nível de Hal nem perverso como a androide de Ex-Machina. Ela tem sentimentos por ter herdado a memória de uma mulher real e mãe do cientista e isso faz com que o computador sinta as mesmas emoções que vão desde alegria a um vazio existencial. A máquina começa com o tempo a se comportar como um Deus, achando que pode tomar todas as decisões sem consultar ninguém.
Todos os personagens são intrigantes, carregando algum segredo profundo e tendo relações pessoais complicadas. O foco está quase que inteiramente nos personagens de Jonah Hill e Emma Stone, que são muito bem desenvolvidos. Nas várias fases do projeto vamos acompanhando a evolução de ambos, saindo de um período inicial de solidão para uma futura conexão entre ambos e uma superação de seus traumas pessoais.
Emma Stone está ótima em seu papel, fazendo uma protagonista viciada em remédios e com problemas de relação com o pai, uma protagonista que até então não havia feito em sua carreira. A surpresa fica a cargo de Jonah Hill, conhecido por fazer comédias escrachadas já havia feito um papel sério em O Homem que Mudou o Jogo, mas até então nada que fosse parecido com o que se vê em Maniac. Um homem sem alegria e mentalmente doente e sem amigos. Fukunaga dá um jeito de aproveitar o lado cômico do ator fazendo um episódio engraçadíssimo em que Jonah é um congressista islandês.
No elenco, além dos protagonistas Annie e Owen, há dois outros dois personagens igualmente interessantes que ajudam a compor a produção e acabam por roubarem a cena, o caricato e excêntrico Dr. James K. Mantleray interpretado por Justin Theroux (A Garota do Trem) e Dra. Fujita interpretada belamente por Sonoya Mizuno (Ex-Machina). Dr. James K. é tão estranho que se torna engraçado, também tem um trauma envolvendo sua mãe e precisa superar essa fase da sua vida enquanto luta para desligar a máquina que ele criou e se rebelou contra seu experimento. Já a Dra. Fujita poderia ter sido melhor aproveita, é uma personagem intrigante, mas que não foi tão em desenvolvida assim.
Todos os dez episódios foram dirigidos por Cary Fukunaga (True Detective) e é um dos trabalhos mais relevantes e maduros de sua carreira, pois consegue criar um ambiente de estranheza difícil de ser criado e trabalha muito bem uma narrativa de difícil compreensão sem deixar furos. Outro elogio a ser feito está no jeito que flutua facilmente entre os gêneros indo do drama à fantasia sem perder a mão.
Maniac (Maniac, EUA – 2018)
Criado por: Patrick Somerville
Direção: Cary Joji Fukunaga
Roteiro: Cary Joji Fukunaga, Amelia Gray, Patrick Somerville, Ole Marius Araldsen, Danielle Henderson, Kjetil Indregard, Mauricio Katz, Espen Petrus Andersen Lervaag, Håkon Bast Mossige, Caroline Williams, Sam L. Roberts
Elenco: Jonah Hill, Emma Stone, Sonoya Mizuno, Billy Magnussen, Aaralyn Anderson, Rome Kanda
Emissora: Netflix
Episódios: 10
Gênero: Comédia, Drama, Sci-Fi
Duração: 45 min. aprox.
https://www.youtube.com/watch?v=L6cDDmk-O5A
Thirty Seconds to Mars | Banda Fará três Shows no País
Liderada por Jared Leto, a banda americana 30 Seconds To Mars lançou em abril o quinto disco de estúdio America, isso após um hiato de cinco anos desde o último trabalho Love, Lust, Faith and Dream. Antes de ser lançado, America figurou no topo das paradas, com o single Walk on Water que figurou por cinco semanas no topo da Billboard’s Rock Airplay Chart e ao ser lançado ficou em segundo na lista da Billboard 200.
Ao lançar o novo America a banda confirmou inúmeros shows para divulgar a turnê The Monolith Tour que começou em março e passou pela Europa antes de chegar na América do Norte e América do Sul. Os shows no Brasil irão ocorrer entre os dias 27 e 30 de setembro e serão realizados em São Paulo (Espaço das Américas no dia 27), Porto Alegre (Pepsi on Stage no dia 29) e Curitiba (Teatro Positivo no dia 30).
Lista | 10 Curiosidades Sobre Lord Voldemort
A saga Harry Potter, tanto nos livros quanto nos filmes nos apresentou um vasto universo fantástico que volta e meia nos faz refletir sobre o que mais que havia nos livros que poderia ser adaptado, fora as várias curiosidades que cercam as histórias. Há personagens que ainda estão sendo mostrados no cinema como a continuação de Animais Fantásticos e Onde Habitam 2. Lord Voldemort sempre foi o elo central que ligava Harry Potter à sua missão que estaria por vir pela frente.
Era Extremamente Inteligente
É do saber de todos que Voldemort era um mestre na manipulação e isso ocorria desde jovem, enquanto estava em Hogwarts. Tom Riddle usava de sua aparência para ganhar a atenção e conquistar seus professores. Usou seu carisma para ganhar seguidores, não apenas em Hogwarts, mas também depois que foi para o lado das trevas. Dumbledore certa vez foi perguntado sobre quem era Tom Riddle e ele foi categórico em afirmar que foi o aluno mais inteligente que passou pela escola. Dumbledore foi o único capaz de parar Lord Voldemort antes de Harry Potter.
Era Conhecido Por Ser Um Grande Duelista
Tom Riddle já tinha o poder de usar magia com as mãos sem a necessidade de usar uma varinha. A partir do momento que passa a usar sua varinha se torna um dos duelistas mais poderosos do Mundo Mágico. Venceu grandes mestres dos duelos em batalhas conhecidas, como foi o caso de Minerva McGonagall, ela foi uma de suas vítimas e ela era uma Mestre em Duelos. Voldemort tinha um jeito único de batalhar, era agressivo e muitas vezes surpreendia seu adversário mudando o estilo de luta durante o confronto. Ainda tem o fato de usar as Artes das Trevas para ganhar mais vantagem em combate.
A Alma de Voldemort Foi Presa no Limbo Depois de Sua Morte
Voldemort acreditava que iria vencer Harry no último Harry Potter e as Relíquias da Morte, só que ele não conseguiu tal feito porque Harry Potter havia pegado a varinha original de Draco Malfoy, se tornando assim seu mestre e então acaba por refletir a magia de Voldemort, o vencendo dessa forma. Só que Lord Voldemort não morreu, sua alma foi para o limbo, local onde vão parar as almas dos magos que morem. Da primeira vez que havia sido derrotado sua alma foi fragmentada e dividida entre os pedaços nas Horcruxes.
Ele Não Usava Varinha Para Conjurar Mágicas
Como se sabe Voldemort era um mestre usando sua varinha. Só que ele tinha um diferencial: sabia também fazer magia com as mãos. Isso é uma grande vantagem em batalha, já que a maioria dos bruxos e bruxas quando tem a varinha rompida perdem suas habilidades e ficam inoperantes. Tom Riddle era extremamente poderoso já quando criança, onde descobriu ter poderes movendo objetos com a mente e controlando animais. No orfanato, no qual ficou morando, maltratava outras crianças que nada contavam o que acontecia com elas.
Se Tornou o Mago Sombrio Mais Poderoso do Mundo
É sabido que Voldemort se tornou o mago mais temido do Mundo Mágico, mas antes dele triunfar os mais poderosos eram Gellert Grindelwald e Alvo Dumbledore. A partir do momento que o Lord das Trevas sobe ao poder automaticamente supera Grindewald, que naquele momento estava preso e era o mago sombrio mais poderoso até Voldemort surgir.
Podia Mudar a Memória dos Outros
Voldemort tinha o poder de controlar outras pessoas, isso graças as magias Legilimência que é o ato de entrar na mente de quem quisesse e Oclumência que é uma magia que protege sua mente para que esta não seja dominada por outros bruxos. São poucos os bruxos e bruxas que dominam a Oclumência e por isso ficam a mercê dos poderes da Legilimência. Severus Snape é dos poucos que consegue usar a Oclumência para proteger a própria mente.
Ele Podia Falar Parseltongue
A arte de falar e entender a língua de Parseltongue é dominada tanto por Harry Potter quanto por Voldemort. Essa particularidade entre os dois permite que ambos possam conversar e influenciar as decisões das serpentes. Potter usou a língua para falar com uma jiboia no zoológico e Voldemort se comunicava com seu principal servo que era a cobra Nagini. Somente os descendentes de Salazar Slytherin podem a proferir, com exceção de Harry Potter. Como ele foi atacado por Voldemort quando bebê acabou que meio que se unido juntando a uma parte dele.
Bebeu Sangue de Unicórnio
Em um momento sombrio da história Voldemort manipula o professor de Defesa das Artes das Trevas Quirinus Quirrell para que esse bebesse sangue de unicórnios na Floresta Proibida. Há um motivo para isso, já que os unicórdios tinham algo que Voldemort queria muito, os unicórnios tinham a habilidade de se curarem. Ele precisava dessa habilidade de cura, pois precisava permanecer vivo, mesmo dentro do corpo de Quirinus quanto na hora que fica com seu próprio corpo. Ele criou uma poção a base de veneno de cobra Nagini e sangue de unicórnio para facilitar o ato.
Não Consegue Tocar em Harry Potter
Harry Potter recebeu um feitiço que o protegia quando criança de Lily Potter. Quando Voldemort lançou seu feitiço Avada Kevadra em Harry descobriu que não podia tocar no garoto sem sofrer uma dor intensa. Mas o Lord das Trevas pensou em um jeito de burlar isso. Em Harry Potter e o Cálice de Fogo, em que eliminou Cedric Diggory no cemitério e assim se voltou para confrontar Potter. Voldemort usou o sangue de Harry Potter para criar um poção em que refez seu corpo, agora com o sangue de Potter e assim acabou por eliminar a magia de Lily podendo atacá-lo sem sentir dor.
Dominava a Arte da Transfiguração
Das muitas magias conhecidas do Lord das Trevas a transfiguração é uma das mais conhecidas, que seria uma mágica feita para mudar a aparência de quase qualquer objeto ou corpo de qualquer pessoa. Apenas um bruxo muito poderoso pode o fazer e é muito difícil de ser feito. Além de comprovar que podia fazer o feitiço também mostrou que podia dominá-lo por um longo período. No livro e filme Hary Potter e a Ordem da Fênix Voldemort usou a Transfiguração para fazer a cobra Nagini se transformar em Bathilda Bagshot, a mantendo por um longo período de tempo nessa forma para matar Harry, caso ele aparecesse para falar com ela.


