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Lista | Os Melhores Épicos do Cinema

A definição do cinema ‘épico’, e dos filmes que podem ser considerados como parte do seu meio, pode ser uma resposta mais complexa do que se pode imaginar. Se por um lado algumas pessoas podem remeter isso aos filmes clássicos bíblicos ou os que retratavam dinastias da antiguidade como o Império Romano, os clássicos “sandálias e espadas”, ou cavaleiros medievais de espadas e armaduras, outros remetem aos filmes de altíssimos valores de produção técnica e que constroem uma verdadeira imensa escala aos filmes, e que por muitas vezes refletia em suas durações de longuíssimas horas.

A proposta dessa lista está em exatamente homenagear ambas as vertentes que persistiram na criação do Cinema épico até hoje. Contendo aqui filmes não só de alta escala de produção, longas horas de duração, ou jornadas heroicas cheias de batalha e romance, mas também filmes que mesmo contendo esses fatores, permitiram construir histórias de grande ambição dramatúrgica na retratação de seus personagens em diferentes épocas da história humana, e o realizaram no formato de um verdadeiro espetáculo cinematográfico.

Uma seleção dos filmes verdadeiramente épicos que merecem ser vistos pelo menos uma vez na vida, ranqueados aqui do “menos bom” até o simplesmente imperdível, que você pode conferir agora abaixo:

25. Cleópatra (1963)

Por incrível que pareça, o épico de Joseph L. Mankiewicz é ainda até hoje um divisor de águas. Se por um lado seu valor técnico é aclamado como um dos trabalhos mais extraordinários já realizados, desde sua direção de arte e fotografia de valores impecáveis que dão uma vida deslumbrante ao Egito Antigo. Enquanto outros não se agradam pela narrativa esticada por longas 4 horas em um ritmo sem pressa alguma, ou pela retratação histórica “amenizada” da personagem título, interpretada com charme e carisma de sobra por Elizabeth Taylor. Seja como for, Cleópatra ainda é um dos épicos mais ambiciosos já realizados, e se vai agradar ou não fica a cargo do espectador que precisa vir a conhecer essa obra de total extravagância.

24. Excalibur (1981)

Eis o filme que mais chegou perto de entregar algo digno, fiel e de caráter espetacular para a lenda do Rei Arthur. Com o filme de John Boorman conseguido não só capturar todas as fases importantes da história já conhecidos: o incesto de Uther com Igraine fecundando o bebe Arthur com a ajuda de Merlin; a gloriosa retirada da Excalibur da pedra por Arthur; a construção de Camelot e a távola redonda; o amor proibido entre Lancelot e Guinevere; o plano incestuoso de Morgana e a derrocada de Arthur; a jornada em busca do Santo Graal; tudo aqui presente sendo restituído tal e qual possa ser imaginado em toda sua glória fantasiosa e mítica. Com uma aura que consegue misturar fantasia e o realismo brutal de um épico de cavaleiros de armadura de forma assombrosa, e no final honrar a história da espada título e o rei que a empunhara.

23. Coração Valente (1995)

O filme que veio dar a chance à Mel Gibson de se provar como algo mais do que um mero astro de ação e ocasionais dramas, e sim um verdadeiro bom diretor capaz de conduzir um épico medieval histórico, mais ou menos fiel à sua fonte de veracidade, e evocar deste ambos uma diversão catártica e genuína emoção dramática. Afinal quem poderia imaginar que uma figura histórica como o revolucionário William Wallace poderia vir a se tornar um dos símbolos icônicos de heroísmo e liberdade no cinema até hoje?! E Gibson consegue evocar isso não só por encher o personagem, e os envolta dele com muito carisma e uma boa linha tênue de drama e emoções convincentes, como também consegue construir um cenário medieval palpável e com algumas das mais violentas e realistas batalhas já filmadas. A bela definição de um épico moderno, que embora não seja de todo perfeito, é impossível de se desgostar do que se encontra aqui.

22. Quo Vadis (1951)

Se existe um filme que possa simbolizar merecidamente o ápice que os épicos do Império Romano poderiam chegar, talvez não exista melhor resposta do que se não Quo Vadis de Mervyn LeRoy. Uma digna retratação do Império em toda glória técnica cinematográfica que a velha Hollywood poderia invocar, criando Roma e sua grandiosidade com cenários deslumbrantes e figurantes aos montes, que hoje seriam impossíveis de se realizar. E não se deixa esvaziar em apenas estilo ao construir uma bela história sobre manter a moral e legião ao império ou ceder à fé e ao amor representados no belo casal de Robert Taylor e Deborah Keer, batendo de frente contra o poderio insano do imperador Nero de um altamente carismático Peter Ustinov. É até bem difícil ver épicos ficarem mais dramaticamente interessantes ou mais divertidos do que aqui.

21. O Último Imperador (1987)

Diferente do que realizara em seu outro épico pessoal 1900, Bernardo Bertolucci cria no seu O Último Imperador não só uma retração biográfica fidedigna da vida do jovem imperador Pu Yi, mas sim também uma verdadeira saga épica, com todos os valores técnicos deslumbrantes que se possa imaginar e praticados com o esmero de uma boa direção. E que dentro de seu espetáculo dramático abundante, consegue lidar ricamente com aspectos da fragilidade do passar do tempo e o impacto e efeitos que ele tem em um ser humano como o seu complexo e santificado protagonista, e o marco que sua figura deixou para uma cultura inteira ao longo de sua vida.

20. Os Nibelungos (1924)

Logo depois de ter realizado sua grande obra-prima Dr. Mabuse, e pouco antes de realizar sua outra obra-prima com Metropolis (dois filmes que até poderiam se contar como épicos de certa forma), Fritz Lang realizava aqui um dos mais magistrais e divertidos épicos de fantasia que alguém verá na vida, sua saga Os Nibelungos (divido em A Morte de Siegfried e A Vingança de Kriemhilde). O pré-Senhor dos Anéis do cinema se for fazer uma comparação justa, mas o filme de Lang consegue impressionar até hoje não só por ter adaptado a lenda popular germânica de Siegfried em um épico de 4 horas em um primoroso trabalho técnico, como também enche seu filme com um ar de pureza despretensiosa em suas sequências de entretenimento (como o icônico combate com o dragão), mas também lidar com verdadeira dramaturgia o romantismo e os traços de adultério e traições medievais que cobrem sua trama. Aventura, romance, tramoias e batalhas, um épico de fantasia sendo feito com verdadeiro esplendor.

19. Ludwig: A Paixão de um Rei (1973)

Nem mesmo Luchino Visconti escaparia do destino semelhante à de outros diretores como Anthony Mann e Cecil B. DeMille que no final de sua carreira devotaram seu tempo e atenção na realização de grandes épicos cinematográficos. E se o mesmo já tinha o realizado soberbamente no seu O Leopardo, Visconti volta a aplicar o mesmo retrato deteriorativo da figura do príncipe Salina de O Leopardo em sua riquíssima retração histórica de Ludwig II, o “Rei louco” da Baviera. Enquanto acompanha-se uma verdadeira retratação biográfica dos momentos chaves da vida do personagem, coberta de um refinamento técnico de primeira linha na reconstrução burguesa da época, e um exímio estudo de personagem que não teme em revelar os segredos complexos e íntimos de seu protagonista com uma soberba atuação de Helmut Berger. Pode não ser o melhor épico que Visconti dirigira, mas um tão soberbo quanto sua rica carreira poderia invocar.

18. …E o Vento Levou (1939)

Provavelmente o épico Hollywoodiano definitivo, e mesmo que não se adeque com certos padrões narrativos datados, e certamente já fora acusado de ignorar a escravidão e a segregação, enquanto defende os valores tradicionais do sul dentro de seu subtexto. Mas tirando isso, é inegável que E o Vento Levou de David O. Selznick conta a clássica história do amor em tempos de guerra. Da vitória dos valores familiares e morais sob as divergências sociais causadas pelo conflito interno do seu país. E no centro de tudo, temos o casal em constante bate cabeças Scarlett e Rhett, com Vivien Leigh e Clark Gable dando vida à um dos romances dos mais interessantes e controversos no cinema. Com seus encantadores e difíceis personagens sendo alimentados por esses sentimentos de desejo, dever e luxúria, enquanto como pano de fundo anos de guerra se passam como uma tempestade de transformações para a vida de todos os personagens, em um verdadeiro espetáculo de escala épica. A perfeita e mais bela jornada melodramática já realizada.

17. Os Dez Mandamentos (1956)

Ainda se é discutível dentre os críticos e estudiosos, e os próprios fãs, se a versão original de 1923 do próprio Cecil B. DeMille é a versão definitiva da sua visão para a jornada de Moisés. Mas o fato inegável da questão é que esta sua última obra-prima em vida conseguia ser definitivamente o resumo perfeito de toda uma rica filmografia que aqui se fechava em um verdadeiro espetáculo cinematográfico em proporções épicas impressionantes. Com DeMille não poupando esforço algum em criar o palco do império egípcio em toda sua imersão e pomposidade técnica deslumbrante e criar um mundo vivo e operante quando demonstra as forças de Deus entrando na história (ignorar a passagem do Mar Vermelho como um dos grandes ápices tecnológicos e também dramáticos do cinema é um grave erro). E também saber criar uma narrativa com um belo traço teatral e diálogos cheio de eloquência ao dar vida ao texto bíblico sem medo algum de soar brega e deixar sua história com um soar melodramático sem perder sua seriedade. Um forte concorrente ao definitivo épico religioso e uma das grandes obras-primas de seu grande diretor.

16. Spartacus (1960)

Entre tantos filmes de uma carreira relativamente curta, que são ainda até hoje debatidos e analisados, me impressiona saber como muitos consideram Spartacus como um dos menores filmes de Stanley Kubrick. Sem dúvidas foi o filme onde o mesmo tivera pouco controle artístico e constantemente batia cabeças com o autoritarismo de Kirk Douglas sob o projeto. Mas ainda assim, é visível o perfeccionismo automático da direção de Kubrick que faz de Spartacus acima de tudo um filme muito coeso dentro da rica narrativa de Dalton Trumbo, que delineia muito bem as características de seus personagens formados por um elenco ilustre com Laurence Olivier como ímpio vilão Crassus, Jean Simmons como a doce Varinia, e Charles Laughton e Peter Ustinov disputando o carisma mais alto quando estão em cena, e claro Kirk Douglas que se mostra como o perfeito herói libertário. Onde todo o espetáculo épico e grandioso capturado tanto nas brutais e fantasticamente coreografadas batalhas, quanto nas marchas quase messiânicas de seguidores de Spartacus, elevam esse nome à um status lendário, tanto na história quanto no cinema.

15. Ran (1985)

O último épico samurai que Akira Kurosawa fez em vida, e corre bem o risco de poder ser considerado o seu melhor (discutívelmente claro). Seguindo os passos nilistas e destrutivos de Kagemusha, Kurosawa alcançava aqui em Ran seu ápice criativo e autoral em outra de suas adaptações indiretas de Shakeaspeare, nesse caso a do Rei Lear, e voltava sua atenção para a auto destruição de homens com poder frente à sua própria arrogância e a inevitável tragédia que isso trará para suas vidas. O final não é mesmo feliz, mas ainda é um filme puramente Kurosawa, desde seu humor cínico ao desespero emocional dramático de seu protagonista, e mostra como ninguém como filmar batalhas e mortes não só em uma escala grandiosa e imersiva, como também cheia de uma poesia minimalista sombria. Pena que fora o último digno épico que ele viria a dar ao cinema ainda em vida.

14. Guerra e Paz (1966)

O filme mais caro já produzido na União soviética tinha que fazer o mínimo de jus à sua fama, e o Guerra e Paz de Sergey Bondarchuk consegue o fazer de maneira fantástica. E fornece uma diretriz sobre o que um verdadeiro épico cinematógrafico deve ser: um filme restrito apenas pela visão e audácia do cineasta em adaptar linha por linha da obra original de Tolstói e fazer tornar-la em uma narrativa cinematográfica em escala totalmente grandiosa. Com suas mais de 8 horas de duração fazendo jus à sua história. Afinal aonde mais poderia se ver verdadeiros exércitos de 120 mil figurantes em uma só batalha ou a mais angustiante retirada de Napoleão da Rússia em cena? Apenas aqui neste épico obrigatório!

13. Ivan, O Terrível (1944 – 1958)

Realmente são poucos os filmes que conseguem alcançar a genialidade cinematográfica na qual Sergei Eisenstein se usufruiu para realizar sua obra máxima que é Ivan, o Terrível. Outro caso aqui da lista que se usufrui de seu cenário medieval épico realista e violento para explorar em foque íntimo não só mordaz alegorias políticas para os movimentos fascistas de sua época, como também explorar psicologicamente um dos personagens mais fascinantes e complexos do cinema que é Czar Ivan de um tenebroso Nikolay Cherkasov. Onde Eisenstein usa e abusa de todas as técnicas de montagem de cinema mudo e fotografia expressionista para se construir a jornada de vida do personagem com cada minuto parecendo uma aula pictórica, e elevando toda sua história à um verdadeiro status de épico psicológico e um espetáculo de dramaturgia.

12. Napoleão (1927)

Enquanto alguns épicos se preocupam individualmente na construção do espetáculo visual e sua escala, ou em jornadas de personagens por durações de longas horas ou meras retratações históricas e recriações de batalhas épicas, este filme de Abel Gance consegue ser tudo isso em um verdadeiro espetáculo primoroso. Nenhum filme conseguiu chegar ao nível da atenção perfeccionista que o diretor dá para sua retração da juventude Napoleônica, tanto no uso inteligente da montagem quanto no esplendor visual de sua fotografia de apenas três cores, que já elevava os limites do cinema mudo para muito a frente do seu tempo. Um digno épico revolucionário e marco do cinema.

11. Trilogia O Senhor dos Anéis (2001-2003)

Reconhecer a clássica adaptação da icônica obra de J. R. R. Tolkien aqui era apenas obrigação. Peter Jackson realmente mostrava aqui uma mistura perfeita para trazer O Senhor dos Anéis à vida: sua paixão pela obra original e seu talento cinematográfico imaginativo. O seu uso extraordinário da montagem para transmitir ideias e sentimentos da essência de Tolkien em tal escala gigantesca de três longos filmes que se complementam como um só para contar sua excelente história e com inesquecíveis personagens. E que ajudou a estabelecer para o gênero de fantasia como um dos mais importantes e lucrativos no início do século XXI, assim como elevá-lo ao status de um épico cinematográfico.

10. Intolerância (1916)

Se O Nascimento de Uma Nação causara tanta polêmica em sua época até hoje por suas características questionáveis, D.W. Griffith ainda viria a realizar sua épica obra-prima de inquestionável qualidade e talvez o filme épico mais ambicioso já concebido. Compor quatro histórias que abrangem mais de 2500 anos da história humana: a queda da Babilônia, a crucificação de Cristo, o massacre de São Bartolomeu na França e um conjunto na América moderna. Todos ligados pela destruição da humanidade pela Intolerância, ou, como diz o título, A Luta do Amor Através das Eras. Era o imaginário artístico de Griffith flamejando em ambição e realizando uma produção gigantesca. Onde os conjuntos também gigantescos história dão ao filme a escala universal tão sonhada por Griffith. Que faz de Intolerância não só um dos maiores filmes da era muda do cinema, como também um filme para ser experimentado como uma peça musical, para ser comparado com as maiores realizações artísticas da humanidade.

9. O Portal do Paraíso (1980)

Muito além de sua má fama de um dos filmes mais caros já feitos e um dos maiores fracassos de bilheteria de todos os tempos, podemos encontrar por trás disso um verdadeiro Western, elevado a proporções cinematográficas épicas em sua imensa e impressionante escala de produção, que se iguala à sua densidade e complexidade dramática em níveis proporcionais à como qualquer O Poderoso Chefão. E que ousa em um retrato cru da América, a terra das promessas e liberdades, sendo regida pelo ódio e violência em suas leis, onde o inocente é alvo das injúrias e o bom é o criminoso. Onde talvez o verdadeiro caminho para o paraíso seja atravessar o inferno das injustiças terrenas. O filme deveras mais ambicioso de Michael Cimino, que é sim um verdadeiro épico cinematográfico: dramático; aventuroso; romântico e ainda brutal e violento em seu realismo. Uma obra de grandeza e excelência a cada segundo.

8. Era Uma Vez na América (1984)

Sergio Leone sempre fora conhecido em sua filmografia por elevar suas histórias e as ações de seus personagens em escalas muito maiores e grandiosas do que poderia se encarar, à níveis de verdadeiros épicos se preferirem, e em Era uma vez na América foi onde ele alcançou esse ápice de seu estilo artístico. Transformando o que parecia mais uma história de máfia estrelando Robert De Niro em uma jornada dramática e quase onírica sobre toda uma vida. Dando vida cinematográfica às memórias nostálgicas e aos sonhos do passado, desde a pobreza da juventude, as primeira paixões e amizades que poderiam perdurar para sempre, à vida criminosa que seria seu fardo à carregar para sempre. Engrandecido pelas soberbas atuações de ambos De Niro e James Woods como também pela incrível sensibilidade de Leone em retratar essa história e eleva-la em uma escala de escopo e dramática que faz frente aos maiores épicos de todos os tempos, assim como este o também é.

7. O Leopardo (1963)

Fora aqui através da adaptação da obra de Giuseppe Tomasi di Lampeduza que Luchino Visconti encontrara sua quase autobiografia, compartilhando dos mesmos ideais e visões da vida que o fantástico personagem do Príncipe Don Fabrizio Salina (brilhantemente interpretado por Burt Lancaster), em uma retratação altamente complexa e dramática de um homem perdendo seu lugar de realeza em um país em transformação. E ainda no meio disso conseguindo criar um verdadeiro épico cinematográfico com toda a grandiosidade em escala e a sensação de entretenimento, que transborda beleza estética e visual, mas com uma aura existencialista totalmente autoral e deveras genial.

6. Três Homens em Conflito (1966)

Para além de sua merecida fama como o maior Spaghetti Western de todos os tempos, como também um dos maiores de todo o gênero, Três Homens em Conflito consegue ser um dos épicos mais incríveis já feitos por pura definição. Poucos diretores dariam o espetáculo de escopo visual e escala grandiosa que Leone deu na sua última parceria com o homem sem nome de Clint Eastwood. E evoca para sua jornada e a de seus ilustres personagens moralmente questionáveis de um soberbo Eli Wallach e um cruel Lee Van Cleef, através de uma América sendo derrocada pela guerra da secessão, algumas das mais memoráveis sequências do gênero e com porte digno de qualquer grande épico: o tenso tiroteio nas ruínas da cidade; a gigantesca batalha entre dois exércitos pela ponte; o icônico duelo final. Todos evocados pela grandiosa trilha sonora de Ennio Morricone, e que torna impossível não classificar essa obra-prima de Leone como um verdadeiro épico cinematográfico.

5. Andrei Rublev (1966)

Fica uma pergunta de como seria se diretores de estilos considerados mais conceituados e artifícios pudessem ter os recursos e a visão de realizar um épico cinematográfico de grande escala. Para tal, não há melhor exemplar do que se não Andrei Rublev, o épico de Andrei Tarkovsky e nada menos que uma obra-prima. E assim como em todos os seus filmes, Tarkovsky nunca alimenta seu público com informações ou segura nossas mãos, mas apenas cria um caminho sutil para nós seguirmos, experimentamos e sentirmos seus temas espirituais, e sobre a própria arte em si sendo contada por ele através de sucessivas ações e imagens com uma constante aura de um sonho, mas com os pés presos na realidade. Uma história aqui sobre um artista, uma jornada para o poder da criação da arte em si. Onde Andrei Rublev nos ensina que um épico é classificado sim pela paixão e ambição pelas ideias por trás de seu criador, e não pelo dinheiro que o sustenta. Não há nada mais épico do que isso.

4. Era Uma Vez no Oeste (1968)

Valioso como um documento eterno sobre o ápice de um gênero cinematográfica em franca decadência, Sergio Leone arquitetou sua grande carta de amor para as narrativas que o tornaram um verdadeiro mestre do Cinema. Apesar de não ser seu último western, Era uma Vez no Oeste reflete essa franca sensação de despedida. Sua emocionante conclusão, revelando a importância histórica da narrativa para retratar a evolução do progresso no oeste americano, cada vez menos ermo e misterioso, gera sim um franco sentimento no espectador. Não de que viu apenas uma grande história, mas sim uma das expressões artísticas mais belas que encontrará na vida.

3. Os Sete Samurais (1954)

O filme que não só consegue ser a obra síntese do gênio de Kurosawa, com a sua forma de contar uma boa história de forma envolvente e ao mesmo tempo que lida com questões sociais e até existenciais fortes com seus carismáticos personagens com partes técnicas desde edição, fotografia etc exaltando perfeição, e de sobra temos Miofune brilhando absurdamente (como sempre) ao lado de um elenco igualmente excelente. Como também se mostra ser um filme que aspira todo o sentido do verdadeiro cinema de qualidade em seu mais perfeito e puro estado artístico: complexo em seus temas, poético em sua aura, tenso e brutal em suas ferozes batalhas, e também absolutamente divertido do inicio ao fim.

2. Ben-Hur (1959)

Não sei se puderam notar a ilustre presença do nome de Charlton Helston em vários títulos aqui da lista. Escuso dizer que o mesmo fora mesmo o astro icônico do cinema épico, mas dentre todos os filmes no qual participou, é difícil não escolher o magnífico Ben-Hur como o maior e melhor dentre todos estes, e o filme de William Wyler o faz merecer esse status. Para além de sua grandiosidade técnica no melhor que o épico Hollywoodiano podia invocar (vide apenas a icônica corrida de bigas), sua escala visual e inquestionável alcance universal de sua história, há na jornada do protagonista de Judah Ben-Hur uma pureza humana e um espírito de desbravamento altruísta do homem encontrando sua fé em um mundo governado por injustiças, através de provas milagrosas despertadas apenas através dos gestos de bondade e humildade transpostas na imagem do Cristo presente em sua história. Um épico religioso; um épico romano; uma jornada cheia de aventura e drama, impossível não ter Ben-Hur como um épico perfeito.

1. Lawrence da Arábia (1962)

E tinha como ser outro?! Tão mencionado aqui como o grande mestre do cinema épico, David Lean mostrou com Lawrence da Arábia o porquê, uma verdadeira obra de arte que conjura tudo de melhor que o cinema tem para entregar. Enquanto filmes hoje criam sua escala grandiosa e o espetáculo através de inúmeros efeitos especiais, Lean criava aqui o seu espetáculo aqui de forma palpável, verdadeira, com cada enorme paisagem e cada grande exército se locomovendo ou em batalha são verdadeiros. E não esquecia de se aprofundar em sua essência dramática e construía no Lawrence de um soberbo Peter O’Toole um dos melhores estudos psicológicos e morais de personagem no cinema. Em um cenário onde há poesia por trás de cada tomada, cada corte e cada expressão facial, tudo feito através pura excelência de um diretor no ápice de sua carreira, e que tornara Lawrence da Arábia um magnífico por seu espetáculo e um épico no seu mais puro estado de cinema.

Algum épico em especial que gosta muito e esquecemos de citar aqui? Nos deixe sua opinião.

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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