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Crítica | Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica


Em 1966, foi criada a famosa série do Batman estrelada por Adam West e Burt Ward interpretando, respectivamente, Batman e Robin. Quem nunca viu essa série é bom saber que é bem diferente do que a imagem que temos hoje do Batman. Se hoje temos a imagem sombria e pesada do Homem-Morcego, essa série de 66 era justamente o oposto: era brega, colorida, leve e caricata. E é essa série a qual a nova animação da DC, Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica adapta, então é bom o espectador saber que não verá o Batman sombrio que estamos acostumados.

A história se passa no universo da série e mostra Batman e Robin indo atrás dos vilões Mulher-Gato, Charada, Pinguim e Coringa que roubam uma misteriosa arma a qual a sua habilidade é duplicar qualquer coisa.

E a história é basicamente isso, mesmo no meio da projeção tendo uma reviravolta. Mas na verdade, assim como os episódios da série original, a história é completamente absurda. Não vamos esquecer que se passa em um universo em que Batman tem bat-foguete, bat-cóptero e bat-antiantidoto e os vilões são malvados por serem malvados.

Exigir que esse filme tenha uma trama bem bolada e com personagens complexos chega a ser errado, pois a proposta dele é ser um episódio dessa série especifica. Até os diálogos são fiéis aos da série, do tipo: “Robin, temos que deter essa aliança demoníaca”; “Santa piedade, Batman! Eles são realmente cruéis!”. Mesmo os diálogos tendo bons momentos, em especial dois que fazem referências ao quadrinho do Cavaleiro das Trevas e outro ao filme O Cavaleiro das Trevas Ressurge de Christopher Nolan, eles acabam cansando. E aí se percebe que era bom que cada episódio da série tinha apenas 30 minutos de duração: pois depois de um tempo, a piada começa a cansar. E isso acaba prejudicando o ritmo do filme.

O trabalho de arte é muito bem feito. A maioria dos cenários dos anos 60 foram recriados com muita eficiência pela equipe. Até as cores berrantes foram mantidas. O mesmo pode se dizer do design dos personagens, que são muito fiéis aos seus atores. Porém a animação em si é dura em alguns momentos, parecem que os personagens não se movem direito e tem dificuldade em mexer o pescoço. Não se mexem com muita naturalidade.

A dublagem está boa e foi uma ideia bacana da Warner chamar Adam West e Burt Ward para reprisarem os papéis que os deixaram mundialmente famosos. Eles sabem como dizer aquelas falas bregas de maneira que não soe tão ridículas e mostra um carinho com os personagens. Infelizmente, as vozes de West e de Julie Newmar (Mulher Gato) ainda parecem velhas e cansadas em alguns momentos e acabam não funcionando direito. Mas no geral é uma atitude muito bacana do estúdio chamarem o elenco original para participarem dessa homenagem.

Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica é um filme competente e divertido, mas não é das melhores feitas da Warner Animation. Além dos problemas de ritmo e da animação apontados, o longa infelizmente fica limitado por conta do próprio material em que ele tem como matéria prima. Não tem como tirar dessa série dos anos 60, uma trama mais profunda e complexa. Então, ele pelo menos funciona como homenagem e consegue tirar boas risadas com as suas batpiadas. Uma batdiversão eficiente.

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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