Lista | Os 10 Filmes mais violentos já feitos

Coringa reacendeu uma das discussões mais polêmicas sobre a arte: a validade da violência. É ético retratar personagens perturbados ou mostrar a decadência de alguém até o seu limite para impor um perigo aos outros? No fim, isso não interessa em nada, pois filmes violentos existem desde que Cinema é Cinema e isso continuará por décadas a fio. 

Mesmo com Coringa sendo o verdadeiro motivador da pauta, já lhe aviso, caro leitor, que aqui o filme não figurará entre as obras escolhidas, pois ele nem de perto se equipara ao grau de violência já demonstrado diversas vezes antes em filmes tão sérios quanto. 

Então, sabendo disso, prepare-se para entrar em recomendações cinematográficas um tanto bizarras, mas que realmente existem. Os filmes listados não tem ordem de mais ou menos violento. Todos chocam da mesma forma. 

Ichi - O Assassino (2001)

Como um bom amigo disse, qualquer filme de Takashii Mike é merecedor de estar nessa lista, mas acho que Ichi: O Assassino é uma das obras mais acessíveis do cineasta. Ichi é ultraviolento. É repleto de cenas de tortura que dariam inveja a qualquer sádico dos Jogos Mortais. Não se trata de um filme de bom gosto, mas é reconhecido pela qualidade da cinematografia. Muito sangue, muita mutilação e muita tortura.

Laranja Mecânica (1971)

O clássico de Stanley Kubrick é uma das obras mais catárticas de distopias governamentais já criadas na História do Cinema. Adaptando o livro impactante de Anthony Burgess, Kubrick não teve nenhum resguardo em mostrar as atrocidades cometidas pelo caótico clube de drugues liderados por Alex DeLarge. 

O rapaz comete estupros, torturas e assassinatos a bel prazer. Porém, quando é capturado, o Estado comete atos completamente defenestrados em sua psique o tornando uma vítima ideal contra qualquer tipo de abuso - que ele sofre na mesma moeda.

Irreversível (2002)

O filme mais polêmico da carreira de Gaspar Noé é um verdadeiro soco no estômago ao nos lembrar que basta somente um dia muito ruim para transformar as nossas vidas no avesso. O longa inicia mostrando o final de sua história sem muitas reservas. Em questão de dez minutos, vemos um cara esmagar o crânio de um desconhecido em uma boate gay em extremo close up. Depois, testemunhamos uma cena de onze minutos simulando um estupro completo em apenas um plano, conferindo a completa agonia da personagem de Monica Belucci.

Mártires (2008)

Mártires provavelmente seja o filme mais aterrorizante que eu tenha visto em minha vida. Como a história é um verdadeiro brilho, muito interessante mesmo, não pretendo contar absolutamente nada. Raramente cinema é feito da forma que Pascal Laugier pensou para esse terror. A agonia, desespero e confusão tornam esse filme uma experiência completamente única. Pode ser considerado de mau gosto, obviamente, mas é simplesmente magnético.

Violência Gratuita (1997)

O polêmico filme de Michael Haneke que ele mesmo escreveu e dirigiu duas vezes, é exatamente o que o título propõe. A experiência pode ser vazia, mas existem provocações metalinguísticas que são simplesmente geniais. A trama é super simples: um casal e seu filho são atacados por horas em sua própria casa por dois psicopatas adolescentes. É isso. E o final, bom, você já deve imaginar.

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O Albergue (2005)

O diretor Eli Roth é bastante conhecido pelos seus filmes torture porn, entretanto, nenhum deles chega perto da polêmica que O Albergue conquistou em 2005. O barulho acerca do filme foi tanto que, eu, com 11 anos de idade, acabei curioso para conferir. Obviamente que isso não aconteceu e acabei vendo pouco tempo depois, com 13 anos. O longa tem uma história bem apavorante pelo fato de poder acontecer com qualquer um.

Jovens são atraídos para uma cidade da Europa Oriental e se hospedam em um albergue que, para o azar deles, é um reduto de psicopatas ricos que usam os hóspedes como vítimas perfeitas para as atrocidades cometidas. O filme é bem triste e totalmente desesperançoso, então esteja preparado para o que encontrar aqui.

Oldboy (2003)

Um dos filmes mais elogiados da filmografia de Chan-wook Park, inspirado em um mangá já bastante polêmico, traz uma trama bastante complexa de punição, ódio e reviravoltas totalmente bizarras em seu terceiro ato. É uma obra praticamente perfeita. E se prepare para a cena do corredor com a marreta. Até hoje não conseguiram superar um plano sequência tão violento quanto.

Begotten (1990)

Este, sem a menor sombra de dúvida, talvez seja o filme mais bizarro de toda a lista. Begotten é uma obra de mau gosto e bem ofensiva para qualquer cristão. O filme abre com uma cena estranhíssima mostrando uma entidade que, em tese, é Deus. Ele se automutila intensamente para dar origem à vida. A mãe natureza sai do corpo dele e depois se fecunda com sêmen de Deus para começar a vida na Terra. E isso é uma das coisas light do filme. Assista por sua conta e risco porque quase nada faz sentido nesse daqui.

Salò, ou os 120 dias de Sodoma (1975)

Às vezes o arthouse vai muito além da arte para se tornar uma loucura completa do realizador. Salò é o perfeito exemplo disso nas mãos do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini. A história já começa bizarramente pela sua proposta: quatro estudantes italianos, em plena 2ª Guerra Mundial, reúnem diversos adolescentes para praticarem torturas psicológicas e físicas em uma escalada de “grotesquice” gigantesca. Só existe calma em Salò durante seus créditos finais e iniciais.

Holocausto Canibal (1980)

Mais uma obra de um italiano bem complicado da cabeça: Ruggero Deodato. Esse filme possui duas versões e eu recomendo para que vejam a mais light. A sem censura possui planos simplesmente sádicos de animais sendo assassinados somente pelo choque visual no espectador sem nenhuma relevância real para a história. Na época, havia um rumor que até mesmo os atores haviam sido assassinados na obra. Mas isso simplesmente é absurdo demais e nunca aconteceu. Entretanto, apesar de ser muito polêmico e desnecessário, Holocausto Canibal é reconhecido como o primeiro filme de ficção em terror filmado no formato found footage - detalhe que o filme inteiro não é feito somente com essa técnica.


Crítica | Marianne: 1ª Temporada – Série francesa surpreende com bons sustos

Crítica | Marianne: 1ª Temporada – Série francesa surpreende com bons sustos

As produções de terror da Netflix, geralmente, são de gosto bastante duvidosos, mais especificamente para quem tem um gosto peculiar e não se importa muito com a qualidade das tramas. Alguns filmes e séries conseguem alavancar uma grande audiência que mais fala mal do filme que falam bem, casos do live-action de Death Note e Vende-se Esta Casa. Por isso que Marianne surpreendeu muitos dos telespectadores da plataforma de streaming, justamente por trazer uma trama que se não é original, pelo menos cria uma narrativa de terror que assusta e entretêm.

Marianne é uma série francesa que conta a história de Emma (Victoire Du Bois), uma escritora que reencontra sua amiga de infância, e após uma fatalidade envolvendo essa colega acaba por retornar a sua cidade natal. Eis que a partir daí surgem os acontecimentos fora de série envolvendo o espírito maligno de Marianne. A premissa pode parecer batida, e realmente é. O roteiro sobre a jovem mulher que se reencontra com o passado e resolve questões que ficaram em aberto é algo bastante comum, e já foi visto em muitas produções. Emma é uma mulher que deixou para trás não apenas a família e os amigos, mas também seus traumas, principalmente envolvendo pesadelos e vislumbres de sombras que não sabia o que era, algo bastante difícil de ser encarado por uma garota da sua idade.

O roteiro de Marianne intriga em contar a história da jovem escritora, e depois prende o público em mostrar que existe um mistério a rondando, e que há um possível segredo em sua vida a ser revelado. Toda essa trama é muito bem construída pela dupla Samuel Bodin e Quoc Dang Tran, que conseguiram o objetivo principal para uma série de terror, que é a de surpreender com bons momentos chaves sendo apresentados e com viradas de roteiro que ajudam a dar maior dinâmica para história. O roteiro bem escrito ajuda a empurrar os acontecimentos e as situações para a frente, algo parecido acontece em outras duas produções de horror que se destacaram ultimamente, casos de A Maldição da Residência Hill e American Horror Story

Samuel Bodin também foi o responsável por dirigir todos os oito episódios sozinho, algo que não é muito comum de ser visto em uma série, já que geralmente há uma mescla de diretores para contar a história. O diretor trilha os caminhos fazendo com que a trama seja direcionada de modo simples e nada artificial, não há uma forçação em contar a história, nem em demonstrar que o demônio é cruel. Tais elementos são apresentados aos poucos, em cada episódio um direcionamento mais aprofundado é construído, e assim dando mais riqueza para a trama que vai surgindo. Os planos, em sua maioria abertos, são utilizados quando a escritora e seus amigos estão em ambientes externos, dando maior margem para interpretar que o mundo é muito grande para que Emma fique presa nessa cidadezinha, e que também ela tem um mundo inteiro pela frente e não precisa ficar presa ao passado.

Outro acerto por parte da série é em relação a atmosfera de horror bem trabalhada. Desde o início há sinais de que há algum tipo de monstro ou demônio como o vilão principal, e com o passar do tempo esses sinais vão ficando mais fortes e presentes na trama, até que os sustos se tornam mais fortes e agressivos. A produção assusta em muitos momentos e isso se deve a boas jogadas de câmera que enganam onde que o susto irá aparecer. Não é algo óbvio, e os jump scares não atrapalham e não são forçados, é algo tão bem montado que até dá medo em algumas cenas. 

Se o objetivo era assustar ele foi alcançado com êxito. Muito desse ambiente de horror foi criado em cima de referências de outras produções de terror clássicas, principalmente filmes envolvendo possessão e demônios. Um dos principais é O Exorcista, mesmo não tendo um exorcismo final, pode-se dizer que a luta do padre Xavier contra o mal está ali, e essa luta está evidenciada quando ele confronta Marianne possuindo a escritora, e depois quando entra no buraco e tenta queimar o papel que seria o acordo entre Marianne e o demônio. Algumas cenas assustadoras também são muito semelhantes a do longa de William Friedkin. O Bebê de Rosemary também é referenciado na série da Netflix, pois Emma ao se descobrir grávida, acaba por descobrir que aquele filho não tem um pai humano, algo muito semelhante do ocorrido no clássico de Roman Polanski.

Um grande erro da série se dá ao fato dela focar apenas e unicamente em Emma como protagonista. Há outros personagens secundários, alguns bastante interessantes, mas que não tiveram a oportunidade de serem desenvolvidos. Casos mais notórios são de Camille (Lucie Boujenar) e Xavier (Patrick d'Assumçao), o padre poderia ter sido melhor inserido na trama, mas é ofuscado pela protagonista, e Camille que começa tendo bastante destaque acaba por ser deixada de lado, e perdendo sua função na história. Por o elenco de apoio não ter uma função clara, todo o mistério cai em cima da personagem principal, e em alguns momentos isso se torna bastante cansativo, tanto que o grupo de amigos, quando aparece, deixa a trama mais interessante e viva.

Pode-se dizer que Marianne é um dos projetos mais interessantes da Netflix, que costuma ter produções sendo feitas em vários países distintos. A série francesa é um oasis no meio de tanta coisa que a Netflix vem produzindo, e a qualidade da trama, mesclada com a ótima direção de Samuel Bodin, mostra qual o caminho que a plataforma de streaming deve se ater para criar os seus trabalhos. Marianne é um bom terror, e surpreende pela qualidade narrativa, há de torcer para que uma futura segunda temporada mantenha a pegada da primeira temporada, e que assim se torne uma franquia de sucesso.

Marianne (idem, França – 2019)

Criado por: Samuel Bodin
Direção: Samuel Bodin
Roteiro: Samuel Bodin, Quoc Dang Tran
Elenco: Victoire Du Bois, Lucie Boujenah, Tiphaine Daviot, Ralph Amoussou, Bellamine Abdelmalek, Mehdi Meskar, Alban Lenoir, Mireille Herbstmeyer
Emissora: Netflix
Episódios: 8
Gênero: Horror
Duração: 45 min. aprox.

https://www.youtube.com/watch?v=0Gx8ZZZAiFo


American Horror Story: 1984 | Confira todas as referências do primeiro episódio

American Horror Story: 1984 teve em seu primeiro episódio uma onda de referências que os fãs dos slashers se deliciaram em procurar durante os seus 47 minutos. Ryan Murphy fez uma homenagem ao gênero, e a influência dos clássicos ficou evidente neste primeiro capítulo.

A nona temporada recebeu o nome de 1984, e quando o tema foi revelado e que seria uma homenagem aos clássicos slashers, com um assassino a solta matando todos os jovens que encontrava pelo caminho, muitos ficaram contentes com o tanto de conteúdo que poderia ser feito.

Dentre as muitas influências de Ryan Murphy na série estão clássicos como Sexta-Feira 13 e Pânico. A trama gira em torno de um grupo de jovens que vão trabalhar como supervisores em um acampamento, e lá encontram o segredo obscuro por trás do alojamento.

O vilão é o Sr. Tinindo (Mr. Jingles) e que é influenciado por Jason Voorhees e até mesmo pelo assassino de Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado. Algumas das referências encontradas saltam aos olhos, outras já estão um pouco mais escondidas. A seguir teremos spoilers de American Horror Story: 1984.

Spoilers

Sexta-Feria 13 (1980)

A trama de American Horror Story: 1984, em seu primeiro episódio, gira em torno do acampamento no qual os jovens serão supervisores, e o acampamento em si já lembra bastante o Camp Crystal Lake, de Sexta-Feira 13. Outra semelhança com o longa de 1980 fica com o personagem do posto de gasolina. Roy que aparece no posto e os alerta de que iriam todos morrer é muito parecido com Crazy Ralph, que fez algo similar, os alertando que iriam morrer e para não irem ao acampamento.

Massacre da Serra Elétrica (1974)

Xavier deu a ideia de ir ao acampamento para os amigos, e eles toparam. No trajeto ao Acampamento Redwood, eles abastecem em um posto de gasolina em que está Roy, que é o proprietário do posto. Roy é bastante parecido com o personagem que aparece no posto no início de O Massacre da Serra Elétrica. Ainda na estrada, Xavier atropela um caminhante, que é muito semelhante ao jovem que é recebe uma carona no clássico de 1974.

Pânico (1996)

Uma cena que fica na cabeça é em relação a fuga de Brooke, ao ser perseguida pelo Mr. Jingles ela é desacreditada pelos amigos por não encontrarem o corpo do caminhante. Na cena próxima aos minutos finais, Brooke está no alojamento, ouve o orelhão tocar, e sai para atender. Ao pegar o telefone ouve as chaves do Mr. Jingles brincando com ela. Essa referência está ligada ao filme Pânico, que tinha um assassino que brincava com as vítimas por telefone antes de as matar. Uma curiosidade fica com relação a própria Emma Roberts, que interpreta Brooke, ela é a vilã de Pânico 4.

Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997)

Xavier ao sair do posto de gasolina, atropela o vagante que andava sem rumo. Essa cena lembra e muito o acontecimento envolvendo o acidente de Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, em que um homem é atropelado e após ser abandonado volta para matar o grupo de amigos. Em AHS levaram o rapaz atropelado para o acampamento e mantiveram em segredo o acidente, assim como o clássico. Outra referência se dá com a vestimenta do Mr. Jingles, que usa uma capa de chuva preta, igual a do assassino da produção de 1997.

Carrie, a Estranha (1976)

A dona do acampamento Redwood, Margareth Booth, é uma mulher devota e muito religiosa, isso ficou claro em suas falas e nas regras impostas aos jovens. A religião e a fé estão muito presentes em sua vida após os acontecimentos do passado, seu comportamento é igual ao da mãe de Carrie, que por sinal se chama Margareth também. Outra referência ao clássico de Stephen King fica em relação a personagem Brooke, que ao fugir de Mr. Jingles fica toda encoberta de lama, igual Carrie ficou suja com o sangue derramado nela.

Halloween (1978)

Eis que temos a referência mais gritante do primeiro episódio. A Dra. Hopple ao chegar ao hospício encontra todos internos soltos do lado de fora. A fuga de Mr. Jingles em si é muito parecida com a de Michael Myers em Halloween. A Dra. Hopple em si é a versão do Dr. Sam Looomis, e que possivelmente irá atrás do vilão nos próximos episódios. Até mesmo a morte de Roy, praticada por Mr. Jingles, lembra Halloween, com o assassino Michael Myers fazendo a mesma coisa sempre que fugia do sanatório, matando alguém e roubando suas chaves para pegar o carro.


Confrontando o mal | O final de Marianne explicado

A série Marianne (Samuel Bodin), da Netflix, é um dos poucos exemplos de como uma produção simples, com um roteiro ajeitado e sustos bem elaborados, consegue prender a atenção do telespectador e ao mesmo tempo fazer com que o público sinta diferentes sentimentos, desde medo até a tensão pelo suspense e terror bem inserido em cenas chaves. Neste texto vamos comentar o final e fazer uma análise de pontos chaves da trama.

Spoilers

Emma e o início da possessão

O longa é bem didático em explicar essa questão, de como Emma é possuída pelo espírito maligno de Marianne. Quando criança, Emma colocou o rosto próximo a um buraco que havia no chão, e lá ouviu vozes a chamando, foi como uma libertação para Marianne, que precisava de um corpo para tentar possuir.

A jovem Emma então cresceu, e quando adolescente, após alguns acontecimentos estranhos serem presenciados, brinca com seus amigos de chamar o espírito para que esse se manifeste. Esse jogo de Emma e seus amigos é como se servisse para despertar algo que estava ali escondido, apenas esperando a chance para começar a agir.

Emma ainda jovem, ao conversar com o Padre Xavier, descobre que Marianne está com ela, não dentro de Emma, mas junto com ela, e assim o padre a orienta a sair da cidade para que possa se proteger e proteger aos seus amigos e familiares das forças do mal. Então Emma vai embora da cidade, após destruir a igreja, e com isso os acontecimentos param de aparecer em sua vida. Emma só passa a sofrer de pesadelos, até que encontra sua amiga de infância na noite de autógrafos, e após essa se matar acaba retornando á cidade natal.

O demônio que possuiu o corpo de Marianne

Em um dos episódios da série, quando o inspetor Ronan ainda tinha uma importância para a trama e buscava explicações dos acontecimentos estranhos por trás de Emma e das mortes de sua mãe, eis que encontra um livro com o dono do antiquário e especialista no assunto. O livro fazia relatos antigos de quem era Marianne e também falava do demônio que a havia possuído no passado. Então é citado o demônio de nome Beleth e suas inúmeras legiões, e com o passar da história descobrimos o real motivo para que Marianne se torne má.

Quem é Marianne?

Marianne foi uma mulher que viveu em 1617. Seu desejo era o de ter um filho, e para isso faz um pacto com o diabo para que conseguisse seu desejo de ser mãe. Aquela cena, uma espécie de lembrança, em que voltamos até o século XVII e assistimos a um religioso tentando queimar o contrato que Marianne fez com o demônio. Eis que ele começa a imaginar coisas irreais assustadoras, e desiste de queimar o papel, que obviamente queimado pela metade mantém o encanto da alma da Marianne sob custódia do demônio.

Marianne pedia, incessantemente, para que Emma voltasse a escrever. Esse pedido se devia ao fato de que ajudaria a alma maligna de Marianne de se manter entre os vivos através da lembrança, pois quanto mais as pessoas soubessem dela, mais forte se tornava. Seu objetivo foi o de sempre pegar o corpo de Emma, e essa obstinação voltou a crescer quando Emma retornou a cidade natal, fazendo com que o espírito de Marianne voltasse a ter força.

Há uma cena, nos episódios finais, em que o Padre Xavier acusa Emma de ser a Marianne. Ele diz isso por achar que Emma estivesse possuída e que o ato de escrever fosse irreversível. É fato que Marianne já havia controlado, quase na totalidade, o corpo e a alma de Emma, mas graças ao colar o encanto se quebra, e Emma conseguiu se livrar, com a ajuda do padre, de Marianne.

Marianne Aparece no Final

Ao descobrirmos que Marianne tem uma relação de muitos anos com Emma, há uma busca por parte de Emma de a vencer. É aí que aparece o Padre Xavier tentando queimar o acordo que Marianne fez com o demônio, e assim a derrota de vez. Enquanto isso Emma estava sendo levada, por Marianne, pelos campos rumo a cidade. Não há uma menção na série do que teria nesta cidade, mas há de se ter noção pelo o que foi mencionado sobre o demônio Beleth e suas legiões, de que a cidade estaria repleta de demônios.

Aquela mulher, portanto, que segura a mão de Emma no último episódio é a Marianne de 1617. Aquele é seu aspecto caso estivesse viva, mas sabemos que aquela é apenas sua imaginação, e que aquela é a Marianne possuída pelo demônio. O colar, que foi pego pelo inspetor Ronan no antiquário de produtos religiosos e antigos, ajuda a quebrar o encanto no qual Emma estava presa, e possivelmente a ajuda a quebrar o elo que existia entre Marianne e Emma.

O que Aconteceu com Camille?

Camille é a assistente da personagem Emma, mais especificamente da escritora Emma. Camille é apresentada como uma mulher calma, aparentemente sensível e calada. Durante toda a trama teve uma importância, para depois do embate na residência de Emma ser levada ao hospital, e possivelmente ficar em estado de coma. Novamente, durante a trama presenciamos o que aconteceu com Camille. A jovem havia sido possuída por Marianne, que tentou matar o pai de Emma ainda no hospital, mas por sorte, na hora certa é desafiada e retirada de seu corpo. 

No episódio final, no diálogo dentro do carro, em que Emma pergunta para Camille se Marianne havia a levado para a cidade, Camille faz um olhar de horrorizada e assustada, possivelmente por não acreditar que aquilo tivesse sido real, e ainda mais por saber que não havia sido a única a ter visto a tal cidade (possivelmente com vários demônios no local). O silêncio de Camille não era apenas de medo ou de um trauma sofrido, mas também de não saber como lidar com tudo aquilo que havia presenciado.

De Quem é o Filho de Emma?

Emma está grávida do mesmo demônio que se apossou do corpo de Marianne. Quando Emma está no quarto se relacionando com seu amigo de infância Séby, um desejo seu que se manifestou após o encontrar ao retornar para a cidade, ele então a pede para que não conte a ninguém que aquilo tinha acontecido. 

Na realidade, aquele não era seu amigo Séby, e sim o demônio que se manifestou na forma de outra pessoa, apenas para se relacionar com ela, e ao estilo O Bebê de Rosemary a engravidar, por isso é natural dizer que Emma está grávida do demônio.