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Artigo | Duna – Reformulando a Jornada do Herói em uma crise Existencial de escala Épica

Dizer o bom e velho: “isso não é um filme, é uma experiência” já soa tanto tendencioso quanto genérico, e não é essa a imagem que Duna de Denis Villeneuve entrega nem de longe. Mas é uma onde talvez se comprove tal expressão, especialmente na forma com que ele trabalha na execução narrativa da obra e como ele a adapta para o cinema. Duna o livro, não é uma leitura usual, bem muito menos a versão de David Lynch era, mas muito menos ainda o que Villeneuve acaba dando aqui a sua tão desejada adaptação e como ambos conseguem realizar o mesmo fruto: reformular a mais velha das histórias!

Mas para isso, vamos a um contexto!

Revitalizando a Fórmula

Em 1965, quando Duna estava sendo lançado, escrito pelo autor filósofo, ecologista e intelectual Fran Herbert, que começava sua narrativa com um cenário tão simples, humilde e talvez nada muito interessante à primeira vista: com um menino dormindo em sua cama, em uma noite chuvosa, vivendo em seu grande palácio, quando é acordado por sua mãe para realizar um teste com uma misteriosa e bruxa.

Com esse início, qualquer pessoa lendo pela primeira vez provavelmente o considerará imediatamente como mais um conto de fantasia convencional, mas onde na verdade Herbert se preparava para contar e criar uma narrativa extremamente complicada e multifacetada que quebraria convenções e usuais clichês da literatura de ficção científica. Questionando as fundações do mesmo, estabelecidas por autores como Edgar Rice Burroughs com sua série John Carter de Marte, ou Isaac Asimov e a saga Foundation, abordando comumente as jornadas do herói e seus grandes feitos.

Embora Duna não seja tão diferente dessas mesmas narrativas, na verdade mostra o que está por trás dessas conquistas de heróis e bravos líderes, escondendo um caminho questionável e às vezes encobrindo ações não tão moralmente aceitáveis. Quebrando convenções, para contar uma história muito mais extensa e ainda maior do que todas elas! E de certa forma, o diretor Denis Villeneuve veio a realizar o mesmo.

Trabalho de Visionário, ame ou odeie!

Vindo de uma filmografia de pequenos filmes independentes que pareciam estar constantemente em busca de criar uma identidade própria, tanto como diretor e também como um tema que perdurou em todas as suas narrativas, dramas existenciais mesclado com comédia como 32 de Agosto na Terra; thrillers psicológicos surrealistas como Redemoinho e O Homem Duplicado; thrillers baseados em eventos reais e transformá-los em tragédias visuais sensoriais como Polytechnique e Incêndios.

Então, quando ele migra para Hollywood, abordou gêneros usuais em diferentes pegadas interessantes. Os Suspeitos que facilmente poderia ser um thriller “Fincheriano”, mas se transforma em um drama sombrio sobre luto e negação. E Sicario: Terra de Ninguém, que conta a velha e sombria (e clichê) história de violência e vingança. Ambos filmes que, em última análise, discutem o peso das conseqüências embutidos no mistério que definem a moral entre o bem e o mal.

Quando ele finalmente imigrou para o cinema blockbuster com A Chegada, ele pegou seu usual filme de invasão alienígena e o transformou em um estudo de personagem sobre uma mãe tentando carregar o sentimento do futuro e as perdas que ela poderá suportar, ao mesmo tempo que reflete sobre a importância fundamental de comunicação e conectividade. E Blade Runner 2049, um dos blockbuster mais caros já produzidos com uma escala visual monstruosa, e que foi usado para contar um drama de personagens, quase sem ação alguma, e discutindo os valores de identidade, amor, existência, em um estudo meditativo e contemplativo do que define a própria condição da natureza humana, e também se tornando uma continuação perfeita do clássico original.

Agora Duna, que de muitas maneiras, se torna o ápice definitivo da carreira do diretor e uma condensação de tudo que veio antes: as discussões sobre moralidade, papéis de heróis e vilões, o surreal e o drama íntimo emaranhados com o espetáculo épico blockbuster; está tudo aqui, com tudo que ele aprendeu para trazer a obra de Herbert voltar à vida, tanto para o bem e para o mal! Só que à primeira vista, Duna não se parece um filme comum de Villeneuve, podendo até aparentar como algo mais padrão e convencional.

Logo na primeira meia hora e rumo ao meio do filme, as cenas mais impecavelmente bem construídas em seu escopo majestoso, parecem um tanto picotadas. Deixando vários momentos passarem a sensação de serem abafadas em um ritmo constantemente apressado. E como tudo em cena parece tão grande e vasto, você implora para que cada pequena cena dure mais segundos e faça você absorver cada pedaço de seu poder contemplativo que vem em momentos sobrepostos um ao outro. Mas, mesmo dentro de tal efeito, tudo mantém uma nota de investimento que te deixa preso em seu ritmo alucinógeno e atmosfera avassaladora.

Pode até vender a impressão errada aos não leitores dos livros de que a história tratada aqui é o casual clichê sobre o “chosen one”, o escolhido predestinado, um jovem rapaz indo rumo a uma jornada heróica que está prestes a se desenrolar. Mas o diretor tenta avidamente quebrar qualquer sinal de fórmulas e convenções reconhecíveis. Fazendo com que o protagonista sofra de questionamentos quase interruptíveis e mostrando um claro desconforto com o papel que lhe é atribuído.

E o filme continuamente corta ou evita sempre que pode os momentos de grande espetáculo de ação, quase propositalmente para aludir à natureza anti-gratuita de violência e espetáculo do próprio livro que se concentrava exclusivamente em suas reflexões e drama frente à qualquer outra coisa, deixando batalhas e ações sempre como breves descrições, mesmo que à custo de algumas cenas ação genuinamente excitante presentes no filme, que não faltam aqui, mas não espere em nenhuma abundância de festim de cores sujeira visual que você encontra em outros blockbusters modernos. Sempre preferindo focar nos conflitos íntimos, e deixar o espetáculo quase como pesadelos destrutivos!

Conseguindo também introduzir cada facção e elementos integrais da mecânica de seu universo com tanta precisão e não se submetendo a tanta exposição gratuita, tornando sua natureza tão bem explorada. Sobre um futuro onde viagens espaciais são encurtadas por uma Guilda fortemente avançada tecnologicamente; uma era avançada, mas com tensões entre casas e exércitos que se chocam conflitos de caráter feudais, com espadas e lanças ocorrendo ao lado de grandes naves e aeronaves que parecem insetos, e o consumo é ainda é uma ferramenta principal da própria natureza humana de sobrevivência, sugando todos os recursos da terra e não permitindo que esta evolua.

Dizer que “parece vivido” soa como um elogio comum, mas documental seria mais adequado. Ele apresenta a natureza da dinâmica, os poderes em questão e os mínimos desafios que os personagens enfrentam. Em meio a um império galáctico estelar em que as tensões políticas fervilhantes ameaçam implodir, teologias místicas se cruzam com instituições poderosas e interesses industriais, e a humanidade é posta à mercê do vasto poder da natureza.

História sobre Sobrevivência

Villeneuve faz simples, mas tão majestosas ferramentas de contar história, dizendo tanto com tão pouco, como quando mostra Paul indo até a praia em Caladan, pondo a mão na água, ele vendo o oceano em abundância, porque ele sabe que logo depois isso iria se tornar um recurso escasso no seu futuro planeta. O mundo de Arrakis, de Duna, onde a escassez de água leva humanos e criaturas a se adaptarem aos poderes do deserto para sobreviver.

Um longo deserto que vai muito além do que os olhos conseguem ver, e onde a qualquer mínimo som em falso vermes gigantes emergem das areias e moldam o cenário por onde eles passam. Onde habitam os guerreiros Fremen, letais como se fossem parte do próprio ambiente e aproveitam até a última gota de água do seu corpo. Um mundo onde a sobrevivência é a necessidade primária de tudo, da política e da natureza.

Quando se chega em Arrakis no livro, a estranha sensação de conforto que se instala entre os cegam de sua iminente queda. E o drama palaciano que se desenrola em torno do possível traidor entre eles, com um suspeitando do outro quase constantemente, e com Lady Jessica sendo imediatamente enquadrada por Thufir Hawat como a espiã. Tudo enquanto o mesmo tempo, eles precisam se preocupar em cumprir seus deveres feudais e governarem Arrakis da melhor forma possível, mas enxergando empecilhos quase que a cada momento.

Retirar a parte da suspeita de Jéssica no filme, que era um dos mais importantes elementos da trama nessa parte do livro (e que se reflete mais tarde), e tornando os Artreides muito mais um circulo familiar, quase sem hierarquia entre eles, todos se comportando com o máximo respeito mútuo e tão entrosados em uma camaradagem espirituosa e doce, tudo então apenas se dirige envolta do básico: dos Artreides estarem pensando que estão sendo sabotados pelos seus inimigos e terem sido mandados diretos para uma óbvia armadilha.

Mas também ajuda a criar a sensação de temor que os rodeia, deixando os personagens em estado de apreensão a cada momento, agindo como se estivessem todos marchando lentamente em direção a sua iminente morte. Tudo se torna sobrevivência, até mesmo dentro das muralhas do palácio! Duna é de fato uma história das mais antigas em muitos aspectos, e propositalmente, Herbert estava mexendo com lendas arturianas misturadas à contos de Maomé, sendo adaptados dentro de uma jornada épica em moldes similares à Lawrence da Arábia e postos dentro de um contexto de feudo medieval.

Onde ele buscava fazer comentários sobre mitos, crenças religiosas, colonialismo e questioná-los como ferramentas de conquista e manipulação de poder, mostrando as raízes primordiais do imperialismo e como o mesmo sistema tão facilmente ascender, mas também tão facilmente cair. Coisas que só são mencionadas aqui no filme em sua breve introdução, para mais tarde talvez funcionar como motor dramático principal da história. Porque ao contrário o que críticos ignorantes ou pessoas distraídas do público tendem a pensar, essa não é uma narrativa sobre um “chosen-one” como a maioria das pessoas analisam Duna superficialmente. Essa é a história de conflitos de destinos definidos e fabricados em meio a disputas políticas.

Se em Blade Runner 2049, o espetáculo futurista comentava sobre a condição íntima da natureza humana, o mesmo efeito ainda pode ser visto refletido aqui agora nos arredores dramáticos de Duna, onde o meio ambiente e a natureza assumem uma fronte opressora, e os personagens são apenas formigas sobreviventes em meio aos próprios instintos egocêntricos dos humanos entre os conceitos primordiais de conflitos políticos, entre fracos e oprimidos, leões e ovelhas.

E de certa forma, Duna também parece uma continuação espiritual de Blade Runner 2049, onde se aquele filme abordou um protagonista em K de Ryan Gosling que se via entrando em um caminho de obsessão, pensando que é filho de um milagre, o filho escolhido do herói da história, para então mais tarde cair na crise existencial ao descobrir o que ele sempre soube que era: um ninguém. Mas o que no final, não o impede de buscar fazer a coisa certa e se tornar um herói integral da história!

Em Duna, Paul é o chamado de escolhido que não quer sê-lo. Ele se autodenomina uma aberração manufaturada, criada por sua mãe e a ordem das Bene Gesserit, tentando manipular um melhor destino e futuro para o universo através da implantação de falsas crenças para povos ignorantes e que podem saudar esse possível Kwisatz Haderach como um messias. E os conflitos e a relação com essas noções é o que forma o drama central de Duna em primeiro lugar, e é excelentemente bem apresentado aqui!

Destinos não Traçados

É um filme que se permite intercalar entre as vistas massivas de um Império galáctico onde naves gigantescas deixam outras naves gigantescas parecendo formiguinhas perto delas,  até a relação íntima de Paul com uma palmeira e um ratinho do deserto que usa sua própria água suada para sobreviver, e o que ambos possuem de significados para o ambiente cultural e ecológico ao seu redor. E vai ainda mais fundo, partindo do espetáculo visual e entrelaçado com a natureza surreal mística das visões crescentes de Paul adquiridas pelos efeitos das especiarias sobre ele, visões de tragédia, derramamento de sangue inevitável, uma guerra santa em seu nome.

Suas visões são caminhos traiçoeiros de se interpretar, basta olhar para a maneira como ele vê o personagem de Jamis, primeiro como um amigo nas visões, mas depois o encontra como um antagonista em sua presença real. Era um futuro incerto?! Uma lição a ser interpretada?! Um resultado possível nas várias linhas de tempo que se cruzam definidas pelas ações?! A natureza enigmática de tudo isso pertence a alguém que entende claramente o material que está sendo adaptado de frente e pra trás, porque assim como na escrita de Herbert, as visões não entregam uma verdade exata, apenas resultados possíveis e maneiras que ele deve interpretar para descobrir a verdade por trás de cada uma, sabendo evitá-las ou abraçá-las de boa vontade. Mais uma vez, o perigo não só habita o espectro físico da natureza, mas também o surreal!

Outra coisa formidável que Villeneuve consegue aqui em comparação com qualquer traço usual de narrativa em filmes do gênero, é como ele aborda os elementos de sua jornada de herói de uma forma que é quase completamente sensorial e fora dos padrões narrativos, e que funciona da mesma maneira. Uma vez que o público se permite mergulhar neste universo e faz você habitar o mundo de Duna, te leva a compartilhar a jornada meditativa de Paul, tentando dar sentido ao mundo que ele está vivendo e ao futuro que ele pode ter nele.

Orquestrado por mitos, ou sua criação em um berço de conforto, destinado a grandes coisas, ou no final do dia, e a mais importante reflexão de Duna, suas próprias escolhas, que serão seu maior trunfo ou sua derrota. De qualquer forma, ele deve cruzar esse caminho sozinho como o líder de seu destino, não importa o quão sombrio o caminho possa ser. E o filme não diz tudo isso com meras frases de roteiro, faz você entender e sentir em primeira mão, experienciar, afinal a maior lição que Paul aprendeu com Jamis nesse filme:

O mistério da vida não é um problema a se resolver, mas uma realidade para se experienciar.

Dentre a maioria do elenco perfeitamente escolhido, Timothée Chalamet prova como ele realmente se encaixa como uma luva na atuação de Paul, desde sua aparência e a forma como o atua, este é o Paul Artreides adequado que Duna merecia como uma adaptação do personagem que começou tudo.

E assim como os outros personagens como o Barão Harkonnen e Lady Jéssica, ele permanece integralmente fiel ao seu papel no livro e que te faz enxergar Duna de forma completamente diferente de outras adaptações anteriores (especialmente a de David Lynch), por invés de criar uma cruzada messiânica de uma saga de aventura “campy” de um herói bravo, foca em um conflito interno contínuo sobre o seu papel de protagonista em meio a tudo isso.

Ele não quer fazer parte de nenhuma profecia onde ele fora fabricado desde a infância por aqueles que o criaram para cumprir. Ainda que ele queira sim honrar o legado de seu pai em não desistir de sua missão em Arrakis e salvaguardar a linhagem de sua família! O que leva a seu caminho de aprender a controlar a natureza ao seu redor, os poderes surreais que começam a se despertar dentro de si, e o ambiente opressor, e não se render à sua vontade, nem às Bene Gesserit, nem de Arrakis, e sim, aprender a cooperar com Duna e evoluir junto a ela. Ele ignorantemente decide seguir esse papel no sentido de fazer algo novo, mas ele mal sabe ainda o custo que isso pode acarretar. Com sua história imediatamente entrando em um início adequado, mas (ainda) sem uma conclusão adequada.

Uma História Sem Fim

Muitos tenderiam a discordar, mas a comparação parece mais do que adequada, mas talvez não da maneira que você pudesse esperar, pois Duna, o filme, se sente realmente como O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel como muitos o aclamaram como sendo, mas mais especificamente sua versão estendida! Onde o primeiro disco/metade terminava em Valfenda, quando a Sociedade estava finalmente se formava e iniciava sua jornada em direção a Mordor para destruir o Um anel, bem no momento em que a história estava realmente prestes a começar… e é exatamente aí que Duna de Villeneuve termina em seu ponto da história.

Embora ao contrário da versão estendida de Sociedade do Anel, não há nenhum disco 2 para continuar a história em vermos ela em sua forma completa. Ou dizendo em linguagem de filmes épicos clássicos, Duna acaba onde se poderia facilmente ter feito um intervalo de 7 minutos e começar a próxima parte de duas horas e meia, só que a segunda parte ainda nem feita foi. Não tendo uma conclusão sobre o que definitivamente se sente, muito literalmente admitido com a última linha de diálogo do filme, apenas o começo!

Mas, no final das contas, Duna: Parte 1 é realmente uma história sobre começos, sobre aceitar o presente e aprender a aceitar o futuro enigmático à frente, não importa as probabilidades imprevisíveis que o apresentem. Não tem finalidade, bom, nem a vida tem antes da morte. Duque Leto viu a vida de seu pai sendo tirada em uma tourada, o mesmo touro que ele vê antes de morrer, uma maldição pairando sobre ele que tirou sua vida de forma imprevisível e fria. Paul pode já ter encontrado os vestígios que mais tarde se tornarão a razão de sua morte, mas ele ainda não viveu para enfrentá-los no tempo certo!

Porém, no final do dia, isso tudo inevitavelmente apenas vai ressoar como uma reação ambivalente. As pessoas podem gostar ou odiar; os fãs podem amá-lo ou ficar desapontados; os detratores habituais de Villeneuve terão um prato cheio para usar em seus argumentos pomposos para o desmerecer, assim como seus fãs de longa data para elogiá-lo. Provavelmente é problemático e falho, nem sequer é o melhor filme de Villeneuve. Mas consegue ser também emocionante e espetacular, e entre os melhores do cineasta. Vacila em algumas partes, mas entrega exatamente o que seu criador queria. Então, se não houver outra parte a seguir e implementar o que foi feito aqui, pelo menos foi um grande e ousado experimento em tentar dar vida a Duna!

O principal problema de tudo, no entanto, pode ser o tamanho dos culhões do diretor em vender o que é apenas metade de um livro com esse escopo orçamentário majestoso, mas com uma introspectiva enigmática e oras confusa estrutura de narrativa, e buscar vendê-lo para o público mainstream. E no final, pedir por mais por vir! Mas se o filme de Lynch realizou a façanha de tornar Duna e sua literatura tão fascinantemente atraente para se conhecer, o de Villeneuve parece um testamento e uma carta de amor a toda a sua grandeza e legado!

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Publicado por Raphael Klopper

Estudante de Jornalismo e amante de filmes desde o berço, que evoluiu ao longo dos anos para ser também um possível nerd amante de quadrinhos, games, livros, de todos os gêneros e tipos possíveis. E devido a isso, não tem um gosto particular, apenas busca apreciar todas as grandes qualidades que as obras que tanto admira.

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