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Crítica | Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes – Um prelúdio que revigora a franquia

Pode-se afirmar que a franquia cinematográfica de Jogos Vorazes é uma das mais populares do planeta, contando com uma grande e relevante base de fãs. Após a adaptação para os cinemas dos quatro livros da autora Suzanne Collins em longas-metragens, sendo o último livro dividido em dois filmes, era natural que um novo capítulo surgisse, e foi exatamente isso que aconteceu.

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, dirigido por Francis Lawrence, é uma adaptação da obra de mesmo nome e que funciona como um prelúdio. O longa não explora o início dos Jogos Vorazes, mas sim a história de Coriolanus Snow (Tom Blyth) ainda jovem, e que no futuro irá se tornar o cruel Presidente Snow que busca, de todas as formas, eliminar Katniss Everdeen.

Entretanto, a trama deste novo capítulo vai muito além de simplesmente apresentar Snow sob uma nova ótica. O filme contextualiza a questão política do período e acompanha a transformação de Coriolanus ao longo da narrativa. Inicialmente, ele é retratado como um jovem idealista, mas com o passar da história, sua personalidade evolui para alguém ambicioso, com grandes objetivos.

Um eficiente início

Nesse novo capítulo de Jogos Vorazes, além de desenvolver o personagem de Coriolanus Snow, também apresenta Lucy Gray (Rachel Zegler), a mulher que desafia o sistema imposto pela Capital e pela qual Snow se apaixona perdidamente. A trama aborda questões políticas e sociais, características marcantes da franquia, assim como os jogos em que é necessário lutar pela sobrevivência.

O roteiro, assinado por Michael Lesslie e Michael Arndt, revigora a franquia, proporcionando uma narrativa robusta que supera a conclusão anterior, que foi fraca e sem brilho. Era de se esperar que o prelúdio respondesse a algumas perguntas que ficaram em aberto, como a identidade dos idealizadores dos primeiros jogos e proporcionasse uma melhor contextualização das motivações por trás desses jogos brutais.

A ação não é o foco central do filme, uma vez que era necessário apresentar o personagem do jovem Snow, de sua família, incluindo sua irmã Tigris (Hunter Schafer), e que não tem destaque significativo na trama. Além disso, havia a necessidade de explorar a complexa teia política e social da época, o que foi habilmente estruturado e aprofundado pelo roteiro. A presença de elementos de ação no longa é algo secundário, e quando a ação aparece ela serve mais como um catalisador para o desenvolvimento de Snow e uma oportunidade para aprofundar a personagem de Lucy Gray. Diversos eventos ao longo da narrativa contribuem para dar consistência ao enredo, diferentemente da conclusão vazia e sem sentido apresentada em Jogos Vorazes: A Esperança – O Final.

Os diálogos inteligentes entre os personagens, especialmente aqueles envolvendo Volumnia Gaul (Viola Davis) e Coriolanus, são um diferencial, concedendo maior vigor a cenas que, em outras circunstâncias, seriam mornas. O ritmo lento da narrativa não compromete o desenvolvimento da história, funcionando no último ato como um suporte eficaz para o relacionamento entre Snow e Lucy Gray..

Se Katniss Everdeen foi o destaque nas produções anteriores, com uma personagem forte e cheia de camadas, aqui encontramos a jovem Lucy Gray, que foi inserida nos jogos como uma manobra política por parte do Prefeito do Distrito em que ela reside. Em geral, é uma ótima protagonista, com uma personalidade marcante e momentos significativos para a trama. No entanto, há ocasiões em que a personagem pode parecer um tanto enfadonha, especialmente nos momentos dramáticos que mais demandam sua participação.

A continuidade da franquia Jogos Vorazes nos cinemas permanece incerta, mas seria uma decisão acertada, especialmente após a introdução deste bom novo capítulo. Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes não apenas oferece uma nova perspectiva, mas também serve como uma porta de entrada para novas narrativas envolvendo a luta entre os distritos rebeldes e Coriolanus Snow. Sem dúvida, destaca-se como um dos melhores filmes da franquia.

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (The Hunger Games: The Ballad of Songbirds & Snakes, EUA – 2023)

Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Michael Lesslie, Michael Arndt. Inspirado na obra de Suzanne Collins
Elenco: Rachel Zegler, Tom Blyth, Viola Davis, Hunter Schafer, Fionnula Flanagan
Gênero: Ação, Aventura, Drama
Duração: 157 min

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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