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Lista | Os 10 Filmes de Terror mais Subestimados dos últimos anos

Falar de alguns dos melhores filmes de terror da atualidade já é um desafio por si só, com críticos e públicos constantemente se dividindo sobre qual o “tipo de Terror” mais agrada as diferentes massas. De um lado filmes como Hereditário e A Bruxa agradando mais aos críticos enquanto franquias como Invocação do Mal e os filmes da Blumhouse atraem mais ao público. Mas e quanto aos filmes que não se encaixam em nenhuma dessas categorias? Aqueles filmes de terror que passaram despercebidos por muitos, que não atraiu ao público e foram desmerecidos por críticos. Mas há algo bem valioso a se encontrar e ser redescoberto em alguns desses filmes.

Por isso, essa lista está aqui para citar alguns dos melhores e mais subestimados filmes de terror lançados na década passada e já nesta. Que merecem ser aqui recomendados para talvez recuperarem um pouco do seu valor merecido de volta.

Vírus (2009)

Impressionante como um filme pós-apocalíptico de trama tão original como Vírus possui e que, mesmo que se componha de algumas familiaridades, é executando de forma bem eficiente o bastante para se questionar sobre o porquê o filme não é melhor reconhecido. Metade um Road-movie através de uma América, e um mundo, desolado e esquecido apenas com a memória do vazio e destruição. E metade um intenso drama de desolação e sobrevivência, onde seus diretores David e Àlex Pastor confinam seus personagens em uma constante luta de sobrevivência e confiança que persiste em uma linha de imprevisibilidade sobre qual será o destino final de seus personagens e quem esse mal invisível vindo apenas do respirar de alguém, irá atingir. E quando se tem esse tipo de trama inteligente e competentemente bem realizada, e com performances afiadas de um elenco formado por um jovem Chris Pine e um surpreendente Christopher Meloni, fica difícil entender como um filme assim não é melhor valorizado.

Pyewacket (2017)

Quando o drama sobrenatural bem competente colide com um drama familiar realista e palpável, não há quem interrompa dessa experiência ser desconfortante e pavorosa. E é isso que o diretor Adam MacDonald faz de Pyewacket, não só uma valiosa lição sobre as consequências sobre o que acontece quando você invoca um demônio para se matar sua mãe, mas que busca através de sua história demonstrar de forma opressora e arrepiante que as consequências do supernatural são mais realistas do que se imagina. Sempre buscando focar o mal presente, nunca no visual macabro, mas na relação emocionalmente pesada e destrutiva entre uma mãe e uma filha, com duas soberbas Laurie Holden e Nicole Muñoz, antes de explodir em um pequeno espetáculo de pavor em seu final que só tornam o filme em uma arrepiante experiência e que com certeza merece uma chance de ser assistido.

Bad Match (2017)

Namoros online já são um terror mental por si só, mas quando esse tipo de trama chega para ser lidado em um filme, só se torna bem mais intrigante e, porventura, ainda mais assustador. Com esse bem competente e infelizmente pouco comentado filme de David Chirchirillo sendo quase uma espécie de Atração Fatal geração Tinder e Facebook, onde seu casal de protagonistas conseguem ambos ser complexados em suas características que assustam de maneira diferentes, Riley (Lili Simmons) com seu comportamento esquisito e imprevisível, versus a personalidade temperamental e machista de Harris (Jack Cutmore-Scott). E cujo estranho relacionamento revela muito das ansiedades tóxicas milenais, de colocar sua identidade e sua vida exposta para todo o mundo online numa busca de afeto que logo pode se tornar presa para um mal. Abordando tanto a possibilidade de uma desilusão paranoica constante ou um verdadeiro abraço aterrorizante do terror carnal nos eventuais desenlaces violentos e inesperados que o filme toma. Pequeno e eficiente, um filme que vai entrar nas suas entranhas e com certeza te fazer repensar ter algum relacionamento virtual.

O Ritual (2017)

Facilmente você pode encarar O Ritual como sendo apenas outra nova pegada na já velha trama de um grupo de jovens se desventurando dentro de uma floresta que esconde um mal sombrio e que termina com cada um sendo morto um a um, o que é, inegável. Mas que não impede nem um pouco o filme de mostrar sopros de originalidade no que busca trazer para um gênero tão desgastado. Não só por garantir surpresas bem originais na origem do seu mal ou monstro principal da história, que passa longe dos usuais clichês do gênero como bruxas e demônios e se torna voltado para o místico de lendas nórdicas. O resultado é o dentro do esperado, mas que consegue ser muito bem realizado e despertar calafrios genuínos.

A Atração (2015)

Talvez o filme de aspecto mais original da lista, afinal misturar sereias carnívoras, cenas musicais, strip-tease e uma história de amor juntas no mesmo filme que busca ser um completo anti-conto de fadas está mais do que coerente em sua proposta. E A Atração consegue mesmo ser essa versão macabra de A Pequena Sereia que, ao mesmo tempo em que aspira ter uma forma de narrativa surreal e desconexa como fosse um filme surrealista de David Lynch, consegue também ser essa espécie de conto macabro sobre vício, morte, tensão sexual predatorial em volta de um amor proibido. É um filme extremamente bizarro, mas eficiente em conseguir tanto ser uma obra que perturba na mesma medida que te hipnotiza a pensar sobre ele.

Lake Mungo (2008)

Outro grande filme da lista que, inexplicavelmente, não teve seu valor melhor reconhecido até hoje. Lake Mungo de Joel Anderson não só é um daqueles raros filmes found-footage que valida o seu formato de documentário falso para algo muito mais do que apenas estilo, ao lidar também com o mistério e a tragédia de uma perda familiar que não só se revela palpável em execução, mas também intensamente sombrio e macabro em seu cerne. Um tipo de Atividade Paranormal voltado para o drama se preferirem, que revela um sinistro segredo acontecendo no meio familiar de seus protagonistas, um mal que só intensifica o seu macabro até o final. Que faz de Lake Mungo não só o melhor filme desse estilo desde A Bruxa de Blair, como um intenso drama macabro que não é para os corações mais frágeis.

Gritos Mortais (2007)

Com toda certeza esse não é um dos mais surpreendentes, nem muito menos dos mais originais filmes de terror que você vai ouvir falar sobre, mas James Wan em seus primórdios do terror indie já se mostrava mais do que competente para conseguir realizar um filme de sustos tenebrosos e atmosfera arrepiante já de forma muito eficiente. Com uma trama bem já dentro do familiar que leva seu protagonista à procura da origem de um estranho mal que arranca línguas fora, e ainda contando com a presença do usual boneco assustador e mal assombrado chamado Billy. Tudo que garante a desde sempre louvável direção de Wan para realizar um digno um show de horrores, que assume a cafonice de sua trama cheia dos usuais clichês do gênero, e conseguindo funcionar perfeitamente graças à isso.

Possuídos (2006)

Eis que você tem um dos melhores diretores de terror de todos os tempos retornando à ativa e realizando, não só um dos filmes mais subestimados da década passada, como um verdadeiro pesadelo claustrofóbico em forma de filme. Com Wiliam Friedkin conseguindo trazer uma perfeita trama de ficção científica B nos moldes de filmes de David Cronenberg, ao mesmo tempo em que faz dela um estudo psicológico destrutivo da mente humana se deteriorando aos poucos em uma paranóia letal. Onde seu palco em pequena escala só torna o filme em um verdadeiro espetáculo de terror maior e mais eficiente do que qualquer filme de terror de estúdios feitos hoje em dia, com uma intensidade maníaca que faz de Possuídos ser uma verdadeira experiência perturbadora e dificilmente esquecível.

A Autópsia (2016)

Impensável pensar como que um filme tão surpreendente como A Autópsia de André Øvredal com uma premissa tão simples e tão genial ao mesmo tempo, conseguiu ser tão esnobado e ter passado despercebido por muitos. Um brilhante thriller em pequena escala, que facilmente estabelece sua linha de tensão e mistério no simples desvendar a origem de um cadáver de uma jovem que mostra possuir muito mais do que aparenta. Que ao mesmo tempo em que instiga uma suposta presença do sobrenatural, mas que nunca exagera dentro da realidade enervante que o filme habita e o mistério que os está sufocando lentamente os seus personagens, sucumbindo ao mal presente nesse enervante mistério. O mesmo mistério presente sobre porque esse filme não é louvado como um dos melhores filmes de terror dos últimos anos como tanto merece.

O Lamento (2016)

Além do filme de Hong-jin Na ser outro tesouro precioso do cinema Coreano atual, O Lamento mostra seguir a uma linha bem similar de filmes como A Cura e Pulse do Japonês Kiyoshi Kurosawa ou até mesmo Se7en de David Fincher, que soberbamente souberam misturar um thriller investigativo coberto por uma dose de terror. Onde O Lamento faz tudo isso certo ao ser um bravo filme que dentro seu constante tom gráfico e brutal de sua violência, consegue chocar e surpreender do início ao fim, por onde sua tenebrosa trama de investigação sobre a razão pelo qual a pequena cidade está sendo afetada por um estranho vírus. O que poderia facilmente ser um terror baseado no realismo indomável de sua assustadora natureza, nas ao invés disso aponta também para o oculto e o macabro em seu tom enervante. Que termina sendo uma experiência tanto tenebrosa como hilária, visceral como dramaticamente envolvente, tudo na mesma medida. O bastante para causar um boca a boca positivo para se tornar esse pequeno clássico de terror moderno deveria, e ainda merece, ser visto por todos.

Acha que deixamos de fora algum grande filme de Terror dos últimos anos e que nunca teve seu valor merecido? Não deixe de nos dizer qual!

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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