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Crítica | Samurai Jack – 05×06: XCVII

Prosseguindo do intenso cliffhanger do capítulo anterior, o sexto episódio da temporada desenvolve a personagem Ashi, que vai em busca do samurai desaparecido após os acontecimentos no final do capítulo anterior.

Em sua jornada, Ashi encontra caras familiares para os fãs da série original. Personagens que foram salvos ou tiveram sua maldição retirada pelo samurai. Figuras de episódios marcantes como os 3 arqueiros ou o Demongo e sua legião de mercenários mostram para Ashi todo o resultado do trabalho do samurai anos antes.

O episódio funciona quase de forma espelhada ao episódio anterior, onde vimos os resultados da destruição que Aku causou no mundo. Aqui temos o exato oposto; onde havia destruição anteriormente, há vida e prosperidade, e tudo graças ao que o samurai fez para aquelas pessoas. Ashi finalmente contempla de que lado ela deveria estar e conclui sua transição do lado negro para o lado do bem.

Os encontros com os antigos conhecidos de Jack, além de causar nostalgia nos fãs, também mostram o quanto a série original tinha de diversidade e carisma em seus personagens secundários. Apesar desta temporada ser muito mais focada na jornada pessoal do samurai, há espaço para pincelar uma imagem maior do mundo da série, colocando em perspectiva os atos do samurai, 50 anos após suas ações. Além de vermos alguns clássicos momentos originais refeitos com a qualidade da animação atual, o que é sempre bem-vindo.

Aliás, que bela transformação. Partindo de um passado traumatizante, Ashi foi desenvolvida nos últimos episódios como alguém frio e nascida para matar. Após algumas intempéries com o samurai, ela inicia sua jornada de renascimento, de alguém formado pelas cinzas do fogo, ela sai das águas livre, como alguém liberto das amarras de seu passado. Retirando toda a camada escura que cobria sua pele, se despindo de seu antigo corpo e criando uma nova persona como a garota da folha, algo remanescente do folclore. Uma pequena criatura da natureza, como uma elfa ou um duende. Alguém que poderá reascender a esperança.

Enquanto isso temos outra jornada a procura de seu mestre, mas do outro lado da força, com Scaramouche, um dos ex-melhores soldados de Aku e que foi fatiado por Jack no primeiro episódio da temporada, procurando uma forma de se comunicar com seu mestre e informá-lo de que o samurai não mais porta a espada capaz de feri-lo. Aqui o episódio encontra seu alívio cômico e momentos que acabam arrastando seu ritmo, misturando piadas infantis com conotações sexuais. Apesar de quebrar o gelo com o seu humor, o arco do personagem acaba sendo pouco relevante e não tem uma real função dentro da história do episódio.

Próximo ao final, Ashi finalmente reencontra o samurai, que está prestes a cometer uma espécie de harakiri, causado pela culpa de suas falhas e fantasmas de seu passado. Rodeado de espíritos de soldados e samurais, Ashi tenta impedir a qualquer custo a execução de Jack mostrando para ele que ainda há esperança de salvação no mundo.

Após um intenso combate com um dos espíritos (o cavaleiro que constantemente aparecia para Jack nos episódios anteriores), Jack salva Ashi do ataque do cavaleiro e finamente se recompõe, concluindo que ainda há uma missão a ser cumprida antes de seu descanso eterno.

Jack não fala, mas foi Ashi que acabou salvando sua vida. Após lutar constantemente contra a própria vontade de acabar com a sua vida, Jack finalmente retira todo o peso da consciência para enfrentar seu destino: encontrar a espada perdida e derrotar de uma vez por todas Aku.

Apesar de ter sido o mais fraco até agora em questão de ritmo e tom, o sexto episódio da temporada conclui a jornada espiritual de nossos dois heróis. Com Ashi se voltando para o lado de Jack após ver as mudanças positivas que o samurai causou no mundo, e por consequência, acaba salvando o samurai de seu próprio fim. Agora ambos estão preparados para o início da conclusão desta longa e tortuosa jornada.

Redação Bastidores

Publicado por Redação Bastidores

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