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Crítica | Imaginário – Brinquedo Diabólico – Uma oportunidade perdida

Imagine uma criança enfrentando seus próprios dramas pessoais que encontra alívio em um amigo imaginário. À primeira vista, esse amigo parece ser bonzinho, mas depois tenta levar a criança para um estranho mundo imaginário.

Essa é a premissa de Imaginário – Brinquedo Diabólico, um filme dirigido por Jeff Wadlow (A Ilha da Fantasia), que sofre pela falta de um roteiro convincente e por não conseguir envolver o espectador com um terror relevante. Hollywood tem uma longa história de incorporar elementos infantis em filmes de terror, como os recentes Megan e o popular Annabelle, conhecida por sua aparição na franquia Invocação do Mal.

A jovem Alice (Pyper Braun) encontra o ursinho de pelúcia Chauncey, esquecido em um porão. Rapidamente, ela desenvolve uma conexão especial com o brinquedo, o que inicialmente deixa sua madrasta, Jessica (interpretada por DeWanda Wise), contente. Contudo, à medida que problemas começam a surgir, a presença do ursinho se transforma em motivo de preocupação para toda a família.

O roteiro, escrito por Greg Erb, Jason Oremland e Jeff Wadlow, consegue inicialmente capturar a atenção do espectador com um suspense envolvendo o ursinho e sua relação com a menina, mas a partir do segundo ato, a história começa a perder o fôlego, seguindo por um caminho que acaba decepcionando.

A trama recorre excessivamente aos clichês do gênero, com uma família se mudando para uma nova casa e encontrando uma presença sobrenatural ameaçadora. Mais uma vez, opta-se por colocar uma criança como o ponto de ligação com a entidade maligna, a qual é arrastada para dentro de um portal, um elemento que já foi explorado no decepcionante Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma (2015). Tal abordagem não traz inovações, resultando em uma obra confusa e carente de profundidade.

Um dos elementos que compromete a narrativa é a forma superficial e previsível como o drama familiar é desenvolvido. Além disso, existem aspectos da trama que não recebem a devida atenção, como a condição da mãe de Alice e Taylor (Taegen Burns), que aparenta ter uma deficiência mental. Essa parte da história é introduzida de maneira breve e não é explorada adequadamente, com a personagem desaparecendo tão rapidamente quanto é apresentada. A premissa do amigo imaginário é, por si só, intrigante, mas acaba sendo subutilizada, ao contrário do que acontece no filme Vem Brincar (2020), que explora de maneira muito mais envolvente todos os aspectos do roteiro.

Imaginário – Brinquedo Diabólico falha como obra audiovisual, transformando-se em um conteúdo esquecível. O plot twist relacionado ao ursinho de pelúcia revela-se fraco e sem relevância, carecendo de originalidade e falhando em provocar qualquer surpresa no espectador. Como fonte de terror tem os seus momentos, mas que não vão além de uma ou outra situação de tensão. 

Imaginário – Brinquedo Diabólico (Imaginary, EUA – 2024)

Direção: Jeff Wadlow
Roteiro: Greg Erb, Jason Oremland, Jeff Wadlow
Elenco: DeWanda Wise, Taegen Burns, Pyper Braun, Betty Buckley, Tom Payne, Veronica Falcón
Gênero: Terror, Mistério, Suspense
Duração: 104 min

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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