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em Capa, Catálogo, Cinema

Crítica | Viver a Vida – A Tragédia da Prostituição

publicado por Avatar Matheus Fragata 15/02/2018, 20:48 1.1k Leituras

Se Acossado é a estreia que consagra Jean-Luc Godard como um dos maiores realizadores cinematográficos da História, Viver a Vida é sua verdadeira primeira experimentação com uma narrativa mais sólida – coisa que Uma Mulher é Uma Mulher, seu segundo filme, certamente não possui.

Godard se inspira na obra de Marcel Sacotte sobre a vida das mulheres mergulhadas no submundo da prostituição. Abordando uma narrativa mais literária, dividindo o filme em doze capítulos, Godard traz a história de Nana (Anna Karina), uma jovem que aspira ser atriz de cinema, mas que, devido as condições sociais que vive, além da falta de oportunidades, acaba vendo a prostituição como a única alternativa para fugir da miséria.

Memórias do Submundo

Tanto Godard quanto Éric Rohmer exploraram o submundo parisiense em 1962. Rohmer abordaria a mendicância em sua tragicomédia O Signo do Leão enquanto Godard traz um retrato mais discreto e verborrágico sobre essa camada ignorada pela sociedade. Nana, desde o primeiro momento, é apresentada como uma mulher solitária, sem amigos, sem família e sem namorado.

Godard como de costume, trata a personagem de modo bastante frio, a afastando do espectador justo na primeira cena, na qual realiza um extenso diálogo de rompimento amoroso com os personagens virados de costas para a câmera – um conceito simples, mas muito ousado para o Cinema, afinal isso é uma jogada que vai contra o sentido clássico de encenação que havia na época.

Com essa abordagem através de capítulos distintos, apresentados através de intertítulos que até mesmo explicam o que o espectador verá, temos uma melhor noção sobre a vida da triste protagonista: pobre, desabrigada e condenada a um trabalho de remuneração nada próxima ao necessário para sobreviver em Paris.

Quanto mais se aproxima do momento fatídico da privação da intimidade de Nana, Godard realiza um segmento bastante generoso para humanizar a personagem excessivamente fria, ao mostra-la no cinema se emocionando com o clássico filme silencioso de Dreyer, A Paixão de Joana D’arc. Sem muita sutileza, o diretor procura criar um paralelo entre o sofrimento de Nana com a tristeza de D’arc, suportando pressões, injustiças e condenações de ignorantes.

Nesses segmentos, Godard novamente inventa recursos de linguagem cinematográfica para tornar a metáfora mais clara ao espectador, tornando Viver a Vida um filme silencioso com os diálogos apresentados em legendas – é surpreendente como o recurso funciona bem para esse filme em especial que poderia dispensar inteiramente o uso do som.

Não existe poesia ou entusiasmo para a cena do primeiro programa de Nana. Godard usa a brutalidade de uma encenação seca para refletir o desespero mudo da protagonista que se resigna ao seu destino infeliz. Porém, o contato com outras amigas que também acabaram no mesmo fim, leva a mulher a procurar um cafetão. Concentrando um capítulo inteiro para explicar os mecanismos internos e regras da prostituição, Godard cria uma sequência em montagem muito à frente de seu tempo, repleta de pontos de vista interessantes para ilustrar a dinâmica do esquema.

Se valendo das elipses naturais oferecidas pela estrutura de capítulos, Godard não espera quase nada para já desmontar a momentânea ilusão de Nana com seu novo ofício e também da proteção do cafetão. Em uma cena envolvendo um tiroteio de metralhadoras – na qual, brilhantemente, sincroniza os cortes dos jump cuts na montagem com o som dos tiros, Nana é abandonada à própria sorte, enfim descobrindo o quão descartável é – o discurso sobre o olhar masculino e a posse do feminino é recorrente de modo discreto.

A partir desse ponto, o encadeamento das cenas fica mais aproximado, mostrando um novo declínio psicológico de Nana que passa a ser tratada como “carne velha” no pedaço: sendo ignorada – até mesmo em uma belíssima cena de dança na qual faz de tudo para ser notada e, consequentemente, desejada (ponto mais alto da atuação de Anna Karina), ou trocada por outra prostituta por um cliente “sentimental” que a obriga a presenciar o programa.

Completamente infeliz, Nana aprende a virar um objeto, abrindo mão de seus desejos, de sua voz e de suas ideias. Ou seja, de sua vida. Para apresentar um ponto de virada eficiente, a fim de tornar a tragédia final ainda maior, temos Nana redescobrindo o sentido de viver quando conversa com um filósofo em um bar. O contraste de sua ignorância deprimida com a altivez do intelectual cria uma bela mensagem mostrando que qualquer um pode fazer filosofia, mesmo não tendo conhecimento.

Aliás, involuntariamente, Nana está sempre cercada por arte em livros, filmes e música. Essa relação despercebida mostra como Godard usa a arte como, além de encaixar referências importantes, se ela mesma tentasse salvar Nana da perdição, mostrando que há um outro lado do jogo que a garota imediatista desesperada insiste em não ver.

Além de trazer uma boa história existencialista repleta de sentimento através de seu olhar frio, Godard trata Viver a Vida com muito mais refinamento cinematográfico, se aproximando do clássico, de certo modo – algo que atingiria um belo ápice em O Desprezo. Os enquadramentos são feitos com mais cuidados, além da estabilidade muito expressiva da câmera.

Godard para com a histeria infernal de Uma Mulher é Uma Mulher e controla a montagem, optando por planos bastante longos, com alguns movimentos de travelling ou panorâmicas para oferecer maior diversidade visual ao filme. Basicamente, nunca recorre ao método clássico do plano/contraplano somente cortando a ação quando é muito necessário. Como os enquadramentos são muito excêntricos na escolha da altura da câmera, os pontos de vista que Godard traz fogem do ar teatral que poderia arruinar sua assinatura com facilidade.

Antes que ela acabe

Entre diversas referências e homenagens à arte (até mesmo ao cinema de Bergman), Godard cria uma experiência muito sólida e superior em sua carreira em franca ascensão. Viver a Vida pode ser tedioso, mas evoca uma história bastante sensível com um olhar único sobre a prostituição ao trazer essa abordagem sutil sobre o existencialismo. Porém, mais importante que a narrativa, é um exercício curioso ver as diferentes faces que Godard assume como cineasta, caminhando para uma jornada repleta de sucessos nessa década fascinante para o cinema francês.

Viver a Vida (Vivre sa vie: Film en douze tableaux, França – 1962)

Direção: Jean-Luc Godard
Roteiro: Jean-Luc Godard, Marcel Sacotte
Elenco: Anna Karina, Saddy Rebot, Monique Messine, André S. Labarthe
Gênero: Drama
Duração: 83 minutos

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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