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Game of Thrones | Entenda como o Rei da Noite tramou a Armadilha para Jon Snow

Apesar de toda a onda de ódio contra Beyond the Wall, sexto episódio desta temporada de Game of Thrones, alguns fãs mais atentos descobriram detalhes importantes. Além de toda a discussão sobre o Dragão de Gelo, o dragão que o Rei da Noite matou e se a espada de Jon Snow tinha aberto os olhos, uma nova descoberta ganhou popularidade: sobre como o Rei da Noite já sabia de todo o plano de Jon para capturar um zumbi.

Ainda sabemos muito pouco sobre o Rei da Noite. O personagem é mudo e seus comparsas White Walkers só grunhiram ao longo de todas as temporadas. O que foi mostrado (somente no seriado) é que os Filhos da Floresta transformaram um dos Primeiros Homens em uma nova criatura ao inserir uma obsidiana em seu peito para auxiliá-los na guerra contra os homens. Porém, a nova arma saiu de controle e se tornou uma força destrutiva da natureza.

Mas há ordem neste caos do Rei da Noite. Beyond the Wall forneceu uma importante descoberta sobre como os zumbis são comandados através de uma magia que cessa quando o Outro que os converteu é destruído. Esse foi o detalhe mais chocante para não percebermos o seguinte, tão importante quanto: aquele único zumbi que não foi destruído, fora plantado pelo Rei da Noite naquela patrulha em específico.

E para entendermos isso, é preciso relembrar da cena que movimenta quase todos os núcleos de Eastwatch, quinto episódio da temporada. Bran warga nos corvos e viaja até Atalaialeste descobrindo que o Rei da Noite e sua legião estão marchando em direção à Muralha. Como já sabemos, o Rei da Noite consegue sentir a presença de Bran quando próximo, seja por visões verdes, por warg ou pela “viagem no tempo” (pela falta de melhor termo).

Bran warga nos corvos. Corvos viajam até Atalaialeste do Mar. Rei da Noite percebe presença de Bran e quebra conexão entre o Corvo de Três Olhos com os pássaros. Legião dos Mortos concentrada no Lago Congelado. Jon e Cia. no Lago Congelado, já emboscados pelo Rei da Noite.

Há uma conexão extremamente forte entre eles, o que também indica que o Rei da Noite possua parte dos poderes do Corvo de Três Olhos – isso é apenas especulado até agora. Sabendo que foi “descoberto” por Bran, o vilão simplesmente decide aguardar na esperança que Jon Snow apareça.

Deixar apenas um zumbi diferente na horda de outro White Walker é o maior indício do planejamento dessa emboscada, já que o lugar que Jon “surpreende” os inimigos os obriga a seguir diretamente para o lago congelado com a ilha de pedra. Lá, Jon e o grupo são cercados pelo inimigo que aguarda. Até mesmo quando o Rei da Noite chega no lugar, eles aguardam.

Essa é a questão essencial para entendermos o Rei da Noite e os Outros: eles não têm a menor pressa. Estamos acostumados com diversas narrativas cujos antagonistas tem sede de poder e vingança, além de serem mortais também em situações alarmantes. Essa é uma das maiores graças e trunfos de Game of Thrones: os verdadeiros antagonistas são eternos, organizados e pacientes. Eles podem esperar milênios para avançar contra o sul de Westeros. E não há perda alguma para o vilão por conta disso, afinal, quanto mais pessoas se aventurarem além da Muralha, mais mortos ele terá para seu exército. É seguro dizer que praticamente toda a população que vivia nesse espaço, já esteja na legião do Rei da Noite.

Como sabemos, o Rei da Noite e seu exército não podem atravessar a Muralha por conta da magia nela inserida. Conforme tinha explorado isso nesse artigo, há a chance do fogo mágico de um dragão conseguir quebrar o antigo encantamento dos Filhos da Floresta. Portanto, o Rei da Noite precisava de uma criatura mágica desse porte para ajudá-lo a derrubar a Muralha.

Supondo que ele consiga ter a onisciência de Bran, o personagem saberia que Daenerys viria ao resgate de Jon com seus dragões, permitindo que matasse um ou todos, os convertendo para o seu exército. Como vimos, o Rei da Noite e os outros White Walkers empunhavam lanças nas mãos. Poderiam ter matado Jon Snow e companhia rapidamente e com facilidade, mas isso não interessava a eles – de certa forma, há uma soberba humana no personagem, subestimando seus inimigos.

E, graças a essa tramoia, o Rei da Noite conseguiu um dragão para si. Como puderam perceber, a teoria faz algum sentido e, ainda por cima, eleva bastante o personagem. A produção de Game of Thrones é bastante ousada, mas apostar um nível de engenhosidade desses, de um plano bem arquitetado para um personagem misterioso e mudo, é algo realmente espetacular.

Mas o plano em si também exige muita suspensão da descrença, caso queira acreditar que tudo ocorreu como o Rei da Noite desejava. A explicação, por melhor que ela seja, é frágil e não considera as variáveis da equação como se Gendry nunca tivesse voltado para Atalaialeste para avisar Daenerys, se o corvo com a mensagem tivesse morrido, etc.  Ou seja, é fácil desbancar a teoria e jogar na conta das conveniências narrativas que o seriado vem apresentando.

Outros fãs já vão mais além e apostam em um caminho que nem chegou perto de ser sugerido no seriado. E isso envolve R’hllor, o Senhor da Luz – deus do fogo de Melisandre e outras feiticeiras vermelhas.

Como sabemos, esse deus está ajudando efetivamente os heróis com ressurreições, visões e interferências diretas de magias. Como R’hllor é o senhor da luz, obviamente é necessário ter um senhor da escuridão, seu inimigo natural. Ele é chamado de O Grande Outro.

Logo, esse deus desconhecido poderia ajudar efetivamente o Rei da Noite, seu campeão escolhido, com visões e onisciência para conseguir emplacar a Longa Noite em Westeros. Ele pode ter visto os dragões naquele lago e decidiu esperar para ver o aconteceria.

É uma teoria bem interessante, mas sustentada apenas em suposições inteligentes. Perto disso, até a infame Bran é o Rei da Noite faz mais sentido por conta de evidências mais consistentes. Caso a 8ª temporada responda tantas questões com eficiência e confirme essas habilidades mágicas do Rei da Noite, teremos outro olhar sobre os acontecimentos do Lago Congelado.

E vocês? O que pensam sobre isso? Conveniências em excesso ou realmente faz sentido?

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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Estúdio | Sony Pictures

Crítica | A Torre Negra