Obs: Texto contém detalhes e spoilers da trama.
Ouso dizer que talvez nunca tenha visto um cineasta tão fissurado e aficionado por uma cidade como Woody Allen é para com a grande Nova York. Se outros cineastas como Abel Ferrara buscam mostrar uma ótica de auto-destruição moral e psicológica dentro de um meio social corrosivo em seus filmes; ou Martin Scorsese que já a mostrou em diversas e variadas vezes como um berço da violência e caos ou uma tempestuosa força da natureza cruel para com seus habitantes; Allen mostra ter uma visão mais purista, por assim dizer, mas não menos resguardada de seus sentimentos em relação à cidade.
Na verdade, se mostra aqui como sendo um sentimento de amor e admiração, ainda que carregado de tristezas e arrependimentos que pairam em seu silencioso ar. Um lar amado, mas difícil de se viver. Eis aqui o filme onde Allen nos apresentou esse seu lar, sua cidade, a sua Nova York, ou mais especificamente, sua Manhattan!
Na trama, somos apresentados a Isaac Davis (Woody Allen), um roteirista de uma série televisiva de sucesso e um escritor com crise de inspiração para escrever seu primeiro livro, ao mesmo tempo que reflete constantemente se conseguirá viver financeiramente com seus ganhos na escrita. Ao mesmo tempo, lida com a guarda dividida de seu filho com a ex esposa Jill (Meryl Streep), que o traiu com uma mulher e agora vivem juntas, enquanto Jill escreve um livro sobre sua vida casada e divórcio, difamando Isaac. O ponto positivo é sua amável namorada Tracy (Mariel Hemingway) no qual nutre um bom relacionamento com a jovem apaixonada por ele, embora ela ainda seja uma adolescente de 17 anos, o que deixa Isaac angustiado se está fazendo bem em ter um relacionamento duradouro com ela. Mas as coisas parecem mudar, para pior e melhor, quando ele conhece Mary (Diane Keaton), a amante de seu melhor amigo Yale (Michael Murphy).
Pois, depois de uma breve descrição como essa, é de se imaginar a grande confusão tragicômica que vai ser construída ao longo do filme enquanto acompanhamos o dia a dia da mundana vida de Isaac, que serve como o óbvio alter ego de Allen. E sim, se trata de ser uma constantemente cômica dramédia existencial sobre as confusões da vida amorosa. Mas se engana quem pensa que se trata SOMENTE disso. Manhattan é, no mais clichê e batido que possa soar, uma carta de amor para uma cidade amada por seu diretor, e um desabafo de dores e angústias íntimas.
Cidade Maravilhosa
Logo de cara na primeiríssima cena do filme, já somos apresentados ao ser mítico que forma o título do filme, a bela Manhattan. Acompanhado da narração de Isaac, enquanto ele busca uma perfeita frase introdutória para o seu ambicioso livro, algo que comunique o que ele sente pela sua cidade. Embaralhado, atropelado, bagunçado, filosófico, apaixonado e constantemente cômico, são os tons que suas embaralhadas frases transmitem. Qual sua relação com Manhattan? O que ela lhe representa? O que a forma? São sua sociedade multicultural que formam um antro da história cultural Americana? Seu dinamismo sócio-político variado?! As palavras não tem real sentindo ou conseguem formar aquilo que realmente sente, e enquanto esse tom cômico e quase metalinguístico do autor se comunicando com o público se desenrola lindamente, a cidade é apresentada através do P&B magnificente da fotografia de Gordon Willis, acompanhado da belíssima melodia Rhapsody in Blue do grande George Gershwin.
Uma belíssima introdução, que já salienta o único senso mítico que o filme assume para si. De que a Nova York de Allen é um enorme e belo ser vivo da natureza, transbordando em vida e multiculturalidade, impossíveis de serem descritas nas palavras atropeladas de um autor que a habita, em constante luta pela inspiração. Um personagem de vida própria, que aqui servirá mais do que ser um grande e confortável palco para a história tão intimista de Isaac e dos personagens a sua volta. Um anfitrião que influenciará tudo que acontece e a todos quem acontecem. Ou seja, em toda sua essência, é tudo que Woody Allen é em seu melhor!
Com isso dito, já fica claro todos seus variados reconhecíveis elementos que vamos encontrar ao longo do filme: uma enxurrada de referências artísticas e literárias; um amontoado metralhador de piadas certeiras com judaísmo, religião, economia, filosofia Freudiana, e com a própria cidade de Nova York. E com seus comentários sempre ácidos e hilários sobre a sociedade e seu tempo que fazem parte da moldura marca de sua época. Assim foi com Crimes e Pecados, O Misterioso Assassinato em Manhattan e até seus mais recentes como Blue Jasmine e Café Society. E que assim como esses, mostra seguir a mesma quase já familiar estrutura narrativa de outros grandes filmes de Allen: tramas paralelas bem fundamentadas, que fazem brilhar os atores coadjuvantes e suas pequenas subtramas, diálogos perfeitos, timming inigualável, e humor sotisficado, inteligente e cortante (como sempre).
Mas isso já faz parte do incrível talento de Allen com seu perfeito timing narrativo, que lhe conferem a capacidade de passear com suavidade pelo trajeto da mistura de gêneros que o filme invoca, indo do drama – romance – comédia, sem escorregar ou falhar em nenhuma. Ouso em dizer até que esse é o melhor filme em que Allen conseguiu criar a perfeita mistura entre esses tons e gêneros que o tanto influenciaram. Se em Interiores e A Outra ele invocara seu mestre supremo Bergman no drama existencial melancólico; e em Tudo Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo e Tinha Medo de Perguntar foi o mais perto que ele chegou de capturar o surrealismo fantástico pregado na realidade liberta de Fellini; em Manhattan ele cria algo seu por completo. Ser tão brilhante e profundo quanto seus ídolos mentores através de sua sutileza em seu estilo tão próprio, sem nunca se deixar decair em excessos de pretensiosidade pós-modernista do cinema. Um perfeito cineasta tradicionalista americano, mas sem deixar de ser atual e autoral!
Porém, há aqueles que apontam as várias similaridades que Manhattan nutre com o seu filme anterior a esse, o tão amado e aclamado Annie Hall, ou conhecido como o vergonhoso titulo nacional: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, mas permitam-me ater a mencioná-lo aqui apenas como Annie Hall aqui. Onde constantemente ambos são comparados pelos fãs e críticos. Alguns até colocando Manhattan como sendo uma continuação espiritual ou variação temática de Annie Hall. Mas permitam-me agora discordar!
Autor Neurótico, Amantes Imperfeitas
Mas não chega a ser uma comparação forçada ou tola sem argumentos plausíveis. Aliás, Manhattan deve tudo que é à Annie Hall sem sombra de dúvidas. Allen no início de carreira sempre foi um diretor com filmes de boa aceitação crítica, mas sempre vistos como meros cults de arte, sem grande retorno financeiro ou apelo de interesse pelo público. Annie Hall foi o seu Tubarão ou Star Wars de certa forma. O filme que se tornou pop no meio público com alcance internacional, e até hoje comentado, discutido e referenciado pela forma que Allen discutiu relacionamentos amorosos modernos de forma tão narrativamente inventiva. Inteligente, ácido, metalinguistico, constantemente realista e completamente verdadeiro em essência. E seu sucesso foi o que permitiu a liberdade e a inspiração autoral de Allen precisava de se aprofundar e ir mais profundo e além com tudo isso aqui em Manhattan!
Que, inegavelmente, compartilha sim de boas doses de similaridades temáticas com Annie Hall aqui e ali dentro de sua narrativa. O mais óbvio eu diria, se refere principalmente à personagem de Diane Keaton – Mary, e sua interessante caracterização de como esta é construída ao longo do filme, e até sua interessante introdução no filme que vem como uma cena de grande destaque. E que talvez marque o “início da queda emocional” do personagem de Isaac dentro do filme.
Tudo começa quando vemos Isaac levando sua namorada Tracy para um passeio em numa galeria de arte, quando por acaso se encontram com Yale, o melhor amigo. Ele apresenta sua companhia Mary (Keaton) que primeiramente permanece oculta aos olhos do público no enquadramento, para depois aparecer aos poucos, como uma revelação, lado a lado com Isaac no segundo enquadramento – o destino os selando de certa forma. E inicialmente, Mary e Isaac se mostram muito diferentes, chegando a serem hostis um com o outro. Especialmente quando ela se mostra indiferente para com o talento de Ingmar Bergman, um dos grandes ídolos de Isaac e obviamente do próprio Allen, representando uma brincadeira e questionando o gosto pessoal do escritor, como se desafiasse seu intelecto.
E as coisas só apimentam no segundo encontro deles, agora em uma festa de ricos e cultos Nova Yorkinos, e Mary volta a indagar suas opiniões de achar “superestimados” nomrs como Gustav Mahler, F. Scott Fitzgerald, Isak Dinesen, Carl Jung, Norman Mailer, Lenny Bruce, Heinrich Böll, Walt Whitman – novamente todos verdadeiros musos inspiradores de Isaac Allen. E nem é preciso dizer o quanto de cara Isaac a detesta por completo, se tornando sua algoz sua total oposta, mas mais tarde..sua grande paixão (?).
Esse é o grande Q da problemática que o rico roteiro de Allen e Marshall Brickman virão explorar aqui. O nome simples é uma discussão de relacionamentos modernos, mas que se estendem à níveis de um retrato social de sua época, e que não se afastam tanto dos dias atuais. E para isso, se utilizam do triângulo das mulheres da vida de Isaac de forma perfeita, e emocionalmente engajante!
Enquanto Issac é assombrado de um lado em uma guerra de egos com sua ex Jill, sobre o divórcio repentino, a guarda do filho e o fato dela agora ser lésbica;
que ainda escreveu um livro sobre a vida conjugal dos dois – deecrevendo o coitado como um ‘gênio’ que, infelizmente, passou diretamente de ‘Havard para Beverly Hills’. E, nas próprias palavras da autora: “sua obsessão por sexo e morte, lembrava ‘Theodor Reik com um pitada de Charles Manson'”. Interessante nosso notar a troca de papéis aqui em comparação à Annie Hall. Enquanto lá o personagem alter ego de Allen era quem escrevia no final sobre seu relacionamento com Annie, aqui é sua esposa que escreve sobre o relacionamento de ambos. Uma inversão de papéis e um pagar o pato do karma de certa forma que Allen cria para seu personagem de Isaac aqui.
Que começa a criar uma espécie obsessão para com Jill em constantemente procurar-lá, casualmente, ao longo do filme, e sempre jogar na cara em suas discussões o quanto ela o feriu com o divórcio, a traição, e agora um relato “artístico” literário do que tiveram. Um verdadeiro desabafo de raiva, revolta e amargura do passado que lhe foi injusto. Mas entregue com a sutileza do humor Alleniano, mas ainda emocionalmente potente.
Por outro lado, vemos a jovem Tracy, que mostra constantemente o amar por demais, o admira, têm as mesmas opiniões sobre tudo, e ele subestima esse amor de forma egoísta, o chamando de imaturo e sem futuro. O amor “fácil” não o atraí. Que culmina em terminar com ela de forma dura e fria em uma das cenas mais tristes do filme (Hemingway brilha nessa cena!). E depois quando acaba ficando finalmente com Mary, após criar fortes sentimentos por ela, e o filme denotar tão fortemente na narrativa a criação da forte paixão. A mulher provocadora, problemática e difícil de se lidar. O desafio lhe atraí, as falhas de Mary lhe são, de certa forma, reconfortantes. A vê como alguém o capaz de compreender e se relacionar. Suas imperfeições a tornam perfeita!
Mas Issac superestima os sentimentos de Mary para com ele. A julga como sendo a mulher perfeita, a garota dos sonhos, e depois… talvez sua maior decepção quando ela o abandona, sem pensar duas vezes, para voltar a ficar com Yale, que acabara de abandonar a esposa para ficar com Mary. Até mesmo aqui vemos Allen não resistindo e adaptando descaradamente seu idolatrado Dostoiévski com esse trecho que parece tirado diretamente de Noites Brancas, o amor traidor e doloroso.
Notando isso, fica claro o sentimento de desabafo e frustração que Allen imprime na narrativa e no arco principal de Isaac, a destruição emocional que veio com a decepção amorosa. Colocar sua musa Keaton no papel de Mary assim como Annie em Annie Hall deixa isso mais do que claro e salienta ainda mais a conexão de ambos os filmes. Mas não se torna um diálogo martelador e condenatório para com a personagem, e nem para o de Yale, exceto com Jill a ex, ele deixa claro que ela é mesmo uma ‘cruela’ (pra não falar algo mais ofensivo), e Streep já tão jovem encarna essa persona de arrogância transbordante com perfeição em suas poucas cenas. Com a narrativa ao se permitir sair de vez em quando de perto de Isaac e mostrar o drama pessoal e os próprios conflitos de ambos Mary e Yale ao longo do filme, fazendo o público até compreender o porquê fizeram o que fizeram e o que sentem. Não muda muito o sentimento de repúdia que no final sentimos por ambos, ainda mais por aprender a simpatizar bastante com Isaac, mas são pessoas como todas as outras que sentem e comentem erros como todos.
E é aí que se encontra o ponto de fusão que o filme almeja como alvo em sua narrativa. Ao mostrar essa constante discussão sobre os relacionamentos humanos, tudo ambientado em uma época de desintegração social, e quiçá da existência dos próprios sentimentos. Onde Isaac busca no supérfluo de achar um novo apartamento e cobiçar um amor perfeito, para lhe distrair de uma vida onde não consegue achar a inspiração para escrever sua obra e vive às merrecas de um falhado trabalho de roteirista. Onde Mary se cansa da vida burguesa em que convive e ser constantemente cobiçada por outros homens, e busca apenas poder desabafar com um amigo como foi Isaac para ela e amar ao único homem que ama que é Yale. Esse que viveu um casamento próspero e vive uma vida profissional e amorosa saudável, mas escolhe largar tudo para o seu novo amor. Todos egoístas em suas próprias maneiras, mas tão humanamente compreensíveis. Onde se perdem em querer se encontrar no amor. Ignorando o que estava bem na sua frente o tempo todo.
Mas, assim como uma vida inteira, a história de Isaac e seus amores e dores, é um pequeno conto dentro de um todo, e esse todo é a bela Nova York. Que serve de palco vivo para o contar dessa história, e Allen a constrói como uma jornada visual e musical. Ou pelas próprias palavras de Isaac: “não importa a estação, para mim Nova York continua em preto-e-branco e pulsando ao som de George Gershwin”.
“New York…New York”
Acho que não poderia haver melhor frase que defina, tão por completo, o filme de Allen como essa. E que ele põe em total prática na construção no cenário e mise-en-scene que compõe sua Manhattan, com o ilustre apoio da fotografia estonteante de Gordon Willis e o uso das músicas de George Gershwin. A primeira faz o trabalho magnífico de trazer um visual quase documental, que viria inspirar depois outro grande de Allen como Zellig, e cria a aura enclausurada intimista bucólica que lembram os filmes de Bergman como sua trilogia do Silêncio. E o outro cria uma identidade musical única, e tão subestimada e esquecida hoje ao meu ver.
Quase pode-se dizer que Manhattan é, parcialmente, um silencioso musical sinfônico. O próprio Allen já disse que escreveu ao roteiro com Brickman escutando às músicas de George Gershwin. Daí que nasce um digno musical por detrás da narrativa principal, ao vermos como as das sinfonias de letras de Gershwin se casam de forma brilhante com a história e são singelamente colocadas, formando a base de quase todas as cenas principais do filme.
Alguns exemplos notáveis disso são: quando pela primeira vez Isaac e Mary ficam juntos e ao fundo escuta-se “Someone to Watch Over Me” (There’s a saying old says that love is blind…Still we’re often told “seek and ye shall find”); quando os vemos sentados debaixo da ponte (também conhecida como uma das cenas mais icônicas e belas já filmadas), e termina maravilhosamente com “Embraceable You” (Lady, listen to the rhythm of my heartbeat…and you’ll get just what I mean); ou quando eles vão ao cinema e depois, dançam no apartamento ao som de, novamente, “Embraceable You”. Ou até em momentos de humor quando o casal vê numa livraria o livro da ex Jill, e na trilha toca “Oh, Lady Be Good” (Can’t go on like this…I could blossom out I know…With somebody just like you). E no final, ao ver a jovem Tracy indo embora para Londres, “But Not For Me” (They’re writing songs of love,… but not for me…A lucky star’s above, … but not for me).
A música servindo como uma evocadora das emoções de sua história e de seus personagens. Ambas as tristes e as felizes que permeiam a obra como um todo. Que fazem parte das várias camadas versáteis que formam a obra-prima que conferem o status de Manhattan tão merecidamente!
O Definitivo Woody Allen
E não será aqui que se discutirá se essa se trata de ser a maior obra de seu diretor. Uma discussão a essa altura de sua longa filmografia quase xula, e até injusta Já que sempre vejo as escolhas finais se configurarem exatamente entre Annie Hall e Manhattan (isto é, na maioria das vezes). Mas é um fato, ambas as obras de grande nível de importância e relevância de formas diferentes. Que serviram para mostrar o estilo próprio de seu diretor de forma distinta e versátil. Enquanto Annie Hall talvez seguisse um percurso mais… “tradicional”, e se assumia descaradamente uma comédia romântica hilária, com toques melancólicos, mostrando ter vida própria e brincalhona em sua forma de montagem surreal e narrativa metalinguistica. Manhattan por outro lado mostra ser uma verdadeira amálgama de tudo que seu diretor representa em sua melhor forma.
Em seu âmago dramático, é uma reflexão melancólica e existencial da razão de viver e amar como um digno filme de Bergman; em sua superfície vívida, de olhar inocente, puro, apaixonado e nostálgico do passado e de sua cidade, é digno de se igualar lado a lado de algo como Boas Vidas de Fellini. Mas em seu todo, é um marco no ápice criativo e autoral de Woody Allen: Extremamente engraçado; profundo em seus temas; sofisticado em sua abordagem. Que permitem aqui se criar essa densa, triste e pura história de amor perdido, de forma tão verdadeira.
Perto do final, agora solitário por suas escolhas e erros, Isaac se faz uma pergunta, tão existencial e filosófica, quanto pessoal, e até diretamente para nós o público: “O que faz a vida valer a pena?”. E depois de assistir ao final de Manhattan, a dura despedida de Tracy, tão cheia de significados simples, descobrimos sim o que valia a pena para ele. O puro e simples amor, que sempre tanto lhe careceu.
Na despedida, Isaac parece encontrar o perdão, mas não o amor que sempre teve e não o enxergou. E assim, como Marcello no final de A Doce Vida, olhando em um doloroso silêncio para a jovem inocente com um sorriso tão puro no rosto, a sua salvação, felicidade, lhe parecem agora impossíveis. Mas Tracy lhe pede para esperar, aguardar seu retorno, dar ima chance ao tempo e a sobrevivência dos sentimentos, confiar nas pessoas. Mas seria o amor dela, das pessoas, forte o bastante para esperar? Perdoar? Durar? No final, o único, e infinito amor verdadeiro, é o pela cidade, seu infinito lar.
Manhattan (Idem, EUA – 1979)
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Marshall Brickman
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Michael Murphy, Mariel Hemingway, Meryl Streep, Anne Byrne Hoffman, Karen Ludwig, Michael O’Donoghue
Gênero: Comédia, Drama, Romance
Duração: 96 min