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Crítica | Lilo, Lilo Crocodilo traz uma agradável história de amizade

Crocodilos, na maioria das produções hollywoodianas, geralmente são apresentados como predadores naturais e de instintos implacáveis. Quem poderia imaginar que um musical live-action poderia agradar tanto o público trazendo um crocodilo produzido em CGI como um protagonista que adora cantar em Lilo, Lilo, Crocodilo.

O longa dirigido pela dupla Josh Gordon e Will Peck, de a Última Ressaca do Ano, e que é baseado na série de livros infantis do autor Bernard Waber, tem no roteiro de Will Davies um dos grandes trunfos da história, pois consegue de maneira leve trazer aquele sentimento visto na obra literária. A dupla de cineastas, ao adaptá-la de uma forma divertida e irreverente, sem apelação e carregando uma mensagem inteligente, atinge o objetivo de agradar tanto aos mais jovens quanto aos adultos.

A trama gira em torno de Lilo, o crocodilo cantor que é descoberto por Hector P. Valenti (Javier Bardem), um homem cheio de pompa que se acha alguém com muito talento e sonha fazer sucesso a ponto de ficar milionário, e sua entrada para o showbiz seria nada mais nada menos que Lilo. Porém, há um pequeno problema, Lilo ao mesmo tempo que tem uma voz linda também tem um pavor de cantar em público e sempre trava quando vai cantar para uma multidão. Essa é a trama secundária da história, já que em primeiro plano temos a amizade do crocodilo com o pequeno Josh Primm (Winslow Fegley) e as confusões que Lilo se mete com os pais do garoto, Mr. Primm (Scoot McNairy) e Mrs. Primm (Constance Wu).

A voz original de Lilo é conhecida pelo público, o crocodilo foi dublado por Shawn Mendes, inclusive quando canta, e a música tema “Take a Look at Us Now”, foi composta pela dupla Benj Pasek e Justin Paul, e é daquelas canções que ficam na cabeça por um bom tempo após o término da sessão, além de ser vibrante o suficiente para se dançar junto com os personagens.

O roteiro de Will Davies funciona e diverte na medida certa, pode-se dizer que é uma produção que não se vê com muita frequência nos dias de hoje, daquelas com foco para a família, mas que não tentam idiotizar o público, e que vai mais na linha de As Aventuras de Paddington 2, em querer trazer uma mensagem ao espectador e sem esquecer de entreter.

Ao criar um elo entre Lilo e o jovem Josh Primm, um garoto claramente com problemas sociais, que que tem dificuldades de se relacionar com outras crianças e até mesmo de sair de casa para ir ao colégio, acaba descobrindo nessa amizade incomum como superar essas etapas de sua vida, e o mesmo pode-se dizer a respeito de Lilo, que precisa vencer seu medo de palcos e cantar para grandes multidões. Essa conexão entre os dois transforma o longa sobre uma obra que aborda a amizade e o crescimento pessoal.

O ponto alto do filme é a atuação de Javier Bardem, interpretando um malandro que se importa mais com a fama que propriamente com Lilo. O ator canta, dança e dá ritmo para a narrativa em pontos que a trama parecia não ter um caminho definido. Há também um antagonista na história, Mr. Grumps (Brett Gelman), que vive com sua gata, Loretta, e que juntos dão mais humor para a história.

Lilo, Lilo, Crocodilo é envolvente e sabe como desenvolver a narrativa de uma forma que o filme não caia na monotonia, o roteiro é ágil em trabalhar elementos que facilitam em fazer a trama a ir adiante, inserindo uma música dançante aqui ou uma cena de ação ali. É sem dúvida uma das gratas surpresas do ano e que deve alavancar em peso a audiência.

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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