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Crítica Super Mario Bros. – O Filme – Clássico da Nintendo recebe uma adaptação à altura

Um dos grandes desafios atuais da indústria cinematográfica é a de adaptar games para o cinema e para a TV, tendo como missão a de manter a fidelidade em relação aos jogos e o de tentar fazer algo “novo” e que possa atrair fãs que desconhecem a obra original para assistir aquela produção. É daí que vem o desafio de Super Mario Bros – O Filme, animação que surge com alguns anos de atraso e que segue a tendência de adaptações que tomam Hollywood.

Não dá para entender como um personagem tão icônico dos videogames pode ficar tanto tempo longe dos cinemas, contando apenas com uma adaptação ridícula de Super Mario Bros. (1993), que era tão tosca, mas tão tosca, que praticamente jogou pelo ralo a ideia de fazer com que a dupla de encanadores se tornasse um sucesso.

Nessa nova história, a trama traz Mario (dublado por um Chris Pratt sem nenhum sotaque italiano) e Luigi (Charlie Day) tentando ganhar a vida como encanadores, até que um dia acabam sendo engolidos por um cano e vão parar em outra realidade, um mundo mágico, sendo que Mario foi parar no Reino do Cogumelos e Luigi em um local sombrio, em que reina Bowser, o vilão que é apaixonado pela Princesa Peach (Anya Taylor-Joy). O foco da narrativa está todo em Mario, que obviamente tem mais tempo de tela que seu irmão, com a importância de Luigi se limitando apenas a ser um prisioneiro e fazer com que Mario tenha uma jornada própria para salvá-lo.

Nostalgia

Dirigido pela dupla Aaron Horvath (Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas) e Michael Jelenic, com base no roteiro de Matthew Fogel (Minions 2), o longa animado funciona bem e irá agradar parte do público que cresceu jogando os games de Mario Bros., fazendo o feijão com arroz e não tentando reinventar a roda. Faz aquilo que os fãs queriam presenciar, ou seja, com os protagonistas sendo apresentados de maneira divertida e inserindo boas sequências de ação.

Uma coisa que chama a atenção no filme são as diversas referências, os conhecidos “easter eggs”, que principalmente para os conhecedores do game da Nintendo são puro devaneio. É possível encontrar na trama referências a jogos clássicos da franquia Mario Bros., como Super Mario Bros. 3 (NES – 1988), Super Mario Kart (Super NES – 1992) e Donkey Kong (NES – 1983), assim como é possível encontrar também “easter eggs” de jogos clássicos da empresa japonesa, como Punch-out! e Kid Icarus.

Diferente de Jogador Nº 1 (2018), em que a maioria das citações a obras da cultura pop faziam sentido para a narrativa, em Super Mario Bros. – O Filme não é bem assim que acontece, sendo que maioria das várias aparições de personagens, transformações do Mario e até mesmo as referências a games clássicos da franquia, poderiam ser descartadas. Não são informações realmente relevantes para a trama, estão ali apenas para trazer os fãs saudosistas para os cinemas. Esse excesso de referências se mostra desnecessário principalmente no último ato, em que as coisas acontecem de forma tão rápida que nem faz muito sentido colocá-las ali.

Ícones da Cultura Pop

Não é de se estranhar que Mario seja o protagonista do filme – até porque o título leva o seu nome – mas há uma outra protagonista muito importante na produção: a Princesa Peach. Chama a atenção pelo fato de os diretores fazerem algo diferente do que estamos acostumados a ver nos games, em que Mario precisa salvar Peach a todo instante. No longa, a Princesa tem um destaque que não é nada simbólico, tomando decisões importantes para a trama e mostrando que quem manda no Reino é ela. Também não é de se espantar a aparição de Donkey Kong na trama, já que a primeira vez que Mario Bros. apareceu foi em um jogo do Donkey Kong. Esse encontro entre Mario e Donkey Kong dá um outro tom para a narrativa, dando mais graça e ação a várias cenas.

Em compensação ao destaque dos heróis há a aparição de Bowser Koopa (com uma dublagem fantástica de Jack Black), um antagonista que é apaixonado por Peach e que fará de tudo para conquistar o Reino Cogumelo e também o coração da Princesa. É um ótimo vilão e muito bem desenvolvido, chega até a ser violento em alguns momentos, deixando claro que a obra não é focada apenas no público infantil, mas também no público adulto. Surpreende o fato de personagens carismáticos, como Diddy Kong e Yoshi aparecerem apenas de forma rápida e sem importância para a história, o mesmo ocorre com Toad, que praticamente some com o desenvolvimento da narrativa.

Super Mario Bros. – O Filme é diferente – e melhor – que a maioria das adaptações de games, trazendo a essência do videogame e assim mantendo o espírito da obra original. Outro grande destaque está na qualidade da animação, que lembra bastante os games de Mario Bros. Por essas e outras agrada e irá levar uma legião de fãs aos cinemas, além de possivelmente receber no futuro uma continuação e que seria muito bem vinda.

Super Mario Bros. – O Filme (The Super Mario Bros. Movie, EUA – 2023)

Direção: Aaron Horvath, Michael Jelenic
Roteiro: Matthew Fogel
Elenco: Chris Pratt, Anya Taylor-Joy, Charlie Day, Jack Black, Kevin Michael Richardson, Khary Payton, Keegan-Michael Key, Seth Rogen
Gênero: Animação, Aventura, Comédia
Duração: 92 min

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Publicado por Gabriel Danius

Jornalista e cinéfilo de carteirinha amo nas horas vagas ler, jogar e assistir a jogos de futebol. Amo filmes que acrescentem algo de relevante e tragam uma mensagem interessante.

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