[Vídeo] Immortals Fenyx Rising | Análise
https://www.youtube.com/watch?v=OyJWfu6mu1Y
Confira nossa análise escrita:
https://nosbastidores.com.br/analise-immortals-fenyx-rising-melhor-jogo-da-ubisoft/
Análise | Immortals Fenyx Rising - Melhor jogo da Ubisoft?
A Ubisoft está em polvorosa nesses últimos tempos, lançando não um, nem dois jogos, mas três em um intervalo de menos de dois meses. E é espantosa a habilidade com que esses jogos foram desenvolvidos. Watch Dogs Legion é um jogo que teve alguns problemas no dia de seu lançamento, mas conseguiu me impressionar genuinamente, sendo definitivamente o meu favorito nessa série, Assassin’s Creed Valhalla traz um sólido RPG tendo como cenário a Europa medieval na época dos vikings e agora temos mais um.
O jogo nasceu de um bug em Assassin’s Creed Odyssey que transformava os NPCs do jogo em ciclopes, esse defeito nos estágios iniciais no desenvolvimento do game atiçou a imaginação dos desenvolvedores que quiseram fazer algo mais mítico, sem as amarras históricas que caracterizam Assassin’s Creed. O título provisório era Gods and Monsters, sendo mudado posteriormente para Immortals Fenyx Rising.
Livre para voar
Logo de cara percebe-se que o jogo tomou de inspiração alguns dos títulos mais aclamados nos últimos tempos no mundo dos games. Tanto a estética quanto algumas mecânicas lembram muito The Legend of Zelda: Breath of The Wild. No caso do hit da Nintendo, eles tomaram o conceito de mundo aberto ao pé da letra, você pode ir para onde quiser e utilizar quaisquer métodos à sua disposição para chegar lá. Fenyx tenta recriar essa sensação com uma generosa dose de sucesso
A locomoção é um dos aspectos mais interessantes do jogo. Além de conter um mundo extremamente belo e variado que por si só já é um prazer de explorar, é divertido usar as habilidades que lhe são concedidas para atravessar os obstáculos para se chegar a um lugar. Há a habilidade de correr mais rápido que o normal, que é a básica, as asas de Dédalo que possibilitam o pulo duplo e a planagem, as mecânicas relacionadas a ela me lembrar uma espécie de híbrido entre God of War e Batman Arkham, muito útil principalmente se você desbloquear a habilidade do Boost fazendo com que se desloque com mais rapidez.
Ainda há a opção de domar um animal para que possa cavalgá-los, as espécies de montarias vão desde alces, cavalos e até mesmo unicórnios se tiver a sorte de achar um. As vantagens de se usar montarias incluem uma barra de estamina maior, além de melhor velocidade que a corrida convencional e com a habilidade “telekinesis gathering” ativada você pode coletar itens essenciais para a criação de poções apenas passando perto deles enquanto estiver na montaria.
E é claro há também a escalada que como citei anteriormente é muito parecida com a encontrada em Breath of the Wild, é possível escalar qualquer superfície, mas é necessário ficar de olho na barra de estamina, caso deixe ela se esgotar quando estiver em uma altitude considerável, é morte na certa. Administrar bem a barra de estamina é um dos aspectos que compõem o desafio do jogo.
Os cenários por si só já são um deleite, na sua estética mais animada e colorida, os designers sustentam a ilusão de vida abundante no jogo, capricharam bastante em elementos como vegetação, que é diferente a depender do lugar explorado, e da fauna animal, sendo composta por ursos, javalis, pássaros, cavalos e diversas criaturas mitológicas (grande maioria hostil), tudo isso ajuda na imersão e faz com que o jogador continue a explorar esse mundo.
Desafios mentais
E por falar em desafio, o jogo está repleto de todos os tipos, até mesmo os mentais! Sim, meus amigos, os benditos puzzle, falando francamente, fazia tempo que eu não via puzzles tão bons e variados, o único bom exemplo que posso me lembrar agora é o já citado The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Enquanto muitos jogos abandonam ou simplificam demais esse aspecto que outrora fora tão valorizado, no argumento de que as pessoas estão mais imediatistas e não querem perder tempo com esse tipo de coisa, Immortals Fenyx Rising adota o puzzle sem medo de fazer algo desafiador, tornando a resolução dos problemas apresentados divertida e recompensadora por si só.
Você resolverá puzzles nas missões principais e eles possuem uma dificuldade crescente, admito que alguns me pegaram coçando a cabeça um pouco, mas nada que eu não resolvesse observando melhor o cenário e utilizando as ferramentas corretas e de forma eficaz que o jogo me dispunha. Algumas vezes você se achará no puzzle clássico de equilíbrio de pesos na balança, encaixando esferas em lugares específicos, ativando mecanismo corretos para cada tipo de ação, dentre tantos outros.
Também podem ser encontrados puzzles enquanto explora o mundo, esses são chamados de desafios míticos e quando concluídos você ganha uma recompensa que são as moedas de Caronte, com o jogador pode fazer alguns upgrades para a Fenyx, sendo eles combos novos para cada uma das armas empunhadas, espada, machado, arco e flecha, melhorias que ajudarão na locomoção pelo mapa como o já citado boost na asa de dédalo, o impulso na escalada, o impulso na natação, etc.
Você é um semi deus
Outra coisa que gostaria de destacar é o sistema de progressão e o sistema de combate. O combate é bem fluido e tem nuances interessantes, alguns aspectos dele me lembraram outro jogo de sucesso, Sekiro: Shadows die Twice, pois os inimigos tem uma barra que representa a sua resistência e assim como em Sekiro, preenchendo essa barra, o inimigo fica vulnerável e há diferentes formas de elevar essa medida. As mais eficazes são alguns golpes especiais, como a que Fenyx usa seu escudo lançando-se para sempre e a aparada, que é realizada com a Fenyx girando sua espada contra ataques comuns de inimigos, fazer isso é a maneira mais fácil de carregar a barra, mas não é eficaz contra os ataques vermelhos, então demanda bastante atenção do jogador.
Algo que é interessante também ainda sobre o combate é a esquiva, Fenyx é ágil e pode desviar de praticamente qualquer ataque, basta não vacilar, caso você se consiga esquivar-se no mesmo instante em que o golpe do inimigo iria atingi-lo, o tempo desacelera, deixando o oponente completamente aberto e vulnerável por alguns instantes.
Essa mecânica definitivamente ajuda para deixar o combate ainda mais dinâmico, principalmente contra os chefes, aliás essa é uma característica que não deixa nada a desejar, o jogo também tem uma bela variedade de inimigos e há um bom valor de entretenimento em descobrir a estratégia correta para utilizar em cada um.
Sendo esse um jogo com diversos elementos de RPG, vem também com um sistema de progressão intrincado e até um pouco complexo, pois não é baseado num sistema de ganho de experiência, o sistema de recompensa está calcado principalmente na área da exploração.
O que fará com que ganhe novas habilidades são certos eventos e itens que o jogador encontrará no caminho, como as moedas de Caronte, ganhas completando os desafios míticos que havia citado anteriormente, encontrando baús e cristais para aumentar a potência de seus equipamentos e achando itens específicos como os raios de Zeus completando desafios das câmaras do tártaro e achando ambrósias explorando o mapa.
A história importa
Então, vamos comentar a história desse jogo. Incialmente ela me lembrou um pouco outro jogo da Ubisoft, o Prince of Persia de 2008, nele o deus Ahriman havia corrompido a versão fantasiosa da Pérsia apresentada no jogo e o Príncipe tinha que restaurar cada setor de volta ao que era antes, infelizmente aquele jogo se mostrou ser tedioso apesar da premissa até razoável, já Immortals Fenyx Rising é o que aquele jogo seria se fosse bom.
Aqui o terrível titã Tifão é libertado e derrota os deuses expulsando-os do Olimpo e privando-os da sua essência. O todo poderoso Zeus, pai dos olimpianos, vai pedir ajuda ao titã Prometeu, esse por sua vez começa a contar uma história, a jornada de Fenyx e como ela conseguiria recuperar a essência dos deuses e derrotaria Tifão.
E assim se dá a narrativa do jogo, com a interação entre Zeus e Prometeu provendo grande parte do humor do jogo, que acontece da seguinte maneira: Zeus é um individuo extremamente narcisista e orgulhoso, que não reconhece os tantos erros que faz e de certa forma a história que Prometeu conta é direcionada diretamente a ele, tentando fazê-lo notar os seus erros e imperfeições. O fato de que Zeus não se manca faz com que a interação seja muitas vezes hilária.
Fenyx também é uma contadora de histórias que fica fascinada em conhecer todos esses deuses e criaturas de que ela tanto ouvira falar e contara histórias sobre e por ela saber tanto sobre eles, levanta o moral dos olimpianos que ela encontra sempre cabisbaixos e humilhados pela derrota nas mãos de Tifão.
Fenyx é uma boa personagem, não exatamente uma personagem multifacetada e tudo mais, mas ela ainda é melhor que muito personagem de videogame. Muitas pessoas gostariam que a protagonista fosse silenciosa como o Link nos jogos de Zelda e eu entendo que dessa forma o jogador pode ter maior imersão, mas o trabalho feito nela foi razoável.
Gostei muito da representação dos deuses gregos, se têm uma coisa que a Ubisoft provou ser boa em todos esses anos de Assassin’s Creed é que eles sabem fazer o dever de casa. Cada um dos deuses está representado muito bem, com aquele toque de humor, Afrodite, sempre sedutora, mas também um pouco desengonçada e inconveniente, a deusa Athena, uma das minhas preferidas em qualquer panteão mitológico, sempre sábia e aqui aprende também a brincar, Hefesto, deus da forja e dos artesão, bem representado até mesmo na forma de autômato quando o encontramos, sempre sentindo o impulso de criar coisas novas e o belicoso Deus da guerra, Ares, sempre empolgado por travar novas batalhas e também galantear a deusa Afrodite.
Além do humor que às vezes não está tão afiado como poderia ser, gostei também das voas sacadas que o jogo tem em relação aos mitos gregos, tidas por Zeus, Prometeu e por vezes pela Fenyx que conjecturam um pouco sobre as histórias que estão contando. Para quem não conhece os mitos gregos, esse é também um bom ponto de entrada pois alguns deles são bem expostos aqui.
Quanto à animação, em grande parte ela é bem sólida, uma das melhores, eu diria, apenas por vezes nota-se um personagem ou uma criatura não se movendo como deveria, como uma fala sem um movimento da boca, mas creio que tenha sido algum bug que logo será corrigido, porque na maior parte, a animação flui muito bem.
Algo que me irritou um pouco são as cutscenes que não podem ser puladas, é um pouco irritante, principalmente as que repetem sempre que você consegue um upgrade.
A interpretação também é muito boa, no caso das vozes em inglês, os atores falam imitando um sotaque grego que ajuda no humor do jogo. A versão dublada em português brasileiro também é muito boa, apesar deles não fazerem sotaque nenhum, o que é compreensível, pois provavelmente ficaria ridículo e o diretor de dublagem teve a sensatez de não ir por esse caminho.
Acho interessante isso de ter jogos completamente localizados, ainda mais em um jogo mais voltado para pré adolescentes. Na minha época ou você sabia inglês ou ficava sem entender nada, portanto fico feliz dos jogos serem mais acessíveis para mais pessoas.
Conclusão
Immortals Fenyx Rising é um dos melhores jogos desse ano e dentre os que a Ubisoft lançou com certeza o que mais se destaca. Problemas encontrados em outros jogos da empresa como bugs frequentes, problemas de performance e má otimização se encontram muito menos aqui, sendo um jogo muito fluido em mais esse sentido, durante a minha jogatina, ocorreram poucos que eu possa me lembrar, apenas alguns chegando no final do jogo, mas é normal em um jogo em fase de pré lançamento, no mais o jogo rodou perfeitamente.
Apresenta grande variedade de inimigos, puzzles e áreas a serem exploradas, diferenciando-se completamente da maioria dos jogos AAA lançados nessa década, eu diria que esse jogo é nível Nintendo, que além da estética parecida se destaca sendo um jogo bem variado, assim como todo bom jogo sobre a marca Mario, The Legend of Zelda ou Donkey Kong. Peca apenas por uma ou outra coisa na história, em termos de jogabilidade eu o achei quase perfeito. Eu não poderia recomendar mais esse jogo.
Agradecemos à Ubisoft por ceder uma cópia deste jogo para análise.
Ficha técnica:
Immortals Fenyx Rising, 2020
Desenvolvedora: Ubisoft Quebec
Distribuidora: Ubisoft
Plataformas: Amazon Luna, PC, Nintendo Switch, Playstation 4, Playstation 5, Stadia, Xbox One, Xbox Series
Análise | Call of Duty Black Ops: Cold War - Retorno emocionante à Guerra Fria
O mais recente jogo da famosa franquia de tiro em primeira pessoa, Call of Duty Black Ops: Cold War foi lançado recentemente, voltando a retratar uma guerra bastante icônica, a Guerra Fria, mais especificamente a partir dos anos 80, sendo assim uma continuação direta do excelente Call of Duty Black Ops de 2010, que em minha opinião é um dos melhores que a série tem a oferecer.
Vamos começar refletindo um pouco sobre a história da franquia, seus sucessos e seus “fracassos” e o que a fez chegar até aqui com esse novo jogo.
Os primeiros Call of Duty apesar de terem sido bons jogos não eram lá grande novidade. Retratavam a segunda guerra mundial e eram jogos sólidos, mas também tinham uma grande competição na época de seu lançamento, cujo maior nome era a franquia Medal of Honor da EA Games que também retratava episódios da segunda guerra.
A marca Call of Duty explodiu mesmo com o quarto jogo da franquia, Call of Duty 4: Modern Warfare. Trazendo um cenário mais atual, com novas armas, um gráfico impressionante para a época e até mesmo uma boa história, lembrando alguns dos melhores filmes de guerra já feitos e como resultado da qualidade desse jogo em particular, as vendas dessa entrada quebraram diversos recordes.
O jogo não trouxe inovações apenas na temática de sua campanha, trazendo agora uma roupagem moderna à temática de guerra que anteriormente havia usado exaustivamente e exclusivamente a segunda guerra mundial como cenário, mas trouxe interessantes modos de multiplayer e sistema de progressão.
O modo de dominação, em que o jogador tem que capturar áreas específicas para fazer com que seu time vença a partida virou padrão não somente para esta franquia, mas se faz presente dm praticamente todos os jogos que possuem modos multiplayer.
Estava apenas começando a febre de Call of Duty e os próximos três jogos lançados, Modern Warfare 2, World at War e Black Ops iriam além na quebra dos recordes, enquanto também angariava várias críticas positivas, a retenção dos jogadores era longeva e a série navegava por um período de grande bonança.
Modern Warfare 2 aumentou a qualidade apresentada no já considerado perfeito jogo anterior e apresentou uma campanha discutivelmente melhor que a primeira, World at War também tinha uma campanha sólida e apresentou o popular e divertidíssimo modo zumbi e por fim Black Ops que refinou ainda mais todos esses aspectos que constituem CoD tanto na campanha quanto no multiplayer.
Até aí ia tudo bem para a franquia, até que eles largaram essa pegada mais “realista” e foram ficando cada vez mais “fora da caixinha”, em Modern Warfare 3 começaram a fazer maiores exageros e as tão faladas micro transações começaram a aparecer, deixando alguns fãs com uma pulga atrás da orelha.
Em Black Ops 2 o foco foi trocado novamente, focando em cenários mais futuristas. O jogo seguinte, Call of Duty Ghosts não teve uma recepção lá muito calorosa pelos fãs, se você procurar agora no Metacritic verá que o user score está em míseros 3.9, apesar disso o jogo ainda vendeu bastante e eles seguiram com a pegada mais futurista com os jogos da série Advanced Warfare e Infinite Warfare que seguiram tendo recepções mais mornas.
Até que eles resolveram voltar às origens com o jogo de 2017, World War II, em que eles voltaram ao básico da franquia, a Segunda Guerra Mundial como o título sugere e o resultado foi um jogo muito mais sólido do que as entradas futuristas dos últimos anos.
O que seguiu foi Black Ops 4 que abdicou do modo campanha para focar nos modos multiplayer e depois a grande surpresa do ano passado, o polêmico Modern Warfare de 2019, que foi bem recebido apesar de algumas faltas de acurácia históricas que deixaram o povo russo furioso com os desenvolvedores.
Campanha
Agora eles voltam a retratar uma guerra histórica, a Guerra Fria e devido à sua natureza, eles podem tentar algumas coisas interessantes. O jogo é uma continuação direta do tão aclamado Black Ops de 2010 e a campanha tem um início que deixa claro a que veio, com uma missão de abertura cheia de ação e adrenalina de tirar o folego.
O objetivo é perseguir esse contato dos russos para extrair importantes informações que são o ponto de partida para a narrativa enquanto tem que passar por todos os capangas desse cara, assim que você o alcança há uma cena que lembra muito um interrogatório que o Batman faria, perto da beirada do telhado de um prédio alto.
Após essa missão, você tem que criar o seu personagem, Bell, não é uma customização como a que se encontra em alguns jogos de RPG, pro exemplo, mas certas características que você escolhe pode influenciar no gameplay, como a quantidade de munição que você pode carregar e quanto de dano seu personagem é capaz levar antes de morrer.
Alguns personagens do icônico Black Ops retornam, como Woods e Mason, mas dessa vez eles ficam como totais coadjuvantes e o destaque vai para Parks e Adler. Parks é uma soldado implacável que irá salvar sua vida algumas vezes sem pestanejar e você provavelmente terá a chance de retribuir, mas o personagem que você provavelmente mais se lembrará da sua jogatina é Adler, que é um sujeito misterioso e extremamente calmo, que nunca muda de expressão, até mesmo nas situações mais perigosas.
Como a Guerra Fria ficou marcada por sua rivalidade entre a CIA e a KGB, duas agências de inteligência que realizam operações de espionagem, há missões que divergem do básico cover shooter característico de Call of Duty, focando em stealth lembrando muito jogos como Splinter Cell, Metal Gear e Hitman, em que é necessário se esgueirar evitando ser notado para matar seus oponentes.
Destaco uma missão muito interessante em que você é um infiltrado dentro da KGB e pode escolher como você prefere prosseguir, vai sair atirando ou vai usar a cabeça para matar a pessoa certa? Essa mistura de estilos deixam a campanha desse Call of Duty em específico muito interessante.
Quanto aos gráficos, eles não chegam perto de ser os mais bonitos dessa fase de transição de gerações, os modelos de personagens por vezes parecem um tanto ultrapassados, fora o de alguns dos protagonistas que são um pouco mais caprichados, mas é compreensível que seja assim, pois Call of Duty sempre focou na acessibilidade, eles tentam deixar o jogo acessível até mesmo para aqueles que possuem hardware mais fraco, dessa forma eles não capricham muito no gráfico deliberadamente.
O que me decepcionou um pouco foi a história, que tem sim alguns bons momentos como o já mencionado, outra coisa que eu gostei foi a subversão histórica que o jogo traz, nada tão ofensivo quanto a do jogo anterior, pelo contrário, pode até ser que coloque um pouco de orgulho no povo russo.
Nesse jogo, conforme as suas escolhas, você pode levar à vitória tanto dos americanos quanto dos russos, algo que achei bem interessante. Mas há certos exageros nesse jogo e alguns elementos que já são clichês e chavões da franquia, eles tentaram fazer uma história contendo o mesmo peso das revelações do Black Ops de 2010, sendo que dessa vez, ao meu ver, não chegaram perto.
Multiplayer
Quanto aos modos multiplayer desse jogo, temos o retorno de alguns modos clássicos como domination, em que um time de jogadores, tem que capturar e defender postos de comando retendo a dominação dos mesmos para conseguir levar seu time à vitória. Retorna também o popular modo de death match, que é o padrão em jogos de tiro em que ganha quem matar o maior número de jogadores. Você pode jogar todos os modos de jogo com o auxílio da SKY com o serviço de internet.
Temos alguns novos modos como vip escort, que requer que os jogadores trabalhem ainda mais em equipe. O objetivo é tanto destruir alguns alvos específicos plantando bombas como eliminar todos os inimigos restantes.
Eliminando seus inimigos antes, fica muito mais fácil de completar seu objetivo, entretanto se o inimigo conseguir colocar a bomba antes, a vitória é dele. Outro destaque é o Fireteam: Dirty Bomb, em que 10 equipes de 4 jogadores se enfrentam em um modo que se assemelha um pouco ao battle royale mas é um pouco mais livre.
Ganha o time que sobreviver e você pode ganhar de três formas diferentes, consistindo em eliminar seus inimigos da forma tradicional, usar bombas de radiação e depositar urânio.
O sistema de progressão continua bom como sempre foi, conforme você vai jogando e ganhando nível obtêm-se acesso à armas mais poderosas, você pode modificar a sua favorita para que ela faça mais dano ou carregue mais munição. Uma das melhores armas que pode ser encontrada nesses modos multiplayer é com certeza a metralhadora MP5 que destrói os oponentes com grande facilidade e já se tornou a favorita de muitos jogadores.
Apesar disso há algumas reclamações sobre a maneira que o jogo roda em alguns sistemas, há alguns problemas de lags em hardwares como o Playstation 4 e o Xbox One, que são os consoles que a maioria dos jogadores ainda tem, então com certeza é um ponto negativo a se ressaltar, entretanto as versões do Playstation 5 e dos Xbox Series rodam perfeitamente.
Quanto à versão de PC, que foi a que eu joguei, o jogo me pareceu bem otimizado para rodar até mesmo em hardwares mais antigos com as configurações certas, me parece até ser a melhor maneira de jogar esse jogo, portanto sem reclamações nessa área.
A maioria dos mapas são muito bem feitos, com várias opções para os jogadores serem criativos com as maneiras que eles usam os cenários, entretanto há aqueles que já caíram no desgosto da galera, sendo o principal deles Miami que não possui um design de cenário lá muito caprichado, com opções de cobertura não muito boas e é um verdadeiro labirinto, o que não é bom para um cover shooter.
Aqui também se encontra a cereja do bolo de Call of Duty, o modo zumbi, que como sempre é divertidíssimo, sempre achei que esse modo por si só já é material para um jogo consistente e interessante, portanto é um baita bônus.
Nesse novo jogo, o cenário Die Maschine lembra muito o modo zumbi original do clássico de 2009, World at War, o diferencial dessa versão é que ao invés de começar com uma pistola, você pode escolher com qual arma começar, o que acrescenta à dinâmica do jogo já no começo.
Há uma grande variedade de inimigos, começando com alguns zumbis padrão, passando para uma criatura de quatro patas, um mais rápido, outro que explode, outro tipo tanque que é uma esponja de tiros, enfim, o jogo é bem divertido.
Call of Duty Black Ops: Cold War diverte com a velha fórmula que fez de CoD o rei das franquias de tiro nos anos 2000 e parte dos anos 2010, possui uma campanha sólida, com algumas poucas coisas que não funcionaram muito bem.
Possui alguns problemas de performance em algumas plataformas e alguns outros problemas técnicos que terão que ser consertados em patch futuramente e apresenta bons modos de multiplayer.
Aspectos técnicos como design de cenários e mixagem de som são caprichados ao máximo e o fazem sentir como se estivesse mesmo em uma guerra. Apesar dos problemas que o jogo possa vir a ter, a série continua na direção certa e merece pelo menos um pouco de sua atenção.
Agradecemos à Activision por ter cedido uma cópia desse jogo para análise.
Ficha técnica:
Call of Duty Black Ops: Cold War, 2020
Desenvolvedores: Treyarch, Raven Software, High Moon Studios, Beenox, Sledgehammer Games
Distribuidora: Activision
Plataformas: PlayStation 5, Xbox Series X, PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows
Análise | Watch Dogs Legion - Um salto repleto de potencial
Hackeie o Mundo: Promessas vazias
Na época que o primeiro Watch Dogs foi anunciado, a Ubisoft provavelmente estava passando por sua melhor época em termos da sua relação com o público gamer. A franquia Assassin’s Creed por si só já tinha impressionado muita gente, conseguindo ficar anualmente na lista de mais vendidos, a credibilidade da companhia estava completamente em alta junto aos seus consumidores.
Dito isso, muitos estavam empolgados para saber o que a empresa faria em seguida, qual seria a próxima grande IP que eles tirariam de sua mágica cartola e na E3 de 2013, fomos apresentados a uma das mais incríveis apresentações de games de todos os tempos, era o Watch Dogs original.
Prometia ser um jogo completamente original, em que você poderia usar seu celular para hackear o mundo. Eles ficaram boa parte da apresentação na parte online do jogo, em que seria possível entrar no mundo de outros jogadores e dificultar a vida deles hackeando diversas partes da cidade, parecia ser um gameplay sólido e divertido.
O hype foi tão grande que o jogo vendeu milhões de cópias ainda na pré-venda, era uma época que os gamers ainda não tinham aprendido as ser cautelosos com suas compras e caíam em propagandas que muitas vezes eram enganosas, Watch Dogs foi um dos primeiros jogos que ensinou esse público sobre os perigos de cair nessa armadilha, sendo um jogo diferente do que as peças publicitárias estavam sugerindo.
Os gráficos eram piores do que o que havia sido mostrado, não chegava nem perto, o jogo veio cheio de bugs, mal otimizado na versão dos consoles com quedas bruscas de frame rate acontecendo a rodo e a versão para PCs então...
Mas para não ser muito negativo em torno desse jogo, o combate, embora derivado de outra franquia de sucesso da Ubisoft, Splinter Cell, baseado em stealth e cover shooter, com a essencial diferença da adição de hacks era engajante e divertido, esse crédito eu dou para esse jogo, mas a verdade é que tinham minigames (como a aranha robô) que eram mais interessantes que o jogo principal.
Enfim, criou-se uma cultura que não era tão presente no mundo dos games, onde o consumidor agora tinha certa desconfiança não apenas com os jogos da Ubisoft mas com games em geral. No ano seguinte seria lançado Assassin’s Creed Unity que ainda venderia muito bem na pré-venda, entretanto foi mais uma decepção, com outro jogo completamente quebrado.
Para comprovar isso que eu acabei de demonstrar não procure mais do que o segundo jogo da série, Watch Dogs 2, que era um jogo melhor que o seu antecessor, com um tratamento na história um pouco mais desenvolvido, eles trocaram aquela estética mais pesada e sombria do primeiro jogo para uma mais descontraída e colorida, com um tom mais puxado para um humor auto conscientes que casou melhor com a franquia.
Mesmo com todas essas melhorias, o jogo não vendeu nem perto do primeiro, pois a franquia estava manchada com os consumidores.
O desafio: hackeando uma marca
Para recuperar toda aquela fanbase perdida e reestabelecer a confiança na marca, o jogo tinha que ter alguma ideia inovadora e mais fundamental ainda, a execução dessa ideia teria que funcionar de forma satisfatória, pois os gamers se cansaram de promessas ambiciosas, porém vazias. A Ubisoft apostou alto e anunciou o próximo jogo da série, esse que está sendo analisado agora, Watch Dogs Legion com mais uma ideia ousada.
Nessa nova aventura não teria apenas um protagonista, não meus amigos, a Ubisoft não se contentaria com tão pouco dessa vez, cada NPC que você vê no jogo em qualquer lugar que você vá pode ser um personagem jogável, cada um com sua especialidade e diferentes habilidades. Parecia ser muito bom para ser verdade e muitas pessoas (inclusive eu) esperaram para ver o que sairia disso, visto a reputação infame que foi imputada a essa marca com esse tipo de coisa.
Mas agora o jogo está disponível para todo o público e podemos conferir se foi mais uma promessa vazia ou se finalmente temos o jogo incrível que foi prometido.
Perdoem essa longa dissertação sobre a franquia em geral, mas creio que dissecando esses pontos podemos perceber melhor a evolução pela qual Watch Dogs teve que passar e porque o novo jogo é da maneira que é.
Londres Cyberpunk?
Como mencionei anteriormente, o primeiro jogo assumia um tom mais sombrio em relação à abordagem estética e narrativa em si, enquanto o segundo é mais colorido e bem humorado. Watch Dogs Legion fica em algum ponto entre esses dois, aliás essa diferença em cada entrada na franquia é fascinante para mim, você nunca sabe qual o estilo que adotarão para o próximo.
Enquanto outras séries de jogos, como por exemplo a galinha de ovos de ouro da Ubisoft, Assassin’s Creed permaneceu por muito tempo a mesma coisa com o design geral (com algumas exceções e nota-se um esforço dos mais recentes para serem mais únicos), Watch Dogs é uma caixinha de surpresas.
O cenário é a cidade de Londres, que já é bela por si só, mas eles decidiram ir por um design cheio de luzes neon, drones voando pelo céu a todo momento, carros automatizados, personagens com aparência (referindo-me a cabelo e roupas, resumindo, o estilo) incomuns e muitas luzes neon inclusive enfeitando alguns importantes pontos turísticos da capital inglesa que emprestam ao jogo uma aura de cyberpunk, subgênero da ficção científica que está muito em voga ultimamente e eu particularmente gosto bastante, portanto nada a reclamar visualmente.
O jogo não tem lá os melhores gráficos atualmente, nem mesmo tem os mais realistas principalmente falando no design de certos personagens que creio que poderiam ser melhor trabalhados, mas isso pouco importa, afinal em termos artísticos, o jogo é um dos mais bonitos que já vi.
Já que mencionei o design de personagens, por que não falar um pouco dele, enfim. As texturas faciais não são tão bem trabalhadas como as que você vê em alguns outros jogos como God of War ou The Last of Us, mas isso não é um demérito muito grande, pois sei que o desenvolvimento de um jogo desse porte é diferente do de um jogo linear, afinal são muitos detalhes para se trabalhar com o mesmo prazo de tempo que o desses outros jogos (reconheço que há exceções nesse aspecto).
Gosto particularmente do design da Sabine, ela passa essa aura de mistério, apenas olhando para ela, da Mary Kelley, que passa a impressão de uma narcisista psicótica, da Skye Larson, com suas roupas brancas lembrando uma espécie de sacerdotisa cibernética com requintes megalomaníacos e alguns outros NPC tem uma aparência legal também, entretanto cai naquilo de ter vários modelos de personagem que você cansa de ver, mas dou o braço a torcer para a Ubisoft, pois ela tentou mascarar os modelos repetidos fazendo algumas mudanças em alguns detalhes de cada um, como roupas, cor do cabelo e tudo mais, o que já é mais do que muitos outros jogos fazem, até então também não tenho muito a reclamar.
O jogo brilha mesmo è com seus cenários de mundo aberto, pelo dia, o cenário vibra de cor e personalidade, com bastante coisa acontecendo na tela, a rotina dos NPC, alguns sendo apenas transeuntes nas calçadas, outros conversando e às vezes você encontra alguns discutindo e brigando ao ponto de trocar socos, o design de mundo aberto, aliado a essa hábil programação de eventos cria uma cativante ilusão de vida.
O verdadeiro espetáculo ocorre mesmo a noite, não tem preço ver aquele cenário, iluminado por animadas luzes neon. Se você estiver jogando em uma placa que suporte qualidades mais altas, com ray tracing e tudo mais, poderá contemplar um cenário ainda mais deslumbrante.
É de cair o queixo a quantidade de detalhes que os desenvolvedores se importaram em colocar aqui, quando você olha pra toda essa arte de rua, os coloridos grafites e pôsteres, dando um tom particularmente estilizado e particular pra esse cenário, dando aquele ar de cultura urbana fazendo com que a imersão seja ainda maior, é realmente um aspecto que me deixou impressionado.
A música e o design de som são perfeitos, já no que é o padrão de jogos da Ubisoft, eles não pecam nem nesse aspecto, nem o de construção de mundo que foi citado anteriormente, até mesmo porque uma boa mixagem de som contribui muito nesse ponto.
Até mesmo o barulho dos cartuchos de escopeta balançando dentro da arma foi adicionado, gosto de como eles se atém a esses pequenos detalhes. A música consiste tanto de algumas músicas populares da Inglaterra como para umas batidas eletrônicas características de obras de ficção científica desse tipo, que ajudam na adrenalina de certas missões, deixando-as até mais divertidas combinadas com a música que está acompanhada.
O que realmente importa
O mais importante em um videogame é óbvio que é o gameplay, como ele funciona aqui? Será que as mecânicas prometidas foram entregues? Bom, vamos por partes, vamos começar pelos controles básicos, são os controles mais fluidos que a série já apresentou até agora, a mecânica básica de sprint e free run é quase igual a de Assassin’s Creed, só que não é tão exagerada, você não pode subir em qualquer saliência, superando até às capacidades da maioria dos primatas, como é o caso daqueles jogos, fazendo até mais sentido, mas você se sente quase tão livre quanto.
O combate é mais diveritdo que nos anteriores. Creio que desde Assassin’s Creed Unity (e principalmente a partir do Origins) a Ubisoft fez um progresso interessante nessa área.
Agora você têm um sistema de esquiva e quebra de guarda que faz com que você se sinta realmente parte da ação e o mais interessante nisso tudo é que cada personagem que você escolhe para jogar tem um estilo de luta diferente.
Os boxeadores lutam naquele estilo particular de sua arte marcial e podem executar socos mais potentes, os assassinos profissionais usam do hum tu, a técnica que mistura Kung Fu com armas, inventada pelo cineasta John Woo e tem como exemplo mais recente e popular os filmes do John Wick, pois é, você se sente o próprio Baba Yaga.
Alguns outros personagens não lutam muito bem e arrancaram boas risadas de mim dando tapinhas nas costas dos guardas na tentativa de nocauteá-los pegando-os na surdina (e não é que funciona mesmo?).
O sistema de progressão costumava ser mais complicado nos jogos anteriores, com você tendo que fazer upgrades pro personagem conseguir desbloquear certos tipos de dispositivos, roubar carros sem disparar alarme, conseguir mais bateria pro celular e mais uma extensa lista de coisas.
Diga adeus a esse chatíssimo sistema de progressão, agora a maioria dessas habilidades já vem desbloqueada e não precisa se preocupar com a bateria do celular, ela não se esgota.
Ainda há uma gama de habilidades para aprimorar, mas em uma quantidade muito menor e de certa forma a maioria é opcional, não faria muita falta, mas já deixo sugerido que faça os upgrades perfil detalhado (ajuda muito caso queira recrutar certos personagens), os upgrades do robô aranha e os de controle de drone que vão se mostrar muito úteis mais para a frente da jogatina.
Infelizmente o jogo não roda tão bem no estado atual que se encontra, mais uma vez a Ubisoft errou nesse ponto.
Vários bugs foram reportados na versão de console e a versão de PC encontra-se muito mal otimizados, com quedas de frame rate constantes assim que você se encontra no mundo aberto do game, o que é uma pena, pois há muito o que se apreciar ali, mas os stutterings podem frustrar a experiência do jogador.
Até mesmo as mais modernas placas RTX sofrem com esse problema, o que é inaceitável.
Seja quem você quiser
Agora vamos falar do verdadeiro caviar do jogo, o orgulho de Watch Dogs Legion, o sistema que dá nome ao jogo, controlar uma legião que outrora já foi NPC.
Esse sistema é bem sólido e funciona da seguinte maneira: você aborda um NPC, tem um breve diálogo com ele e será aberta uma missão paralela, que é um favor que ele pede para se juntar a você, que vai desde salvar o irmão dele que foi sequestrado por alguma gangue ou preso injustamente por agentes da Albion até roubar documentos para incriminar certos inimigos desse personagem.
Mas isso pode dar muito errado e o dano pode ser permanente, vou dar um exemplo que aconteceu comigo. Eu queria recrutar um advogado, ele me pediu para libertar um amigo dele que estava sequestrado pelo clã Kelley, chegando lá eu acabei falhando, sendo percebido e o refém foi morto, eu não podia mais recrutar esse advogado pois a reputação do DedSec para ele foi manchada para sempre.
Eu realmente amei esse sistema, claro que tem alguns problemas menores com ele, alguns dos diálogos são repetitivos, as vezes as vozes dos personagens parecem não encaixar muito bem, apesar de que eu imagino o trabalho que eles tiveram, gravaram várias vozes com diversos atores diferentes para evitar que encontrássemos vozes muito parecidas, é realmente um trabalho admirável.
O mais legal mesmo é descobrir as habilidades de cada um, que podem ser quase completamente inúteis com nenhuma habilidade em especial ou podem ter várias peculiaridades. Entre alguns dos meus favoritos estão o construtor, que vem com seu próprio drone de construção, que facilita muito o jogo podendo voar direto para qualquer área restrita sem ter que hackear porta nenhuma ou encontrar atalhos, o boxeador, com seus socos mais potentes, o assassino com seu gun fu, a especialista em drones entre vários outros.
Alguns tem até incapacidades que deixam o jogo mais crível, se você recrutar uma senhora, por exemplo, ela não pode performar parkour como os outros e tem a mobilidade reduzida, não podendo nem mesmo correr, em combate, ela não pode nem mesmo desviar dos socos e os seus golpes são muito fracos, então você certamente não vai querer entrar na liga de boxe com ela. Entretanto fica mais fácil a infiltração em certos lugares, pois ela não né uma personalidade muito suspeita e você pode se divertir até mesmo com essa personagem.
Una forças à DedSec
A história da série Watch Dogs em geral apresenta temas que singular mente podem ser colocados como casos de estudo, por conta da sua relevância no mundo atual, fala sobre o dilema da tecnologia e intrigantes perguntas são levantadas ao jogador como: até onde a tecnologia nos ajuda e em que ponto ela nos prejudica? No mundo atual onde termina a nossa liberdade? Há mesmo uma linha tênue entre liberdade e segurança? Se sim, como solucionar esse dilema?
A DedSec, organização apresentada no segundo jogo da série está de volta, agora parece que ficaram internacionais, não são mais apenas os arruaceiros de São Francisco e sim rebeldes globais dessa vez e você acompanha a divisão de Londres, liderada por Sabine. Eu sempre achei que as atitudes da DedSec eram um pouco questionáveis no jogo anterior, pois alguns atos que você era obrigado a fazer eram claramente terrorismo, mas dessa vez já terroristas ainda maiores que antagonizam a organização.
A história começa com uma operação que dão errado e Dalton um dos principais membros da DedSec é morto em um atentado terrorista concretizado pela organização Zero Day e é esse o ponto de partida para a história do jogo, descobrir quem é essa figura misteriosa por trãs de todos esses atentados na cidade de Londres.
Mas antes você precisa libertar Londres de algumas forças opressoras indesejadas e forjar alianças no processo. Há no total 5 vilões principais e eu gostei muito de odiar alguns deles. Como geralmente ocorre em histórias distópicas desse tipo, os vilões tem até certa razão em seus ideais, que é uma das coisas que mais me atraem em obras assim, o conflito entre protagonista e antagonista apresenta pontos discordantes igualmente válidos que podem ser aproveitados e deixam o espectador pensativo.
Vamos falar um pouco sobre alguns deles, pois eles são o verdadeiro motor da história nesse jogo, uma das primeiras que você vai enfrentar é a Skye Larson, uma cientista que fez diversos avanços na área de inteligência artificial, mas a um custo imoral e nada ético.
Para realizar suas façanhas ela se aproveitou de cérebros humanos, fazendo upload de seus dados e os reprogramando num estilo que me lembrou alguns episódios de Black Mirror, portanto ela traz esse dilema concernente a até que ponto chega um cientista para fazer avançar a tecnologia na qual ele trabalha.
Outro interessante é o Nigel Cass, chefe da Albion, uma empresa privada de segurança que tomou conta de Londres depois da polícia ter falhado em conter os atentados. Ele não foi um bom agente com melhores princípios, mas algo traumático em seu passado o fez mudar de opinião e que era preciso colocar uma coleira mais forte na sociedade para que haja uma real segurança e isso entra no que eu havia mencionado anteriormente, no dilema que existe entre a liberdade e a segurança e a nossa constante busca para encontrar um equilíbrio entre esses dois valores essenciais.
Tem também a gangster Mary Kelley, que é um tipo mais clássico de vilã, ela é completamente sádica e usa de mão de obra escrava e completamente ilegal, tratando esses trabalhadores desumanamente. É uma daquelas vilãs que você ama odiar e diz “bem feito” quando o destino delas finalmente chega.
Comentar mais sobre os vilões seria dar muito spoiler, mas há aí um belo trabalho de construção de personagem feito com alguns deles, então mais uma salva de Palmas para a Ubisoft. Entretanto como ficam os nossos protagonistas? Aí nos complicamos um pouco, pois não há um protagonista central nesse jogo, já que é uma legião de personagens, então foi feito um sacrifício de desenvolvimento de personagem a favor dessa nova mecânica.
As vezes esse sistema dentro da narrativa soa estranho, principalmente se você estiver jogando em uma dificuldade mais alta com permadeath, outro personagem toma o lugar do que morreu nas cutscenes e fala como se estivesse lá o tempo todo. O verdadeiro destaque no lado da DedSec é a inteligência artificial Bagley, que o auxilia em suas missões, que tem um humor muito preciso e uma personalidade forte.
Quanto ao conteúdo das missões em si, chega a um ponto em que elas ficam muito repetitivas, outro aspecto que a Ubisoft ainda poderia melhorar. É sempre a mesma coisa, achar um terminal, o minigame de hackeamento, desbloquear portas, baixar chaves de acesso e mais algumas atividades que são repetidas de missão a missão.
É interessante quando você ainda está aprendendo o que cada personagem pode oferecer em termos de infiltração e combate, mas depois disso, o problema fica claro e percebemos que o design de missão não é dos mais criativos em boa parte do jogo, tendo alguns bons momentos de vez em quando, mas a maioria é uma tediosa repetição, as missões paralelas então nem se fala.
Conclusão
Watch Dogs Legion é um jogo de mundo aberto que trás um novo sistema interessante executado de maneira satisfatória, um design de mundo criativo e deslumbrante, mas alguns problemas enfrentados pela Ubisoft persistem ainda nesse mais recente lançamento, alguns bugs frustrantes acontecem, o jogo é muito mal otimizado até mesmo em hardwares mais potentes e as missões ficam repetitivas e maçantes.
Mas além desses problemas, que aliás quero crer que serão consertados em futuros patches, é um dos jogos mais divertidos que joguei esse ano e um dos melhores games da Ubisoft lançados nos últimos anos, portanto a nota é merecidíssima e mal posso esperar para jogar o conteúdo extra que vai sair do season pass e ver o que o futuro reserva para essa série que a cada entrada melhora substancialmente de qualidade.
Agradecemos à Ubisoft por ter nos concedido uma cópia do jogo para análise.
Ficha técnica:
Watch Dogs Legion, 2020
Produtora : Ubisoft
Plataformas: Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X, Xbox Series S e PC
Watch Dogs Legion | 5 dicas para dominar o game
Finalmente saiu o terceiro jogo da franquia de Hackers da Ubisoft, Watch Dogs Legion e nós temos algumas dicas para quem pretende começar a jogar. Preste atenção no texto abaixo para jogar com estilo e não ter problemas no início do jogo!
Fique esperto com os arredores
Isso é algo que os veteranos na franquia Watch Dogs já sabem, mas sempre análise bem os arredores da área para buscar melhores opções para infiltração e dessa vez o jogo te dá tantas opções, a variedade é a maior sem dúvidas dentro dessa franquia. Você pode explorar o local com câmeras, drones ou robôs-aranha para hackear chaves de acesso, portas e planejar rotas de infiltração e fuga , dentre outras coisas para facilitar a sua jogatina. Sem falar na nova mecânica do drone de construção que ajuda muito. Pra resumir, sempre escaneie o local e use tudo que estiver disponível em seu favor.
Fique de olho nos checkpoints
De vez em quando você vai acabar em uma perseguição contra a Albion, a empresa de segurança do jogo, uma empresa de segurança privada desse universo que está servindo como uma espécie de polícia que gosta de abusar da autoridade. Caso isso aconteça preste bastante atenção por onde você passa para despistar seus perseguidores. Os luminosos pontos de checkpoints entregam sua localização na hora, dificultando sua fuga, portanto evite-os sempre que possível.
Preste atenção em quem você vai recrutar.
Esse jogo vem com um destaque muito interessante e caso você me pergunte é o maior atrativo de Watch Dogs Legion com toda certeza. É muito legal conferir as diversas habilidades de cada personagem. Eles podem vir como completos inúteis, que não fazem nada em especial ou podem ser especializados em algo. Como exemplo, temos os boxeadores, que tem socos mais potentes, os construtores, que podem passar despercebidos mais facilmente em certos locais quando uniformizados e possuem seu próprio drone de construção, o que é obviamente muito útil.
É sempre bom ter na equipe esses tipos para infiltração, como o construtor e o agente da Albion, use hackers e programadores quando a missão requerer hacks mais rápidos e precisos. É bom ter também advogados para liberarem seus membros da equipe mais rapidamente quando são capturados e paramédicos para que seus membros se recuperem mais rápido quando feridos.
O que aprimorar?
A capacidade de camuflagem é muito útil tanto para você se esconder, quanto para esconder os corpos que você deixa pelo caminho, portanto é uma das coisas que eu recomendo aprimorar primeiro. Tenha em mente também que um dos seus primeiros upgrades deve ser o perfil detalhado.
Alguns NPCs não gostam muito da DedSec e é aí que entra essa habilidade, desbloqueando- a, você pode ver se há algo que pode fazer para mudar a opinião dessa pessoa, mas ela funciona apenas para quem tem o status “não gosta da DedSec” e não para os que “odeiam” a DedSec. As ações que você realizar próximo a esse NPC alterará esse status, portanto tenha muito cuidado.
Também recomendo que vocês procurem desbloquear as habilidades de controle de drones, principalmente os drones de combate, que podem ser um verdadeiro pé no saco, a não ser que você o converta como aliado, aí você terá o controle de uma poderosa máquina, útil tanto para infiltração quanto para o combate. E é claro, procure desbloquear as habilidades do robô aranha, pois algumas delas como o pulo duplo e a corrida se mostrarão muito necessárias conforme você progride no jogo.
Drone de carga
Quer facilitar muito seu jogo? Não procure mais do que o drone de carga, eu o citei anteriormente falando da infiltração, mas a verdade é que ele ajuda muito mesmo a acessar as mais diversas áreas, já que você vai flutuar em cima dele e se sentir quase como o arqui-inimigo do Homem Aranha, o Duende Verde à medida que você voa pela cidade e pousa onde bem entender, é realmente uma ferramenta bem OP. Dito isso, o construtor vai ser um dos seus personagens favoritos de jogar pois ele possui seu próprio drone de carga.
Análise | Sekiro: Shadows Die Twice
A desenvolvedora FromSoftware já vinha fazendo jogos ousados e interessantes desde a década de 90. Já nos seus primeiros jogos, se observa um brilhantismo que poucas desenvolvedoras conseguem. A empresa não era nem de longe tão falada quanto é hoje, mas entregou jogos percursores como King’s Field (Que inspirou diretamente Dark Souls) e Armored Core.
Anos depois, Hidetaka Miyazaki, com 29 anos e uma cabeça cheia de ideias entra na empresa, mudando para sempre tanto a desenvolvedora quanto a indústria dos games. Após saber que estavam desenvolvendo Demon’s Souls, um jogo de fantasia RPG, um gênero que era extremamente interessado em trabalhar, pediu logo para se juntar ao time. Seus superiores duvidavam do potencial do projeto e ele esteve a beira de ser cancelado. Caso isso acontecesse não teríamos a série Souls, Bloodborne e muito menos o jogo que estamos analisando aqui.
Demon’s Souls foi um sucesso expressivo no Japão, mais tarde se tornando um jogo cult ao redor do mundo. Não tardou para que Miyazaki recebesse o aval para dirigir e produzir mais um jogo, Dark Souls. Lançado em 2011, o jogo encantou os jogadores pelo seu mundo rico, sua narrativa complexa e sua dificuldade, numa época em que jogos considerados difíceis estavam ficando cada vez mais raros.
O jogo foi um fenômeno global e tanto as continuações, quanto Bloodborne venderam bem e receberam críticas em sua maioria positivas. Foi cunhado o termo soulslike para os jogos que pegam emprestado o estilo da série Souls. Após todo o sucesso que Miyazaki conseguiu para a desenvolvedora, tornou-se presidente da FromSoftware e retorna para produzir mais esse jogo, Sekiro: Shadows Die Twice.
Sombras do Passado
Havia uma série de jogos que eu costumava jogar bastante nas gerações do PS1 e do PS2, Tenchu, que tinha como protagonistas uma dupla de ninjas no Japão feudal. Na infância eu não me cansava desses jogos, zerando-os diversas vezes. A FromSoftware detém os direitos da franquia e percebo alguns paralelos entre Sekiro e Tenchu, a começar pela temática, ambos tem ninjas protagonistas no japão feudal.
As semelhanças que eles tem em termos de gameplay com Tenchu são algumas das interessantes características que diferenciam o jogo de seus predecessores. Como em Tenchu, o personagem usa um gancho para locomover-se rapidamente, dando grande liberdade ao jogador na movimentação. O stealth que não era tão presente nos jogos Souls é imprescindível aqui. Você pode optar por passar por uma área catando briga com todos os inimigos que vê pela frente ou como o bom shinobi que o protagonista é, passar sorrateiramente, matando os inimigos um por um silenciosamente.
Visualmente o jogo é praticamente impecável, tanto os cenários quanto os personagens são renderizados com o mesmo capricho, os efeitos de iluminação são incríveis e o nível de detalhamento que eles dão a coisas pequenas, como até mesmo os flocos de neve se acumulando é louvável. A animação não deixa nada para reclamar, todos os movimentos são fluidos e bem feitos, não há personagens que pareçam robóticos como em alguns outros jogos que vão sendo lançados.
É Morrendo que se Aprende
O combate se difere da série Souls, é mais dinâmico. O personagem pode bloquear, se esquivar, quebrar a guarda do oponente com um bloqueio bem calculado ou desferir um contra ataque devastador, o famoso “parry’ já conhecido para os fãs de longa data dos jogos do Miyazaki. O uso dessas técnicas é determinado pelo tipo de ataque que o inimigo for usar, alguns golpes são extremamente difíceis de serem esquivados e é necessário bloquear, outros não podem ser bloqueados e devem ser evitados, por aí vai.
A habilidade de parry desse jogo chama-se Mikiri, para desferi-lo, deve-se calcular o tempo certo para bloquear e logo após desviara o ataque do inimigo, pressionar o botão de esquiva, para quebrar instantaneamente a guarda do inimigo, que fica vulnerável para que você desfira muito dano a ele. A técnica requer prática para ser feita corretamente, felizmente há um NPC no jogo que está a disposição somente para que você aperfeiçoe suas habilidades.
Pratica é a palavra chave desse jogo. Assim como nos outros jogos, quase não há tutorial e o jogador tem que aprender na marra. Cada novo inimigo encontrado é uma nova maneira de se jogar a ser descoberta, principalmente com os bosses. O jogo tem mais ou menos uma dúzia de chefões principais, com mais vários outros mini bosses, cada um com diferentes movimentos e táticas diferentes para derrotá-los.
Como exemplo temos a Lady Butterfly, com uma alta gama de ataques, a abertura que ela deixa para o jogador contra atacar é pequena, portanto a estratégia que usei consistia em aproximar-se dela o máximo possível, bloquear todos os ataques, atacar assim que ela parava e desviando dos que não podiam ser bloqueados. Com o Touro Flamejante, a estratégia foi ficar sempre próximo a ele, não deixando espaço para que ele desferisse sua investida, um golpe praticamente instakill e atacá-lo pelos flancos. Tudo isso aprendi após estudar os movimentos da inteligência artificial dos bosses, que requer muitas mortes e muita paciência, não há outro jeito. É recompensador de uma maneira especial passar de um chefe difícil nesse game, a sensação é impagável.
A progressão de personagem funciona coletando itens específicos que melhoram os atributos do personagem. Coletando quatro raízes é possível aumentar a vitalidade e a resistência do personagem e memórias aumentam o ataque. Raízes podem ser encontradas tanto após derrotar um chefão ou em locais secretos, já as memórias só podem ser obtidas após matar chefes principais. Há um item principal usado para cura no jogo que é aumentado ao entregar sementes de cabaça a Emma no templo dilapidado.
Uma interessante adição são as ferramentas prostéticas, armas acopladas ao braço que auxiliam no combate, como shurikens, bombinhas e machados para citar algumas. Há habilidades desbloqueáveis e o jogador vai acumulando experiência, que pode ser trocada por essas habilidades. Ao morrer, não se perdeesses pontos, como deduziria um jogador de longa data dos Souls, o que é perdido são moedas, que podem ser usadas na compra de itens e aperfeiçoamentos nas ferramentas do braço prostético. As moedas só não são perdidas caso o jogador receba auxilio oculto, entretanto cada vez que o jogador morre, os npcs vão adoecendo com a maldição e você recebe o item praga do dragão, que diminui suas chances de receber esse auxilio. Tendo uma gota de sangue é possível curar a praga, restaurando suas chances.
Inteligência artificial dos inimigos nunca foi um dos fortes dos Souls, mas aqui não há inimigos burros, caso algum te veja se aproximando, ele de pronto já alerta os outros e nenhum deles se suicida se jogando de um precipício do nada, como era o caso nos Dark Souls. O jogo não tem modo online, assim não é possível chamar um amigo para jogar com você e ajudá-lo, o que de certa forma torna o jogo mais difícil, mas pelo menos agora podemos pausar, ao contrário dos Souls.
Apesar do Miyazaki ter essa filosofia de não guiar o jogador pela mão e ser “difícil, mas justo”, o jogo apresenta algumas adições que facilitam a vida do jogador. O subtitulo “Shadows Die Twice” não é meramente ilustrativo, você pode literalmente morrer duas vezes. Morrendo, você pode reviver com metade da sua vida d onde você parou. Caso esteja lutando contra um chefão, que geralmente tem pelo menos duas vidas, você também pode reviver duas vezes. Após conseguir tirar a primeira vida, a segunda ressurreição é desbloqueada.
Seu Nome é Sekiro
Sekiro: Shadows Die Twice se passa no Japão em meados do século XVI. A abertura mostra a origem de nosso personagem. O protagonista é um órfão de guerra, que perdeu os pais após o terrível Isshin Ashina invadir as terras. Em seu caminho, encontra o lendário shinobi conhecido como Coruja, que o adota e o treina nas artes ninja. Anos depois Genichiro Aoyama sequestra o herdeiro divino Kuro, na esperança de usar seu sangue maldiçoado para criar um exercito imortal. Na tentativa de salvar Kuro, Seju enfrenta Genichiro, perdendo tanto a luta e seu braço, somente sobrevivendo pois Kuro oferece o sangue amaldiçoado. Ele recebe a alcunha de “Sekiro”, o lobo de um braço.
A partir daí a história começa, Sekiro tem o objetivo de salvar o seu lorde e achar um meio de curar a maldição, enquanto seu passado esquecido vai sendo revelado. A narrativa difere dos demais jogos do Miyazaki pela narrativa mais linear. Há um número maior de cutscenes e a estória vai sendo exposta de uma maneira mais clara, aspecto que o separa de seus antecessores. Você pode conversar com NPCs e encontrar documentos que lhe darão mais detalhes sobre a estória. Há três finais diferentes, que podem ser desbloqueados após cumprir os requerimentos específicos. Sem surpresa nenhuma, a estória é boa, os personagens e as relações entre eles são bem desenvolvidas e a estória é envolvente, fazendo com que o jogador sempre queira avançar para saber o que acontece a seguir.
Uma Jornada Completa
Sekiro: Shadows Die Twice evolui a fórmula da FromSoftware a um novo patamar, entregando um jogo belíssimo, estratégico e impressionante. Mais uma vez comprova que a desenvolvedora é uma das mais inovadoras e influentes dos últimos anos. O jogo deixa pouco a reclamar, tenho apenas duas pequenas observações, as vezes ocorre uma queda de framerate e de vez em quando a mira é desativada sem motivo aparente, acontecendo em alguns chefes, custando algum dano ao personagem. Arrisco dizer que o jogo é um dos melhores dessa geração e caso vcê seja fã da série Souls e Bloodborne o jogo é altamente remendado. Caso você seja dos que não se aventura por esses jogos por achá-los dificeis demais, eu o encorajo a dar uma chance para esse.
Agradecemos a Activision pela cópia cedida para essa análise.
Titulo: Sekiro: Shadows Die Twice (2019, Japão)
Desenvolvedora: FromSoftware
Estúdio: Activision
Plataformas: Playstation 4, Xbox One, PC
Ranking | Devil May Cry: Do Pior ao Melhor
Devil May Cry é uma das maiores franquias da Capcom. Altamente influente para toda a indústria dos videogames, o primeiro game foi pioneiro no gênero hack n’ slash, da qual pertencem jogos como God of War e Darksiders. Desde que o irreverente Dante apareceu em Devil May Cry de 2001, vem conquistando diversos jogadores com suas habilidades e combos alucinados. Com o novo jogo, Devil May Cry 5 chegando às lojas essa semana, chegou a hora de analisar os altos e baixos, ranqueando toda a série do pior ao melhor.
5. Devil May Cry 2.
Arius, um maligno corporativista pretende invocar o demônio Argosax para obter um poder supremo, ameaçando a estabilidade mundial. Lucia então pede a ajuda de Dante, o lendário caçador de demônios para impedir tal catástrofe. O jogo está na pior posição por inúmeras razões, uma delas é a personalidade de Dante, alterada sem explicação. No jogo anterior ele era extrovertido, brincalhão e atrevido, agora ele é sério, mal fala e é completamente sem graça. A qualidade do gameplay é substancialmente menor que a de seu predecessor, sendo o combate repetitivo, tendo chefes fáceis demais, muitas vezes sem necessidade de estratégia alguma para vencê-los. O detalhamento rico do primeiro game foi sacrificado a favor de um mundo mais aberto nessa sequencia, que acabou se mostrando algo desnecessário para o jogo.
4. Devil May Cry
Uma misteriosa mulher chamada Trish avisa Dante que o Imperador demônio Mundus, responsável pela morte dos seus pais, planeja retornar ao mundo. O caçador de demônios então decide investigar o antigo castelo de Mundus. O primeiro jogo da série não está aqui por ser ruim, muito pelo contrário. O game concebeu um estilo de gameplay completamente novo, o hack n’ slash, que viria a se tornar uma febre na geração do PS2 e nas que viriam a seguir. O jogo possui um rico detalhamento em seu design, um sistema de combate bem elaborado e chefes muito difíceis. Inclusive, esse é indubitavelmente o mais difil da franquia, pessoalmente, passei horas e horas tentando passar de chefes como Nightmare e Mundus. É um bom jogo, mas acabou ficando datado e os jogos a seguir o superaram em diversos aspectos.
3. DmC: Devil May Cry
O demônio Mundus está prestes a concretizar seu plano de dominação do mundo dos humanos, entretanto há dois grandes obstáculos em seu caminho: Os irmãos Dante e Vergil, os Nephilins, filhos do lendário Sparda. O jogo trata-se de um reboot da série, que pareceu inesperado, visto que a série estava vendendo bem, mas a Capcom, insatisfeita, entregou a produção ao estúdio ocidental Ninja Theory para ver se o jogo venderia melhor por aqui. Apesar de muita controvérsia, com os fãs enraivecidos com o rumo que a franquia havia tomado, a Ninja Theory conseguiu entregar um ótimo trabalho. Eu iria longe o bastante para dizer que é o Devil May Cry com o melhor gameplay. Dante está ágil como nunca, a quantidade de combos diferentes possíveis nesse game é insana e os chefes continuam interessantes e alguns são até marcantes. As vendas não foram tão altas quanto o que a Capcom queria, prova disso é o retorno a série original com Devil May Cry 5.
2. Devil May Cry 4.
Nero e Dante se unem para deter uma maligna organização religiosa chamada “order of the sword”. Devil May Cry 4 de 2008 apresenta um novo personagem, Nero. O gameplay aprimora tudo que foi mostrado até então em termos de combate nos jogos anteriores, os controles respondem muito melhor, os movimentos são fluidos e os combos são mais fáceis de serem executados. Nero possui uma garra demoníaca que o auxilia em combate agarrando os inimigos, abrindo possibilidades para diversas variações de combo. Jogando com Dante, a novidade é que o jogador pode alternar livremente entre os estilos de combate apresentados no jogo anterior, deixando o combate mais variado. É o jogo mais vendido da franquia e recomendo bastante a versão Special Edition disponível para Playstation 4, Xbox One e PC, que entre outros conteúdos especiais, permite que você jogue a campanha com Lady, Trish e Vergil.
1. Devil May Cry 3: Dante’s Awakening.
Anos antes do primeiro Devil May Cry, Arkham, um homem estranho, avisa Dante que seu irmão, Vergil, o convida. Um Dante mais jovem aceita o convite como um desafio. Depois das diversas criticas negativas a Devil May Cry 2, a Capcom decide voltar ao básico, Dante irreverente com um ambiente mais fechado, um capricho maior com os detalhes e batalhas mais desafiadoras. Foi implementado um sistema de estilos, que amplifica as possibilidades no combate. Os gráficos são impressionantes, está entre os melhores gráficos do PS2 sem sombra de duvidas. O jogo introduz alguns dos personagens mais queridos da série com Lady, Vergil, Arkham e seu alter ego, Jester. Admito que a minha escolha para a primeira posição foi afetada pelo lado afetivo, pois esse foi o primeiro Devil May Cry que joguei e minha introdução a série.
Concorda com a lista? Empolgado para Devil May Cry 5? Não esqueça de comentar!
Análise | Anthem - Uma promessa não correspondida
A BioWare é uma desenvolvedora que conquistou diversos sucessos em sua parceria com a Eletronic Arts, encantando diversos jogadores com o esmero e capricho aplicados nas séries Mass Effect e Dragon Age. Passados alguns anos, a EA games coleciona diversas reclamações pelo modo que tratam seus jogos, suas desenvolvedoras e os consumidores, com games lançados incompletos, recheados de bugs, \, políticas desonestas de capitalização como loot boxes, entre outros diversos motivos que pouco a pouco foram fazendo a comunidade gamer perder sua fé na empresa.
Mas um pequeno raio de esperança surgiu no horizonte. Foi anunciado na E3 de 2017 que a BioWare, um dos estúdios mais promissores da EA, estava trabalhando em um novo jogo, Anthem. O trailer de Anthem que foi apresentado levantou um entusiasmo geral pelo jogo, que parecia ser espetacular e levaria o selo de qualidade da BioWare adiante. No ano seguinte, em 2018 , foi apresentada uma demo que refrescou o hype. Agora que o jogo tão esperado está entre nós. Podemos conferir se realmente vale a pena.
O bom começo
O jogo começa com uma empolgante missão de introdução que já explica quem o personagem é e o que ele faz. Você é um freelancer, um guerreiro que pilota uma avançada armadura de combate chamada lança, cujo objetivo é defender a humanidade dos diversos perigos que existem nesse mundo. A lança que o jogador usa nessa missão é a do patrulheiro, a mais equilibrada das lanças.
Após essa missão, o jogador pode escolher sua lança inicial. Entre as opções estão a Tempestade, que tem poderes arcanos e usa habilidades elementais como fogo, gelo, raio, ácido e pode pairar por mais tempo que todas as outras lanças. O colosso, do tipo tanque, mais resistente, forte e possui ataques explosivos devastadores. A interceptadora é rápida, ágil, possui uma lâmina e é mais eficiente em combate próximo, corpo a corpo. O já citado patrulheiro não é nem tão forte como a Colosso, nem tão ágil como a interceptadora, está no meio termo entre os dois.
Uma das coisas mais interessantes no jogo é a mecânica de voo, que constitui uma das mais interessantes emtermos de aerodinâmica que eu já vi em um videogame. Você se sente como um verdadeiro Homem de Ferro, pode voar quando quiser e o controle é preciso, só é necessário ficar de olho no nível de aquecimento, problema que pode ser contornado ficando perto de locais onde há água ou mergulhando em pleno ar. Passar por uma cachoeira ou mergulhar na água reconstituem automaticamente a barra de aquecimento.
O sistema de combate é outro acerto. Além de atirar e fazer grandes estragos explosivos, você pode combinar habilidades diferentes para desferir um combo. Funciona da seguinte maneira, há dois tipos de habilidades, primers, simbolizados por um circulo e detonators, simbolizado por uma estrela de quatro pontas. Desferindo uma detonator logo após uma primer, um combo é desferido, causando mais dano e efeitos diferentes, dependendo da lança que estiver usando. O Patrulheiro causa mais dano ao alvo especifico, o Colosso causará uma explosão a mais na área de detonação, a Tempestade causa dano elemental na área de impacto e a Interceptadora também causará dano elemental, mas aos inimigos mais próximos a ela. Cada um dos personagens possui um ultra, a habilidade especial de cada um. O patrulheiro lança misseis em série, a tempestade desfere uma série de golpes elementais, a interceptadora brande sua lamina insanamente, eliminando inimigos próximos e o Colosso causa grandes danos explosivos com seu massivo canhão de cerco.
Visualmente não tem o que reclamar do jogo, todos os cenários estão bonitos e há uma genuína sensação de satisfação relacionada a voar sobre esses lugares e observar minuciosamente os detalhes, é tudo muito bem feito. Os efeitos de iluminação estão tão perfeitos a ponto de quase cegar o jogador em algumas das batalhas mais frenéticas com todas as explosões e raios.
Os personagens tem um nível de polimento brilhante, você pode olhar de perto e ver que os detalhes do rosto, do corpo e da pele estão todos lá, quase parecendo uma pessoa real. A animação na maior parte é ótima, no mesmo nível de outros jogos mais recentes como God of War e Resident Evil 2. Desse modo a BioWare deixa para trás o fiasco que foi Mass Effect: Andromeda no tocante a design e animação de personagens.
Após o final de cada missão você recebe armas e equipamentos para melhorar sua lança. É possível manter ou desmontar o equipamento para obter mais matérias de fabricação. Com os materiais de fabricação requisitados, você pode fabricar seu próprio equipamento. Quanto maior a dificuldade em que jogar, melhor é a qualidade das recompensas e a experiência que seu personagem obterá.
Os problemas de Anthem
Logo quando comecei a jogar, problemas graves surgiram no gameplay. Esse é um jogo exclusivamente online, necessita de um servidor em bom funcionamento para que se consiga jogar. Mas o que experienciei foram constantes quedas de servidor. Durante o primeiro dia quase não consegui jogar nada, esse problema só foi atenuado com um patch lançado um dia depois.
Passada a primeira frustração, continuei jogando normalmente o jogo, uma, duas, três missões, até finalmente perceber que a variação no design de missões é mínimo, não tem muito mais o que fazer do que destruir uma horda de inimigos, pegar um item, levar para tal lugar, isso se repetindo dezenas de vezes até o fim do jogo, o que o deixa extremamente chato por repetição.
A estória, antes o ponto forte da BioWare, que criou mitologias e narrativas concisas e satisfatórias tanto para Mass Effect quanto para Dragon Age é pífia em Anthem. A história é curta para um jogo desse escopo, o mais curto que a bioware já desenvolveu, em doze horas pode ser zerado tranquilamente. Nesse meio termo apenas um ou dois personagens tem algum indicio de desenvolvimento. Um dos pontos chave, que inclusive dá o titulo do hogo, o hino da criação (Anthem, traduzido para o português, hino) é mal utilizado. É explicado que o hino é uma fonte de energia utilizado pelos próprios deuses, em tese quem a dominasse poderia manipular a própria realidade. Mas no máximo ela só faz diversos inimigos surgirem do nada ou faz aumenta a estatura de uma pessoa durante o jogo.
As telas de loading demoram uma vida, as vezes até mais do que a própria missão, é insana a duração do carregamento nesse jogo. Se você ficar um pouco afastado que seja dos seus companheiros, é mais uma tela de carregamento exageradamente demorada para que seu personagem seja transportado para a área em que eles estão, que de fato, são alguns poucos metros. O carregamento é a coisa mais frustrante que você experienciará jogando Anthem. Sem contar com as falhas de conexão que farão o jogador perder muito mais tempo com essas telas.
A E3 tinha mostrado um trailer que continha uma cidade que parecia cheia de pessoas, todas em atividades diferentes, enquanto máquinas gigantes chamadas striders passavam pelas ruas e você podia contemplá-las olhando para o alto. O jogador adquiria uma arma e sabia na hora de qual se tratava e tudo mais. Mas nada disso que foi mostrado a dois anos está no jogo. Ir para a cidade é chato, nunca se vê as tais máquinas, você corre por lá lentamente, como passos de lesma. A cidade não é nem de longe tão cheia como no trailer e ainda é pequena demais e você só sabe qual arma ganhou após o fim da missão. O trailer é um bom exemplo de propaganda enganosa.
A inteligência artificial dos inimigos deixa muito a desejar, eles não fazem nada para desviar ou qualquer coisa do tipo e às vezes até ficam parados enquanto o jogador os alveja furiosamente. Em termos de inimigos em geral, o jogo é bem pobre, há apenas duas facções inimigas, os escaras e os dominions, você logo aprende a derrota-los facilmente de tanto que aparecem. Dentre os inimigos mais fortes, os chefões, que também não tem muita variedade, se destacam os titãs que você enfrentará dezenas de vezes. Esses ainda oferecem algum desafio.
Mais um jogo incompleto
Anthem acerta em algumas coisas, mas é inegável qu peca em diversas outras que eram imprescindíveis pra seu sucesso. A impressão que fica é que mesmo com todos os seis anos empregados no desenvolvimento desse jogo, o mesmo foi feito apressadamente. É possível sentir que falta conteúdo ao jogo, pois na melhor das hipóteses, do jeito que ele foi lançado, é raso como um pires.
Com certeza a EA e a BioWare vão lançar atualizações com algum conteúdo para tornar a jogatina mais agradável, mas até lá não recomendo a compra desse jogo, a não ser que você seja familiar com jogos desse tipo e goste muito. De qualquer forma, o estrago está feito, os jogadores vão perder ainda mais a fé na Eletronic Arts, mais e mais pessoas vão ir abandonando o jogo e cair no esquecimento é uma possibilidade bem plausível, infelizmente.
Agradecemos a EA pela cópia gentilmente cedida para a realização dessa análise.
Anthem (2019)
Desenvolvedora: Bioware
Estúdio: EA
Gênero: Loot Shooter, TPS, Aventura, Ficção Científica
Plataformas: Xbox One, PC, PS4
Lista | 10 Dicas Valiosas para começar a jogar Anthem
Com qual lança começar
O jogo te dá quatro opções de lança (como as armaduras são chamadas) no início, cada uma com habilidades diferentes. Entre elas está a Tempestade, essa lança consegue pairar por mais tempo e utiliza diversos ataques arcanos, que dão mais opção de ataques devastadores. A Colosso é do tipo tanque, mais forte e resistente que as demais, possui um escudo e canhão de cerco. A interceptadora é rápida, ágil, possui lâminas poderosas. A lança patrulheiro é a mais versátil dentre elas, não é tão rápida quanto a interceptadora, nem tão forte e resistente quanto a colosso, está em um meio termo. Para começar é recomendável escolher a tempestade ou a interceptadora, pois são as mais fáceis de dominar.
Sistema de combo.
Anthem tem um sistema de combo que é imprescindível que os jogadores aprendam, mas o jogo não se dá ao trabalho de explicar direito. Aplicando dois golpes ou mais de natureza diferente, o jogador poderá obter mais dano, além de alguns especiais para cada personagem. O combo funciona quando você usa um golpe primer, simbolizado com um círculo e um detonator, simbolizado pela estrela de quatro pontas. Ao realizar o combo corretamente, o Interceptador ganha uma aura elemental, que danificará todos os inimigos por perto. O Colosso poderá distribuir dano extra próximo a área de detonação. O Patrulheiro fará dano extra a um alvo especifico. O Tempestade espalhará dano elemental a inimigos na área de detonação.
De olho no aquecimento
Uma das coisas mais legais do jogo é a habilidade de voo que as lanças possuem. Mas é necessário ficar sempre de olho na barra de aquecimento. Existe mais de uma maneira de fazer com que a lança resfrie. Uma delas é procurar um ugar que tenha água, passar por uma cachoeira e mergulhar faz com que a lança resfrie imediatamente. Outra maneira é realizar um mergulho em pleno ar, que aos poucos vai resfriando a armadura.
Mire nos pontos fracos
Cada um dos inimigos possui pontos fracos diferentes, a maioria é a cabeça, como de costume, mas nem sempre isso é certo. Nem sempre o jogo explicita qual é esse ponto, por isso é bom procurarmos e quando encontrados tê-los em mente. Alguns podem carregar equipamentos explosivos, eis o ponto fraco. No caso dos titãs, o ponto fraco é o ponto que brilhar quando ele for atacá-lo, que muda a cada novo golpe que ele prepara para desferir.
A dificuldade importa
A dificuldade em Anthem não serve somente para regular a força dos inimigos. Quanto maior a dificuldade em que estiver jogando, maior a chance de receber um item melhor ao final da expedição. A experiencia obtida também varia de acordo com a dificuldade.
Multi eliminação.
Outra coisa que o jogo não explica é como funciona a multi eliminação. Para conseguir uma multi eliminação você precisa matar oito inimigos em menos de 10 segundos, caso não consiga o tempo vai reiniciar o jogador terá que começar de novo. Tal feito é necessário para a progressão no jogo em algumas expedições.
Cuidado com o que vai fazer com suas recompensas
Ao final da expedição, os itens que você desbloqueou serão revelados, a partir daí haverá apenas duas opções: desmontar e sair. Para manter os itens que acabou de ganhar, basta sair. Desmontando você ganha peças que poderão ajudar em uma futura fabricação. Cuidado para não desmontar algo que pode ajudá-lo no momento.
As lanças são desbloqueáveis
Não importa a lança escolhida no início do jogo, todas as outras poderão ser desbloqueadas conforme você progride. Novas lanças estão disponíveis nos níveis 8, 16 e 26.
O ultra pode ser sua última esperança
Caso seu personagem estiver passando por uma difícil expedição e prestes a morrer, não hesite em usar a habilidade ultra. Além de ser seu golpe especial, que sem dúvida irá causar uma grande devastação, também recupera a vida e o escudo de seu personagem.
Como conseguir moedas
As moedas dentro do jogo podem ser conseguidas completando certos desafios que são oferecidos e podem ser conferidos no menu do jogo. Alguns são limitados, mas a EA lança desafios semanais e mensais em que você também pode conseguir moedas. Há ainda o sistema de alianças. Cada amigo ou pessoa aleatória que jogou com você contribuirá para o seu fundo semanalmente.
Análise | Far Cry New Dawn - Testando a familiaridade
Fazem 16 anos que o primeiro jogo da série Far Cry foi lançado nos computadores. Já nesse game, as ideias que asseguraram seu sucesso se fazem presentes. Apresenta um vasto ambiente na natureza selvagem, onde não existem leis e é dada ao jogador a liberdade para explorá-la como bem quiser, Far Cry é diversão pura. Desde então a franquia da Ubisoft vem acumulando diversos sucessos, tendo seu auge em Far Cry 3. O encanto da ilha Rook com seus personagens icônicos, vilões insanos e elementos sobrenaturais veio para ficar, tornando-se a fórmula Far Cry. Assim, os jogos subsequentes obtiveram um sucesso seguindo a receita criada pelo terceiro jogo numerado da franquia. O novo jogo, Far Cry New Dawn, continuação direta de Far Cry 5 não decepciona esse legado.
Familiar, mas ainda divertido
O jogo se passa 18 anos após o cataclísmico final de Far Cry 5. Após a bomba atômica explodir a região de Hope County ficou inóspita por todos esses anos. Passado esse tempo, as pessoas perceberam que a vida retornou e decidiram sair. Mas o lugar agora tem recursos escassos e há facções em conflito pelas sobras de outrora. Dito isso, a franquia começa a explorar aqui um mundo pós apocalíptico.
Em relação ao visual, é uma surpresa observar os tons coloridos que os desenvolvedores utilizaram em contraste ao trágico final de Far Cry 5. Os cenários são muito bem feitos, é possível sentir o capricho que a Ubisoft empregou ao criar seu design. Os efeitos em geral são realistas, o brilho do sol, as chamas e as faíscas flutuando ao redor do fogo, a água é praticamente perfeita, entre outros efeitos executados com esmero.
A única coisa que decepciona no tocante ao visual é o design de personagens, sua renderização e detalhamento ficam muito aquém de jogos mais atuais, às vezes até mesmo parecendo modelos tirados da geração passada. A animação, ora é boa, principalmente em personagens principais nas cutscenes e passagens essenciais, onde não há muito o que reclamar e ora é terrível. Há momentos em que os personagens possuem movimentos quase robóticos e o lip sync simplesmente não bate, o que já causa uma estranheza tamanha. Esse é um dos elementos que denotam a pressa que o estúdio teve para entregar esse game.
Quanto ao gameplay não há muitas diferenças em relação ao seu antecessor. A mecânica dos parceiros que você pode levar com você para ajuda-lo nos combates e explorar o mundo da Hope County pós apocalíptica, que tem uma influencia clara nas mecânicas dos parceiros de Metal Gear Solid V permanece. Cada um desses personagens que você pode atribuir à equipe possui diferentes habilidades, que vão sendo atribuídas conforme o número de inimigos que ele mata. Entre eles temos Carmina Rye, uma garota que tem como habilidade especial usar dinamites, o juiz que consegue eliminar inimigos silenciosamente com seu arco e o cãozinho Timber, que vai marcar todos os inimigos na área para você.
A inteligência artificial, tanto dos parceiros quanto a dos inimigos, é perfeita. Quando você cai, prestes a morrer, seu parceiro irá tentar salvá-lo imediatamente, mas se houver algum obstáculo na frente, como um inimigo, ele tentará eliminá-lo primeiro e não se suicidar tentando encontra-lo. Transeuntes de facções aliadas se juntarão à batalha quando perceberem que ocorre uma e no meio disso tudo pode haver também animais selvagens como ursos, lobos e carcajus que atacarão todos que encontrarem no caminho, fazendo a batalha caótica pela qual a franquia é conhecida.
Cada uma das missões tem um nível de dificuldade, com inimigos mais fortes e resistentes, desse modo o jogo fará com que o jogador interrompa a campanha principal para melhorar Prosperity, a base principal. Para melhorar as instalações da base é necessário o material etanol, que é adquirido capturando bases inimigas, interceptando caminhões e saqueando caixas especiais que são jogadas de helicópteros. Melhorando a base, o personagem o personagem desbloqueia melhores armas, equipamentos e veículos que serão necessários para cumprir o restante das missões, que estão classificadas em níveis de dificuldade 1, 2 e 3.
Já os equipamentos tem um nível adicional, os de elite. Com armas de nível 1 e 2, você dificilmente conseguirá enfrentar um inimigo de nível 3 para cima, mas com armas de elite você não terá problemas em seu progresso, pois derrotará qualquer inimigo facilmente. A grande novidade desse jogo é a arma lança serras, que consiste em uma besta modificada para atirar discos serrilhados que fazem grande dano, ricocheteiam em metal e dependendo do jeito que o jogador usar pode matar mais de um inimigo com apenas um tiro.
O combate funciona da mesma maneira de shooters convencionais, você tem diversos tipos de armas como metralhadoras, submetralhadoras, pistolas, escopetas, fuzis de precisão e arcos. O jogador pode portar armas de combate brancas que vão de tacos a pás e utilizar dispositivos arremessáveis como granadas de fumaça, dinamites, facas de arremesso, entre tantos outros. A partir daí fica a cargo do jogador saber como preferirá proceder, se será no modo stealth, sorrateiramente nocauteando os inimigos e usando armas silenciosas como arcos ou pistolas furtivas ou se optará pela batalha que resulta no caos total. Outra novidade é que se pode utilizar poderes especiais como super força, invisibilidade e saltos duplos que fazem com que o combate seja mais variado e divertido.
Insanidade sem limites
A estória começa quando Carmina Rye pede ajuda ao grupo do protagonista para combater os salteadores que vem saqueando o vilarejo de Prosperity. Mas no caminho são interceptados por esses mesmos salteadores. Após uma difícil escapada, o personagem principal, chamado apenas de “O Capitão”, auxiliado por Carmina, finalmente chega a Prosperity. O Capitão é um personagem mudo e, por isso, sua participação na estória fica limitada apenas por ações, ele não interage verbalmente com nenhum outro personagem.
Far Cry como sempre é embebido de insanidade, tanto no seu gameplay irreverente e imprevisível e na fama de seus vilões psicopatas e agora temos insanidade em dobro com as gêmeas Mickey e Lou que causam uma nada agradável primeira impressão logo no inicio do game. Mas, após esse primeiro encontro, fica mais claro que as gêmeas são personagens unidimensionais. Há indícios de um desenvolvimento melhor para elas, mas o jogo não oferece tempo suficiente para tal e elas ficam como personagens de uma nota só. Provavelmente as vilãs mais fracas da franquia.
Alguns personagens de Far Cry 5 retornam nesse jogo, como o líder da seita dos edenitas, Joseph Seed. Quando encontramos Seed, que era presumido como morto devido a sua ausência no acampamento dos edenitas, ele estava fazendo alguma peregrinação no norte, onde se encontra um fruto que dá poderes especiais a uma pessoa. Seed é a conexão com o sobrenatural nesse jogo e as seções sobrenaturais são algumas das melhores na campanha desse game. No entanto a participação do personagem é breve e tem um desfecho um tanto decepcionante.
A pressa é inimiga da perfeição
A impressão que fica é que a Ubisoft se apressou para entregar esse game, aproveitando o sucesso de Far Cry 5 que foi lançado não tem nem um ano. Apresenta alguns problemas técnicos e bugs imperdoáveis ocorrendo. Além disso falta inspiração na narrativa, o brilho encontrado em outros jogos da franquia é inexistente aqui. A temática pós apocalíptica não foi adereçada adequadamente, as vezes parecendo não ter tanto impacto. Tanto os personagens quanto a estória poderiam ser mais bem trabalhados.
Dito isso, a estória não é o forte de Far Cry New Dawn, mas a boa noticia é que apesar desse ser um dos títulos mais fracos, a fórmula Far Cry continua funcionando e a jogatina permanece regada de diversão. Caso já seja um fã da série ou procura mais um jogo de tiro, é altamente recomendado para você. Mas se está procurando por algo um pouco melhor que apenas OK, pode passar esse jogo e esperar que a Ubisoft tenha planos melhores para a franquia daqui pra frente.
Agradecemos a Ubisoft pela cópia especialmente cedida para avaliação.
Far Cry New Dawn (2019)
Desenvolvedora: Ubisoft
Estúdio: Ubisoft
Plataformas: PC, PS4, Xbox One
Gênero: RPG, FPS